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24 Disfunções Oncológicas para Fisioterapia

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E-book Vital
24 disfunçoes Oncológicas 
para Fisioterapia
www.fisioterapiaemoncologia.net
Autora
Dra Flavia Vital
E-book Vital
Acompanhe nossas publicações
1. Introdução ................................................................................................................................................................... 2
2. Disfunção de ombro ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3. Linfedema ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
4. Dor .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
5. Alteração postural .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
6. Fibroses .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
7. Déficit de mobilidade .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
8. Descondicionamento cardiovascular e pulmonar associado à dispneia crônica .. 6
9. Fadiga ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
10. Fraqueza muscular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 
11. Paresia ou paralisia facial periférica .............................................................................. 7
12. Paresia e plegias ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
13. Incontinência urinária (IU) .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
14. Disfunção erétil ................................................................................................................................................... 8
15. Trismo ......................................................................................................................................................................... 9
16. Mucosite oral ....................................................................................................................................................... 9
17. Hipersecreção ..................................................................................................................................................... 10
18. Atelectasia ............................................................................................................................................................ 10
19. Tosse ineficaz ....................................................................................................................................................... 11
20. Náusea e vomito.................................................................................................................................................. 11
21. Amputação ..................................................................................................................................................... 11
22. Estenose vaginal ................................................................................................................................................. 12
23. Incontinência fecal ....................................................................................................................................... 12
24. Constipação fecal ....................................................................................................................................... 12
25. Edema pulmonar .......................................................................................................................................... 13
24 Disfunções Oncológicas
para Fisioterapia
Introdução
E-book Vital
1
www.fisioterapiaemoncologia.net
 A assistência fisioterápica tem 
ganhado espaço na área da oncologia 
com expectat ivas crescentes de 
expansão. Isto vem acontecendo, 
principalmente, devido aos avanços dos 
tratamentos oncológicos e seus bons 
resultados em aumentar o tempo de vida, 
mas com consequentes impactos na 
qualidade de vida dos pacientes devido a 
sequelas e eventos adversos dos 
tratamentos.
 
 
 Tanto o câncer quanto o seu 
tratamento são agressivos e podem se 
manifestar em diferentes partes e sistemas 
do organismo humano e desta forma gerar 
disfunções, muitas das quais podem ser 
prevenidas ou tratadas pela fisioterapia. 
Neste material estaremos apresentando as 
principais disfunções apresentadas pelos 
pacientes com câncer e que podem ser 
t ratadas de forma preventiva ou 
terapêutica, esta discriminação é 
necessária, pois tem relação direta com os 
objetivos do plano fisioterápico que 
deverá ser traçado após o diagnóstico 
cinético-funcional, ou seja, se um paciente 
não apresenta nenhuma disfunção no 
momento da avaliação, mas apresenta 
risco aumentado de evoluir com alguma 
disfunção com a evolução da doença ou 
seu tratamento oncológico, seja ele, 
radioterapia, quimioterapia ou cirurgia, o 
mesmo poderá receber intervenções ou 
orientações que minimizarão o risco de 
desenvolver determinadas disfunções. 
Vamos a alguns exemplos:
 Exemplo 1: Paciente com câncer 
de pulmão, DPOC (Doença Pulmonar 
Obstrutiva Crônica), que na avaliação do 
médico - cirurgião foi precocemente 
encaminhado para fisioterapia para me- 
lhorar a reserva funcional pulmonar 
enquanto realiza seus exames de risco 
cirúrgico. Esta “pré-reabilitação” tem 
demonstrado ser efetiva em criar uma 
reserva funcional capaz de viabilizar a 
ressecção cirúrgica em pacientes que 
poderiam não ter parâmetros de função 
pulmonares mínimos para serem eleitos 
para o procedimento cirúrgico que seria
 a melhor opção terapêutica de cura da 
doença restrita ao pulmão. Todavia, 
mesmo se o paciente já tiver função 
pulmonar mínima para ser eleito para 
cirurgia, o seguimento de um protocolo de 
exerc íc ios pré-operatór io poderá 
melhorar sua função respiratória e geral e 
desta forma minimizar o r isco de 
complicações respiratórias, que são as 
mais comuns nos pós-operatórios de 
tórax,e contribuir para uma recuperação 
precoce da sua capacidade funcional 
prévia à cirurgia.
