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Apostila 1a Fase XXII Consumidor

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Sucesso! 
Curso Jurídico 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
CÓDIGO DO CONSUMIDOR _________________________________________________________________ 3 
Lei 8078/90 – Código de Defesa do Consumidor ______________________________________________ 3 
Geografia do CDC _______________________________________________________________________ 3 
Relação jurídica de consumo – elementos caracterizadores _____________________________________ 3 
Consumidor: ___________________________________________________________________________________ 3 
Fornecedor ____________________________________________________________________________________ 3 
Produtos ______________________________________________________________________________________ 3 
Serviços _______________________________________________________________________________________ 3 
Direitos básicos ou fundamentais __________________________________________________________ 3 
Defeito x Vício _________________________________________________________________________ 4 
Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço: arts. 12 a 17 do CDC _________________________ 4 
Requisitos para caracterização da responsabilidade: dano, defeito e o nexo causal entre ambos. ______ 4 
Responsabilidade do comerciante: é, em princípio subsidiária, podendo tornar-se solidária, nos termos do art. 13 do 
CDC. __________________________________________________________________________________________ 4 
A responsabilidade dos prestadores de serviço está prevista no art. 14 do CDC. _____________________________ 4 
Responsabilidade pelo vício do produto e do serviço: arts. 18 a 25 do CDC _________________________________ 4 
Os vícios nos produtos podem ser de: _______________________________________________________________ 4 
Serviços públicos _______________________________________________________________________ 5 
Desconsideração da personalidade jurídica __________________________________________________ 5 
Oferta e apresentação de produtos e serviços ________________________________________________ 5 
Publicidade: ____________________________________________________________________________________ 5 
Práticas Abusivas _______________________________________________________________________________ 6 
Orçamento ____________________________________________________________________________________ 6 
Cobrança Indevida ______________________________________________________________________________ 6 
Bancos de dados e cadastros consumidores __________________________________________________ 6 
Proteção contratual do consumidor ________________________________________________________ 6 
Direito de arrependimento _______________________________________________________________ 6 
Garantia contratual _____________________________________________________________________ 7 
Cláusulas abusivas ______________________________________________________________________ 7 
Infrações penais ________________________________________________________________________ 7 
Da defesa do consumidor em juízo _________________________________________________________ 7 
Referências bibliográficas ________________________________________________________________ 8 
Questões _____________________________________________________________________________ 9 
Gabarito _____________________________________________________________________________ 12 
 
 
 
 
CÓDIGO DO CONSUMIDOR 
Claudia Silvano 
Lei 8078/90 – Código de Defesa do Consumidor 
De acordo com o disposto no art. 1º, confere-se ao CDC caráter de ordem pública e interesse social. Logo, suas 
disposições são imperativas ou cogentes, não podendo ser derrogadas pela vontade das partes e são aplicáveis pelo juiz, 
de ofício, a qualquer tempo e grau de jurisdição. Além disso, em razão do CDC trazer normas de interesse social, o 
Ministério Público pode participar de toda e qualquer demanda de consumo. 
 Cuidado: Súmula 381do STJ 
O CDC é destinado à proteção de um grupo específico de pessoas: os consumidores, vulneráveis no mercado de 
consumo. É possível afirmar, portanto, que todos os consumidores são, indistintamente, vulneráveis, merecendo um 
proteção especial por parte do poder público. 
Geografia do CDC 
Art. 1º a 7º - Parte Geral 
Art. 8º a 54 – Tutela Civil do Consumidor 
Art. 55 a 60 – Tutela Administrativa do Consumidor 
Art. 61 a 80 – Tutela Penal do Consumidor 
Art. 81 a 119 - Tutela Processual do Consumidor 
O CDC foi regulamentado pelo Decreto 2181/97 
Relação jurídica de consumo – elementos caracterizadores 
Consumidor: Podemos encontrar as definições de consumidor nos arts. 2º, 17 e 29. 
Importante salientar algumas características da condição de consumidor: 
- Ser destinatário final fático e econômico do produto adquirido ou serviço contratado; 
- Adquirir o produto ou contratar o serviço sem a finalidade de lucro ou intermediação; 
- Apresentar a vulnerabilidade em sentido amplo. 
A doutrina aponta três correntes que objetivam explicar a locução “destinatário final” contida na parte final do art. 2º: 
Teoria Finalista, subjetiva ou teleológica: de acordo com esta teoria, faz jus à tutela do CDC a pessoa física ou jurídica que 
põe um fim à cadeia produtiva, que não visa lucro com o produto adquirido ou serviço contratado. A teoria finalista adota o 
conceito econômico de consumidor e tem caráter restritivo. 
Teoria Maximalista ou objetiva: propõe uma interpretação extensiva do conceito de consumidor. Para esta teoria, não há 
preocupação quanto ao uso que será dado ao produto ou serviço, ou se haverá finalidade de lucro. 
Teoria Finalista aprofundada ou mitigada - aceita e amplamente aplicada pelo STJ: permite, em situações excepcionais e 
desde que presente o requisito da vulnerabilidade, a aplicação do CDC, mesmo quando não há a presença do destinatário 
final fático e econômico. É o caso, por exemplo, do taxista que adquire um veículo e este apresenta algum vício de 
fabricação. 
Fornecedor– a definição de fornecedor está no art. 3º do CDC. Importante lembrar que fornecedor é gênero, que, por sua 
vez, engloba diversas espécies: fabricante, produtor, construtor, importador, comerciante, prestador de serviços, etc. 
O requisito da habitualidade é imprescindível para caracterizar a figura do fornecedor. 
Conforme podemos perceber, orao CDC refere-se a FORNECEDOR, ora refere-se à espécie do gênero fornecedor, como 
fabricante, comerciante, prestador de serviços, entre outros. 
Consulte: arts. 12 e 18 do CDC. 
A lei define ainda como fornecedor, além da pessoa física, a pessoa jurídica de direito privado - independentemente de sua 
forma de constituição, podendo ser uma sociedade limitada, uma sociedade anônima, uma sociedade em comandita 
simples, sociedade em conta de participação, etc., e a de direito público. 
Há previsão também no conceito de fornecedor - do ente despersonalizado, como a massa falida e o condomínio - quando 
exercerem atividades produtivas no mercado de consumo. 
Podemos, portanto, ter relações jurídicas de consumo com as seguintes configurações: 
CONSUMIDOR X FORNECEDOR 
PF X PF 
PF X PJ 
PJ X PF 
PJ X PJ 
Produtos– a definição de produtos está contida no §1º do art. 3º, que considera produto qualquer bem, móvel, imóvel, 
material ou imaterial. Importante lembrar que um produto pode ser ao mesmo tempo móvel e imaterial, imóvel e material, 
etc. 
O CDC não diferencia, por exemplo, produtos novos dos produtos usados. Assim, caso um consumidor adquira um 
automóvel usado, será protegido pela lei, desde que o veiculo tenha sido adquirido de um fornecedor habitual. 
Serviços – O CDC define serviço, no art. 3º, §2º como qualquer atividade fornecida no mercado de consumo e o legislador 
destacou as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, em razão da vulnerabilidade extrema que o 
consumidor apresenta quando participa desse tipo de relação. 
Consulte: Súmula 297 do STJ. 
Direitos básicos ou fundamentais 
No art. 6
o
, incisos, encontramos um rol de direitos fundamentais do consumidor. Os direitos ali previstos, além de serem 
considerados básicos ou fundamentais em razão de sua importância, significam uma síntese do que encontraremos no 
CDC. 
São eles: 
- Proteção da saúde e segurança (direito indisponível, previsto constitucionalmente); educação do consumidor; direito de 
escolha; informação - que deve levar em conta a adequação, suficiência e veracidade; a modificação de cláusulas 
contratuais abusivas e em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; o direito à indenização integral (danos 
 
