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NOTA DE AULA 7 PARTIDOS POLITICOS

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Centro de Ciências Jurídicas
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO ELEITORAL
PROFESSOR: LUCIANO BEZERRA FURTADO
ALUNO__________________________________________
NOTA DE AULA 7
PARTIDOS POLÍTICOS
A Constituição Federal garante o pluralismo político e o pluripartidarismo, ou seja, observadas as regras do art. 17 da Constituição Federal, é livre a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, qualquer que seja a sua ideologia. Tal liberdade, porém, não é irrestrita, pois todos os partidos devem resguardar a soberania nacional, o regime democrático, o próprio pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
O Estado Partidário contemporâneo adota três sistemas principais de partidos. Vejamos: 
a) Bipartidarismo: É considerado por alguns escritores políticos como o sistema democrático por excelência em matéria de organização partidária. O sistema bipartidário não significa literalmente a existência de apenas dois partidos. É possível que vários paridos concorram, mas o sistema tecnicamente se acha de tal forma estruturado que só dois partidos se reúnem de maneira permanente a possibilidade de chegar ao poder. O sistema bipartidário tem algo que corresponde a um traço natural da divisão política da sociedade, conforme assinala Duverger, o qual observa que se nem sempre há um dualismo de partidos, quase sempre há um dualismo de tendências. Ex.: Estados Unidos e Inglaterra. 
b) Multipatidarismo: Os adeptos do pluralismo partidário louvam-no como a forma de colher e fazer representar o pensamento de variadas correntes de opinião, emprestando às minorias políticas o peso de um influência que não existiria no sistema bipartidário ou no sistema monopartidário. E por outro lado, no sistema presidencial, indica-se ordinariamente a pulverização partidária como fator de enfraquecimento do regime, determinando-lhe não raro seu colapso. E no sistema parlamentar o Multipatidarismo conduz inevitavelmente aos governos de coalizão ou coligação, com gabinetes de composição heterogênea, sem rumos políticos coerentes, sujeitos a uma instabilidade manifesta. Não obstante, estes governos por sua natureza tendem a ser mais sensíveis à opinião pública. 
c) Unipartidarismo ou Partido único: É próprio dos regimes totalitários como o fascismo, o nazismo e o comunismo. As ditaduras do século XX, com raras exceções, fizeram do partido único o instrumento máximo da conservação do poder, sufocando o pluralismo político sem o qual a liberdade se extingue. O partido único é o sustentáculo da ditadura, conforme assinala Duverger. Neste sistema o partido se confunde com o poder e sua doutrina se torna a idéia do direito oficial. 
Os Partidos Políticos Brasileiros, no tocante à sua natureza jurídica, mantiveram-se desde o Império até a República de 1946 como corporações político-sociais, conservando a natureza jurídica de associação civil, sem uma regulamentação estatal própria. Nessa condição, falharam em quase todas as épocas decisivas da nossa vida constitucional, notadamente em 1930, 1934, 1937, 1945, 1961 ... culminando com o seu desprestigio total em 1964.
A Constituição de 1988 consagrou definitivamente o sistema democrático do pluripartidarismo, assegurando a liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos. Os limites dessa liberdade situam-se no resguardo da soberania nacional, do regime democrático, do pluripartidarismo e dos direitos fundamentais da pessoa humana (art. 17 da CF).
Desde a Lei n. 9.096/95, os partidos políticos estão expressamente classificados entre as pessoas jurídicas de Direito Privado (art. 16, inc. III, do CC). Para a sua constituição, inicialmente são registrados no Cartório de Registros Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal (art. 114, inc. III, da Lei dos Registros Públicos – Lei n. 6.015/73, c.c. os arts. 7.º e 8.º da Lei Orgânica dos Partidos Políticos – Lei n. 9.096/95) e, após adquirirem personalidade jurídica, são registrados no TSE (art. 17, § 2.º, da CF).
Para ter seu estatuto registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral, e assim desfrutar dos recursos do fundo partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão, o partido deve ter caráter nacional, ou seja, o apoio de eleitores em número correspondente a 0,5% dos votos dados na última eleição para a Câmara dos Deputados (não computados os votos nulos e os votos em branco), distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com o mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um desses Estados.