 Exemplo 2: Paciente com câncer 
de mama que realizará quimioterapia para 
redução do volume tumoral para posterior 
retirada do tumor pela cirurgia, este 
esquema de tratamento contribui para 
realização de uma cirurgia menos 
agressiva com melhores resultados 
e s t é t i c o s . S e e s t a p a c i e n t e f o r 
encaminhada para fisioterapia logo após 
a definição diagnóstica e do plano 
terapêutico oncológico será possível 
orientá-la para realização de exercícios 
aeróbicos,os quais têm um efeito em todo 
organismo por melhorar a função das 
células que passam a receber um maior 
aporte de sangue contendo nutrientes e 
oxigênio devido ao maior bombeamento 
do sangue pelo coração que foi 
estimulado pelo exercício. Em pacientes 
em quimioterapia isto tem um enorme valor 
em minimizar a disfunção da medula 
2
24 Disfunções Oncológicas
para Fisioterapia
Disfunção de ombro
E-book Vital
2
www.fisioterapiaemoncologia.net
óssea que é a principal produtora de 
células sanguíneas, as quais por terem um 
ciclo celular curto são as mais afetadas 
pelos efeitos tóxicos da quimioterapia e 
desta forma morrem facilmente, o que 
gera a necessidade da medula óssea em 
produzir novas células sanguíneas 
rapidamente para viabilizar um adequado 
carreamento de oxigênio pelas hemácias, 
adequada defesa orgânica pelos 
leucócitos ou mesmo uma adequada 
estagnação do sangue pelas plaquetas, 
ou seja, os exercícios aeróbicos podem 
prevenir complicações como anemia, 
infecções e sangramentos que podem ser
 motivo da interrupção do tratamento de 
quimioterapia que poderá ter impacto 
no resultado do plano terapêutico em 
busca da cura. A avaliação fisioterápica 
previa ao início do tratamento oncológico 
também permite ao fisioterapeuta
identificar disfunções que podem ser 
tratadas precocemente ou podem servir 
de parâmetro para o grau máximo de 
melhora possível com a fisioterapia, como 
acontece com as disfunções de ombro 
comuns no pós-operatório de câncer de 
mama com linfadenectomia, uma vez que 
com a retirada dos linfonodos axilares
é retirado o panículo adiposo responsável 
pelo adequado desl izamento das 
estruturas moles adjacentes (pele, 
tendões, nervos, vasos...) que somado ao 
estímulo de restrição da mobilidade nos 
primeiros dias após a cirurgia podem ser 
o suficiente para gerar fibroses locais que 
limitarão os movimentos do ombro. 
Desta forma orientar a paciente sobre o 
que vai acontecer durante e após a 
cirurgia, os cuidados com o membro e 
como será realizado o acompanhamento
 fisioterápico poderá minimizar a chance 
de disfunção do ombro e outras como
linfedema que discutiremos em outro 
momento
 Contudo a área de maior 
reconhecimento atual da fisioterapia em 
oncologia está na reabilitação de 
disfunções e/ou sequelas geradas pelo 
tratamento oncológico ou mesmo pelo 
crescimento e disseminação tumoral. 
Como em toda área da saúde, reabilitar 
precocemente permite um melhor 
prognóstico com os resultados da 
reabilitação, uma vez que criar novos 
caminhos neurais para reconhecer os 
padrões normais de funcionamento 
orgânico, em casos crônicos, será sempre 
um desafio para as ciências da saúde
 A reabilitação física em oncologia 
realizada pela fisioterapia tem diferentes 
focos a depender da região onde o 
(s)tumor (es) está(ão) localizado(s), o tipo 
de tratamento oncológico e a forma de 
oferta do tratamento oncológico, 
internação ou ambulatorial. Desta forma 
descrevo abaixo algumas disfunções 
comuns de serem tratadas pela fisioterapia 
a depender da localização do tumor.
 A disfunção de ombro tem alta 
incidência após o tratamento oncológico 
de câncer de mama e de cabeça e 
pescoço. Pode ser consequência da 
radioterapia, devido à formação fibrótica 
de tecido cicatricial para regeneração 
dos tecidos irradiados ou consequente ao 
procedimento cirúrgico o qual poderá 
realizar a linfadenectomia próxima a 
região do tumor para minimizar o risco de 
disseminação do mesmo, mas para tal será 
necessário a retirada do panículo adiposo 
onde os linfonodos encontram-se inseridos. 
Este panículo é necessário para um 
adequado deslizamento das estruturas da 
região (tendões, nervos, vasos, complexo 
articular...)que viabilizam o movimento do 
o m b r o . A d i c i o n a l m e n t e a 
linfadenectomia, existe a recomendação 
3
24 Disfunções Oncológicas
para Fisioterapia
Linfedema
E-book Vital
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e m p a c i e n t e s s u b m e t i d o s a 
linfadenectomia; excesso de calor, 
excesso de peso corporal; fumo; bebida 
alcoólica; frequência com que realiza 
atividades físicas, uma vez que a 
contração muscular é o principal 
mecanismo fisiológico para estimular o 
retorno linfático nos membros. Todavia o 
linfedema pode surgir inclusive na face em 
pacientes com tumores em cabeça e 
pescoço.
 Desta forma cabe a fisioterapia 
orientar as pacientes submetidas a 
linfadenectomia axilar a realizarem os 
cuidados com o membro e exercícios com 
membros superiores e realizar o tratamento 
complexo descongestivo sempre que o 
linfedema estiver instalado, sendo que 
uma diferença de 2 cm entre os membros 
tem indicação de iniciar o tratamento.
 Dores moderadas a severas estão 
presentes em cerca de 30%-45% dos 
pacientes no momento do diagnóstico e 
em 50% nos estágios intermediários, já em 
fases avançadas está presente em 
aproximadamente 87% em crianças 
a c o m e t i d a s p o r c â n c e r . 
Aproximadamente 58% a 80% dos doentes 
adultos com câncer hospitalizados sofrem 
de dor. 
 Todavia, segundo a OMS, cerca de 
80% a 90% da dor relacionada ao câncer 
pode ser relativamente aliviada com 
analgésicos e drogas adjuvantes. Sendo 
que 10% a 20% são de difícil tratamento e 
são consideradas como “dor com baixa 
r e s p o s t a a o o p i ó i d e ” d e v i d o a 
inviabilidade de aumentar as doses 
terapêuticas que intoxicam o organismo 
provocando diversos efeitos adversos.
de restrição da mobilidade próxima à 
região de cicatriz cirúrgica para viabilizar 
uma adequada cicatrização. Alguns 
estudos concluiram que a limitação dos 
movimentos de flexão e abdução do 
ombro a 900 no pós-operatório imediato 
de mama podem ser necessários para 
minimizar o risco de desenvolver seroma. 