 
morais, materiais ou de qualquer outra ordem); a proteção contra publicidade enganosa, abusiva e métodos comerciais 
coercitivos ou desleais; a inversão do ônus da prova (inversão judicial), entre outros. 
Defeito x Vício 
Sistemas de Responsabilidade – O CDC prevê dois sistemas de responsabilidade civil. A primeira decorre de defeitos e a 
segunda de vícios apresentados por produtos ou serviços. 
O defeito está relacionado a uma anormalidade que pode trazer danos à vida, saúde, segurança do consumidor. As 
disposições relativas à responsabilidade dos fornecedores decorrente de eventuais defeitos que os produtos ou serviços 
apresentem e que gerem danos aos consumidores, estão previstas dos art. 12 a 17 do CDC. 
Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço: arts. 12 a 17 do CDC 
Produtos e serviços defeituosos colocados no mercado podem causar os chamados acidentes de consumo: dano à vida, 
saúde e/ou segurança do consumidor. Os defeitos trazem portanto, uma repercussão extrínseca. 
Os defeitos podem ser de: concepção, fabricação e informação. 
Os defeitos de concepção atingem todos os produtos produzidos a partir de um projeto ou formulação, por exemplo. 
Situação diferente ocorre quando estamos diante de um defeito de fabricação. Nesse caso, uma falha do processo 
produtivo fará com que algumas unidades do produto sejam colocadas no mercado com inconformidades. 
Já os defeitos de informação dizem respeito, por exemplo, à ausência ou incompletude de instruções, composição ou 
manuseio de um produto ou serviço. 
Constatado pelo fornecedor que um produto é defeituoso, deve ser realizado o recall, conforme determina a legislação. 
Tal procedimento é obrigatório e sua não realização constitui infração penal. O recall tem como função a prevenção, ou 
seja, evitar que acidentes de consumo aconteçam. 
Consulte: arts. 10, § 1º e 64 
Requisitos para caracterização da responsabilidade: dano, defeito e o nexo causal entre ambos. 
O prazo para o consumidor demandar é prescricional e está previsto no art. 27 do CDC – 05 anos a contar do 
conhecimento do dano e de sua autoria. 
 Atenção: o prazo é contado do que ocorrer por último. 
Em se tratando de defeitos, o CDC estabeleceu expressamente quem serão os responsáveis. Logo, respondem em face 
do consumidor, o fabricante, o produtor, o construtor e o importador. E no caso de serviços, o prestador. Notamos, 
portanto, que a lei atribuiu a responsabilidade àquele que conhece realmente o produto. 
Consulte: art. 12 e 14 
Responsabilidade do comerciante: é, em princípio subsidiária, podendo tornar-se solidária, nos termos do art. 13 
do CDC. 
Assim, se um comerciante não mantém sob refrigeração adequada um produto perecível, e este é ingerido pelo 
consumidor vindo a acontecer um acidente de consumo, o primeiro se torna solidariamente responsável. O mesmo 
acontece quando é impossível determinar quem fabricou, produziu ou importou determinado produto. 
Consulte: art. 264 e 265 do Código Civil 
Eximentes de responsabilidade: estão previstas no art. 12, § 3
o
 – os indicados somente não serão responsabilizados 
QUANDO PROVAREM que não colocaram o produto no mercado; que, tendo colocado, o defeito inexiste, ou ainda culpa 
exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
Atenção: Súmula 479 do STJ 
A responsabilidade dos prestadores de serviço está prevista no art. 14 do CDC. 
Produtos ou serviços não são considerados defeituosos em razão de outros de melhor qualidade terem sido colocados no 
mercado. Assim, se um carro mais luxuoso for colocado à venda, não significa que outro modelo, mais simples, seja 
defeituoso. E o mesmo raciocínio vale para os serviços. 
Consulte: arts. 12, § 2
o 
e 14, § 2
o
 
Como regra, o CDC prevê que a responsabilidade dos indicados é objetiva. TODAVIA, a responsabilidade pessoal dos 
profissionais liberais é subjetiva, logo, será apurada mediante a verificação de culpa. É caso de um médico ou dentista, por 
exemplo, que por negligência, imprudência ou imperícia, causa danos a um paciente. 
Consulte: art. 14, § 4º 
Acontecendo um acidente de consumo, todos os atingidos, mesmo que não tenham participado diretamente da relação 
jurídica de consumo, são equiparados à consumidor. São os chamados "bystender" pela doutrina. 
Consulte: art. 17 
Responsabilidade pelo vício do produto e do serviço: arts. 18 a 25 do CDC 
Produtos e serviços viciados colocados no mercado podem causar os chamados incidentes de consumo. Os vícios têm, 
portanto, uma repercussão intrínseca, já que dizem respeito à funcionalidade dos produtos ou serviços. 
No caso dos vícios, a responsabilidade é solidária entre todos os integrantes da cadeia produtiva. Logo, tanto o fabricante, 
quanto o comerciante e qualquer outro que participe da cadeia produtiva, respondem integralmente pelos prejuízos 
sofridos pelo consumidor. 
Trata-se de ampliação do polo passivo de modo a proteger efetivamente o consumidor. 
Consulte: art. 18 
Os vícios nos produtos podem ser de: 
- Informação: informações insuficientes, inadequadas ou incompletas - art. 18. Vide os casos em que a falta de 
informações sobre o manuseio de uma batedeira, por exemplo, faz com que a mesma seja ligada em uma rede de energia 
inadequada, vindo a queimar. 
 