As principais proibições impostas aos partidos políticos são:
receber recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros, ou manter subordinação a esses;
utilização de organização paramilitar.
Os partidos têm direito ao fundo partidário (constituído pelas multas aplicadas com base na legislação eleitoral, doações e dotações orçamentárias da União fundadas no número de eleitores – art. 38 da Lei n. 9.096/95) e acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos da Lei n. 9.504/97. De acordo com a alínea “c” do inc. VI do art. 150 da Constituição Federal , atendidos os requisitos da lei, não incidem impostos (imunidade) sobre patrimônio, rendas e serviços dos partidos políticos.
Segue demonstrativo da ultima eleição sobre o fundo partidário:
	Distribuição do Fundo Partidário 2011 - Duodécimos
	Data da última atualização: 24/12/2011
	Dotação Orçamentária 2011
	Partido
	Jan
	Fev
	Mar
	Abr
	Mai
	Jun
	Jul
	PT
	3422269,67
	3815327,75
	3594099,72
	3594099,72
	3594099,72
	3885982,03
	3594099,72
	PMDB
	2882753,83
	2556158,66
	2777929,38
	2777929,38
	2777929,38
	3003126,52
	2777929,38
	PSDB
	2662830,94
	2235129,42
	2518170,11
	2518170,11
	2518170,10
	2722143,62
	2518170,10
	DEM
	1877177,95
	1159886,72
	1617370,94
	1617370,94
	1617370,94
	1747744,69
	1617370,94
	PP
	1564882,01
	1612684,21
	1593246,00
	1593246,00
	1593246,00
	1721648,63
	1593246,00
	PSB
	1448154,24
	1613375,03
	1520281,47
	1520281,47
	1520281,47
	1642722,53
	1520281,47
	PDT
	1107918,41
	1040902,66
	1089651,34
	1089651,34
	1089651,34
	1176907,79
	1089651,34
	PTB
	989858,60
	812236,88
	928835,46
	928835,46
	928835,46
	1002952,45
	928835,46
	PR
	1445878,70
	1904374,25
	1629256,32
	1629256,32
	1629256,32
	0,00
	1629256,32
	PPS
	697048,69
	402529,51
	589708,45
	589708,45
	589708,45
	636117,08
	589708,45
	PV
	826796,08
	855201,53
	842842,14
	842842,14
	842842,14
	909933,05
	842842,14
	PC do B
	576855,73
	721505,35
	635324,44
	635324,44
	635324,44
	685460,13
	635324,44
	PSC
	597997,33
	861610,35
	701741,68
	701741,68
	701741,68
	757303,99
	701741,68
	PSOL
	292372,48
	279926,32
	289329,18
	289329,18
	289329,18
	311195,34
	289329,18
	PMN
	264509,81
	305854,95
	281687,22
	281687,22
	281687,22
	302928,99
	281687,22
	PTC
	190246,04
	137235,33
	171126,78
	171126,78
	171126,78
	183335,21
	171126,78
	PHS
	182975,85
	251938,57
	210083,31
	210083,31
	210083,31
	225474,69
	210083,31
	PSDC
	98141,40
	59625,94
	83902,68
	83902,68
	83902,68
	88984,47
	83902,68
	PT do B
	157109,57
	228859,71
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	PRB
	298170,11
	620661,37
	422237,86
	422237,86
	422237,86
	454963,32
	422237,86
	PRP
	103089,11
	116317,83
	108514,88
	108514,88
	108514,88
	115607,61
	108514,88
	PSL
	125387,58
	189756,35
	150365,21
	150365,21
	150365,21
	160877,32
	150365,21
	PRTB
	99681,78
	128850,55
	111132,15
	111132,15
	111132,15
	118438,73
	111132,15
	PTN
	80130,52
	85287,02
	82339,51
	82339,51
	82339,52
	87293,59
	82339,52
	PSTU
	64713,57
	63893,00
	64551,35
	64551,35
	64551,35
	68052,04
	64551,35
	PCB
	55678,92
	53499,66