Todavia é bem conhecida a relação 
biológica de depósito de fibrina em regiões 
imobilizadas. Desta forma, a disfunção de 
ombro é um l infadenectomia ou 
radioterapia.
 As disfunções de ombro estão 
presentes em cerca de 50-100% dos 
pacientes que realizam linfadenectomia 
radical, devido a câncer de cabeça e 
pescoço, e 29-60% das linfadenectomias 
modificadas e a radioterapia pode ser um 
fator de risco adicional a longo prazo.
 O sistema linfático é responsável 
pelo carreamento do excesso de gordura 
e líquido intersticial(líquido que envolve as 
células e de onde a mesmas retiram seus 
nutrientes e eliminam substâncias residuais 
de seu metabolismo) e devolução dele ao 
sangue e assim manter o equilíbrio dos 
fluidos corporais. Além disto, filtram a linfa 
para organismos e substância agressivas 
ao organismo devido a presença de 
linfonodos no caminho dos vasos linfáticos 
que contêm células imunes como 
linfócitos, monócitos e plasmócitos.
 O linfedematem sua incidência 
influenciada por diferentes fatores de risco, 
como número de linfonodos retirados no 
procedimento cirúrgico ou invadidos pelo 
tumor; cuidados com a pele para prevenir 
infecções e interrupção do fluxo linfático 
Dor4
4
24 Disfunções Oncológicas
para Fisioterapia E-book Vital
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um tumor na mama como em pacientes 
que tiveram algum membro amputado 
como consequência de um tumor em 
qualquer dos tecidos que compõe o 
membro. Todavia a fisioterapia pode 
minimizar ou eliminar esta sensação se 
precocemente for orientada técnicas de 
desensibilização e analgesia.
 Alterações posturais são possíveis 
de surgir em pacientes com câncer de 
mama seja pela retirada de um grande 
volume de mama, seja devido a posturas 
antálgicas consequentes a outras 
disfunções; assim como nos tumores de 
cabeça e pescoço como consequência 
de sequelas de lesão de nervo acessório ou 
mesmos em tumores do sistema músculo-
esquelético devido a assimetrias causadas 
por amputações.
 Os tratamentos oncológicos, em 
especial a radioterapia e a cirurgia podem 
desencadear processos fibróticos devido 
aregereração do tecido lesado pelaradiação ou cicatriz e manipulação 
c i r u r g i c a r e s p e c t i v a m e n t e . 
Adicionalmente a redução da mobilidade 
provocada por efeitos adversos do 
tratamento, disfunções psico-emocionais 
ou dor pode favorecer o acúmulo de 
fibrina nas regiões articulares com 
mobilidade reduzida.
 Algumas sequelas destes processos 
fibróticos são comuns podem ser resolvidas 
considerando técnicas manipulativas, 
exercícios de amplitude demovimento, 
massagem, e outras. Alguns exemplos de 
complicações relacionadas a processo 
fibróticos são aderência cicatricial, 
 Dentro da oncologia a dor pode 
ser classificada como neuropática cuja 
causa pode estar re lacionada a 
compressão nervosa central ou periférica 
pelo tumor ou pode ser causada pela 
cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou 
infecção viral. Existe, também, a dor 
incidente que é aquela provocada pela 
metástase óssea ao suportar peso ou ao 
movimento. Além da dor viceral, que é 
quando o tumor infiltra ou comprime 
v í s c e r a s o u o c o r r e e s p a s m o d e 
musculatura lisa, inflamação ou liberação 
de enzima pancreática.
 A escada de tratamento antálgico 
p r o p o s t o p e l a O M S e a c e i t o 
universalmente inclui opióides, anti-
inflamatórios não esteróides e drogas 
adjuvantes(corticóides, antidepressivos 
t r i c í c l i c o s , a n t i c o n v u l s i v a n t e s e 
a n t i a r r i t m i c o s ) . C o n t u d o o u t r o s 
tratamentos são úteis para controlar a dor 
com baixa resposta ao opióide como as 
técnicas anestésicas (analgesia direta em 
SNC, destruição de tecido nervoso com 
bloqueio, neurólise oucordotomia) ou 
terapêuticas não farmacológicas como 
cirurgia, radioterapia, acupuntura ou 
auriculoacupuntura e recursos de 
fisioterapia tradicional como TENS, 
exercícios, massagem, crioterapia, calor 
superficial e prescrição de órteses.
 A dor é um sintoma muitas vezes 
associado a disfunções que pode ser 
gerada pela redução ou ausência de 
movimento. Portanto, pode ser minimizada 
ou prevenida com a manutenção dos 
movimentos corporais. Desta forma o 
exerc íc io é a única intervenção 
fisioterapêutica sistêmica preventiva e 
terapêutica.
 A dorfantasma merece destaque 
pois pode surgir tanto em pacientes que 
realizaram mastectomia radical devido a 
Alteração postural
Fibroses
5
6
5
24 Disfunções Oncológicas
para Fisioterapia E-book Vital
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 A fisioterapia é a principal intervenção 
para prevenir ou reabilitar esta disfunção 
c o n s i d e r a n d o d i f e r e n t e s r e c u r s o s 
terapêuticos como fortalecimento muscular, 
treino de marcha, treino de transferência e 
ou prescrição de órteses como bengalas, 
muletas e andadores. 
