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FILOSOFIA DO DIREITO UMC 2016 FILOSOFIA DO DIREITO “Filosofia do Direito é segundo Miguel Reale expressão que surge no século XIX, na obra de Hegel.” GRÉCIA ANTIGA LINHA DO TEMPO Grécia Homérica Grécia Arcaica Grécia Clássica XVI XII IX VII V a.C. ----------------I-----------------------I-------------------------------I----------------------I---------------------I----------------- Ilha de Creta Micemas Idade das Trevas Comércio/ Cidades Sócrates Homero Filósofos Platão Invasões Dóricas: Eríneas - Ilíada Pré-Socráticos: Aristóteles - Esparta - Odisséia -Tales Sófocles - Édipo/ Antígona Ésquilo - Coéforas Como nascem as primeiras reflexões jurídicas entre os Gregos: - Na ilha de Creta surgiu a primeira civilização grega; - Em XVI a.C. um grupo organizado chamado Micenicos dominou a civilização grega, tornando-se os Micenas; - Outro grupo chamado Dórico invadiu Creta e dominou os Micenicos; - Os Dóricos criaram Esparta; - De XII a IX, A Grécia deixou de ter um Estado, tornou-se repleta de vilas rurais com pequenas civilizações de camponeses analfabetos, sem a prática da escrita. Fase conhecida como Idade das Trevas; - A partir de IX a Grécia começa a se desenvolver novamente; - Surgem grandes filósofos como Hegel e Nietzsele; - Homero foi o maior filósofo do séc. IX, relatando sobre a Guerra de Tróia em suas obras Ilíada e Odisséia. Obs.: Na obra de Homero encontramos manifestações do direito grego arcaico. é na obra de Sófocles e Ésquilo que teríamos as primeiras reflexões sobre a natureza e a justiça das leis. “As primeiras reflexões jurídicas não estavam nos filósofos, mas sim nas tragédias gregas (Homero, Sófocles, Ésquilo).” – Nietzsele e Hegel HOMERO – Ilíada: - Relata a vitória dos Gregos sob Tróia: “A guerra de Tróia, entre gregos e troianos, durou aproximadamente 10 anos. Aconteceu por causa do rapto da princesa grega Helena (esposa do Rei Meclau). O príncipe troiano, chamado Paris, foi à Esparta, apaixonou-se por Helena e a raptou. Com o rapto de sua esposa, o rei ficou enfurecido e fez com que os guerreiros gregos, que haviam jurado proteger Helena, organizassem um exército, comandato pelo general Agammênon. O cerco à Troia durou 10 anos. Vários soldados foram mortos, inclusive Aquiles (após ser atingido em seu único ponto fraco: o calcanhar). O conflito terminou após a execução do grande plano do guerreiro Ulisses, o mais esperto e inteligente homem grego. Sua ideia foi presentear os troianos com um grande cavalo de madeira, dizendo que os inimigos estavam desistindo da guerra e que o cavalo era um presente de paz. Os troianos aceitaram e conduziram o cavalo para dentro da cidade. Durante a noite os soldados que estavam dentro do cavalo atacaram a cidade, abrindo os portões para que outros guerreiros entrassem e destruíssem Tróia.” HOMERO - Odisséia - Relata a história de Ulisses; “Ulisses não retorna da guerra de Tróia, mesmo apões seu término. Muitos eram os pretendentes de sua esposa Penélope. Enquanto sua esposa é importunada por homens, Ulisses luta contra ciclopes, sereias e monstros marinhos. Assim perde suas embarcações e amigos, e chega a Ilha de Calipso, onde permanecesse por sete anos. Atena, a deusa da Guerra, estimula o filho de Ulisses a proteger sua mãe contra tais pretendentes, e ele sai a procura de seu pai, mas não o encontra. Enquanto isso, os pretendentes continuam em sua casa. Os deuses se reúnem na Assembleia após atender o pedido de Atena. Zeus dá o encargo a Hermes de ordenar a Calipso que permita que Ulisses parta. Ulisses então constrói