	54940,50
	54940,50
	54940,50
	57655,94
	54940,50
	PCO
	0,00
	0,00
	43960,84
	43960,84
	43960,83
	45779,15
	43960,83PSD
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	PPL
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	Total
	22112628,92
	22112628,92
	22112628,92
	22112628,92
	22112628,91
	22112628,91
	22112628,91
	* Valores em R$ 1,00
Distribuição do Fundo Partidário 
Fonte: CEOF/SAD/TSE
	Distribuição do Fundo Partidário 2011 - Duodécimos
	Data da última atualização: 24/12/2011
	Partido
	Ago
	Set
	Out
	Nov
	Dez
	Valor Total
	%
	PT
	3690785,23
	3738986,84
	3726109,09
	3680301,57
	3829299,63
	44165460,69
	16,64
	PMDB
	2852786,95
	2890439,71
	2879247,39
	2843609,00
	2958714,27
	33978553,85
	12,81
	PSDB
	2586080,58
	2614720,33
	2604075,66
	2571741,54
	2675833,99
	30745236,50
	11,59
	DEM
	1661190,14
	1680483,07
	1671694,04
	1650555,97
	1717332,98
	19635549,32
	7,40
	PP
	1636420,00
	1660093,49
	1651344,95
	1630451,24
	1696413,85
	19546922,38
	7,37
	PSB
	1561504,08
	1586393,18
	1577791,03
	1557780,55
	1620799,42
	18689645,94
	7,04
	PDT
	1119357,03
	1153399,58
	1146194,11
	1131366,25
	1177111,90
	13411763,09
	5,05
	PTB
	954240,24
	974078,35
	966692,42
	954020,02
	992581,71
	11362002,51
	4,28
	PR
	1673393,39
	1693433,40
	1684618,65
	1663325,38
	1730619,65
	18312668,70
	6,90
	PPS
	0,00
	0,00
	0,00
	-
	-
	4094529,08
	1,54
	PV
	865947,08
	877482,33
	870288,26
	858773,48
	-
	9435790,37
	3,56
	PC do B
	652879,46
	670509,57
	663726,60
	654692,22
	681128,73
	7848055,55
	2,96
	PSC
	721072,99
	731384,75
	724480,87
	714716,95
	743584,94
	8659118,89
	3,26
	PSOL
	297630,79
	0,00
	0,00
	293201,68
	304994,91
	2936638,24
	1,11
	PMN
	289784,45
	296826,96
	290786,22
	286230,12
	297740,94
	3461411,32
	1,30
	PTC
	176267,14
	181247,02
	175435,85
	172264,88
	179159,19
	2079697,78
	0,78
	PHS
	216265,54
	221754,76
	215863,13
	212206,70
	220718,98
	2587531,46
	0,98
	PSDC
	86710,29
	90961,83
	85329,99
	83241,01
	86529,14
	1015134,79
	0,38
	PT do B
	0,00
	191705,08
	185873,14
	182576,83
	189888,86
	1136013,19
	0,43
	PRB
	434094,02
	441664,21
	435335,78
	429043,92
	446339,86
	5249224,03
	1,98
	PRP
	111980,72
	116473,68
	110791,17
	108396,45
	112703,57
	1329419,66
	0,50
	PSL
	154950,32
	0,00
	0,00
	-
	-
	1232432,41
	0,46
	PRTB
	114668,00
	119186,63
	113498,73
	111071,49
	115486,98
	1365411,49
	0,51
	PTN
	85105,32
	0,00
	83712,91
	81643,34
	84866,75
	917397,51
	0,35
	PSTU
	66841,42
	70903,15
	65311,15
	63462,56
	65949,50
	787331,79
	0,30
	PCB
	56973,53
	60941,00
	55368,79
	53639,58
	55728,61
	669248,03
	0,25
	PCO
	45700,20
	49559,99
	44010,40
	42417,58
	44052,03
	447362,69
	0,17
	PSD
	0,00
	0,00
	42524,29
	40949,30
	42524,28
	125997,87
	0,05
	PPL
	0,00
	0,00
	42524,29
	40949,30
	42524,28
	125997,87
	0,05
	Total
	22112628,91
	22112628,91
	22112628,91
	22112628,91
	22112628,95
	265351547,00
	100,00
	* Valores em R$ 1,00
O parágrafo único do art. 52 da Lei n. 9.096/95 estabelece que as emissoras de rádio e televisão têm direito a compensação fiscal pela cedência do horário gratuito previsto naquela norma. 