 
 A redução da mobilidade reduz a 
utilização do sistema musculoesquelético o 
que tende a provocar uma redução da 
carga imposta ao sistema cardiovascular, 
cujo principal órgão é o coração o qual 
também é um múscu lo es t r iado 
esquelét ico. Desta forma quando 
reduzimos a carga imposta a ele, o mesmo 
tende a reduzir o seu trofismo e 
consequentemente o seu potencial de 
contração, ou seja, sua força e resistência. 
 Se a velocidade ou o volume de 
sangue que são ejetados pelo coração for 
reduzido, os pulmões também terão uma 
redução da sua funcionalidade o que 
tende a piorar as trocas gasosas podendo 
manifestar sintomas crônicos como 
dispneia.
 Considerando este raciocínio 
fisiológico, se um paciente que apresenta 
intolerância ao esforço for estimulado à 
prática regular de atividade física 
aeróbica, o mesmo tenderá não apenas a 
reabi l i tar uma adequada função 
cardiovascular e pulmonar, mas também 
prevenir disfunções em diferentes sistemas 
orgânicos, uma vez que todos sistemas são 
dependentes do sistema vascular para 
receber um adequado aporte de oxigênio 
e nutrientes, assim como eliminar os dejetos 
do seu metabolismo e desta forma manter 
o equilíbrio das suas funções.
capsulite adesiva, fibroesclerose do vaso 
linfático e fibrose do músculo peitoral 
maior; todas comuns em pacientes 
mastectomizadas. Além de trismo e 
retração de língua em tumores de cabeça 
e pescoço.
 Seja em consequência aos efeitos 
adversos do tratamento oncológico ou 
seja pela perda de massa muscular 
provocada pelo consumo energético 
acelerado pelo crescimento tumoral, o 
déficit de mobilidade é uma disfunção que 
pode surgir em diferentes fases do câncer 
e do seu tratamento.
 Embora a prevalência ou incidência 
de déficit de mobilidade não tenha sido, 
ainda, adequadamente estudada nesta 
população de pacientes com câncer, é 
fato que o repouso prolongado, muitas 
vezes induzido pelo mal estar provocado 
pela doença ou seu tratamento, reduz a 
massa muscular geral podendo enquadrar 
os pacientes na síndrome do imobilismo, a 
qual defino como sendo “conjunto de 
s inais e s intomas re lacionados à 
mobilidade, manifestos pelas disfunções 
orgânicas geradas devido a redução de 
nutrientes e oxigênio carreáveis pelo 
sistema cardiovascular cujo potencial 
funcional tem influencia direta do nível de 
atividade física”. Ou seja, se o sistema 
musculoesquelético está ativo, o mesmo 
ativará o sistema cardiovascular e desta 
forma será melhordistribuído oxigênio e 
nutrientes a todas as células do organismo 
e assim será possível potencializar um 
sistema orgânico, em disfunção ou doente, 
a reagir e buscar a resolução da causa da 
disfunção/doença, ou pelo menos será 
possível prevenir a redução da mobilidade 
como consequência ou causa das 
disfunções orgânicas. 
Descondicionamento 
cardiovascular e pulmonar 
associado à dispneia crônica
Déficit de mobilidade
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7
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24 Disfunções Oncológicas
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mobilidade. A imobilidade pode reduzir a 
massa muscular pela metade em menos de 
duas semanas provocando uma perda de 
força muscular de 4 a 5% por semana de 
imobilismo.
 A Função física é o mais importante 
determinante de sobrevida e qualidade de 
vida. Portanto identificar precocemente e 
t ratar d i s funções como déf ic i t de 
m o b i l i d a d e , d e s c o n d i c i o n a m e n t o 
cardiovascular, fadiga e fraqueza muscular, 
que quase sempre co-existem, pode ser 
essencial para melhorar o prognóstico de 
pacientes que desenvolvem câncer. Talvez 
este seja o principal papel da fisioterapia em 
oncologia, uma vez que estudos recentes e 
de qualidade têm gerado um grande 
impacto na literatura da saúde por 
i d e n t i f i c a r e m q u e p a c i e n t e s q u e 
desenvolveram câncer e passaram a realizar 
atividade física regular após finalizado o 
t r a t a m e n t o o n c o l ó g i c o c u r a t i v o 
apresentaram uma maior sobrevida e uma 
menor recidiva da doença comparado a 
aqueles que não realizaram atividade física 
regular.
 O desenvolvimento de fraqueza 
muscular em pacientes com câncer pode 
estar relacionado à hipotrofia muscular 
gerada pela falta de substrato proteico que 
compõe a musculatura, o que pode ocorrer 
por consumo energético excessivo pelo 
tumor em expansão ou pela baixa ingesta 
calórica devido a efeitos adversos do 
tratamento como náusea e vômito. Outro 
fator que pode gerar hipotrofia e 
consequentemente uma redução do 
 Cirurgias de cabeça e pescoço ou 
 neurológica devido a um tumor em caeça 
podem gerar disfunções nos músculos 
faciais que podem ser permanentes ou 
temporárias a depender da presença de 
u m a s e c ç ã o p a r c i a l o u t o t a l , 
respectivamente, de nervos próximos a 
região tumoral . Todavia a própria 
manipulação cirúrgica pode alterar a 
condução nervosa ou mesmo o 
crescimento tumoral pode comprimir os 
nervos motores da face e gerar disfunções 
na mímica facial, na fala, na mastigação 
ou na deglutição.