uma jangada e enquanto navega é atacado por uma tempestade. Após o susto acorda em uma ilha e recebe a ajuda de Nausica, filha do rei Alcino, que o ajuda a retornar a Itaca. Ele chega a sua terra disfarçado de mendigo. Seu filho o reconhece, porém é desprezado no palácio, pois nem mesmo Penélope o reconhece. Um banquete é preparado para disputar Penélope que promete casar com aquele que fosse capaz de acertar o arco de Ulisses arremessando a flecha que deve passar por doze machados. Porém só Ulisses consegue fazê-lo, quanto está disfarçado de mendigo, e assim massacra os pretendentes. Suas almas são conduzidas por Hermes ao inferno e então Penélope reconhece seu marido”. M. FOUCAULT - A verdade e as formas jurídicas - Nesta obra Foucault passa a ideia de que a justiça só é feita pelos Deuses, ou seja, a justiça não é feita pelos homens, ideia que se encontra em Ilíada de Homero. Esta ideia também retorna durante a Idade Média. FILÓSOFOS GREGOS (HOMERO, SÓFOCLES e ÉSQUILO) - Sófocles em sua obra Édipo relata que Édipo era um homem condenado pela profecia de que iria matar seu pai, casar com sua mãe e acabar com a cidade de Tebas. Nesta obra, diferente de Homero, Sófocles afirma/ transmite a ideia de que a justiça só é feita pelo homem. HOMERO x SÓFOCLES - Ordálio - Procedimento por inquérito Por que a ideia de justiça muda entre Homero e Sófocles? - O grego da Grécia Clássica não se sente “menor” como os gregos durante a Idade das Trevas, pois eles acreditam que são os criadores da Justiça, já que fizeram o comércio, a escrita, as ciades, etc. Obs.: O autor Werner Jaeger em “Paideia” acredita que Homero não existiu. SÓFOCLES - ÉDIPO CIDADES DE TEBAS ÉDIPO JOCASTA Etéocles Polinice Antigona Ismênia tio Creonte filho de Hemon casa-se com “A história da Antígona é umas das maiores reflexões sobre o Direito” – Hegel Nesta história, Antígona representa o Direito Natural e Creonte o Direito Positivo. Qual direito prevalece? - O Direito Natural (a lei dos deuses). ÉSQUILO – Coéforas matam Agamêmnon amante Agamêmnon (grego) Clitemmestra amante Egisto Cassandra Oreste Ifigênia ---casaria com---- Aquiles (maior deus grego) Mata Egisto Mentira: Eríneas x Apolo - Pai joga a filha no mar como promessa p/ Poseidon. *Atenas (Minerva) (contra Oreste) Eríneas x Apolo (a favor de Oreste) TRIBUNAL pressionam Oreste a matar *Voto de Minerva e depois condenam-o a morte Grécia da Idade das Trevas -> Rural; Procedimento Ordálio. Grécia Clássica -> Comercial; Procedimento de Inquéritos/ Tribunal. Positivismo -> Direito = Lei Comparato -> Direito = Justiça -> “O Direito possui um significado maior do que apenas o modelo do Positivismo”. GRÉCIA CLÁSSICA – V a.C. - “Sócrates não está em seu gabinete contemplando o próprio livro, ele está na praça pública”. - Pregava o conhecimento democrático, fazendo apenas pessoas pensarem “por elas mesmas”. - Sócrates foi condenado à morte por “corromper a juventude e introduzir novos deuses”. E assim morreu envenenado em Atenas, sua terra natal. PLATÃO (platho – sujeito forte) - Foi discípulo de Sócrates. Fundou a Academia de Atenas (que durou 800 anos). - Escreveu O Mito da Caverna, O Banquete, O Mito de Er, O Anel de Giges. SÓCRATES X PLATÃO - Utilizava a conversa - Escreveu livros: A República (livro VII) - Não-elitista O Mito da Caverna - Fundou uma Academia - Nobre/ Elitista O Mito da Caverna - Mundo Físico (Terra)/ Mundo das Sombras -> “Tudo se corrompe”; Imperfeição. - Mundo da Metafísica (das ideias/ formas) -> Perfeição; Verdade; Justiça.