Segue norma em questão: 
“Art. 52. ... Parágrafo único. As emissoras de rádio e televisão terão direito a compensação fiscal pela cedência do horário gratuito previsto nesta Lei. 
• Dec. nº 5.331/2005: "Regulamenta o parágrafo único do art. 52 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995, e o art. 99 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, para os efeitos de compensação fiscal pela divulgação gratuita da propaganda partidária ou eleitoral". 
• Ato Declaratório Interpretativo-SRF nº 2/2006 (DO de 10.3.2006), que "Dispõe sobre o critério de cálculo da compensação fiscal pela divulgação gratuita da propaganda partidária ou eleitoral": 
"Artigo único. A compensação fiscal de que trata o art. 1º do Decreto nº 5.331, de 2005, corresponde a oito décimos do somatório dos valores efetivamente praticados na mesma grade horária exibida no dia anterior à data de início de divulgação gratuita da propaganda partidária ou eleitoral. 
§ 1º Para efeito do caput, considera-se valor efetivamente praticado o resultado da multiplicação do preço do espaço comercializado pelo tempo de exibição da publicidade contratada. 
§ 2º Na hipótese de o tempo destinado à divulgação gratuita abranger apenas parte de um espaço comercializado do dia anterior ao de início da divulgação, o valor efetivamente praticado deverá ser apurado proporcionalmente ao tempo abrangido. 
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se também em relação aos comunicados, às instruções e a outras requisições da Justiça Eleitoral, relativos aos programas partidários ou eleitorais". 
• Ac.-TSE nº 690/2004: inexistência de direito à compensação fiscal na hipótese de deferimento de nova data para transmissão da propaganda partidária em razão de falha técnica da emissora.”
Ao contrário da Constituição Federal anterior, que até a EC n. 25/85 exigia a fidelidade partidária e previa a perda do mandato para o parlamentar que abandonasse o partido pelo qual fora eleito (art. 152, § 5.º) , a Constituição Federal de 1988 remete a questão da fidelidade partidária ao estatuto de cada partido (art. 17, § 1.º). 
O TSE expediu a Resolução no. 22.610/07 disciplinando o processo de perda do mandato eletivo, bem como de justificação de desfiliação partidária, dado conta das situações de justa causa a saída do partido político, sem que se considere infidelidade partidária, conforme se vê:
“Art. 1º O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.
§ 1º Considera-se justa causa:
I - incorporação ou fusão do partido;
II - criação de novo partido;
III - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
IV - grave discriminação pessoal.” 
Mestres do porte de walter ceneviva sustentam ser de bom direito admitir que o estatuto do partido possa prever, mediante processo que assegure plena defesa, a perda de mandato do parlamentar, eleito sob a sua legenda, que: 
deixar o partido;
votar contra diretriz partidária legítima. 
Outros estudiosos do tema, porém, sustentam que, para os casos de infidelidade e indisciplina partidária, os estatutos partidários podem prever sanções que vão da advertência até a exclusão, mas acrescentam que a Constituição Federal de 1988 não permite a perda do mandato por infidelidade partidária. 
Diante do sistema adotado pela legislação eleitoral, que demonstra ser o partido político veículo indispensável para alguém obter um mandato (acolhendo inclusive o sistema proporcional e o quociente partidário para a eleição de deputados e vereadores – art. 45 da CF), entendo que a razão está com walter ceneviva, exceto quanto à hipótese de perda do mandato por votar contra as diretrizes partidárias, já que os parlamentares são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos.
Nem mesmo a regra geral de que ninguém é obrigado a associar-se ou a permanecer associado se aplica na hipótese, pois, no caso específico, a filiação a partido político é obrigatória (pela CF) para que alguém dispute um mandato eletivo. 
