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6oano1 O ANO • ENSINO FUNDAMENTAL II • EF 8 A N O S L I V R O D O P R O F E S S O R 2010 P R O G R A M A S : L E R E E S C R E V E R / O R I E N TA Ç Õ E S C U R R I C U L A R E S Cadernos de apoio e aprendizagem Port6ºAnoPROF.indd 1Port6ºAnoPROF.indd 1 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM Port6ºAnoPROF.indd 2Port6ºAnoPROF.indd 2 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM Prefeitura da Cidade de São Paulo Prefeito Gilberto Kassab Secretaria Municipal de Educação Secretário Alexandre Alves Schneider Secretária Adjunta Célia Regina Guidon Falótico Diretora da Assessoria Técnica de Planejamento Fátima Elisabete Pereira Thimoteo Diretora de Orientação Técnica Regina Célia Lico Suzuki (Coordenadora Geral do Programa) Divisão de Orientação Técnica Ensino Fundamental e Médio Suzete de Souza Borelli (Diretora e Coordenadora do Programa DOT/EF) Cristhiane de Souza, Hugo Luiz Montenegro, Humberto Luis de Jesus, Ione Aparecida Cardoso Oliveira, Leika Watabe, Leila de Cássia José Mendes, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Emilia Lima, Regina Célia dos Santos Câmara, Silvia Moretti Rosa Ferrari, Viviane de Camargo Valadares Divisão de Orientação Técnica Educação Especial Silvana Lucena dos Santos Drago Diretores Regionais de Educação Eliane Seraphim Abrantes, Elizabeth Oliveira Dias, Hatsue Ito, Isaias Pereira de Souza, José Waldir Gregio, Leila Barbosa Oliva, Leila Portella Ferreira, Maria Angela Gianetti, Maria Antonieta Carneiro, Marcelo Rinaldi, Silvana Ribeiro de Faria, Sueli Chaves Eguchi, Waldecir Navarrete Pelissoni Equipe técnica de apoio da SME/DOT Ana Lúcia Dias Baldineti Oliveira, Ana Maria Rodrigues Jordão Massa, Claudia Aparecida Fonseca Costa, Delma Aparecida da Silva, Jarbas Mazzariello, Magda Giacchetto de Ávila, Maria Teresa Yae Kubota Ferrari, Mariana Pereira Rosa Santos, Tania Nardi de Padua, Telma de Oliveira Assessoria Pedagógica SME/DOT Célia Maria Carolino Pires, Maria José Nóbrega, Rosaura Angélica Soligo Fundação Padre Anchieta Presidente João Sayad Vice-Presidentes Ronaldo Bianchi Fernando Vieira de Mello Diretoria de Educação Diretor Fernando José de Almeida Gerentes Monica Gardelli Franco Júlio Moreno Coordenadora do projeto Maria Helena Soares de Souza Equipe de autoria Coordenação Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Jacqueline Peixoto Barbosa Assessoria de coordenação Márcia Mendonça e Claudia Vóvio Autores América dos Anjos Costa Marinho, Anna Maria C. Caricatti M. Cera, Carolina Assis Dias Vianna, Celina Diaféria, Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Denise de Oliveira Teixeira, Ellen Rosenblat, Geraldo Antônio Andreasi Fantim, Jacqueline Peixoto Barbosa, Jordana Lima de Moura Thadei, Laura Inês Breda de Figueiredo, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Helena Costa, Maria Inês Nocite, Marisa Balthasar Soares, Marisa Vasconcelos Ferreira, Patrícia Prado Calheta, Paula Bacarat De Grande, Rosa Maria Antunes de Barros, Shirley de Oliveira Garcia Jurado, Virginia Scopacasa Pesquisa Átila Augusto Morand, Eduardo de Moura Almeida Leitura crítica Roxane Rojo Equipe Editorial Gerência editorial Carlos Seabra Secretaria editorial Janaína Chervezan da Costa Cardoso Assessoria de conteúdo Márcia Regina Savioli (Língua Portuguesa) Maria Helena Soares de Souza (Matemática) Controle de iconografi a Elisa Rojas Apoio administrativo Acrizia Araújo dos Santos, Ricardo Gomes, Walderci Hipólito Edição de texto Dida Bessana, Maria Carolina de Araujo Revisão Ana Luiza Saad Pereira, Barbara Eleodora Benevides Arruda, Marcia Menin, Maria Carolina de Araujo, Miguel Facchini, Silvia Amancio de Oliveira Direção de arte Eliana Kestenbaum, Marco Irici Arte e diagramação Cristiane Pino, Cristina Izuno, Henrique Ozawa, Mariana Schmidt Ilustrações Beto Uechi, Gil Tokio, Leandro Robles – Estúdio Pingado Fernando Makita Bureau de editoração Mare Magnum Artes Gráfi cas Port6ºAnoPROF.indd 3Port6ºAnoPROF.indd 3 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecária Silvia Marques CRB 8/7377) C122 Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa / Programas: Ler e escrever e Orientações curriculares. Livro do Professor. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010. Sexto ano, il. (vários autores) ISBN 978-85-8028-017-3 ISBN 978-85-8028-008-1 (aluno) 1. Ensino Fundamental 2. Língua Portuguesa 3. Leitura 4. Escrita I. Título. CDD 371.302.813 Esta obra, Cadernos de apoio e aprendizagem – Matemática e Língua Portuguesa, é uma edição que tem a Fundação Padre Anchieta como Organizadora e foi produzida com a supervisão e orientação pedagógica da Divisão de Orientação Técnica da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Port6ºAnoPROF.indd 6Port6ºAnoPROF.indd 6 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM Sumário Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Expectativas de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Uma nota sobre o trabalho com gêneros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Integração entre as modalidades de atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Organização do Caderno do aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Organização do Caderno do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 O trabalho com o 6o ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Unidade 1 – Um pouquinho de prosa: a arte de contar histórias em contos e causos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Unidade 2 – Entrevista: como saber mais sobre fatos, assuntos e pessoas . . . .18 Unidade 3 – Carta de reclamação e debate: dois gêneros para a participação social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 Unidade 4 – Narrativas sobre a vida: lendo e produzindo biografi as . . . . . . . . . . .24 Unidade 5 – Ouvindo canções brasileiras: letra & melodia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27 Considerações sobre o movimento metodológico de organização da ação docente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 Acompanhamento e avaliação de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 Referências bibliográfi cas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Comentários e sugestões página a página Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 81 Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 Unidade 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193 Port6ºAnoPROF.indd 7Port6ºAnoPROF.indd 7 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM Port6ºAnoPROF.indd 8Port6ºAnoPROF.indd 8 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 9 Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem A produção deste material se justifi ca por contemplar as es- pecifi cidades da rede pública municipal paulistana do ponto de vista de suas realidades regionais, das condições de acervo de livros, de equipamentos disponíveis, de espaços físicos das escolas e do processo de formação de educadores desenvolvi- do nos últimos cinco anos. Os Cadernos dos alunos têm formato consumível, para que eles possam usá-los individualmente e fazer as atividades tanto em sala de aula quanto em casa. Um DVD acompanha os Cadernos do professor e contém os vídeos previstos em algumas atividades, além de textos a serem lidos para os alunos (em determinados casos). O foco das atividades dos Cadernos são as expectativas de aprendizagem relativas às práticas de leitura, produção es- crita, escuta e produção oral de textos e de análise e refl exão sobre a língua e a linguagem, articuladas em torno dos gêne- ros selecionados propostas para estudo e aprofundamento. Assim, para cada ano, estão previstas cinco unidades – que correspondem às esferas/gêneros selecionados para o traba- lho com sequências didáticas ou projetos.1 O quadro a seguir apresenta os gêneros selecionados para os dois ciclos do En- sino Fundamental. 