*Reflexão: “A Perfeição enquanto Verdade Metafísica (Platônica)” - “Existe verdade e esta verdade é a Metafísica”. Obs.: O Cristianismo aderiu a este modelo. “A Justiça perfeita está no mundo das ideias” “Quem deve fazer leis? Apenas aqueles que têm conhecimento, que enxergam a verdade.” “Quem deve governar? Um filósofo”. - Platão O Banquete - “Governar significa saber lidar com os desejos”; “O homem nunca está satisfeito”. - Tem um diálogo chamado Aristófanes. Ele “coloca as palavras na boca de Aristófanes”. Aristófanes conta o Mito de Andrógeno. - Fala sobre estar completo no universo, governo e política. Mito de Andrógeno: “Andrógeno tinha 4 braços, 2 sexos e era redondo. Porém, era superior ao homem fisicamente. Os Andrógenos foram ao Monte Olimpo falar com Zeus para tirar dúvidas sobre o Universo. Mas Zeus se revoltou e cortou o Andrógeno no meio, formando, assim, o homem”. Platão - República: Livro I – O Mito da Caverna Livro II – O Anel de Giges Livro III – O Mito de Er O Anel de Giges (história contada por Sofistas): - “Giges achou um anel em um homem morto e descobriu que sempre que colocava o anel ficava invisível”. - Justiça é uma questão de aparência; é relativa (depende do lugar). Você não precisa ser justo, apenas aparentar. O importante é a retórica/ argumentação/ convencer. ATENAS Sofistas x Aristóteles, Platão e Sócrates Obs.: Platão se contrapõe aos Sofistas. Ele argumenta sobre justiça em seus livros. Aristóteles foi discípulo de Platão. Platão foi discípulo de Sócrates. O Mito de Er: - “Existe uma justiça cósmica/ universal. Seremos julgados pela lei dos homens e pela justiça absoluta (universal)”. “Er morre em guerra. Todos os corpos se decompõem, menos o de Er. Ele ressuscita e conta que quando acordou estava em um “campo com filas de almas que seriam julgadas”. Ele via pessoas em um buraco escuro, frio e empoeirado (no mundo subterrâneo da Mitologia Grega), e pessoas no “céu”. Assim ele volta a vida e conta essa história a todos”. SOFISTAS x PLATÃO - A Justiça depende da - Existe a Justiça Universal (para todos) época e do local. “O que nos faz ser justo? A Razão”. – Platão ALMA Razão – Cérebro Irasível – Coragem/ Bravura Concupiscente – Desejo O Mito do Cocheiro: “Somos a carruagem. O cavalo o desejo. O cocheiro a Razão”. Temos que controlar o nosso desejo. Só a Razão salva o homem. HEGEL x NIETZSCHE - Apoia Platão - Contra Platão: “Platão não ia a praça pública”. - “O pensamento grego começa em pois não sabia debater contra Sofistas”. Homero e chega à maturidade - “Platão é a decadência da filosofia grega”. em Platão”. ARISTÓTELES 1. Vida/ Obra 2. “Lugar Natural” – EUDAIMONIA: Alegria/ felicidade da pessoa que encontrou seu lugar natural. - “O homem é um animal político”. 3. Justiça Universal Justiça Particular: Distributiva – Honra; mérito. Retributiva – Paridade; igualdade aritmética = REGRA DE OURO. 4. Equidade ARISTÓTELES x PLATÃO - Peripatético - “A verdade está no mundo (ensinamento livre) das ideias” - Mestre de Alexandre (O Grande) - Metafísica; Razão absoluta. - “A verdade está no mundo real” - “O mundo possui uma ordem” - “Tudo tem a tendência (potência) de ocupar seu lugar natural”. “Saio de Atenas para que não ocorra o segundo maior erro (de Atenas)”. – Sócrates Obs.: O primeiro erro era Aristóteles. O segundo Sócrates. A JUSTIÇA ARISTOTÉLICA Como saber se algo é justo? Justiça (Pragmática): - Sentido Universal: “A justiça é a virtude que acompanha todas as demais virtudes”. “A justiça é como a estrela Vésper (Planeta Venus)”. Obs.: A estrela Vésper sempre está no céu. “Só é possível ser justo se for virtuoso” Como eu ajo de forma justa? - “O justo é tratar