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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TERESINA – CET
EDILEUZA FREITAS SANTOS
MATRÍCULA 17116112
A TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍIDCA
Produção textual apresentada ao Curso de Direito da Faculdade de Tecnologia de Teresina-CET, como requisito para obtenção de nota, relativa ao 1º Período da Turma DP07, sob a orientação da Professora Verônica Formiga.
Teresina
2017
A TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
A argumentação faz parte do mundo jurídico, da própria essência do Direito, pois todas as partes que atuam no processo apresentam seus argumentos, seja para convencer ou para motivar determinado entendimento.
É sabido que o direito e argumentação caminham em linhas paralelas, ao passo que o direito é considerado por muitos a arte do convencimento, dada a grande importância de se trabalhar a argumentação jurídica com enfoque relacionado à aplicação de um direito que atinja as necessidades sociais.
Assim, podemos conceituar argumentação como a atividade de fornecer razões para a defesa de um ponto de vista, pois, o exercício da justificação de determinada tese ou conclusão, tem como elementos fundamentais: a linguagem, as premissas, que atuam como ponto de partida e as regras que orientam a passagem das premissas à conclusão, coincidindo com os âmbitos da argumentação jurídica, quais sejam: produção, aplicação e dogmática jurídica.
Pelo exposto, a teoria da argumentação jurídica perpassa a ideia de que o Direito é basicamente linguagem, seja do ponto de vista das normas vertidas na linguagem natural, seja do ponto de vista dos símbolos e rituais que o compõem. A linguagem natural, que utilizamos diariamente, é vaga e ambígua, ou seja, ela nunca traz consigo certeza absoluta nas suas significações. Ela requer sempre interpretação.
Interpretar as normas jurídicas é a primeira tarefa de todo operador jurídico. Dessa constatação é que podemos analisar como se constitui uma teoria da argumentação jurídica, quais os instrumentos que são utilizados por ela, procurando compreender como se desenvolvem as práticas judiciais (análise da prova, busca da verdade real, construção da sentença), o processo decisório dos conflitos, a elaboração das teorias dogmáticas e o papel do operador jurídico nestes procedimentos.
Considerando que a interpretação dos princípios constitucionais admite diversos resultados, vez que, ao contrário das regras, não são mandamentos de definição nem se aplicam por subsunção, a análise da argumentação ganha relevo para propiciar o controle da racionalidade das decisões judiciais.
A argumentação jurídica desenvolveu-se, notadamente, no final do século passado, citando-se como expoentes Aarnio (1987), Alexy (1978), MacCormick (1978), Peczenik (1984) e Wróblewsky (1974). Por via destes, existem diversas teorias acerca dos parâmetros que a argumentação deve observar para ser considerada válida, variando os critérios de acordo com o autor, ante a ausência de consenso doutrinário. Aqui, exponho os três parâmetros elementares de controle de argumentação sistematizados pelo Ministro Luís Roberto Barroso, em razão da sua simplicidade e utilidade quando da utilização da técnica de ponderação.
1º) A argumentação jurídica deve apresentar fundamentos normativos. O intérprete deve indicar elementos da ordem jurídica, mesmo que implícitos, aptos a respaldar sua decisão. Logo, não basta o bom senso e o sentido de justiça pessoal, pois é necessário um referendo jurídico à sua posição. 
Este primeiro parâmetro decorre da própria ideia de Estado de Direito, pois apenas por meio da lei o Poder Judiciário pode impor coativamente determinada conduta a alguém. Logo, a argumentação jurídica deve manter e reforçar seu caráter jurídico – não se trata apenas de uma argumentação lógica ou moral. Por conseguinte, a priori, um conflito normativo deve ser resolvido em prol da solução que apresente o maior número de normas jurídicas em seu arcabouço, ou seja, que apresente maior suporte jurídico. 
Vale ressaltar que apenas será possível controlar a argumentação do intérprete se houver uma argumentação explicitamente declinada. 
2º) A argumentação jurídica deve preservar a integridade do sistema. O intérprete deve ter compromisso com a unidade, com a continuidade e com a coerência da ordem jurídica, o que decorre dos princípios instrumentais da unidade e do efeito integrador, mencionados de pórtico. 