1 Para mais especifi cações dessas modalidades de atividade, ver p. 121 e 134 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e p. 106-107 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa. Port6ºAnoPROF.indd 9Port6ºAnoPROF.indd 9 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 10 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo I em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Cotidiana Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 1o ano Bilhete/Recado Legenda/ Comentário de notícia Conto de repetição Parlenda/Regras de jogos e brincadeiras Diagrama/ Explicação 2o ano Receita Manchete/Notícia televisiva e radiofônica Conto tradicional Cantiga/Regras de cirandas e brincadeiras cantadas Verbete de curiosidades/ Explicação 3o ano Regras de jogo Notícia/ Comentário de notícias Conto tradicional Poema para crianças Verbete de enciclopédia infantil/Explicação 4o ano Carta, e-mail, relato de experiências vividas Entrevista Fábula Poema narrativo Verbete de enciclopédia infantil/ Exposição oral 5o ano Roteiro e mapa de localização/ Descrição de itinerário Notícia/Relato de acontecimento cotidiano Lenda e mito Poema Artigo de divulgação científi ca para crianças/ Exposição oral Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo II em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Vida pública e profi ssional Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 6o ano Carta de solicitação e de reclamação/ Debate Entrevista Conto/Causo Canção Biografi a/ Depoimento 7o ano Requerimento e carta de solicitação e de reclamação/ Solicitação, reclamação Resenha/ Comentário HQ e tiras/Piadas Cordel Artigo de divulgação científi ca/ Exposição oral 8o ano Estatuto/Debate regrado Notícia, reportagem/ Notícia televisiva e radiofônica Crônica/Relato de fatos cotidianos Poema visual/Rap Verbete de enciclopédia/ Exposição oral 9o ano Currículo/ Entrevista profi ssional Artigo de opinião/ Comentário Teatro Poema Relato histórico/ Exposição oral Port6ºAnoPROF.indd 10Port6ºAnoPROF.indd 10 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 11 Expectativas de aprendizagem As expectativas de aprendizagem, organizadas em torno das práticas de linguagem – leitura, produção de texto, fala e es- cuta e análise linguística –, “são metas de desenvolvimento que se alargam e se aprofundam progressivamente, conforme as possibilidades e necessidades dos estudantes. A cada ano do ciclo, são exploradas basicamente as mesmas expectati- vas de aprendizagem, em graus de complexidade crescentes”.2 Nos Cadernos do professor, as atividades estão acompanhadas das respectivas expectativas de aprendizagem para o ano, o gênero e a prática de linguagem contemplada, com a mesma formulação presente no documento de orientações curricula- res. Essas são as aprendizagens que se espera que todos os alunos construam (como diz Vygotsky,3 aprendizagens que possam, no fi m de cada etapa de trabalho, fazer parte de seu desenvolvimento). Algumas atividades abrangem expec- tativas propostas para anos ou ciclo posteriores, o que se justifi ca por se tratar de um processo de construção em que é importante que o que se espera ver consolidado em deter- minado ano seja processualmente trabalhado desde os anos anteriores (para Vygotsky, fariam parte do desenvolvimento potencial dos alunos – criariam zonas de desenvolvimento proximal –, vindo, futuramente, a fazer parte de seu desen- volvimento real). Há ainda questões que não se referem diretamente às ex- pectativas de aprendizagem, quer para o ano em questão, quer para os seguintes, mas que foram propostas porque, de alguma forma, contribuem com os processos de compreensão ou produção dos textos, objetivo maior de qualquer material didático ou prática pedagógica. Uma nota sobre o trabalho com gêneros No dia a dia, participamos de várias esferas de atividades (fa- miliar/cotidiana, escolar, jornalística, acadêmica, produtiva/ de consumo, política etc.), realizando ações próprias des- sas esferas. Toda esfera de atividade é também uma esfera 2 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 36. 3 VYGOSTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987. Port6ºAnoPROF.indd 11Port6ºAnoPROF.indd 11 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 12 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP de comunicação, e, para agir, nos comunicamos mediante os gêneros textuais que nelas circulam. Assim, ao nos apropriar- mos deles, temos oportunidade de participar mais adequada e plenamente das práticas de linguagem que circulam em cada uma dessas esferas, razão pela qual elegemos os gêneros textuais como um dos eixos organizadores do currículo, arti- culados às práticas de linguagem – leitura, produção escrita, escuta/produção oral e análise linguística. Desse modo, ga- rantimos também um movimento metodológico que privilegia as práticas de uso – leitura/produção escrita, escuta/produ- ção oral – em relação às práticas de análise linguística, que devem reverter para os próprios usos. Portanto, é necessário cuidado para não transformar o tra- balho com os gêneros em uma série de atividades meramen- te classifi catórias e metalinguísticas não convergentes para o uso – leitura/escuta e produção de textos. Nãoadianta o aluno saber dizer uma série de características dos gêneros (de forma decorada), se não puder reverter esse conhecimen- to para a compreensão e/ou produção de textos relativos a esses gêneros textuais. Também na exploração dos elementos constitutivos dos gê- neros, é fundamental garantir uma perspectiva que relacione os gêneros (e os textos) aos contextos das esferas em que circulam, às suas condições de produção típicas (e específi - cas) e ao contexto sócio-histórico mais amplo, indo além de uma perspectiva de abordagem meramente formal/estrutural, possibilitando que o aluno compreenda conteúdos explícitos e implícitos, interaja efetivamente com os textos lidos e pro- duza textos adequados a cada uma das situações. Integração entre as modalidades de atividades Cabe ressaltar que os Cadernos de apoio e aprendizagem abrangem parte das modalidades de atividades propostas para os anos – sequências didáticas e projetos. Ao fazer seu planejamento, você deve prever também atividades perma- nentes ou pontuais, não contidas neste Caderno, para que as demais intenções educativas possam se concretizar: não Port6ºAnoPROF.indd 12Port6ºAnoPROF.indd 12 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 13 é possível formar leitor literário ou de periódicos (jornais, revistas etc.) apenas trabalhando alguns gêneros em algumas séries. É preciso promover uma interação signifi cativa cons- tante com esses portadores.4 Organização do Caderno do aluno Em cada Unidade, há um grupo de atividades que contem- plam expectativas de aprendizagem elaboradas especifi ca- mente para o ano/gênero/esfera/prática de linguagem abor- dada. Cada uma delas, por sua vez, é composta por uma série de questões, exercícios e demandas de ações articuladas. Todas as Unidades são abertas com uma seção – Para