as pessoas de maneira igual”. “O justo é tratá-los de maneira diferente” Justiça Particular: - Distributiva: Justiça é tratar diferente. - Retributiva: Justiça é tratar igual. *Justiça -> Significado diferente nos códigos. Princípio da Isonomia: “Igual de forma igual na medida de sua igualdade”. Prudência: Saber aplicar a justiça no caso prático; Na prudência devemos saber utilizar a equidade (sentimento de justiça). Jurisprudência: Decisão já consolidada. “Para Rizatto Nunes é necessário equidade para fazer Justiça”. *Equidade de Aristóteles: - “Fazer justiça é uma virtude/ questão de prudência” - “A justiça é um saber prático” - “A Justiça está no meio (entre o excesso e falta)”. ROMANOS - Os Romanos (basicamente) importaram a filosofia dos Gregos. - O Estoicismo inspirada os Romanos. FILOSOFIA DO DIREITO EM ROMA Gaio, Ulpiano e Cícero dividem o Direito em... GAIO ULPIANO CÍCERO – Ius Civile - Ius Civile - Justo Absoluto, em oposição à relatividade da (Direito de uma cidade) - Ius Gentium virtude - Ius Gentium - Direito NaturaL (Direito das pessoas) (Monarquia) Gaio divide o direito em: - Ius Civile: Direito de uma cidade (local) - Ius Gentium: Direito das pessoas (em geral) Ulpiano: - Ius Civile + Ius Gentium = Lei Humana - Direito Natural Cícero: - “Deve haver uma justiça no universo (justo absoluto) para não vivermos no caos” -> Ideia Platônica - “A sociedade deve ter Monarquia ou Império. Tem que existir um rei, não sendo possível a democracia”. *Justo absoluto -> Direito Natural dos Romanos -> Alcançada através da razão Obs.: “Os Romanos se preocupavam com o Direito Natural” FILOSOFIA DO DIREITO MEDIEVAL “O marco que separa a Idade Antiga e a Idade Média é a Queda de Roma”. CONTEXTO E CARACTERÍSTICAS 476 d.C. -----Queda de Roma---- > 1453 d.C. } Filosofia Cristã Lei Humana - Roma cai devido a invasão dos bárbaros. Assim, deixa de existir uma “unidade política” (a centralização do poder). Deste modo, a Igreja Católica torna-se o poder central. - “Os primeiros séculos da Idade Medieval são influenciados por Santo Agostinho e posteriormente por São Tomás de Aquino, predominando a Filosofia Cristã (na idade média)”. FILOSOFIA CRISTÃ x ARISTÓTELES - “Todos são iguais” - Todos possuem seu lugar natural. - O Universo não faz as pessoas - “Os gregos possuem dignidade moral. O Universo diferentes. escolheu isso”. - Todos são livres/ responsáveis - As pessoas são guiadas pelo Universo – Eudaimonia pelos próprios atos (livre arbítrio). - “O Universo te cria”. - “Você se cria”. “O Aristocrata Grego possui mais dignidade moral! Por que? Por causa do Universo, pois ele determina o lugar de cada um”. – Gregos FILOSOFIA DO DIREITO NA IDADE MODERNA 1. Conteúdo/ Características 2. Filósofos Absolutistas: - J. Bodin/ J. Bossuet - Maquiavel - Hobbes 3. Jusnaturalismo Moderno - H Grócio - S. Pufendorf 4. Iluminismo - Locke - Rousseau - Kant -Voltaire CONTEÚDO E CARACTERÍSTICAS Idade Média Idade Moderna Idade Contemporânea 1453 d.C. 1789 d.C. --------------------I----------------------------------------I----------------------------------I José Cortella Jr. Filosofia do RenascimentoFilosofia Moderna - Capitalismo comercial Revolução Francesa - Absolutismo - Revolução Científica J. BODIN/ J. BOSSUET - Bodin e Bossuet tinham pensamentos religiosos, os mesmos pregados durante a Idade Média. “Se o rei é religioso, pode ele comandar a igreja?” – Bodin e Bossuet *Secularização do pensamento: O pensamento não se fundamenta somente na religião. MAQUIAVEL - Pensador político-jurídico contemporâneo. - Fazia críticas à Itália, seu país de origem. Mesmo