 
- Quantidade: peso, metragem, etc., menor do que a indicada – art. 19 – nesses casos, o consumidor acaba pagando mais 
e levando menos. 
- Adequação: produto não serve à finalidade a que se destina – art. 18 – são as situações mais comuns. Como exemplo, 
podemos citar a geladeira cujo sistema de congelamento não funciona ou o celular ou computadorque travam com 
frequência, o que impossibilita sua utilização. 
Os vícios podem ser ainda nos serviços e podem ser de inadequação – quando o serviço for impróprio para o consumo – 
ou ainda quando houver disparidade com a oferta realizada, sendo, portanto, de informação. 
Consulte: art. 20 
Prazos para o consumidor reclamar: são decadenciais e estão previstos no art. 26, incisos I, II. 
 
PRODUTOS/ 
SERVIÇOS 
 
PRAZOS PARA O 
CONSUMIDOR RECLAMAR 
 
VÍCIOS 
APARENTES 
 
VÍCIOS OCULTOS 
 
DURÁVEIS 
 
90 DIAS 
A PARTIR DA ENTREGA EFETIVA 
 
OU 
 
DO TÉRMINO DA EXECUÇÃO DO 
SERVIÇO 
 
 
CONHECIMENTO OU 
APARECIMENTO DO VÍCIO 
 
 
 
NÃO DURÁVEIS 
 
 
 
30 DIAS 
O critério diferenciador é a durabilidade ou não durabilidade de produtos e serviços. O CDC, inovando, previu algumas 
causas obstativas do prazo decadencial. 
Consulte: art. 26, § 2º 
Uma vez efetuada a reclamação pelo consumidor, abrem-se os prazos para o fornecedor proceder à sanação dos vícios: 
- Vício de adequação do produto: art. 18, § 1º – se o vício não for sanado em até 30 dias, o consumidor poderá escolher 
uma das alternativas abaixo: 
a) A substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; 
b) A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; 
c) O abatimento proporcional do preço. 
* Em todos os casos, a lei garante ao consumidor ser integralmente indenizado. Além disso, a escolha é sempre do 
consumidor, não podendo haver a imposição pelo fornecedor. 
O prazo para sanação poderá ser diminuído ou aumentado, não podendo ser inferior a sete, nem superior a cento e oitenta 
dias. 
 Atenção: neste caso, deverá haver concordância expressa do 
consumidor, conforme art. 18, § 2º. 
- Vício no serviço: não há prazo para sanação, podendo o consumidor exigir imediatamente uma das alternativas do art. 
20. O mesmo ocorre com os vícios de quantidade, conforme art. 19 do CDC. 
Cuidado: o consumidor, encontrando um vício no serviço, não é obrigado a aceitar sua 
reexecução, podendo exigir, de imediato, a devolução dos valores pagos. 
Serviços públicos 
Submetem-se ao CDC. O art. 22 dispõe que os serviços devem ser adequados, eficientes, seguros e os serviços 
essenciais (água, energia, etc.) devem ser contínuos. 
 Atenção: posição do STJ: serviços essenciais podem ser suspensos 
por inadimplemento do consumidor, desde que haja aviso prévio. 
Desconsideração da personalidade jurídica 
Poderá ocorrer sempre que a personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos 
consumidores – desconsideração é diferente de dissolução. O CDC adota a aplicação da teoria menor da desconsideração 
da personalidade jurídica. 
Em se tratando de relação jurídica consumo, em eventual demanda judicial, não precisa haver requerimento da parte, nem 
do Ministério Público para que o juiz desconsidere a personalidade jurídica. 
Consulte: art. 28, § 5º e art. 50 do Código Civil 
 Atenção: o Código Civil também prevê a desconsideração da personalidade jurídica, adotando, contudo, a teoria maior da 
desconsideração. De acordo com o CC, a desconsideração poderá ocorrer nas hipóteses de desvio de finalidade e confusão patrimonial. 
Oferta e apresentação de produtos e serviços 
A apresentação dos produtos e serviços colocados no mercado de consumo deve garantir a plena observância ao direito 
de informação. Assim, a apresentação de um produto, como o seu rótulo, por exemplo, deve ter informações claras sobre 
sua composição, prazo de validade, cuidados com manuseio, entre outras. 
Os fornecedores podem ofertar produtos e serviços através de informações ou anúncios publicitários. 
O CDC estabelece que a oferta vincula o fornecedor, possibilitando ao consumidor exigir, nos termos do art. 35, incisos, o 
cumprimento forçado da obrigação. 
Publicidade: O CDC regrou a publicidade, dos arts. 36 a 38, estabelecendo que: 
- A publicidade deve ser imediatamente identificada como tal. Assim, o CDC proíbe todo tipo de publicidade disfarçada ou 
em forma de peça jornalística, por exemplo. 
- A publicidade não pode ser enganosa: aquela que induza em erro o consumidor sobre características, qualidade, preço, 
quantidade, composição ou outro aspecto sobre o produto ou serviço. 
- A publicidade não pode ser abusiva: aquela que seja discriminatória, que induza o consumidor a ser comportar de forma 
perigosa ou prejudicial à sua saúde ou segurança, que desrespeite valores religiosos ou ambientais, etc. 
- O ônus da correção e veracidade do anúncio publicitário cabe ao anunciante – art. 38 – tratando-se de hipótese de 
inversão legal. 
 