co- meço de conversa – que objetiva convidar os alunos para o trabalho, contar quais serão os conteúdos trabalhados e as principais produções e ativar alguns conhecimentos prévios sobre o gênero em questão. É fundamental que você leia o texto dessa seção com os alunos, garantindo que eles tenham conhecimento do que vão estudar, por que isso está sendo proposto e o que se espera deles, para que também eles pos- sam aderir à proposta. Após essa seção, são apresentadas atividades que compre- endem exploração oral e respostas escritas coletivas e indi- viduais. Questões a serem exploradas oralmente não preveem espaço/linhas para resposta. Algumas das atividades (devidamente indicadas) supõem que os alunos assistam a vídeos. É fundamental que você os assis- ta previamente e leia as orientações para o desenvolvimento dessas atividades, a fi m de fazer mediações que potenciali- zem o uso desse recurso. Embora o trabalho com vídeo não seja uma proposta nova, infelizmente ainda é prática pouco frequente nas escolas e “o vídeo tem entrado na sala de aula quase pela porta de trás”. No entanto, trata-se de recurso de grande potencial mobilizador – pelas diferentes lingua- gens de que se vale, pelos ritmos e tempos dinâmicos conso- nantes com o tempo (de atenção/concentração) dos alunos, pela forma sofi sticada de contar histórias ou pela forma 4 Para melhor organização e fundamentação de seu planejamento, é essencial a leitura do item 4.2.1 Língua Portuguesa (p. 123-136) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e do item 5.3 Planejamento da rotina e das modalidades organizativas (p. 96-111) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa do. Port6ºAnoPROF.indd 13Port6ºAnoPROF.indd 13 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 14 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP sintética e organizada de apresentar/discutir informações. Além disso, é de grande relevância para o trabalho com gêne- ros orais, cujos modelos de texto também precisam ser dis- cutidos. Senão, como ensinar a debater ou a participar de seminários se aos alunos não se permite assistir a debates e apresentações e discutir suas fi nalidades, seus conteúdos e características? Entretanto, o vídeo por si só não promove a interação. Daí a importância fundamental de sua mediação, que pode e deve prever pausas, retomadas, elaboração de ou- tras questões/atividades, objetivando o ajuste necessário en- tre o proposto e as possibilidades/necessidades dos alunos. No fi m de cada Unidade, a seção Retomando percursos propõe uma retomada da aprendizagem, mediante uma síntese que destaca os principais conteúdos/conceitos, relações e habi- lidades, e/ou mediante uma proposta de (auto)avaliação. Organização do Caderno do professor O Caderno do professor traz orientações de uso geral do ma- terial (Apresentação dos Cadernos) e orientações específi cas para uso dos volumes (O trabalho com o 6o ano). Cada volume conta com uma breve descrição dos gêneros que serão objeto de trabalho (subsídios direcionados para o professor, que não necessariamente devem ser aplicados aos alunos), orienta- ções gerais para a condução das atividades, possibilidades de resposta e, algumas vezes, indicações de atividades comple- mentares ou referências bibliográfi cas. Por último, deve-se ressaltar que as propostas de atividade fornecem pistas para caminhos que só serão efetivamente tri- lhados (contando com rotas alternativas que se façam neces- sárias) com a interação professor-alunos. Apenas a mediação do professor pode concretizar uma proposta didática. Bom trabalho! Port6ºAnoPROF.indd 14Port6ºAnoPROF.indd 14 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 15 O trabalho com o 6o ano Unidade 1 – Um pouquinho de prosa: a arte de contar histórias em contos e causos Conto e causo estarão em foco na Unidade 1 do Caderno do 6o ano, pois integram a proposta de trabalho pedagógico com gêneros da esfera literária (prosa) no Ciclo II, ao lado de tiras e piadas (7o ano), crônica e relato de fatos cotidianos (8o ano) e teatro (9o ano). As atividades propostas procuram favorecer a fruição de tex- tos, trabalhando aspectos dos gêneros que ajudem os alunos a melhor compreendê-los e apreciá-los. Como você verá, ten- tamos oferecer oportunidades de os alunos refl etirem sobre distintas situações comunicativas, nas quais circulam contos e causos, explorando diferentes suportes. Isso lhe permitirá ajudá-los a construir relações entre os gêneros da ordem do narrar e as condições de produção e circulação em que se situam. Os quadros a seguir visam a sintetizar e a sistematizar algu- mas características recorrentes do conto e do causo, relativas a seu conteúdo temático (domínio discursivo; o que é pos- sível ser dito em textos desses gêneros), à sua forma com- posicional (como se organiza o texto) e ao seu estilo (que elementos e recursos da língua são selecionados). Cabe destacar que essas descrições pretendem sistematizar para você as principais características desses gêneros, rela- cionadas ao contexto de produção. De forma alguma, preten- de-se que os quadros a seguir se constituam em um rol de conteúdos a serem transmitidos aos alunos. Por isso, apenas algumas dessas características foram selecionadas e incorpo- radas às atividades propostas. Port6ºAnoPROF.indd 15Port6ºAnoPROF.indd 15 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 16 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Breve descrição do gênero conto I – Situação comunicativa Autor Nem sempre é conhecido. Isso dependerá do tipo de conto. Em geral, considera-se a autoria dos contos de tradição oral desconhecida ou de domínio público, ainda que se possa identifi car seu lugar de origem. Alguns são atribuídos a pesquisadores que os coletaram em dado momento,cristalizando uma das diferentes versões que circularam, com a liberdade de contar e recriar, própria da tradição oral. Outros têm sua autoria atribuída a seu pesquisador/compilador, como “Contos de Andersen...”, “Contos de Grimm...”. Já os de circulação impressa desde sua criação, de modo geral têm autoria identifi cada. Leitor/ouvinte Para o conto originário da tradição oral, o leitor/ouvinte pode ser pessoas da própria comunidade de produção do conto ou leitores de literatura, quando o gênero ultrapassa o contexto no qual foi produzido, atingindo a esfera literária. Objetivo/fi nalidade Entreter, provocar o prazer estético-literário. Local de circulação/ publicação Livros, jornais, revistas, sites, blogs, livros didáticos, programas de TV, rádio etc. Outras características da situação comunicativa Está presente em qualquer cultura, em diferentes modalidades, identifi cando-se com alguns tipos mais comuns a cada situação e ao gosto do leitor. Circula não necessária, embora predominantemente, na esfera literária, bem como nas esferas cotidiana e escolar. II – Conteúdo temático Efeitos narrativos (suspense, mistério, terror, aventura) com base em histórias simples (envolvendo um único confl ito e poucas personagens, em espaço e tempo bem defi nidos). III – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) • Título. • Breve situação inicial bastante próxima da introdução de um único confl ito que envolve a personagem principal. • Em alguns casos, tentativas de resolução e intensifi cação do confl ito, resolução e desfecho. • As personagens são poucas e o tempo decorrido é curto. • O estilo pode variar de acordo com o tipo de conto, nos quais se observam registros variados. • O