 
 A radioterapia realizada em região 
de cabeça e pescoçotende a gerar 
fibrose em tecidos moles da região o que 
 A National Comprehensive Cancer 
Network (NCCN) definiu a fadiga como 
uma sensação subjetiva, persistente e 
penosa de cansaço ou exaustão física, 
emocional e/ou cognitiva relacionada ao 
câncer ou seu tratamento que é 
desproporcional a atividade recente e 
interfere com a funcionalidade habitual. 
Cerca de 61-99% dos pac ientes 
recebendo tratamento oncológico 
apresentam fadiga, em especial nos 
pacientes que recebem quimioterapia 
citotóxica, radioterapia, transplante de 
medula, tratamento com modificadores 
de resposta biológica ou possuem doença 
metastática. Entre 20% a 40% dos 
pacientes a fadiga pode estar presente 
anos após finalizar o tratamento curativo.
 M e c a n i s m o s c o g n i t i v o -
comportamentais e inatividade física são 
fatores de risco para o desenvolvimento de 
fadiga relacionada ao câncer. Embora 
nem sempre seja claro a origem da fadiga, 
psíquica ou física, o tratamento fisco à 
base de exercícios aeróbicos têm se 
mostrado efetiva em melhorar o sintoma e 
a qualidade de vida em quem desenvolve 
fadiga. 
Fadiga
Fraqueza muscular
Paresia ou paralisia facial 
periférica
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e s f í n c t e r , u m a v e z q u e e s t a s 
a n o r m a l i d a d e s c o - e x i s t e m n o p ó s -
operatório, assim como é controverso se a 
hiperatividade do detrusor é um fator 
primário ou secundário a incontinência. 
Hiperatividade do detrusor e deficiência do 
esfíncter devido a uma lesão esfincteriana ou 
fraqueza são citadas como as mais 
importantes causas de incontinência 
persistente após prostectomia radical. 
 
 Os principais fatores de risco para IU 
pós-prostatectomia radical são as 
anormalidades de contratilidade do detrusor 
pré-existentes, idade avançada (atrofia 
esfincteriana e degeneração neural), 
ressecção transuretral ou radioterapia 
prévia, trauma, lesão em medula espinhal, 
nova obstrução devido a recidiva, 
contratura no colo da bexiga, estenose 
uretral, doença de Parkinson, demência, 
medicações, assim como inadequada 
habilidade e experiência do cirurgião 
podem determinar a frequência de 
incontinência pós-operatória. Existe também 
a relação de IU aumentada em hospitais que 
realizam menos de 20 prostatectomias 
radicais por ano.
 Pacientes que se tornam continentes 
têm 5 x mais chance de recuperar a 
potencia sexual.
 Pacientes que desenvolvem tumores 
cerebrais ou peri-cerebrais podem evoluir 
com paresias ou plegias em consequência 
da evolução tumoral e compressão da 
massa encefálica ou como consequência 
do tratamento oncológico local recebido 
(cirurgia ou radioterapia) os quais podem 
lesar tecido encefálico e impedir uma 
adequada condução nervosa para 
execução das funções relacionadas a 
mobilidade.
 Diante deste quadro o planejamento 
da reabilitação da função motora é 
essencial para melhorar a qualidade de vida 
e o prognóstico.
 Uma das complicações mais 
prevalentes seguidas de prostatectomia e 
radioterapia na região de períneo é a 
i n c o n t i n ê n c i a u r i n á r i a . S e u 
desenvolvimento depende de uma 
nteração complexa de fibras musculares 
estriadas e lisas que juntas formam o 
mecanismo de continência. 
 
 Ainda é controverso se a incontinênci 
pós-prostatectomia está relacionada a um 
efeito no músculo detrusor da bexiga ou no 
 Disfunção erétil é o efeito colateral 
mais comum em homens com câncer de 
p r ó s t a t a , p r i n c i p a l m e n t e a p ó s 
prostatectomia radical e entre dois a três 
anos após radioterapia.
 Muitos pacientes não relatam esta 
disfunção aos médicos, assim como os 
médicos muitas vezes não investigam esta 
disfunção no acompanhamento do 
tratamento oncológico. Todavia entre os 
pacientes que queixam de pobre ereção 
pode gerar, também, disfunções na 
condução nervosa.
 O seguimento de um protocolo de 
reabilitação precoce pode recuperar a 
função muscular local e desta forma 
normalizar funções básicas das atividades 
de vida diária como falar, mastigar e se 
expressar através da mímica facial.
Paresia e plegias
Incontinência urinária (IU)
Disfunção erétil
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respiração e fala. Além disso, interfere na 
higiene oral, aumentando o risco de 
broncoaspiração de conteúdo oral 
contaminado, interfere na nutrição o que 
contribui para a perda de peso, fragilidade 
imunológica, perda de massa muscular, 
fraqueza e fadiga, provoca dificuldades 
para examinar a orofaringe e para obtenção 
de tratamento dental adequado. Todas 
estas disfunções somadas às alterações 
estéticas e psíquicas tendem a ter grande 
impacto na qualidade de vida dos 
pacientes.
 O trismo é definido como a inabilidade 
de abrir a boca completamente,sendo que 
uma distância menor do que 35 mm entre os 
incisivos é preditivo de trismo. Os principais 
fatores de risco para trismo são: tumores em 
reg ião próx ima a muscu latura de 
fechamento de boca, radiação na 
art iculação temporomandibular ou 
músculos da mastigação, particularmente 
no músculo pterigóide medial e as cirurgia 
de cabeça e pescoço, além de possíveis 
eventos adversos da quimioterapia como 
fadiga, mialgia e miosites. Desta forma, os 3 
principais tratamentos anti-neoplásicos 
podem contribuir para o trismo. 