 
Práticas Abusivas 
Práticas abusivas são condutas em desacordo com o sistema de defesa do consumidor e, por este motivo, devendo ser 
banidas do mercado de consumo. 
O CDC previu um rol exemplificativo de práticas consideradas abusivas. 
Consulte: art. 39 
- Venda casada: imposição, na compra de um produto, da compra de outro ou a contratação de um serviço. Como 
exemplo, podemos citar a conduta de bancos ao impor, na concessão de um financiamento, a contratação de um seguro 
ou título de capitalização. 
- Imposição de compra de determinada quantidade de produtos ou contratação de serviços, em desacordo com o desejado 
pelo consumidor. Exemplos comuns: quando da realização de promoções de produtos de primeira necessidade em 
mercados, há a limitação de quantidade de leite que pode ser comprada por cada consumidor. 
- Envio de produto ou prestação de serviço sem solicitação prévia do consumidor: envio de cartões de crédito ou 
renovação de assinaturas de revistas ou jornais sem solicitação do consumidor. 
 Atenção: no caso de envio de produtos ou serviços sem solicitação 
do consumidor, inexiste obrigação de pagamento. 
Consulte: art. 39, § único 
 Atenção: O STJ editou a Súmula 532, segundo a qual envio de cartão de crédito não solicitado é prática abusiva sujeita à 
indenização. Tal entendimento demonstra a extrema vulnerabilidade dos consumidores, sujeitos às práticas abusivas consistente no envio 
de cartões não solicitados e aos prejuízos sofridos em razão do extravio dos cartões que frequentemente caiam nas mãos de terceiros, 
bem como aos perigos do superendividamento causado pelo estímulo à utilização do crédito fácil. 
 - Exigência de vantagem manifestamente excessiva do consumidor, entre outros. 
Orçamento 
O CDC obriga o fornecedor, antes de executar o serviço, a entregar ao consumidor o orçamento, com todas as 
informações que envolverão a prestação do serviço, como preço, materiais que serão utilizados, data de início e término 
dos serviços, entre outros. 
Além disso, caso as partes não acordem de forma diversa, o valor orçado tem validade de 10 dias, contados de sua 
entrega para o consumidor. 
Consulte: art. 40 
Cobrança Indevida 
Ocorrendo a cobrança indevida e respectivo pagamento, o consumidor tem direito à devolução do dobro do que pagou em 
excesso. Importante lembrar a posição do STJ - A condenação ao pagamento da repetição do indébito em dobro somente 
tem aplicação nos casos de comprovada má-fé daquele que logrou receber a quantia indevida. 
Além disso, a cobrança vexatória é considerada infração penal pelo CDC. A lei proíbe aquelas situações, por exemplo, em 
que o consumidor recebe dezenas de ligações em seu trabalho ou é incomodado em horários impróprios e finais de 
semana. 
Consulte: arts. 42, caput e 71 
Bancos de dados e cadastros consumidores 
Não são proibidos, mas recebem limitações pelo CDC. 
Antes da inclusão de seus dados em cadastros de inadimplentes, o consumidor deve ser informado por escrito. Todavia, 
de acordo com entendimento Súmulado pelo STJ, a carta de comunicação dispensa o Aviso de Recebimento (AR). 
Consulte: Súmula 404 do STJ 
O avisode inclusão é de responsabilidade do órgão mantenedor do cadastro, como Serasa, Serviços de Proteção ao 
Crédito - SPCs, Boa Vista Serviços, entre outros. Já a responsabilidade pela exclusão do registro da dívida é do credor, e 
deve acontecer no prazo de cinco dias úteis a partir do integral e efetivo pagamento do débito. 
 Atenção: Súmulas 359 e 548 
O prazo máximo de permanência do nome do consumidor em cadastros de inadimplentes não pode ser superior a cinco 
anos. 
 Atenção: Súmula 323 do STJ 
Consulte: Súmulas 385, 370 e 388 do STJ 
Proteção contratual do consumidor 
Contratos de adesão são definidos como aqueles aos quais o consumidor simplesmente adere não tendo oportunidade de 
modificar substancialmente seu conteúdo. 
São a maioria na sociedade de consumo e, por este motivo, o CDC destinou boa parte de seus artigos à proteção 
contratual do consumidor. 
Dada a sua vulnerabilidade, a interpretação das cláusulas contratuais deve ser sempre favorável ao consumidor. 
Além disso, o consumidor não está obrigado a cumprir o contrato se não tiver conhecimento prévio das condições 
contratuais ou o contrato for redigido de modo a dificultar a compreensão do seu sentido e alcance. 
Consulte: arts. 46 e 47 
Direito de arrependimento 
É possível nas compras de produtos e contratação de serviços realizadas fora do estabelecimento comercial, como, por 
exemplo, por catálogo, porta em porta, telefone, internet, entre outros. 
O prazo para o exercício do direito de arrependimento é de 07 DIAS A CONTAR DA ASSINATURA OU DO ATO DE 
RECEBIMENTO DO PRODUTO OU SERVIÇO. 
 
 
Além disso, todos os valores pagos, a qualquer título, deverão ser devolvidos, monetariamente corrigidos, inclusive frete. 
Consulte: art. 49 
Garantia contratual 
O CDC prevê ainda a garantia contratual. De acordo com a lei, a garantia contratual é complementar à legal, e será 
conferida mediante termo escrito. 
Além disso, no ato da venda, deverão ser entregues ao consumidor o manual de utilização do produto e todas as 
informações sobre no que consiste a garantia contratual e quais os ônus de ficarão a cargo do comprador. 
Consulte: art. 50 
Cláusulas abusivas 
O rol de cláusulas abusivas previsto no art. 51 é exemplificativo. O CDC fulmina de nulidade as cláusulas contratuais 
abusivas, dentre as quais podemos citar aquelas que: 
I - Impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos 
produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor 
e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; 
II - Subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; 
III - Transfiram responsabilidades a terceiros; 
IV - ESTABELEÇAM OBRIGAÇÕES CONSIDERADAS INÍQUAS, ABUSIVAS, QUE COLOQUEM O CONSUMIDOR EM DESVANTAGEM 
EXAGERADA, OU SEJAM INCOMPATÍVEIS COM A BOA-FÉ OU A EQUIDADE, ENTRE OUTRAS. 
Multas de mora: As multas de mora decorrentes do inadimplemento do consumidor nos contratos de consumo não 
poderão ser superiores a 2%. 
Consulte: art. 52, § 1º 
Importante lembrar que é assegurado ao consumidor o direito à liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, 
mediante desconto de juros e demais acréscimos. 
Infrações penais 
No CDC – pena máxima: 2 anos – detenção e/ou multa 
Na Lei 8137/90 (define os crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo) – art. 7º. Pena 
máxima: 5 anos – detenção ou multa 
Consulte: arts. 61 a 80 
Da defesa do consumidor em juízo 
São admitidas todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela. 
Defesa coletiva: direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos – art. 81, I, II, III. 
Os legitimados para propositura das ações coletivas estão elencados no art. 82. 
Nas ações coletivas previstas no CDC, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais ou 
quaisquer outras despesas. 
SÚMULAS STJ 
572 - O Banco do Brasil, na condição de gestor do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), não 
tem a responsabilidade de notificar previamente o devedor acerca da sua inscrição no aludido cadastro, tampouco 
legitimidade passiva para as ações de reparação de danos fundadas na ausência de prévia comunicação. 
566 - Nos contratos bancários posteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008, 
pode ser cobrada a tarifa de cadastro no início do relacionamento entre o consumidor e a instituição financeira. 
565 - A pactuação das Tarifas de Abertura de Crédito (TAC) e de emissão de carnê (TEC), ou outra denominação 
para o mesmo fato gerador, é válida apenas nos contratos bancários anteriores ao início da vigência da 
Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008. 
563 - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não 
incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. 
 Atenção: A Súmula 321 do STJ foi cancelada - O Código de Defesa 
do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de 
previdência privada e seus participantes. 
550 - A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não constitui banco de dados, 
dispensa o consentimento do consumidor, que terá o direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações 
pessoais valoradas e as fontes dos dados considerados no respectivo cálculo. 
548 - Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no 
prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do débito. 
547 - Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento dos valores pagos a título de participação financeira do 
consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o prazo prescricional é de vinte anos na vigência do Código 
Civil de 1916. Na vigência do Código Civil de 2002, o prazo é de cinco anos se houver previsão contratual de 
ressarcimento e de três anos na ausência de cláusula nesse sentido, observada a regra de transição disciplinada 
em seu art. 2.028. 
543 - Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao Código de 
Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador - 
integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o 
comprador quem deu causa ao desfazimento. 
532 - Envio de cartão de crédito não solicitado é prática abusiva sujeita à indenização. 
479 – As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a 
fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. 
477 - A decadência do art. 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter esclarecimentos sobre 
cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários. 
473 – O mutuário do SFH não pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatório com a instituição 
financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicada. 
469 – Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde. 
465 – Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do dever de indenizar 
em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação. 
 