narrador pode estar em 1a ou 3a pessoa e as falas, quando presentes, podem ser em discurso indireto. Port6ºAnoPROF.indd 16Port6ºAnoPROF.indd 16 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 17 Breve descrição do gênero causo I – Situação comunicativa Autor A autoria dos causos geralmente é considerada desconhecida ou de domínio público. Leitor/ouvinte • Pessoas da própria comunidade de produção do causo. • Ouvintes e espectadores de programas especializados em culturas regionais. • Leitores literários, quando o gênero vai além, ultrapassa o contexto no qual foi produzido e passa a circular por escrito. Objetivo/fi nalidade Entreter, provocar o prazer estético literário pelo ato de bem narrar. Local de circulação/ publicação Em pequenas comunidades, por meio de narrativas orais, em áudio e vídeo, em programas especializados em culturas regionais, em livros e sites, quando os causos são registrados por escrito. Outras características da situação comunicativa Circula nas esferas cotidiana, literária, artística e escolar. II – Conteúdo temático Efeitos narrativos (suspense, mistério, terror, aventura) com base em histórias que mesclam elementos míticos e lendários, deixando explícito que se trata de narrativa fantasiosa. III – Construção composicional e marcas linguísticas (estilo) • Narrativa bem encadeada. • Exploração de advérbios e adjetivos, na caracterização exagerada de eventos e personagens. • Normalmente os causos são narrados em 1a pessoa pela personagem principal ou por uma voz que fi nge ter testemunhado os fatos. Port6ºAnoPROF.indd 17Port6ºAnoPROF.indd 17 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 18 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 2 – Entrevista: como saber mais sobre fatos, assuntos e pessoas A entrevista é o objeto de estudo da Unidade 2 do Caderno do 6o ano e integra a proposta de trabalho com gêneros da esfera jornalística que, no Ciclo II, modalidade escrita, con- templa: entrevista (6o ano), resenha (7o ano), notícia/repor- tagem (8o ano) e artigo de opinião (9o ano). As atividades retratam a entrevista em diferentes situações comunicativas, com base em suportes diversifi cados, priorizando as posições do entrevistado em relação a conceitos e acontecimentos, a apreciação de leitores acerca dos textos orais e escritos, o funcionamento dos diferentes pares em uma entrevista (per- gunta-resposta; acusação/defesa etc.) e, por último, as eta- pas de planejamento, produção oral e escrita de entrevistas. A proposta de trabalho com o gênero entrevista será dimen- sionada em dois momentos do Ensino Fundamental: no 4o e no 6o anos. Por essa razão, faz-se necessária a refl exão acerca da progressão para o ensino do gênero. 4o ano 6o ano • Exploração inicial dos suportes de circulação: entrevistas em jornais, revistas, na TV e pela internet. • Objetivos da entrevista. • Papel de entrevistador e entrevistado. • Exploração inicial de roteiro e demais etapas de elaboração de uma entrevista. • Entrevista com um membro da escola ou da comunidade. • Relação entre suportes de circulação de entrevistas e contextos de produção. • Objetivos da entrevista e análise de temas, argumentos e posicionamentos dos entrevistados. • Exploração das etapas de preparação da entrevista. • Entrevista gravada seguida de transcrição e de organização dos dados. Contato com vários temas para mostrar opiniões e explicações sobre fatos polêmicos e/ou de interesse público e informações sobre a vida de personalidades públicas. Idem, com maior complexidade na seleção de assuntos. • Título, abertura e indicação de cada pergunta seguida da resposta. • Trechos de entrevista em reportagens. • Perguntas frequentes: O quê?/Quando?/Como?/ Por quê? • Título, abertura e presença dos pares: – pergunta-resposta – ordem/execução – convite-aceitação/recusa-cumprimento – cumprimento xingamento-defesa/revide – acusação-defesa/justifi cativa – pedido de desculpa/perdão. • Trechos de entrevista em reportagens. • Uso de pronomes interrogativos (que, qual, quem e quanto) e de advérbios interrogativos (onde, quando, como e por quê). Port6ºAnoPROF.indd 18Port6ºAnoPROF.indd 18 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 19 Breve descrição do gênero entrevista I – Condições de produção de uma entrevista jornalística Entrevistador Jornal/revista/site/blog/instituição. Jornalista/apresentador/repórter. Personalidade pública. Entrevistado Especialista. Personalidade pública. Alguém que vivenciou um fato de relevância social. Audiência Leitores de determinada publicação, site, blog etc., ou espectadores/ouvintes de determinado programa jornalístico, com determinado perfi l de interesse. Objetivo/intenção Informar, explicar, formar opinião etc. Lugar de circulação/ publicação Revistas, jornais, sites, blogs, programas jornalísticos de TV e rádio. Outras características da situação de produção • Supõe conhecimento prévio ou estudo sobre o entrevistado e sobre o assunto a ser tratado, além de elaboração prévia de perguntas. • A entrevista publicada em jornais impressos e revistas pressupõe também um trabalho de edição posterior (exclusão de marcas da oralidade, de repetições, de hesitações etc.) que visa a garantir: – maior clareza e objetividade ao texto. – destaque para as falas que se supõem mais relevantes para o leitor (a critério do entrevistador ou do editor). – adequação do texto ao espaço disponível da publicação. II – Conteúdos temáticos de uma entrevista • Informações que podem ajudar a esclarecer um fato relevante, explicar uma questão científi ca, política etc.; apresentar uma produção cultural etc. • Opiniões sobre um assunto polêmico de relevância social. • Informações/relatos sobre a vida de personalidades públicas e alguns fatos que se acredita de interesse para o público entre outros. III – Características gerais e marcas linguísticas (forma composicionale estilo) Forma composicional Entrevista publicada em revista e jornais • Título/chamada (opcional). • Abertura para contextualizar a entrevista (informações sobre o entrevistado, sobre o assunto da entrevista e destaques para as falas principais). • Estrutura típica: pergunta-resposta. • As falas são marcadas por algum tipo de indicação que permita identifi car seus enunciadores: – entrevistado/entrevistador: indicação lexical explícita antes das falas. – “entrevistador”, “nome do jornal ou da revista” etc. e nome do entrevistador – ou por diferentes tipos de letras. Nos casos em que a entrevista se insere em reportagens, as perguntas podem aparecer em enunciados como: “em relação à questão...” e “sobre esse assunto...”, entre outros. Já as respostas são comumente indicadas pelo uso de aspas e itálico, seguidos de: “conforme o entrevistado”; “o entrevistado comentou/salientou/ afi rmou/ressaltou” etc. Registro Depende do tipo de audiência, do entrevistado e da relação existente entre entrevistador e entrevistado. Port6ºAnoPROF.indd 19Port6ºAnoPROF.indd 19 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 20 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 3 – Carta de reclamação e debate: dois gêneros para a participação social Carta de reclamação e debate são os gêneros da esfera da vida pública e profi ssional enfocados na Unidade 3. Para o trabalho com esses gêneros, a Unidade está dividida em duas partes: na primeira, o gênero estudado será a carta de recla- mação; na segunda, o debate. Tendo em vista a realidade em que vivemos – em que não pode- mos prescindir de