assim fazia parte da política italiana. - Escreveu “O Príncipe” e formula uma Teoria de Poder, sem pensamentos/ fundamentos religiosos. - Contra o “mundo das ideias” de Platão. A favor do mundo político e material. HOBBES - “O Homem é o lobo do Homem”: O homem é mau por natureza; Ele é predador de si mesmo. - “Estado de Natureza” = O homem antes da sociedade. - “Estado de Sociedade” = O homem se organiza de maneira civilizada. - Escreveu Leviatã. - “Sociedade Hobbesiana”: A sociedade de todos contra todos; Estado de Guerra. - “Não há democracia. O homem só consegue se organizar em sociedade se houver um rei (Monarquia)”. - Hobbes não pregava fundamentos religiosos. - “O Estado surge a partir da organização da sociedade”. JUSNATURALISMO MODERNO H. Grócio / S. Pufendorf: - Época de Revolução Científica. - “A Justiça já existe no mundo. O homem só precisa descobrir através da razão e da ciência”. - Desvenda-se o Direito Natural através da razão. - “O Direito deve ser estudado como a Física e a Matemática”. Jusnaturalismo – O direito baseia-se em: - Grego -> Natureza - Medieval -> Deus - Moderno -> Razão ILUMINISMO LOCKE: - “O natural do homem é o trabalho. E a propriedade é um direito natural”. - “Os poderes do rei não são absolutos, pois ele não pode tomar posse do direito natural do homem. Principalmente do direito de propriedade”. - Considerado do pai do Iluminismo. Raciocínio Moral: - Consequencialismo: - Possui uma filosofia chamada Utilitarismo -> J. Bentham. - Pensa na consequência do ato/ consequência para sociedade. - Categórico: I. KANT: Pensa no ato ou conduta em si. Aplica-se uma pena para um indivíduo pela conduta dele. O Direito Penal utiliza esse pensamento. EMANUEL KANT - Sistemático 1. Vida/ Obra/ Contexto (séc. XVIII) - Um dos principais filósofos do Iluminismo. - Kant era contra o absolutismo. Ele fundamenta sua Ética na análise do agir. KANT x ARISTÓTELES - “Todos possuem a mesma dignidade moral”. - Eudaimonia: “Tudo tem o seu lugar natural”. - “O progresso vem pela razão. E a razão surge - “Quem faz sua dignidade moral é o Universo”. com a educação”. 2. Autonomia (moral): Agir por si mesmo. A autonomia vem da razão. (Eu) Heteronomia (direito): Guiar sua conduta através de forças externas (Sociedade). Reis, chefes e pais, por exemplo, são heterônomos. 3. Agir: Por dever – Agir querendo agir certo Segundo o dever: Agir não querendo agir certo. Imperativo categórico: - Para Kant não é correto fazer o certo por causa de força externa. O importante é fazer o certo querendo e sabendo que é certo (e isso vem a partir da razão). Agir de tal maneira que a minha conduta seja norma de conduta universal (uma conduta utilizada por todos). - A doutrina de Kant entende que se deve “agir exteriormente, de modo que o livre uso do teu arbítrio possa se conciliar com a liberdade de todos, segundo uma lei universal”. 4. Direitos Humanos: O homem possui direito só por sua condição de ser humano; Kant é um dos pais do princípio da dignidade humana. Consequencialismo x Raciocínio moral categórico (ato em si) - Utilitarismo - O ato é moral. Vem da autonomia do ser. - Boa vontade - Vontade x Desejo: Vontade e Desejo exigem o Querer. A vontade é medida pela razão. O desejo é impulso. 