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1a Questão (Ref.: 1061132) Pontos: 1,0 / 1,0 Observe a letra do samba Luz Negra (Nelson Cavaquinho e Amâncio Cardoso): Sempre só, eu vivo procurando alguém que sofra como eu também, mas não consigo achar ninguém Sempre só, e a vida vai seguindo assim Não tenho quem tem dó de mim Tô chegando ao fim A luz negra de um destino Cruel Ilumina um teatro sem cor Onde eu tô representando o Papel Do palhaço do amor Na letra do samba clássico reproduzida acima, composto na segunda metade do século XX, percebe-se certa semelhança com uma das características mais marcantes de um estilo de época da literatura brasileira bastante importante na formação poética e cultural brasileira. Assinale a opção em que se encontram alocadas, respectiva e corretamente, a característica e o estilo de época com os quais a letra apresenta semelhanças: Sentimentalismo - Parnasianismo Fugacidade da vida - Arcadismo Melancolia - Romantismo Pastoralismo - Barroco Impessoalidade - Modernismo 2a Questão (Ref.: 1060969) Pontos: 0,0 / 1,0 O texto abaixo foi produzido por um falante nativo da Língua Portuguesa, adulto, do sexo masculino, pouco escolarizado. A cituação era diferente antigamente. A crize é a disculpa do governo pro atrazo no pagamento, como se não ouvesse uma saída. À luz dos conhecimentos da Fonologia e da Ortografia da Língua Portuguesa, é possível dizer que: I- No texto apresentado, não são encontradas marcas da oralidade na escrita. II- A troca do "s" pelo "z" (crise/crize) e do "s" pelo "c" (situação/cituação) ilustra a falta de correspondência perfeita entre letra e fonema. III- A produção de "ouvesse" em lugar de "houvesse" exemplifica o fato de a letra "h" possuir som. IV- Em "disculpa", percebe-se um caso harmonização vocálica porque se trocou o /e/ pelo /i/. Estão corretos apenas os comentários: II e IV I, III e IV I, II e III III e IV I e II 3a Questão (Ref.: 1061119) Pontos: 1,0 / 1,0 "A Sociolinguística estuda o uso que um mesmo falante faz da sua língua. Considera que o falante realiza suas escolhas influenciado pela época em que vive, pelo ambiente, pelo tema, por seu estado emocional e pelo grau de intimidade entre interlocutores. Tais fatores determinam a escolha do registro (ou nível de fala) a ser utilizado pelo falante quanto ao grau de formalismo (uso mais ou menos formal da língua); ao modo (língua falada ou escrita); e à sintonia (maior ou menor grau de tecnicidade, cortesia ou respeito à norma, tendo-se em vista o perfil do interlocutor). É fato que o indivíduo deve falar conforme o contexto em que está inserido, posto que a língua é o meio de integração social e é por meio dessa interação que há um desenvolvimento humano, social e cultural. Percebendo a língua como meio de interação, pode se notar que a mudança na língua se torna algo natural, pois ela se adequa à necessidade de comunicação do usuário, constituindo desta maneira um instrumento de trocas culturais e de informações." (Adaptado de http://www.cruzeirodosul.edu.br/wp-content/uploads/2015/10/Arlete-Mascarenhas-dos-Santos-FINALIZADA-PDF-03-12-2014yy__.pdf) Análise o enunciado a seguir a partir do texto. A Sociolinguística considera que a mudança linguística é inerente a todos os sistemas linguísticos PORQUE os indivíduos adaptam as estruturas da língua às necessidades comunicativas. Assinale a opção correta a respeito desse enunciado. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é justificativa correta da primeira. Tanto a primeira asserção quanto a segunda são proposições falsas. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. 4a Questão (Ref.: 1061129) Pontos: 0,0 / 1,0 "A literatura assume muitos saberes. Num romance como Robinson Crusoé, há um saber histórico, geográfico, social (colonial), técnico, botânico, antropológico (Robinson passa da natureza à cultura). Se, por não sei que excesso de socialismo ou de barbárie, todas as nossas disciplinas devessem ser expulsas do ensino, exceto uma, é a disciplina literária que devia ser salva, pois todas as ciências estão presentes no monumento literário." (BARTHES, Roland. Aula. São Paulo: Cultrix, 1980, p. 17.) Com base no excerto acima, sobre o que é literatura para Roland Barthes, pode-se assinalar, no trecho do romance ¿Eles eram muitos cavalos¿, de Luiz Ruffato, qual assertiva apresenta uma elaboração do fazer literário, segundo a qual a literatura é: "Um rato, de pé sobre as patinhas traseiras, rilha uma casquinha de pão, observando os companheiros que se espalham nervosos por sobre a imundície, como personagens de um videogame. Outro, mais ousado, experimenta mastigar um pedaço de pano emplastrado de cocô mole, ainda fresco, e, desazado, arranha algo macio e quente, que imediatamente se mexe, assustando-o. No após, refeito, aferra os dentinhos na carne tenra, guincha. Excitado, o bando achega-se, em convulsões. O corpinho débil, mumificado em trapos fétidos, denuncia o incômodo, o músculo da perna se contrai, o pulmão arma-se para o berreiro, expele um choramingo entretanto, um balbucio de lábios magoados, um breve espasmo. A claridade envergonhada da manhã penetra desajeitada pelo teto de folhas de zinco esburacadas, pelos rombos nas paredes de placas de outdoors. Mas, é noturno ainda o barraco. A chupeta suja, de bico rasgado, que o bebê mordiscava, escapuliu rolando por sob a irmãzinha de três anos, que, a seu lado, suga o polegar com a insaciedade de quando mamava nos seios da mãe. O peitinho chiou o sono inteiro e ela tossiu e chorou, porque o cobertor fino, muxibento, que ganharam dos crentes, o irmãozinho de seis anos enrolou-se nele." (Luiz Ruffato. Eles eram muitos cavalos. São Paulo: Editora Boitempo Editorial, 2001, p.21) Com base no excerto acima, sobre o que é literatura para Roland Barthes, pode-se assinalar, no trecho do romance "Eles eram muitos cavalos", de Luiz Ruffato, qual assertiva apresenta uma elaboração do fazer literário, segundo a qual a literatura é: uma maneira de fugir da realidade com o propósito de trabalhar a beleza estática. uma forma mágica que ocorre a partir da inspiração. o trabalho penoso do escritor em transformar as complexidades da história em texto dotado de simplicidade para torná-lo mais interessantes. uma forma de, pelo trabalho do escritor, tornar sensível o que não está claramente disponível na realidade. um dom divino dado ao escritor por ter um olhar diferenciado da realidade. 5a Questão (Ref.: 1061118) Pontos: 1,0 / 1,0 O consagrado escritor, ensaísta e dramaturgo brasileiro Oswald de Andrade expõe em seu poema Vicio na Fala a pronúncia errada de algumas palavras encurtadas e simplificadas por seus falantes. Para ele os falantes que dizem mio, mió, pió, teia, teiado, de certa forma constroem um telhado, ou seja, criam novas formas de pronúncia que aumentam e se sobressaem em muitos casos da norma culta. Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. (Oswald de Andrade) Esse poema expõe algumas questões muito caras à sala de aula de Língua Portuguesa, como por exemplo: A norma culta d língua. As diferenças entre fonema e letra. Aspectos morfossemânticos da fala. As diferenças entre fala e escrita. Sincronia e diacronia.
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