comprar quase tudo de que precisamos para viver (desde alimentos, roupas e remédios até lazer) – e o compromisso com uma educação para a cidadania, as ativi- dades sobre carta de reclamação têm como foco as cartas de reclamação de consumidor. Dessa forma, as primeiras atividades objetivam fornecer ao aluno algumas informações relevantes do Código de Defesa do Consumidor, para que ele, de um lado, conheça seus direi- tos – e, assim, possa exigi-los – e, de outro, aproprie-se do contexto de produção dessas cartas. As Orientações curriculares sugerem que os gêneros carta de reclamação/solicitação sejam trabalhados em dois momentos do Ensino Fundamental: no 6o e no 7o anos. Para o 6o ano, propomos que o foco do trabalho seja a carta de reclamação (e os direitos do consumidor), com ênfase nos conteúdos que respeitam não só o tema e a forma composicional do gênero, mas também o desenvolvimento da capacidade de os alunos, ao escreverem suas cartas, levarem em conta diferentes as- pectos da situação em que estas são produzidas, bem como encadear acontecimentos num relato. Nesse caso, o trabalho com estratégias de argumentação não será enfatizado, pois, ao considerarmos que as reclamações que motivam as cartas são direitos garantidos por lei, não se faz necessário apresen- tar muitos argumentos para que a reclamação surta o efeito desejado. Como diziam nossos antepassados: Dura lex, sed lex (“A lei é dura, mas é a lei.”). Ou, em tradução mais livre: “Lei é lei e não se discute.”. Port6ºAnoPROF.indd 20Port6ºAnoPROF.indd 20 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 21 Já no 7o ano, a ênfase recairá sobre a solicitação, para a qual se pode exigir maior capacidade de argumentação do autor. Isso, porém, não signifi ca que o trabalho com a argumenta- ção será deixado de lado nesta Unidade. A argumentação será o foco das atividades da Parte 2, cujo gênero enfatizado é o debate. Para auxiliá-lo em seu trabalho, apresentamos dois quadros que visam a sintetizar e a sistematizar alguns dos aspectos mais característicos tanto das cartas de reclamação quanto dos debates: a situação de produção de cada gênero, seu con- teúdo temático (ou seja, o que é possível ser dito em textos desses gêneros), sua forma composicional (como se organiza o texto) e seu estilo (quais os elementos e recursos da língua são selecionados). Cabe destacar que essa descrição pretende sistematizar as principais características desses gêneros, relacionando-as com seu contexto de produção. Não se pretende que os qua- dros se constituam em um rol de conteúdos a serem trans- mitidos aos alunos. Por isso, apenas algumas características foram selecionadas e incorporadas às atividades propostas. Breve descrição do gênero carta de reclamação I – Situação de produção5 Produtor do texto Normalmente, alguém que se sente lesado e com direito de reclamar algo. No caso das cartas de reclamação de consumidor, foco das atividades desta Unidade, o produtor do texto, em geral, sabe que está respaldado pelo Código de Defesa do Consumidor e, assim, exige seus direitos. Destinatários Pessoa ou instituição que supostamente lesou o reclamante. No caso de cartas publicadas em jornais ou sites, os destinatários passam a ser também, virtualmente, todos os leitores desse veículo. Mesmo nesses casos, o leitor efetivamente visado é a pessoa ou a instituição que de alguma forma não cumpriu seus deveres. Objetivo Reclamar, reivindicar, demandar e, eventualmente, exigir para conseguir o que é de direito do autor da carta. Suporte material Carta endereçada – por correio ou por e-mail – diretamente à pessoa ou à instituição que supostamente lesou o consumidor. Há também as cartas endereçadas a algum jornal, revista ou site da internet voltados especifi camente para esse fi m. 5 Itens I, II e IV baseados nas orientações aos professores de BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Carta de reclamação e carta de solicitação. São Paulo: FTD, 2005. Port6ºAnoPROF.indd 21Port6ºAnoPROF.indd 21 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 22 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP II – Conteúdo temático de uma carta de reclamação Reclamações, queixas, denúncias contra empresas ou serviços públicos ou privados; contra profi ssionais liberais etc. III – Construção composicional Não há uma forma fi xa de organização das cartas de reclamação. Mesmo porque a forma composicional de cartas enviadas por correio, pela internet ou das publicadas em jornais diferem de acordo com as restrições e as condições do suporte. Alguns dos elementos apontados (como o “assunto” antes da saudação) podem ou não aparecer nas cartas de reclamação. Atualmente, o campo assunto é mais comum nas cartas enviadas por e-mail do que nas escritas. Podemos indicar aqui a forma geralmente padrão para cartas enviadas pelo correio: (Localidade e data) São Paulo, 10 de novembro de 2009. À (Nome da empresa/órgão público ou do departamento ou setor da empresa) Fábrica de Móveis São Tomé (Descrição sucinta do assunto da carta) Assunto: demora na entrega de sofá. (Saudação) Prezado(s) senhor(es), (Antecedentes: descrição sucinta dos fatos que levaram ao envio da carta) Em 19 de agosto, comprei 2 sofás de 2 lugares e 1 de canto em sua loja de fábrica com a promessa de que esses móveis seriam entregues em 15 dias (autorização concedida pelo gerente “Viera” e assinado em nota). O valor total da compra foi de R$ 1.800,00. No ato da compra, paguei em dinheiro R$ 1.000,00, fi cando o restante para ser compensado em cheque para 30 dias. No entanto, já se passaram mais de 3 meses, o cheque já foi compensado e a loja não entregou os produtos vendidos. Já entrei em contato com o gerente diversas vezes para pedir um posicionamento em relação à entrega dos produtos comprados e este alegou não tê-los recebido para entrega. (Caracterização da situação atual) Hoje são 3 de dezembro e nenhum funcionário entrou em contato para nos deixar a par do que está acontecendo ou entregar o produto vendido e pago há 114 dias. (Exposição clara do que se pretende) Como é evidente, o atraso na resolução do problema tem trazido diversos transtornos à minha família.Por isso, venho exigir que o sofá me seja entregue, sem falta, dentro dos próximos 8 dias. Caso contrário, tenciono anular a referida encomenda e exigir a devolução do pagamento. (Fecho) Sem outro assunto de momento, (Assinatura) Claudinei Santa-Bárbara (Enumeração de eventuais cópias de documentos anexos) IV – Marcas linguísticas (estilo) Presença de dados precisos (data de compra, número da nota fi scal, número dos protocolos de atendimento etc.), que comprovem que o reclamante tem direito ao que pleiteia. Uso de organizadores textuais temporais nos relatos feitos (por exemplo, há um mês, três dias depois...) e de operadores argumentativos (pois, já que, então...). Às vezes, a carta adquire um tom mais agressivo ou irônico, marcado pela escolha lexical, por afi rmações categóricas e ameaças (por exemplo: “Quero deixar claro que, se minha solicitação não for atendida imediatamente e se houver algum problema de saúde com minha mãe, em razão da demora na entrega do resultado do exame, vou responsabilizá-los judicialmente por isso.”), ou pela presença de perguntas retóricas como: “A Lei do Silêncio não vale também para os serviços públicos?”