1. UTILITARISMO 1.1. Primeiros utilitaristas (séc. XVII) a) W. Paley b) J. Bentham c) W. Godwin 1.2. Princípios 2. J. Bentham 2.1. Vida/ Obra 2.2. Democracia 2.3. Direito ao voto 2.4. Panóptico 3. Críticas ao utilitarismo 4. J. Stuart-Mill 4.1 Prazer: Elevado x Inferior 4.2. Direitos Humanos UTILITARISMO - W. Paley: Possui um raciocínio teológico.”O maior nível de bem-estar está de acordo com a vontade divina”. - J. Bentham e W. Godwin possuem um raciocínio baseado na razão. - O Utilitarismo analisa as coisas pelo resultado/ consequência. É baseado em estatísticas.E pretende: mais felicidade, bem estar, prazer à maior quantidade de pessoas possível. Busca evitar a dor e sentir satisfação e felicidade. PROBLEMAS: Problema 1: “O arcebispo e a camareira” “Você está preso em um prédio em chamas com outras duas pessoas. Uma delas é um arcebispo, o qual é um grande benfeitor da humanidade. E a outra é uma camareira. Você só tem tempo para salvar uma pessoa do fogo, o que você deve fazer?” - Para o Utilitarismo o certo seria salvar o arcebispo para o bem da sociedade. Problema 2: “O xerife” “Você é o xerife de uma cidade isolada do oeste selvagem. Um assassinato foi cometido. A maioria das pessoas acredita que Bob é culpado, mas você Sab que ele é inocente. A menos que você enforque Bob agora, haverá uma revolta na cidade e várias pessoas morrerão. O que você deve fazer?” - Para o Utilitarismo você deve matar Bob. Problema 3: “O Assassino à Porta”: “Os seus amigos estão se escondendo da polícia secreta no porão de sua casa. Embora os seus amigos sejam completamente inocentes, você sabe que a polícia secreta os levará e os torturará até a morte. A polícia secreta bate a sua porta e pergunta se você sabe onde os fugitivos estão se escondendo. Está é uma averiguação de rotina e você é um cidadão respeitável cuja a ligação com os fugitivos é desconhecida. Se você mentir, a polícia secreta acreditará em você e irá embora. Você deve decidir se mente para a polícia secreta ou se diz a verdade e permite que seus amigos sejam levados e assassinados. O que você faz?” - Para o Utilitarismo você deve dizer a verdade. Problema 4: “Um gênio maligno capturou você e seu amigo Bertodo. Vocês foram trancados cada um em uma sala. Na sala em que você está preso tem 2 botões: X e Y. Se você quiser fugir da prisão é só apertar qualquer um dos dois botões. O problema é que seu amigo que está na sala ao lado preso em uma cadeira elétrica. Quando você apertar o botão X um computador gera números aleatórios de 1 a 100. Se sair o número 100 seu amigo vai ser eletrocutado. No botão Y se sair de 1 a 99 o seu amigo será eletrocutado. Você apertou o botão X e saiu o número 100. Seu amigo foi eletrocutado. Você agiu corretamente? - Não, pois se a consequência foi a morte você agiu errado, mesmo havendo maior probabilidade de sobreviver com o botão X. Consequencialismo: - Utilitarismo - Egoísmo JEREMY BENTHAM (J. Bentham) - “O Utilitarismo leva à Democracia”. - “Todos devem votar, com exceção dos analfabetos, pois estes não tem noção de Estado”. - Para Bentham o princípio da utilidade é aquele que aprova ou desaprova qualquer ação, segundo a tendência que tem a aumentar ou diminuir a felicidade das pessoas cujos interesses estão em jogo. - J. Bentham analisa as consequências do ato. Críticas ao Utilitarismo KANTIANOS x JONH STUART-MILL (Utilitarista) - “O Utilitarismo em extremis - “Não é possível viver apenas com prazeres desvaloriza as pessoas, passando inferiores”. por cima da dignidade e dos direitos - “Temos que pensar em progresso, não só no humanos”. hoje. Devemos colocar o utilitarismo na - “O Utilitarismo é puro desejo. ‘ linha do tempo”. tirando-nos a razão e autonomia”. PANÓPTICO: - Idealização de cadeia (vigilância) de Bentham. - “Os presos devem se sentir como se estivessem sendo vigiados o tempo inteiro”. JUSTIÇA É... - Aristóteles -> Virtude - Kant -> Dever - J. Stuart M./ J. Bentham -> Utilidade