Ademais, o intérprete deve atentar para os precedentes e evitar mudanças bruscas e não fundamentadas de entendimento. O respeito à jurisprudência é uma forma de promover segurança jurídica e de resguardar a isonomia, embora autorizadas vozes se insurjam contra a possível fossilização da atividade criativa da jurisdição. Nessa linha, o novo Código de Processo Civil atribui expressiva força aos precedentes dos tribunais, que não podem ser livremente ignorados pelo juiz em nome da sua convicção e independência. 
3º) A argumentação deve ser principialista. Exige-se rigor técnico na atividade de argumentação, a qual deve observar os princípios específicos de interpretação constitucional, bem como os princípios materiais propriamente ditos, que trazem em si a carga ideológica, axiológica e finalística da ordem constitucional. 
Dessa forma, entre várias soluções igualmente plausíveis, o intérprete deverá percorrer o caminho ditado pelos princípios instrumentais e realizar, tanto quanto seja possível, de acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas existentes, o estado ideal pretendido pelos princípios materiais.
O intérprete constitucional não pode isolar-se no mundo jurídico, desconectando-se da realidade e das consequências práticas de sua atuação. No exercício de sua atividade, deverá encontrar um equilíbrio entre a prescrição normativa, os valores a serem concretizados e os efeitos da decisão sobre a realidade. É preciso evitar situações extremas: juízes e tribunais não podem se valer de uma argumentação visando apenas às consequências práticas de suas decisões – ao contrário, devem guardar obediência aos valores e princípios constitucionais que lhes cabe concretizar. Por outro lado, o juiz constitucional não pode ser um jurista frio e indiferente à repercussão de sua atuação sobre o mundo real, sobre as instituições, o Estado e as pessoas. 
Além da questão exposta acima, outros dois problemas que têm ocupado os estudiosos da argumentação jurídica envolvem exatamente a seleção das normas e dos fatos que serão considerados em uma determinada situação. Sabe-se que, na prática, durante o julgamento de determinado caso complexo, alguns fatos são considerados relevantes, enquanto outros são ignorados. Que critérios levam o intérprete a dar relevância jurídica a alguns eventos e ignorar outros? Como evitar que esta seleção decorra de ideologias pessoais, considerando que é ultrapassado o ideal utópico de juiz neutro? 
Também a seleção das normas aplicáveis nem sempre é tarefa simples. A pergunta aqui pode ser formulada nos seguintes termos: que normas são pertinentes ao caso? Quais princípios estão aparentemente em conflito?
Como se percebe, o controle da racionalidade do discurso jurídico suscita questões diversas, complexas e sutis, que se agravam na proporção da liberdade concedida a quem interpreta. Em sede de interpretação constitucional, a argumentação assume, muitas vezes, um papel decisivo no controle das decisões judiciais, pois o caráter aberto dos princípios e os conceitos indeterminados conferem ao intérprete elevado grau de subjetividade.
Contudo, observa Uadi Lammêgo Bulos (2010,  p.438):
“Embora merecedora de aplausos, a teoria não conseguiu decifrar o indecifrável: o que se passa na mente do intérprete.
Por mais que se busquem decisões judiciais “seguras” ou “corretas”, jamais será possível desvendar por que existem vereditos contraditórios sobre um mesmo assunto, proferidos por um mesmo juiz, com base em fatos e elementos normativos idênticos. 
O motivo é simples: a interpretação jurídica é o reencontro gradual doespírito humano consigo próprio.”
Não obstante as profundas ponderações do grande constitucionalista, é pacífico que a demonstração lógica e adequada do raciocínio desenvolvido revela-se imprescindível para a legitimidade da decisão proferida, permitindo seu controle e revisão pelos jurisdicionados.
Pelo exposto, pode-se afirmar que a prática jurídica consiste, fundamentalmente, em argumentar e, portanto, o bom operador do direito é aquele capaz de construir bons argumentos e manejá-los com habilidade. Entretanto, a argumentação jurídica é tarefa que não prescinde estudo, reflexão, conhecimento da lógica e da técnica jurídica.
No Estado Democrático de Direito, o jurista deve assumir o papel de argumentador crítico, não apenas de aplicador da lei, sendo necessária a utilização da argumentação jurídica por um enfoque preferencialmente substancial em relação ao seu conteúdo com observância ao caráter sistemático e científico.
Para que seja vivenciada uma realidade jurídica, pautada numa constituição respaldada nos direitos fundamentais e sociais, a argumentação jurídica deve ser explorada para vencer lacunas, proibições e omissões.

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