. Port6ºAnoPROF.indd 22Port6ºAnoPROF.indd 22 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 23 Breve descrição do gênero debate I – Situação de produção Produtores do texto Quando se trata desse gênero, não há um produtor de texto único. Um debate conta sempre com a presença de, pelo menos, duas pessoas que, de alguma forma, têm interesse em defender uma ideia ou um ponto de vista em relação a um assunto polêmico. Em geral, os debatedores posicionam-se em lados distintos, cada um defendendo uma ideia. Ressalte-se que o promotor do debate é sempre uma instituição ou pessoa física, que visa a algum objetivo: esclarecer a opinião pública, fomentar discussões, ajudar na tomada de decisão etc. No entanto, deve-se lembrar também que é comum, no fi m de um debate, não se chegar a uma conclusão. Dependendo do objetivo do debate, o mais importante é que todos os participantes tenham a oportunidade de analisar vários ângulos de uma mesma questão. No debate ideal, é preciso que os lados se respeitem e estejam abertos a aceitar bons argumentos, mesmo que contrários à sua posição inicial. Destinatários Pessoas interessadas na polêmica, quer as que já adotaram uma posição, quer as que ainda não têm uma opinião formada a respeito do tema. Objetivo Alguns debates visam à tomada de decisão (o debate deliberativo, por exemplo); outros à resolução de problemas; outros, ainda, pretendem infl uenciar a plateia e fazer com que os adversários mudem, ao menos em parte, suas ideias ou fazer com que os indecisos se aliem a uma das posições. II – Conteúdo temático de um debate Assunto ou questão polêmica, capaz de dividir opiniões e relevante para determinada comunidade. III – Alguns aspectos da construção composicional e marcas linguísticas (estilo) • Os debatedores apresentam seus argumentos e ouvem os dos demais. Em seguida, passam a refutar os argumentos de seus oponentes. • Os argumentos são apresentados na forma de exemplos, dados estatísticos, recurso às “leis” (naturais, sociais, lógicas, jurídicas etc.), relato de experiências, causalidade etc. • Para introduzir e encadear os argumentos, são usados marcadores argumentativos (pois, uma vez que, porque, portanto etc.) e organizadores textuais (em primeiro lugar, além disso etc.). • A fala dos participantes é marcada por elementos de retomada do discurso do outro (por exemplo, “Você afi rmou que tal aspecto não existe, mas esqueceu-se de considerar que...”) e por refutação (por exemplo, “Discordo do que você disse, pois...”; “O que você disse não está correto, uma vez que...”). Port6ºAnoPROF.indd 23Port6ºAnoPROF.indd 23 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 24 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 4 – Narrativas sobre a vida: lendo e produzindo biografi as Escrever biografi as, em nossos dias, requer consciência aguda do processo de reinterpretar o passado como forma particular de construção, sujeita a variados desdobramentos, levando em conta que vidas podem ser entendidas como sistemas complexos.6 Os relatos biográfi cos são textos históricos presentes, por exemplo, na Bíblia (como os Evangelhos) e nas produções da Grécia e Roma antigas. Por essa razão, trabalhar com o gênero biografi a, foco desta Unidade, é ir além do discurso dominante da “igualdade de todos os sujeitos” para estudar os aspectos que tornam “todos não iguais”. A biografi a narra, em geral em ordem cronológica, a vida de uma pessoa que viveu ou vive em determinada sociedade e se destacou ou tem se destacado por sua trajetória. Conforme as Orientações curriculares e proposição de expecta- tivas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa, o gênero biografi a faz parte da esfera es- colar. Assim, os textos biográfi cos são utilizados em diferen- tes disciplinas para apresentar algumas etapas ou toda a vida de pessoas consideradas importantes para dada sociedade. Desidério Murcho, no artigo “O que vale uma vida?”, comenta que, na biografi a, o leitor tem contato com “vidas huma- nas reais, com dramas e alegrias, sucessos e insucessos. Em suma, compreendemos melhor o que vale uma vida humana”.7 As biografi as muitas vezes adquirem características dos gê- neros literários, mas, na esfera escolar, têm se aproximado do verbete de enciclopédia e do relato histórico, gêneros que di- vulgam conhecimentos científi cos em diversas áreas. No fi nal da Idade Média, com o Renascimento, a concepção de “indi- víduo” permitiu maior circulação e popularização do gênero biografi a, que, no século XX, passou a circular em diferentes formatos: livro, fi lme, texto teatral, minissérie, documentá- rio, entrevista etc. 6 DAMASCENO, Diana. Entre múltiplos eus: os espaços da complexidade. Tese (Doutorado em Letras) – PUC-Rio, Rio de Janeiro, 1999, p. 84. 7 Artigo disponível em: <http:// criticanarede.com/html/ed43.html>. Port6ºAnoPROF.indd 24Port6ºAnoPROF.indd 24 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 25 A escolha do biografado é claramente marcada pelo contexto social e político. Na Idade Média, por exemplo, as biografi as retratavam a vida de santos, senhores feudais e heróis nacio- nais. No Renascimento, as produções concentravam-se nos dicionários e coleções biográfi cas, evidenciando o interesse pela personalidade humana. No século XX, surgia, no Brasil, a biografi a romanceada, cujos episódios são narrados com elementos da fi cção. A proposta de trabalho com o gênero biografi a/depoimento na sequência de atividades insere-se em momentos específi - cos do Ensino Fundamental, sobretudo no 9o ano, em que se trata do relato histórico. Nesta Unidade, os alunos entrarão em contato com biografi as voltadas para a pesquisa na esfera escolar e com fragmentos de textos biográfi cos produzidos por jornalistas para popularizar a vida de determinadas pes- soas. O principal objetivo é fazer com que os alunos se fami- liarizem com biografi as curtas e longas, com o processo de sua produção e com algumas características do gênero. Assim, os Cadernos de apoio e aprendizagem contemplam, ano por ano, a ampla diversidade de gêneros da esfera es- colar. Nesse percurso, as atividades de leitura buscam cen- trar-se em práticas relacionadas à construção do signifi cado, superando a reducionista perspectiva que aborda o ato de ler como prática mecânica e pouco transformadora. Também as atividades de escuta, intercâmbio oral e produção escrita pretendem aproximar os alunos de situações específi cas de comunicação, inspirando-se nos textos que efetivamente cir- culam na escola. O quadro a seguir visaa sintetizar e a sistematizar algumas características da biografi a relacionadas com seu contexto de produção, com destaque para o conteúdo temático (o que se pode dizer em textos desse gênero), a forma composicional (como o texto se organiza, as partes que o compõem e como se articulam) e o estilo (que elementos e recursos da língua são selecionados). Ressalte-se que não se trata de um rol de conteúdos a serem transmitidos aos alunos. Port6ºAnoPROF.indd 25Port6ºAnoPROF.indd 25 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 26 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Breve descrição do gênero biografi a8 I – Situação comunicativa Autor Em geral, as biografi as são produzidas por escritores, jornalistas ou historiadores. O biógrafo pode ou não conhecer pessoalmente a pessoa sobre a qual escreve. Algumas biografi as são autorizadas pelos biografados ou por sua família, enquanto outras são “biografi as não autorizadas”. Existe também a autobiografi a, em que o próprio autor escreve sua história de vida. Público-alvo Nas biografi as que circulam na esfera escolar, o público-alvo