Observa-se, contudo, que a questão é bastante polêmica e que o TRE/SP já deliberou que os estatutos, no máximo, podem impor ao faltoso a expulsão, sem a perda do mandato (Acórdão 123.930, publicado no DOJ de 1.º.3.1996, p. 41). 
No mesmo sentido, merece destaque a seguinte decisão do Paraná :
“ACÓRDÃO: 16121
DESCRIÇÃO: Apelação Cível
RELATOR: Des. Pacheco Rocha
COMARCA: Foz do Iguaçu – 4.ª Vara Cível
ÓRGÃO JULGADOR: Primeira Câmara Cível
PUBLICAÇÃO: 12.4.1999
Ementa
Decisão: acordam os desembargadores integrantes da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em negar provimento à apelação. 
Ementa: Vereador– mudança de partido político – infidelidade – compromisso anterior – impossibilidade jurídica do pedido – a mudança de partido político, ainda que rotulada de infidelidade partidária, não acarreta a perda do mandato conferido ao eleito Vereador – por força do ordenamento jurídico, o mandato conferido pela eleição proporcional é pertinente única e exclusivamente ao eleito e constitui um bem indisponível, do que se segue que pedir em Juízo acerca do mandato e dos seus consectários, como a percepção de subsídios, contra esse mesmo ordenamento, caracteriza uma impossibilidade jurídica do pedido.”
Os arts. 25 e 26 da Lei n. 9.096/95, de péssimas redações, estabelecem que o parlamentar que deixar o partido pelo qual se elegeu, ou votar contra as diretrizes partidárias, perderá o cargo e a função que exerce na respectiva Casa Legislativa em virtude da proporção partidária. Prevalece, porém, que os dispositivos atingem os cargos internos (secretário da Mesa Diretora, por exemplo), mas não o mandato parlamentar.
Segue texto dos artigos: 
“Art. 25. O estatuto do partido poderá estabelecer, além das medidas disciplinares básicas de caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da proporção partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela atitude ou pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários. 
Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito. “
. Res.-TSE nº 22.526/2007: preservação, pelos partidos políticos e coligações partidárias, do direito à vaga obtida pelo sistema proporcional na hipótese de pedido de cancelamento de filiação ou de transferência do candidato eleito para agremiação partidária diversa. Res.-TSE nºs 22.563/2007 e 22.580/2007: preservação da vaga, também, no caso de transferência para agremiação partidária integrante da coligação pela qual o candidato elegeu-se. Res.-TSE nº 22.600/2007: entendimento aplicável às vagas obtidas pelo sistema majoritário. 
. Res.-TSE nº 22.610/2007: regulamentação dos processos de perda de cargo eletivo e de justificação de desfiliação partidária. 
O mestre Fávila Ribeiro esclarece que “a matéria não pode escapar do disciplinamento estatutário, por ser terreno defeso à ingerência da lei, caracterizando-se abuso de poder normativo, por usurpação da competência reservada pela Constituição Federal aos partidos políticos...”. 
Em síntese, entende-se que somente os estatutos partidários podem prever as hipóteses de infidelidade partidária e suas conseqüências (cláusula de reserva estatutária), ainda assim, respeitando a inviolabilidade dos parlamentares quanto às suas opiniões, palavras e votos. 
Acredita-se, por isso, ser legítima a perda do mandato pelo parlamentar que, voluntariamente, abandona o partido pelo qual foi eleito, desde que a sanção esteja prevista no estatuto do partido; mas incabível a sanção na hipótese de voto contrário às orientações partidárias (pela inviolabilidade que o parlamentar desfruta quanto às suas opiniões, palavras e votos). Ou seja, as hipóteses de perda do mandato previstas no art. 55 da Constituição Federal não são taxativas (essa posição é minoritária, pois prevalece que as hipóteses do art. 55 são taxativas e que infidelidade partidária pode, no máximo, implicar a expulsão do partido, sem que isso acarrete a perda do mandato).
REFERÊNCIAS:
Curso preparatório Damásio de Jesus – Professor Ricardo Cunha 
Chimenti Texto extraído do Jus Navigandi http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1503
Sitio do TSE.

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