 Um estudo longitudinal demonstrou 
que o trismo estava presente antes do início 
do tratamento oncológico em 47% dos 
pacientes, e após cirurgia a taxa 
aumentou para 71% e após cirurgia 
seguida de radioterapia a incidência foi de 
79%.
 A restrição da movimentação 
mandibular em pacientes com câncer de 
cabeça e pescoço resulta em dificuldades 
nas atividades de vida diária como 
alimentação, mastigação, deglutição, 
 A mucosite oral é uma inflamação, 
com possível ulceração da mucosa bucal 
e formação de pseudomembrana e fonte 
potencial de infecções com risco de 
morte. A dor está presente em 69% dos 
casos e pode acarretar dificuldade na 
alimentação (56%); na hidratação e na 
fala. Perda de peso tende a acontecer em 
cerca de 34% dos pacientes. Portanto 
tende a ter impacto na qualidade de vida 
dos pacientes enquanto está presente.
 Sua incidência pode chegar a 100% 
em pacientes recebendo quimioterapia 
após transplante de medula ou que 
recebem radioterapia em cabeça e 
pescoço, com cerca de 50% dos pacientes 
manifestando grau 3 e 4 em uma 
classificação de 1 a 4 sendo 4 o grau mais 
grave.
 Os efeitos tóxicos da radioterapia e 
da quimioterapia tendem a se manifestar 
principalmente em células de proliferação 
rápida, como as das mucosas (no caso, da 
boca), o que reduzo índice de renovação 
celular provocando atrofia, inflamação e 
ulceração. Como consequência pode 
ocorrer uma alteração da flora microbiana 
da boca, da quantidade e composição da 
saliva e da maturação epithelial, o que 
dentificou-se que 48% foram tratados com 
braquiterapia, 61% com radioterapia 
externa e 23% com prostatectomia radical 
e nunca haviam tentado ut i l i zar 
medicamentos ou equipamentos para 
auxiliar na disfunção erétil.
 Programas de reabilitação peniana 
podem prover melhora. O reforço 
educacional para uma adequada 
aderência precoce ao tratamento pode 
ser essencial para minimizar fibroses no 
corpo cavernoso e desta forma obter um 
melhor prognóstico para o problema.
Trismo
Mucosite oral
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e desta forma aumentar o agravamento do 
quadro para uma insuficiência respiratória, 
por exemplo.
 Desta forma em todo paciente 
hospitalizado avaliar a presença de 
hipersecreção é de grande relevância para 
prevenir a complicação mais frequenteneste perfil de pacientes que é a pneumonia, 
e caso esta se manifeste, a avaliação da 
presença de hipersecreção e a intervenção 
com técnicas desobstrutivas podem ser de 
grande valor.
A hipersecreção é uma disfunção que 
pode estar presente em diversos 
diagnósticos clínicos de doenças. Ela 
representa uma superprodução de muco 
pelas células endócrinas do pulmão na 
tentativa de proteger o órgão de possíveis 
agentes agressores. Quando estes agentes 
estão presentes repetidamente, mas com 
baixo grau de toxicidade por dose, tende-
se a desenvolver uma hipersecreção 
crônica, como o que acontece com os 
fumantes que desenvolvem doença 
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), todos 
estes criam um ambiente favorávela 
pro l i fe ração de microorgan i smos 
(umidade e calor), aumentando, desta 
forma, seu risco de desenvolver infecções, 
em especial se não realizarem adequada 
higiene brônquica diária ou ficarem 
expostos a ambientes com grande carga 
de microorganismos infectantes como é o 
ambiente hospitalar.
 Todavia quando o agente agressor 
provoca uma reação inflamatória intensa, 
como nas infecções, temos um caso de 
hipersecreção aguda a qual se não for 
a d e q u a d a m e n t e r e s o l v i d a p o d e 
prolongar a presença do agente agressor 
 Atelectasia é o termo utilizado para 
expressar a falta de expansão dos alvéolos 
em uma parte do pulmão ou do pulmão 
inteiro devida a uma ausência de 
ventilação consequente à obstrução total 
ou parcial de um brônquio. Quando este 
tipo de colapso ocorre, outras áreas do 
pulmão tentam compensar a perda 
ventilatória na tentativa de manter uma 
adequada troca gasosa nos vasos que 
irrigam o pulmão os quais irão levar sangue 
oxigenado para o restante do organismo.
 Os principais fatores que podem 
causar obstrução ou colapso alveolar são: 
infecção, sangramento, hipersecreção, 
anestesia geral, cirurgia abdominal, 
objetos estranhos, derrame pleural, 
pneumotórax, falta de mudança de 
postura quando em decúbito prolongado 
no leito, respiração superficial, trauma 
grave e tumores obstrutivos.
 O diagnóstico pode ser realizado 
associando informações clínicas como 
dispneia, taquicardia e baixa saturação 
arterial de oxigênio associados a exames 
de imagem .
aumenta orisco de infecção e morte, 
principalmente se imunodeprimido. 