 
412 – A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido 
no Código Civil. 
407 – É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de 
consumo. 
404 – É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de 
seu nome em bancos de dados e cadastros. 
402 – O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais,salvo cláusula expressa de 
exclusão. 
388 – A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. 
387 – É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
385 – Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando 
preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. 
382 – A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade. 
381 – Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas. 
380 - A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do autor. 
370 – Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
359 – Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder 
à inscrição. 
356 - É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa. 
323 - A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito até o prazo máximo 
de cinco anos, independentemente da prescrição da execução. 
302 - É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo à internação hospitalar do segurado. 
285 - Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor, incide a multa moratória nele 
prevista. 
297 - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. 
293 - A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento 
mercantil. 
286 - A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a possibilidade de discussão 
sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores. 
285 - Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor, incide a multa moratória nele 
prevista. 
283 - As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por isso, os juros 
remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura. 
130 - A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veiculo ocorridos em seu 
estacionamento. 
61 - O seguro de vida cobre o suicídio não premeditado. 
 
Referências bibliográficas 
BENJAMIN. Antonio Herman de V. e. Manual de direito do consumidor. Ed. RT. 
MORATO. Antonio Carlos Morato. Pessoa jurídica consumidora. Ed. RT. 
GRINOVER. Ada Pelegrini Grinover. Código brasileiro de defesa do consumidor comentado pelos autores do anteprojeto. Ed. Forense. 
MARQUES. Cláudia Lima. Contratos no código de defesa do consumidor. Ed. RT. 
 
 
 
Questões 
XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – 
BRANCA 
Questão 46. Saulo e Bianca são casados há quinze 
anos e, há dez, decidiram ingressar no ramo das festas 
de casamento, produzindo os chamados “bem-casados”, 
deliciosos doces recheados oferecidos aos convidados 
ao final da festa. Saulo e Bianca não possuem registro 
da atividade empresarial desenvolvida, sendo essa a 
fonte única de renda da família. No mês passado, os 
noivos Carla e Jair encomendaram ao casal uma 
centena de “bem-casados” no sabor doce de leite. A 
encomenda foi entregue conforme contratado, no dia do 
casamento. Contudo, diversos convidados que ingeriram 
os quitutes sofreram infecção gastrointestinal, já que o 
produto estava estragado. A impropriedade do produto 
para o consumo foi comprovada por perícia técnica. Com 
base no caso narrado, assinale a alternativa correta. 
A)O casal Saulo e Bianca se enquadra no conceito de 
fornecedor do Código do Consumidor, pois fornecem 
produtos com habitualidade e onerosidade, sendo que 
apenas Carla e Jair, na qualidade de consumidores 
indiretos, poderão pleitear indenização. 
B)Embora a empresa do casal Saulo e Bianca não esteja 
devidamente registrada na Junta Comercial, pode ser 
considerada fornecedora à luz do Código do 
Consumidor, e os convidados do casamento, na 
qualidade de consumidores por equiparação, poderão 
pedir indenização diretamente àqueles. 
C)O Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao 
caso, sendo certo que tanto Carla e Jair quanto seus 
convidados intoxicados são consumidores por 
equiparação e poderão pedir indenização, porém a 
inversão do ônus da prova só se aplica em favor de 
Carla e Jair, contratantes diretos. 
D)A atividade desenvolvida pelo casal Saulo e Bianca 
não está oficialmente registrada na Junta Comercial e, 
portanto, por ser ente despersonalizado, não se 
enquadra no conceito legal de fornecedor da lei do 
consumidor, aplicando-se ao caso as regras atinentes 
aos vícios redibitórios do Código 
Civil. 
 