JEAN-JACQUES ROUSSEAU (Iluminista) - Aprendizagem pela experiência própria. - Contrato Social: Defende o Estado de Natureza (com o bom-selvagem) e o Estado de Sociedade (homem civilizado). Passamos do Estado de Natureza para o Estado de Sociedade através de um Contrato Social. O Contrato Social define as características da população. “Um rei não governa por autoridade divina/ legítima. O rei governa por conta de um contrato social”. VOLTAIRE (Jean-Marie Arouet) - “Devemos separar o que é público do que é privado por respeito a individualidade do ser”. - Esfera Pública: Coisas comuns na sociedade (Direito, Política, Ciências Econômicas) - Esfera Privada: Pensamento, Religião, Sexualidade. Esfera Pública (Tolerância) x Esfera Privada (Aceitação) - Tolerar é respeitar. A aceitação é opcional, a tolerância não. Século XX – POSITIVISMO JURÍDICO 1901 1914 1918 1923 1933 1939 1945 1970 I---------------I---------------I------------I-----------------I-----------I--------------I-----------------I------------------------ Escola do 1ª Guerra CF Weimar Nazismo 2ª Guerra Mundial Eua: Neoliberalismo Direito Livre Mundial Novo conceito de Liberalismo Liberalismo (modelo econômico) República de Weimar - Estado mínimo - C. Shmitt - Individualismo - H. Heller - H. Kelsen C. SHMITT (Nazista) 1. Vida; 2. Construção da Ordem; 3. Predominância da esfera política (o Estado/ Hitler) sobre a jurídica (direito/ leis); *Publicou o livro: O que é uma Constituição? Alemanha -> Terra dos bárbaros (germânicos). Shmitt -> “O Estado (Hitler) tem que manter a ordem”. -> “Primeiro mantém a ordem, depois as leis”. Crítica à Shmitt: Hans Kelsen: “Primeiro a esfera jurídica (o Direito) depois a esfera política. E não o contrário!” H. Heller: Propõe soluções para os problemas do liberalismo, como a Social-Democracia (direitos sociais). HANS KELSEN 1. Vida/Obra Livro: A Teoria Pura 2. Ciência do Direito 3. SEIN: Ciência do Ser. Usa a ideia de Causalidade. Ex.: Sociologia, Economia, etc. SOLLEN: Ciência do Dever Ser. Usa a ideia de Imputação. Ex.: Direito. 4. Causalidade (Causa e Efeito) Imputação (Mundo Fatídico) 5. Valores: De Justiça -> Divide-se em Justo e Injusto. De Direito -> Divide-se em Legal e Ilegal. 6. O debate sobre a norma fundamental J. A. Silva F. Ulhoa Coelho 7. Críticas Vögelin C. Cossio POSITIVISMO POSITIVISMO JURÍDICO 1. Augusto Comte (séc. XIX) 1. Positivismo Analítico (Austin) 2. Neopositivismo (séc. XX) - Baseado na Commom Law - Círculo de Viena 2. Positivismo Ético (N. Bobbio) - Baseado no Positivism Analítico Romano. 3. Positivismo Normativo (H. Kelsen) Causalidade: “As coisas possuem causa e efeito”. Imputação: “Previsão do mundo fatídico (trágico)”. Valores de Justiça: “Se algo é justo ou injusto isso é ‘problema da filosofia”. Valores de Direito: “O Direito olha a norma e diz se algo é legal ou ilegal”. “Princípio lógico da Filosofia do Direito: Os princípios podem estar na CF, mas não se confundem com ela”. - Hans Kelsen Críticas a Kelsen: Vögelin: “Para Kelsen qualquer conjunto de normas é Direito, não importa se é justo ou injusto. Assim o Direito perde sua dignidade”. Carlos Cossio (discípulo do Kelsen): - Elabora a Teoria Egológica do Direito. - Para Kelsen o Direito não passa de um conceito abstrato (um conceito que não reflete a realidade). - Para Cossio o Direito não é um conceito abstrato, é uma realidade: “A norma não deve ser ciência pura, ela deve refletir o real”. “O Direito usa a ideia de Imputação (Dever Ser)” “As outras ciências usam a ideia de Causalidade (Ser)”.
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