 A intervenção precoce pode 
minimizar o risco de necessidade de 
hospitalização (16-62%), de nutrição 
enteral (70% - GIII e IV, ) de interrupção do 
tratamento (30%) ou redução da dose 
terapêutica efetiva (60%), além de reduzir 
o risco de infecção (60% febre) que pode 
levar à morte, fadiga e reduzir os custos 
com diária hospitalar, analgésico, 
antibiótico, nutrição.
Hipersecreção
Atelectasia
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paralisia temporária dos mesmos. Isto 
écomum em especial em pacientes em uso 
de ventilação mecânica. Quando estes dois 
fatores estão presentes (biomecânica 
alterada e inibição do centro respiratório) 
estes pacientes tendem a ter mais 
dificuldade de serem desmamado da 
ventilação mecânica, o que tende a 
aumentar seu tempo de internação 
hospitalar, aumentar o risco de infecções, o 
risco de progredir na síndrome do imobilismo 
e consequentemente um pior prognóstico 
para sua sobrevivência.
 Desta forma, identificar e tratar a 
fraqueza de musculatura respiratória, em 
especial a relacionada à expiração 
(abdominais) em pacientes com alteração 
da biomecânica torácica ou em ventilação 
mecânica pode ser um fator crítico para o 
sucesso na prevenção de complicações 
respiratórias como pneumonias, atelectasias 
e insuficiência respiratória em pacientes 
hospitalizados.
 Alguns pacientes podem evoluir 
com uma tosse ineficaz em consequência 
de uma alteração da biomecânica 
torácica devido à presença de doença ou 
deformidade torácica ou mesmo devido à 
imobilidade dos músculos da respiração 
induzida por medicações que inibem o 
centro respiratório ou mesmo provocam 
 Náusea e vômito são sintomas de 
alta prevalência em pacientes com 
câncer, em especial os que realizam 
quimioterapia ou no pós-operatório de 
cirurgias digestivas, ginecológicas ou de 
cabeça e pescoço. Embora o sistema 
digestivo não seja um sistema alvo da 
a t u a ç ã o f i s i o t e r á p i c a , a l g u m a s 
intervenções de fisioterapia, como 
exercícios e auriculoacupuntura, podem 
ser úteis e efetivas na prevenção e alívio 
destes sinais e sintomas.
A amputação é, muitas vezes, um mal 
necessário em pacientes com câncer, pois 
pode ser a melhor estratégia para 
minimizar o risco de disseminação da 
doença e assim aumentar a sobrevida. 
 Microatelectasias ou atelectasias 
subclínicas são consideradas quando 
apenas os sinais nos exames de imagem 
estão presentes. Todavia sempre que 
identificadas intervenções capazes de 
reexpandir as áreas colapsadas devem ser 
realizadas para minimizar o risco de 
progressão do quadro para problemas 
mais graves como pneumonias ou 
insuficiência respiratória.
 
 As atelectasias podem surgir em 
pacientes com câncer em consequência 
da expansão tumoral no pulmão ou 
qualquer outro tecido do tórax ou parte 
superior do abdome. Como a ressecção 
cirúrgica é uma das principais propostas 
terapêuticas de cura para tumores 
torácicos e abdominais, as atelectasias são 
comuns de surgirem nestes pós-operatórios 
devido à disfunção diafragmática gerada 
pela manipulação cirúrgica e efeito 
residual da anestesia. Elas também 
podem surgir como consequência de 
outras complicações como infecções, 
sangramentos, derrame pleural ou 
pneumotórax. Esta manifestação clínica 
também é comum em pacientes restritos 
ao leito devido à internação prolongada 
ou mesmo no domicílio.
Náusea e vomito
Amputação
Tosse ineficaz
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Esta é uma das principais disfunções 
sexuais que acometem mulheres após o 
tratamento do câncer do colo do útero por 
dificultar a penetração vaginal durante o 
ato sexual. Pode vir acompanhada de 
atrofia vaginal, dispareunia e diminuição 
da lubrificação, o que reduz as sensações 
clitorianas e vaginais durante a relação 
sexual com penetração vaginal. Ela pode 
ser causada por fibrose pós-cirúrgicas ou 
pós-radioterapia, o que diminui a 
elasticidade da região que recebe a 
intervenção. Esta disfunção também 
pode dificultar exames ginecológicos de 
r o t i n a n e c e s s á r i o s d u r a n t e o 
acompanhamento clínico pós-tratamento 
oncológico.
 Diferentes técnicas podem ser 
aplicadas par manter ou restaurar a 
elasticidade dos tecidos da região vaginal 
e desta forma prevenir ou reabilitar a 
estenose vaginal. As mais utilizadas por 
fisioterapeutas são os dilatadores vaginais, 
biofeedback e a terapia manual 
(massagem, digitopressão). O tratamento 
tende a melhorar sua autoestima e 
autoconfiança para suas atividades 
sexuais.
 P a c i e n t e s s u b m e t i d o s à 
retossigmoidectomia e/ou radioterapia 
podem evoluir com incontinência fecal. 
Embora o mecanismo para que isso ocorra 
não esteja muito claro, a contração 
paradoxal dos músculos puborretais ou 
dissinergia do assoalho pélvico pode 
ocorrer gerando o descontrole do ânus.
 A incontinência fecal é definida 
como a passagem involuntária de gases, 
fezes ou a incapacidade de manter o 
controle da eliminação do conteúdo 
intestinal em local e tempo socialmente 
adequados. Como os sintomas são 
constrangedores, tendem a levar ao 
isolamento do paciente e a graves 
perturbações psíquicas e sociais.