Questão 47. Tommy adquiriu determinado veículo junto 
a um revendedor de automóveis usados. Para tanto, fez 
o pagamento de 60% do valor do bem e financiou os 
40% restantes com garantia de alienação fiduciária, junto 
ao banco com o qual mantém vínculo de conta-corrente. 
A negociação transcorreu normalmente e o veículo foi 
entregue. Ocorre que Tommy, alguns meses depois, 
achou que a obrigação assumida estava lhe sendo 
excessivamente onerosa. Procurou então você como 
advogado(a) a fim de saber se ainda assim seria 
possível questionar o negócio jurídico realizado e pedir 
revisão do contrato que Tommy sequer possuía. A esse 
respeito, assinale a afirmativa correta. 
A)A questão versa sobre alienação fiduciária em garantia 
que transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse 
indireta do bem alienado, não havendo aplicabilidade do 
Código de Defesa do Consumidor e, portanto, nem o 
pedido de revisão na hipótese, haja vista que a questão 
jurídica está submetida unicamente à leitura da norma 
geral civil, sem a inversão do ônus da prova. 
B)A questão comporta aplicação do CDC, mas para 
propor ação revisional, a parte deve ingressar com 
medida cautelar preparatória de exibição de 
documentos, sob pena de extinção da medida cognitiva 
revisional por falta de interesse de agir. 
C)A questão versa sobre alienação fiduciária em 
garantia, que transfere para o devedor a posse direta do 
bem, tornando-o depositário, motivo pelo qual a questão 
jurídica rege-se exclusivamente pelas regras impostas 
pelo Decreto-lei nº 911, de 1969, que estabelece normas 
de processo sobre alienação fiduciária. 
D)A questão comporta aplicação do CDC, e a ação 
revisional pode ser proposta independentemente de 
medida cautelar preparatória de exibição de 
documentos, já que o pleito de exibição do contrato 
poderá ser formulado incidentalmente e nos próprios 
autos. 
 
XVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – 
BRANCA 
Questão 46. Dulce, cinquenta e oito anos de idade, 
fumante há três décadas, foi diagnosticada como 
portadora de enfisema pulmonar. Trata-se de uma 
doença pulmonar obstrutiva crônica caracterizada pela 
dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, que causa 
a perda da capacidade respiratória e uma consequente 
oxigenação insuficiente. Em razão do avançado estágio 
da doença, foi prescrito como essencial o tratamento de 
suplementação de oxigênio. Para tanto, Joana, filha de 
Dulce, adquiriu para sua mãe um aparelho respiratório 
na loja Saúde e Bem-Estar. Porém, com uma semana de 
uso, o produto parou de funcionar. Joana procurou 
imediatamente a loja para substituição do aparelho, 
oportunidade na qual foi informada pela gerente que 
deveria aguardar o prazo legal de trinta dias para 
conserto do produto pelo fabricante. Com base no caso 
narrado, em relação ao Código de Proteção e Defesa do 
Consumidor, assinale a afirmativa correta. 
A)Está correta a orientação da vendedora. Joana deverá 
aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto e, 
caso não seja sanado o vício, exigir a substituição do 
produto, a devolução do dinheiro corrigido 
monetariamente ou o abatimento proporcional do preço. 
B)Joana não é consumidora destinatária final do produto, 
logo tem apenas direito ao consertodo produto durável 
no prazo de noventa dias, mas não à devolução da 
quantia paga. 
C)Joana não precisa aguardar o prazo legal de trinta 
dias para conserto, pois tem direito de exigir a 
substituição imediata do produto, em razão de sua 
essencialidade. 
D)Na impossibilidade de substituição do produto por 
outro da mesma espécie, Joana poderá optar por um 
modelo diverso, sem direito à restituição de ventual 
diferença de preço, e, se este for de valor maior, não 
será devida por Joana qualquer complementação. 
 
Questão 47. Hugo colidiu com seu veículo e necessitou 
de reparos na lataria e na pintura. Para tanto, procurou, 
por indicação de um amigo, os serviços da Oficina 
Mecânica M, oportunidade na qual lhe foi ofertado 
orçamento escrito, válido por 15 (quinze) dias, com o 
valor da mão de obra e dos materiais a serem utilizados 
na realização do conserto do automóvel. Hugo, na 
certeza da boa indicação, contratou pela primeira vez 
com a Oficina. Considerando as regras do Código de 
Proteção e Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa 
correta. 
A)Segundo a lei do consumidor, o orçamento tem prazo 
de validade obrigatório de 10 (dez) dias, contados do 
seu recebimento pelo consumidor Hugo. Logo, no caso, 
somente durante esse período a Oficina Mecânica M 
estará vinculada ao valor orçado. 
B)Uma vez aprovado o orçamento pelo consumidor, os 
contraentes estarão vinculados, sendo correto afirmar 
que Hugo não responderá por quaisquer ônus ou 
acréscimos no valor dos materiais orçados; contudo, ele 
poderá vir a responder pela necessidade de contratação 
de terceiros não previstos no orçamento prévio. 
 
 
C)Se o serviço de pintura contratado por Hugo 
apresentar vícios de qualidade, é correto afirmar que ele 
terá tríplice opção, à sua escolha, de exigir da oficina 
mecânica: a reexecução do serviço sem custo adicional; 
a devolução de eventual quantia já paga, corrigida 
monetariamente, ou o abatimento do preço de forma 
proporcional. 
D)A lei consumerista considera prática abusiva a 
execução de serviços sem a prévia elaboração de 
orçamento, o que pode ser feito por qualquer meio, oral 
ou escrito, exigindo-se, para sua validade, o 
consentimento expresso ou tácito do consumidor. 
 
XIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – 
BRANCA 
Questão 46. Amadeu, aposentado, aderiu ao plano de 
saúde coletivo ofertado pelo sindicato ao qual esteve 
vinculado por força de sua atividade laborativa por mais 
de 30 anos. Ao completar 60 anos, o valor da 
mensalidade sofreu aumento significativo (cerca de 
400%), o que foi questionado por Amadeu, a quem os 
funcionários do sindicato explicaram que o aumento 
decorreu da mudança de faixa etária do aposentado. A 
respeito do tema, assinale a afirmativa correta. 
A)O aumento do preço é abusivo e a norma 
consumerista deve ser aplicada ao caso, mesmo em se 
tratando de plano de saúde coletivo e, principalmente, 
que envolva interessado com amparo legal no Estatuto 
do Idoso. 
B)O aumento do preço é legítimo, tendo em vista que o 
idoso faz maior uso dos serviços cobertos e o equilíbrio 
contratual exige que não haja onerosidade excessiva 
para qualquer das partes, não se aplicando o CDC à 
hipótese, por se tratar de contrato de plano de saúde 
coletivo envolvendo pessoas idosas. 
C)O aumento do valor da mensalidade é legítimo, uma 
vez que a majoração de preço é natural e 
periodicamente aplicada aos contratos de trato 
continuado, motivo pelo qual o CDC autoriza que o 
critério faixa etária sirva como parâmetro para os 
reajustes econômicos. 
D)O aumento do preço é abusivo, mas o microssistema 
consumerista não deve ser utilizado na hipótese, sob 
pena de incorrer em colisão de normas, uma vez que o 
Estatuto do Idoso estabelece a disciplina aplicável às 
relações jurídicas que envolvam pessoa idosa. 
 