são os estudantes, auxiliando-os a compreender alguns aspectos históricos e sociais da vida de determinadas personalidades. Nos demais casos, predomina o público adulto, apesar de existirem publicações de biografi as para crianças e jovens. Normalmente, os leitores estão interessados em conhecer aspectos da vida do biografado. Objetivo/intenção Apresentar a vida de pessoas consideradas importantes para determinado grupo social. Local de circulação/ publicação Livros, sites, fi lmes, documentários, enciclopédias, dicionários biográfi cos e temáticos. II – Conteúdo temático De forma geral, as biografi as apresentam como tema a vida pessoal do biografado. Assim, elas constroem, por meio de narrativas e relatos, a trajetória de vida de uma pessoa, focalizando aspectos centrais da infância, adolescência, vida adulta, velhice, com destaque para a relação com o trabalho. Crianças e jovens raramente são biografados, o que revela uma escolha social por certas personalidades em dado momento histórico. O biografado (personagem) é o elemento fundamental na temática da biografi a, sobretudo suas ações ao longo da vida. Nas biografi as não autorizadas, é possível encontrar aspectos negativos e posições diferentes da opinião pública. III – Estrutura composicional e marcas linguísticas (estilo) • Texto escrito em terceira pessoa (biografi a) e em primeira pessoa (autobiografi a). No entanto, na biografi a pode haver alternância do foco narrativo, ora em terceira pessoa (voz do biógrafo e outras pessoas), ora em primeira (voz do biografado). • Apresentação do biografado (personagem) por meio de descrições que caracterizam determinada imagem para o público-leitor; as adjetivações e as referências nominais são essenciais para que o leitor perceba o ponto de vista do biógrafo sobre a personagem. • Mecanismos de coesão com pronominalização para construção da cadeia de referentes nominais do texto, com destaque para o biografado e outras pessoas citadas no texto (pai, mãe, irmãos, amigos, fi lhos etc.). Destacam-se também a grande quantidade de datas, nomes próprios (pessoas e lugares). • Advérbios, locuções adverbiais e orações adverbiais para organizar o relato biográfi co no tempo e no espaço. Os fatos são normalmente apresentados em ordem cronológica, colaborando para a organização do texto (capítulos, seções, títulos) em fases da vida. • Verbos predominantemente no pretérito perfeito e imperfeito do indicativo, mas também no presente e no pretérito imperfeito do subjuntivo. • Utilização de memórias pessoais (autobiografi a), assim como de documentos, fotografi as, gravuras, cartas, relatos de outras pessoas, diários. Por essa razão, encontramos uma construção híbrida, em que várias vozes sociais podem estar presentes, contribuindo para a construção de pontos de vista sobre o biografado.9 8 A descrição tomou como base: ROJO, R. H R. Elaborando uma progressão didática de gêneros: aspectos linguístico-enunciativos envolvidos no agrupamento de gêneros “relatar”. Intercâmbio, São Paulo, LAEL/PUC, n. 8, p. 101-118, 1999. 9 Para saber mais: PENA, Felipe. Teoria da biografi a sem fi m. São Paulo: Mauad, 2004. Port6ºAnoPROF.indd 26Port6ºAnoPROF.indd 26 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 27 Unidade 5 – Ouvindo canções brasileiras: letra & melodia [...] o trabalho com a canção é igualmente vasto e fascinante. O professor não precisa ser ele mesmo um compositor ou cantor, mas, é claro, precisa ter ele mesmo a sensibilidade e a visão crítica que lhe cabe incutir.10 A Unidade 5 do Caderno de apoio e aprendizagem compõe parte do trabalho com os gêneros da esfera literária, desen- volvida ao longo de todo o Ensino Fundamental. O objetivo central dessa proposta, considerada no todo, é o de permitir o acesso efetivo do aluno à literatura, “cujos textos de fi cção em verso e em prosa se apresentam à apreciação e fruição estética de modo a produzir maravilhamento e refl exão a res- peito das experiências humanas”.11 Para diversifi car as possibilidades de o aluno conhecer, apre- ciar e fruir diferentes textos literários, o trabalho didático dos Cadernos, em consonância com as Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa (SME/SP), é pro- posto em dois eixos: I) textos literários escritos em prosa; II) textos literários escritos em verso. O gênero canção é o foco desta Unidade e integra o trabalho com os textos escritos em versos, que no Ensino Fundamental contempla as parlendas (1o ano), as cantigas (2o ano) e os poemas (3o, 4o, 5o, 8o e 9o anos). Os versos exploram, de modo intencional, a sonoridade e alcançam uma divisão estrutural e lógica distinta dos parágrafos em prosa, com surpreenden- tes efeitos de musicalidade e sentido. No caso da canção, a relação entre letra e melodia se faz de forma plena, pela pos- sibilidade de integração perfeita entre som e sentido. Assim, levando em conta as expectativas de aprendizagem e a cons- 11 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. 10 COSTA, Nelson. As letras e a letra: o gênero canção na mídia literária. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002, p. 121. Port6ºAnoPROF.indd 27Port6ºAnoPROF.indd 27 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 28 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP trução sistemática de capacidades básicas, essa relação entre letra e melodia é o centro de atividades permanentes em quatro anos distintos: Ciclo I Ciclo II 1o ano 2o ano 6o ano 8o ano Parlenda/ Regras de jogos e brincadeiras Cantiga/Regras de cirandas e brincadeiras cantadas Canção Rap Os jovens têm contato com a canção nas mais diversas prá- ticas culturais, tanto nos centros urbanos como nas regiões rurais. Dessa forma, os alunos que convivem com as tecnolo- gias digitais (computador, celular, discman, tocador de MP3) e com as mídias analógicas (rádio, televisão) interagem com “modos de signifi car” em que coexistem múltiplas linguagens (Rojo, 2009).12 Ao assistirem a um videoclipe, na televisão ou no celular, ou a um funclip, em sites especializados em música, eles deparam com a linguagem estática da fotografi a em movimento (com forte linguagem corporal), sons de di- ferentes ritmos e vozes. A ampliação de determinados bens culturais para grande parte da população brasileira fez com que as canções, por exemplo, penetrassem na vida cotidiana das pessoas em várias circunstâncias e práticas sociais: no ônibus, no metrô, no carro, no avião,nos bares e restauran- tes, nos supermercados, nas propagandas, nas novelas, nos fi lmes, nos eventos artísticos, nos programas de auditório, nas práticas religiosas etc. O trabalho com o gênero canção permite justamente abrir as portas da escola para a audição e produção de textos que circulam de maneira tão intensa em diversas situações da vida cotidiana. Essa perspectiva multicultural precisa dialo- gar, como propõe Rojo (2009), com uma perspectiva de letramentos críticos, ou seja, uma perspectiva “discursiva” que trabalhe com o “texto em seu espaço histórico e ideoló- gico e desvelando seus efeitos de sentido, replicando a ele e com ele dialogando” (p. 120). Com a canção, tal possibi- 12 ROJO, R. H. R. Letramentos múltiplos: escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2009. Port6ºAnoPROF.indd 28Port6ºAnoPROF.indd 28 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 29 lidade torna-se essencial, por ser um gênero híbrido, resul- tado da interseção de dois tipos de linguagem: a verbal e a musical (com destaque para o ritmo e