 
 A reabilitação através de biofeedback 
objetiva reeducar a musculatura retoanal 
através de dispositivos visuais e sonoros. 
Esta técnica baseia-se no autocontrole do 
paciente sobre as funções de evacuação 
e c o n t i n ê n c i a , u t i l i z a n d o d o 
reconhecimentoda resposta fisiológica da 
musculatura do esfíncter anal externo a 
qual pode ser controlada pelo paciente, 
ou seja éum programa educacional 
utilizando retroalimentação visual ou 
sonorapara corrigir a dissinergia do 
assoalho pélvico e melhorar a sensibilidade 
retal. 
 A constipação fecal é definida como 
a insatisfatória eliminação das fezes 
caracterizada por defecação infrequente, 
dificuldade para eliminação das fezes ou 
ambas. É um sintoma que caracteriza uma 
disfunção da motilidade intestinal, do 
assoalho pélvico ou ambas.
Sempre que ela ocorrer será importante o 
acompanhamento pela equipe de 
fisioterapia desde o pós-operatório 
imediato onde intervenções e orientações 
para reduzir o edema podem ocorrer, 
assim como a prescrição de órteses para 
auxílio na locomoção e de exercícios para 
prevenção de perda de força muscular 
comum com a restrição da mobilidade. 
Após a alta hospitalar a continuidade dos 
exercícios será necessária para prevenir o 
risco de compensações posturais devido à 
perda do membro e ainda preparar o coto 
para uma possível protetização.
Incontinência fecal
Constipação fecal
Estenose vaginal
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pacientes com retirada de dreno de tórax, 
após radioterapia em tumores do tórax, uso 
de morfina para dor, além de reações 
alérgicas e infecções locais (Ex. 
pneumonia) ou sistêmicas ou mesmo a 
hipoproteinemia comum em pacientes 
com tumor em progressão. 
 Portanto os mecanismos 
fisiopatológicos principais são dois. O 
primeiro seria por uma congestão 
pulmonar gerada pelo retorno do sangue 
ao pulmão o qual deveria ser ejetado pelo 
coração para todo organismo, mas devido 
a diferentes patologias ou aumento do 
volume sanguíneo, o coração se torna 
incapaz impulsioná-lo e parte do sangue 
retorna ao pulmão e provoca o aumento 
da pressão intravascular pulmonar. Desta 
forma o sangue tende a entrar nos alvéolos 
(edema pulmonar) dificultando as trocas 
gasosas essenciais para manutenção da 
vida. O segundo mecanismo pode ocorrer 
por aumento da permeabilidade capilar, 
nesta condição há uma exagerada 
passagem de líquido do capilar pulmonar 
para dentro do alvéolo devido a uma 
alteração anatômica ou funcional da 
permeabilidade da membrana alvéolo 
capilar. Este mecanismo é comum de 
ocorrer quando o nível de proteína no 
sangue cai. 
 O edema pulmonar agudo ou 
descompensado é uma condição grave 
com risco de morte que deve ser tratada 
rapidamente. A fisioterapia tem um papel 
essencial nestes casos podendo intervir 
precocemente sempre que identificar 
sinais e sintomas de congestão pulmonar 
como estertores à ausculta pulmonar 
associados à ortopneia, queda da 
saturação de oxigênio abaixo de 90% e 
uma radiografia de tórax com típicos sinais 
de congestão. A intervenção que tende a 
ter melhor efeito evitando, em alguns 
casos, até o uso de medicamentos é a 
 Um edema pulmonar pode ter 
várias causas, mas em um paciente com 
câncer além das causas tradicionais como 
disfunção cardíaca e insuficiência renal 
descompensadas, algumas intervenções 
comuns para o tratamento oncológico 
podem desencadear um processo 
fisiopatológico até a formação de edema 
pulmonar que tende a se manifestar com 
um quadro de insuficiência respiratória. 
Alguns exemplos de intervenções seriam a 
quimioterapia tendo efeitos cardiotóxicos 
ou manifestando toxicidade pulmonar ou 
renal, edema de re-expansão em 
 A imobilidade é uma das frequentes 
causas de constipação, outras causas 
possíveis são condições neurológicas, 
e n d ó c r i n a s , e f e i t o c o l a t e r a l d e 
medicações (Ex: opiáceos), funcional ou 
idiopática (75%). Dois principais tipos de 
const ipação id iopát ica têm s ido 
identificados. O primeiro é a constipação 
por trânsito lento e a outra a obstrução 
funcional para saída ou desordem de 
evacuação, também descrita na literatura 
como síndrome do assoalho pélvico 
espástico, dissinergia do assoalho pélvico, 
contração pulboretal paradoxal ou 
anismo. A obstrução de saída pode ocorrer 
devido ao uso anormal do assoalho 
pélvico. Durante o esforço o músculo 
puboretal contrai ao invés de relaxar e 
mantém o canal anal fechado. Também 
tem sido sugerido que o problema seja 
devido a uma insuficiente força propulsiva 
gerada pelo assoalho pélvico.
 Técnicas de biofeedback são úteis 
e efetivas para reeducar o assoalho 
pélvico, mas devem ser somadas a 
orientações da anatomia e função do 
sistema digestivo, frequência, postura e 
permanência no vaso sanitário, além de 
orientações dietéticas. 
Edema pulmonar25
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ventilação não invasiva. O fisioterapeuta é 
o profissional que mais tem desenvolvido a 
habilidade de util izar este recurso 
terapêutico e desta forma tem contribuído, 
e muito, em salvar várias vidas.
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