Questão 47. Antônio desenvolve há mais de 40 anos 
atividade de comércio no ramo de hortifrúti. Seus 
clientes chegam cedo para adquirir verduras frescas 
entregues pelos produtores rurais da região. Antônio 
também vende no varejo, com pesagem na hora, grãos e 
cereais adquiridos em sacas de 30 quilos, de uma marca 
muito conhecida e respeitada no mercado. Determinado 
dia, a cliente Maria desconfiou da pesagem e fez a 
conferência na sua balança caseira, que apontou 
suposta divergência de peso. Procedeu com a imediata 
denúncia junto ao Órgão Oficial de Fiscalização, que 
confirmou que o instrumento de medição do comerciante 
estava com problemas de calibragem e que não estava 
aferido segundo padrões oficiais, gerando prejuízo aos 
consumidores. A cliente denunciante buscou ser 
ressarcida pelo vício de quantidade dos produtos. Com 
base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta. 
A)Trata-se de responsabilidade civil solidária, podendo 
Maria acionar tanto o comerciante quanto os produtores. 
B)Trata-se de responsabilidade civil subsidiária, pois o 
comerciante só responde se os demais fornecedores 
não forem identificados. 
C)Trata-se de responsabilidade civil exclusiva do 
comerciante, na qualidade de fornecedor imediato. 
D)Trata-se de responsabilidade civil objetiva, motivo pelo 
qual inexistem excludentes de responsabilidade. 
 
XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – 
BRANCA 
Questão 46. 
Marieta firmou contrato com determinada sociedade 
empresária de gêneros alimentícios para o fornecimento 
de produtos para a festa de 15 anos de sua filha. O 
pagamento deveria ter sido feito por meio de boleto, mas 
a obrigação foi inadimplida e a sociedade empresária 
fornecedora de alimentos, observando todas as regras 
positivadas e Sumulares cabíveis, procedeu com a 
anotação legítima e regular do nome de Marieta no 
cadastro negativo de crédito. Passados alguns dias, 
Marieta tentou adquirir um produto numa loja de 
departamentos mediante financiamento, mas o crédito 
lhe foi negado, motivo pelo qual a devedora providenciou 
o imediato pagamento dos valores devidos à sociedade 
empresária de gêneros alimentícios. Superada a 
condição de inadimplente, Marieta quer saber como 
deve proceder a fim de que seu nome seja excluído do 
cadastro negativo. A respeito do fato apresentado, 
assinale a afirmativa correta. 
A)A consumidora deve enviar notificação à sociedade 
empresária de gêneros alimentícios informando o 
pagamento integral do débito e requerer que a mesma 
providencie a exclusão da negativação, o que deve ser 
feito em até vinte e quatro horas. 
B)A consumidora deve se dirigir diretamente ao órgão de 
cadastro negativo, o que pode ser feito por meio de 
procuração constituindo advogado, e solicitar a exclusão 
da negativação, ônus que compete ao consumidor. 
C)Após a quitação do débito, compete à sociedade 
empresária de gêneros alimentícios solicitar a exclusão 
do nome de Marieta do cadastro negativo, no prazo de 
cinco dias a contar do primeiro dia útil seguinte à 
disponibilização do valor necessário para a quitação do 
débito. 
D)Marieta deverá comunicar a quitação diretamente ao 
órgão de cadastro negativo e, caso não seja feita a 
exclusão imediata, a consumidora poderá ingressar em 
juízo pleiteando indenização apenas, pois a hipótese e 
comporta exclusivamente sanção civil. 
 
Questão 47. Heitor agraciou cinco funcionários de uma 
de suas sociedades empresárias, situada no Rio Grande 
do Sul, com uma viagem para curso de treinamento 
profissional realizado em determinado sábado, de 9h às 
15h, numa cidade do Uruguai, há cerca de 50 minutos 
de voo. Heitor custeou as passagens aéreas, translado e 
alimentação dos cinco funcionários com sua própria 
renda, integralmente desvinculada da atividade 
empresária. Ocorre que houve atraso no voo sem 
qualquer justificativa prestada pela companhia aérea. Às 
14h, sem previsão de saída do voo, todos desistiram do 
embarque e perderam o curso de treinamento. Nesse 
contexto é corretoafirmar que, 
A)por se tratar de transporte aéreo internacional, para o 
pedido de danos extrapatrimoniais não há incidência do 
Código de Defesa do Consumidor e nem do Código Civil, 
que regula apenas Contrato de Transporte em território 
nacional, prevalecendo unicamente as Normas 
Internacionais. 
B)ao caso, aplica-se a norma consumerista, sendo que 
apenas Heitor é consumidor por ter custeado a viagem 
com seus recursos, mas, como ele tem boas condições 
financeiras, por esse motivo, é consumidor não 
enquadrado em condição de vulnerabilidade, como tutela 
o Código de Defesa do Consumidor. 
 
 
C)embora se trate de transporte aéreo internacional, há 
incidência plena do Código de Defesa do Consumidor 
para o pedido de danos extrapatrimoniais, em detrimento 
das normas internacionais e, apesar de Heitor ter boas 
condições financeiras, enquadra-se na condição de 
vulnerabilidade, assim como os seus funcionários, para o 
pleito de reparação. 
D)por se tratar de relação de Contrato de Transporte 
previsto expressamente no Código Civil, afasta-se a 
incidência do Código de Defesa do Consumidor e, por 
ter ocorrido o dano em território brasileiro, afastam-se as 
normas internacionais, sendo, portanto, hipótese de 
responsabilidade civil pautada na comprovação de culpa 
da companhia aérea pelo evento danoso. 
 
XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – 
BRANCA SALVADOR 
Questão 46. Inês, pretendendo fazer pequenos reparos 
e manutenção em sua residência, contrai empréstimo 
com essa finalidade. Ocorre que, desconfiando dos 
valores pagos nas prestações, procura orientação 
jurídica e ingressa com ação revisional de cédula de 
crédito bancário, questionando a incidência de juros 
remuneratórios, ao argumento de serem mais altos que 
a média praticada no mercado. Requereu a inversão do 
ônus da prova e, ao final, a procedência do pedido para 
determinar a declaração de nulidade da cláusula. A 
respeito desta situação, é correto afirmar que o Código 
de Defesa do Consumidor 
A)não é aplicável na relação jurídica entre Inês e a 
instituição financeira, motivo pelo qual o questionamento 
deve seguir a ótica dos direitos obrigacionais previstos 
no Código Civil, o que inviabiliza a inversão do ônus da 
prova. 
B)é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição 
financeira, cabível a inversão do ônus da prova, se 
preenchidos os requisitos legais e, em caso de nulidade 
da cláusula, todo contrato será declarado nulo, tendo em 
vista que prática abusiva é questão de ordem pública. 
C)é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição 
financeira, cabível a inversão do ônus da prova caso a 
consumidora comprove preenchimento dos requisitos 
legais, sendo certo que a declaração de nulidade da 
cláusula não invalida o contrato, salvo se importarem 
ônus excessivo para o consumidor, apesar dos esforços 
de integração. 
D)não é aplicável na relação jurídica entre Inês e a 
instituição financeira, motivo pelo qual o questionamento 
orienta-se pela norma especial de direito bancário, em 
prejuízo da inversão do ônus da prova pleiteado, ainda 
que formalmente estivessem cumpridos os requisitos 
legais. 
 
Questão 47. Florinda, assistindo a um canal de TV 
fechada, interessou-se por um produto para exercícios 
físicos. Acompanhando a exposição de imagens, sentiu-
se atraída pela forma de “pagamento sem juros, 
podendo ser parcelado em até doze vezes”. Ao telefonar 
para a loja virtual, foi informada de que o parcelamento 
sem juros limitava-se a duas prestações. Além disso, a 
ligação tarifada foi a única forma de Florinda obter as 
informações a respeito do valor do produto, já que o site 
da fornecedora limitava-se a indicar o que já estava no 
anúncio de TV. Sentindo-se enganada por ter sido 
obrigada a telefonar pagando a tarifa, bem como por ter 
sido induzida a acreditar que o pagamento poderia ser 
parcelado em doze vezes sem juros, Florinda procurou 
um advogado. Assinale a opção que apresenta a 
orientação dada pelo advogado. 
A)Há publicidade enganosa somente em razão da 
obscuridade quanto ao parcelamento sem juros, não 
havendo abusividade quanto à necessidade de ligação 
tarifada para obtenção de informação a respeito de valor 
e formas de pagamento. 
B)Não há publicidade enganosa na situação narrada, na 
medida em que essa deve se dar por conduta ativa do 
fornecedor, não havendo previsão para a modalidade 
omissiva. 
C)Inexiste publicidade enganosa, na medida em que as 
informações sobre o produto foram claras. Quanto ao 
preço e à forma de pagamento, essas somente devem 
ser passadas àqueles que se interessam pelo produto. 
D)Há publicidade enganosa por omissão quanto ao 
preço e à forma de pagamento, que não foram 
fornecidos de forma clara para o consumidor, bem como 
caracterizou-se abuso a imposição do ônus da ligação 
tarifada à consumidora que buscava obter tais 
informações. 
 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – 
BRANCA 
 
Questão 46. A Pizzaria X fez publicidade comparando a 
qualidade da sua pizza de mozarela com a da Pizzaria 
Y, descrevendo a quantidade de queijo e o crocante das 
bordas, detalhes que a tornariam mais saborosa do que 
a oferecida pela concorrente. Além disso, disponibiliza 
para os consumidores o bônus da entrega de pizza pelo 
motociclista, em até 30 minutos, ou a dispensa do 
pagamento pelo produto. A respeito do narrado, assinale 
a afirmativa correta. 
A)A publicidade comparativa é expressamente vedada 
pelo Código de Defesa do Consumidor, que, entretanto, 
nada disciplina a respeito da entrega do produto por 
motociclista em período de tempo ou dispensa do 
pagamento. 
B)A promessa de dispensa do pagamento pelo 
consumidorcomo forma de estímulo à prática de 
aumento da velocidade pelo motociclista é vedada por lei 
especial, enquanto a publicidade comparativa é 
admitida, respeitados os critérios do CDC e as proteções 
dispostas em normas especiais que tutelam marca e 
concorrência. 
C)A dispensa de pagamento, em caso de atraso na 
entrega do produto por motociclista, é lícita, mas a 
publicidade comparativa é expressamente vedada pelo 
Código de Defesa do Consumidor e pela legislação 
especial. 
D)A publicidade comparativa e a entrega de produto por 
motociclista em determinado prazo ou a dispensa de 
pagamento, por serem em benefício do consumidor, 
embora não previstos em lei, são atos lícitos, conforme 
entendimento pacífico da jurisprudência. 
 
Questão 47. O Banco X enviou um cartão de crédito 
para Jeremias, com limite de R$ 10.000,00 (dez mil 
reais), para uso em território nacional e no exterior, 
incluindo seguro de vida e acidentes pessoais, bem 
como seguro contra roubo e furto, no importe total de R$ 
5,00 (cinco reais) na fatura mensal, além da anuidade de 
R$ 400,00 (quatrocentos reais), parcelada em cinco 
vezes. Jeremias recebeu a correspondência contendo 
um cartão bloqueado, o contrato e o informativo de 
benefícios e ônus. Ocorre que Jeremias não é cliente do 
Banco X e sequer solicitou o cartão de crédito. Sobre a 
conduta da instituição bancária, considerando a situação 
narrada e o entendimento do STJ expresso em Súmula, 
assinale a afirmativa correta. 
A)Foi abusiva, sujeitando-se à aplicação de multa 
administrativa, que não se destina ao consumidor, mas 
não há ilícito civil indenizável, tratando-se de mero 
 
 
aborrecimento, sob pena de se permitir o enriquecimento 
ilícito de Jeremias. 
B)Foi abusiva, sujeita à advertência e não à multa 
administrativa, salvo caso de reincidência, bem como 
não gera ilícito indenizável, por não ter havido dano 
moral in re ipsa na hipótese, salvo se houvesse extravio 
do cartão antes de ser entregue a Jeremias. 
C)Foi abusiva e constitui ilícito indenizável em favor de 
Jeremias, mesmo sem prejuízo comprovado, em razão 
da configuração de dano moral in re ipsa na hipótese,que pode ser cumulada com a aplicação de multa 
administrativa, que não será fixada em favor do 
consumidor. 
D)Não foi abusiva, pois não houve prejuízo ao 
consumidor a justificar multa administrativa e nem 
constitui ilícito indenizável, na medida em que o 
destinatário pode desconsiderar a correspondência, não 
desbloquear o cartão e não aderir ao contrato. 
 
Gabarito 
 46 47 
XVII B D 
XVIII C C 
XIX A C 
XX C C 
XX Salvador C D 
XXI B C

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