a melodia). Historicamente, o trabalho escolar com a canção tem sepa- rado a letra (lida e compreendida muita vezes como um poe ma) da melodia. O desafi o desta Unidade é, então, fa- zer com que os alunos reconheçam, por meio da audição de canções, da apreciação de vídeos e da produção de paródias, alguns elementos centrais do gênero. Na escola, como sugere Costa (2002), o objetivo não é formar “cancionistas”, mas alunos (leitores e ouvintes) críticos de canções, “capazes de perceber os efeitos de sentido do texto, da melodia e da conjunção verbo-melódica; conhecedores do cancioneiro e dos cancionistas de seu país, seus posicionamentos, estilos e discursos” (p. 120). O quadro a seguir apresenta algumas características do gêne- ro selecionadas e didatizadas, presentes nas atividades, não devendo, entretanto, ser tomado como uma listagem de con- teúdos a serem trabalhados com os alunos. Breve descrição do gênero canção13 I – Situação comunicativa Autor/Compositor A produção da letra e da melodia da canção pode ser um processo solitário ou coletivo. Em alguns casos, os compositores compõem com a ajuda de um instrumento (como violão ou pandeiro); em outros, os músicos produzem um “arranjo” para uma canção específi ca. Portanto, a autoria da canção pode ser coletiva, com o envolvimento de vários agentes: compositor, músicos, vocalistas, técnicos etc. Todos esses elementos interferem no processo de composição da canção. Na esfera midiática televisiva, por exemplo, o foco muitas vezes é na voz que canta (no intérprete), transformando a canção em um objeto de consumo. Público-alvo (ouvinte) Apreciadores e consumidores das canções produzidas no cenário nacional e internacional com destaque para públicos e culturas específi cas. Por exemplo, alguns ouvintes se interessam por determinado estilo musical (samba, gospel, rock etc.), enquanto outros apreciam a voz de certos intérpretes. Há também a produção de canção para públicos específi cos: crianças, jovens, adultos de diferentes gerações. 13 A descrição tomou como base: TATIT, L. A canção: efi cácia e encanto. São Paulo: Atual, 1987; e COSTA, 2002. Port6ºAnoPROF.indd 29Port6ºAnoPROF.indd 29 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 30 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Objetivo/intenção Entreter, provocar o prazer pela relação melodia-letra, além da interpretação e do acompanhamento vocal e instrumental. Ao mesmo tempo, a canção é um produto de consumo que inclui um processo de produção e divulgação intenso. Local de circulação/ publicação A circulação da canção, normalmente pela voz dos intérpretes, ocorre nos mais diversos locais e com diferentes objetivos: programas de televisão e rádio, novelas, fi lmes, canais de televisão específi cos e revistas para discutir a questão da música, sites e rádios digitais. Ao mesmo tempo, é comum consumir a música ao vivo em bares, shows, teatro, musicais e restaurantes. A letra da canção escrita circula também em diferentes locais: encarte dos discos, tela da TV, partituras, folhetos e songbooks. Registro As canções podem ser ouvidas e gravadas em diferentes suportes de gravação (fi ta cassete, VHS, CD), formatos e extensão. II – Conteúdo temático O conteúdo temático das canções varia bastante e está relacionado com o estilo musical e intenções do compositor. Assim, é importante perceber a intencionalidade estética provocada pela relação entre letra e melodia. As letras veiculam diferentes discursos e apontam para aspectos como ritmo e estilo musical. Por exemplo, o tema da “seca” é encontrado com mais frequência no forró, no xote e no baião do que em outros estilos musicais. Os temas, portanto, são diversos, como nos poemas, mas sempre estão relacionados aos estilos do compositor e musical e à forma com que são apresentados em determinado contexto histórico. O samba, por exemplo, é uma produção do início do século XX com temáticas específi cas, enquanto o pagode surgiu nos anos 1990, em um formato mais comercial, com forte temática sentimental ou romântica. III – Estrutura composicional e estilo A canção se organiza em versos, que, como foi dito, exploram intencionalmente a sonoridade, com efeitos de musicalidade e sentido. Trata-se de “uma peça verbo-melódica, de veiculação vocal” (Costa, 2002, p. 108). Por isso, a canção (e seus diferentes estilos) está relacionada com uma escala entonacional e padrões rítmicos; o rap e o rock ilustram bem essa relação. Como é um gênero híbrido (multimodal), apresenta fortes elementos da oralidade e da cultura escrita. A melodia e o ritmo são característicos, pois a combinação entre palavras e versos está associada aos efeitos de sonoridade e melódicos. A harmonia em uma canção aponta justamente para o jogo entre sons fortes e fracos, de maior ou menor duração, conferindo ao gênero um estilo peculiar. O refrão, o coro e a repetição são outras marcas estilísticas típicas da canção. Muitas vezes, as palavras da letra servem para fi xar a melodia na memória,14 por isso a forte relação da letra com a melodia. Os instrumentos musicais também são responsáveis por um conjunto de efeitos de sentido na canção, assim como por conferir essa relação literomusical. 14 AGUIAR, J. A poesia da canção. São Paulo: Scipione, 1993. Como se viu, a canção tende a lançar mão de recursos seme- lhantes ao processo de criação poética: a métrica, o sentido fi gurado, a rima. No entanto, poesia e letra de canção, sendo dois gêneros específi cos que se interseccionam por aspec tos de Port6ºAnoPROF.indd 30Port6ºAnoPROF.indd 30 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 31 sua materialidade gráfi ca e por alguns momentos comuns de sua produção, são frutos de processos de elabo ração, regis tro, circulação e recepção diferentes. Já que a canção é um gênero que resulta da conjugação de dois tipos de linguagem: a verbal e a musical, e tais di- mensões têm de ser pensadas juntas, esse gênero exige uma tripla competência: a verbal, a musical e a literomu- sical, sendo esta última a capacidade de articular as duas linguagens. Na canção, texto e melodia estão imbrica- dos, assim, cabe um último alerta: a audição das canções é fundamental. Cantar também, por ser uma atividade muito prazerosa, favo- rece diversas aprendizagens: as letras das canções, quando de boa qualidade, aproximam o aluno do texto poé tico, pois utilizam ritmo, rimas e metáforas e instigam a refl exão sobre temas variados. Além disso, cantar e ouvir música são ativi- dades que contribuem para o desenvolvimento da linguagem e da consciência fonológica.15 15 Para saber mais: FERREIRA, M. Como usar a música na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002.Port6ºAnoPROF.indd 31Port6ºAnoPROF.indd 31 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 32 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Considerações sobre o movimento metodológico de organização da ação docente O trabalho com as práticas de linguagem – leitura, produção de texto, fala e escuta e análise linguística – articuladas aos gêneros selecionados para o ano/ciclo precisa estar adequado a uma metodologia que atenda tanto as especifi cidades das atividades elencadas no Caderno de apoio e aprendizagem quanto o conhecimento do aluno. No processo de aprendizagem, alguns pressupostos precisam ser considerados: a) o sujeito aprende na interação tanto com o objeto de conhe cimento, quanto com parceiros mais experientes; b) a aquisição de conhecimento não é linear, acontece por meio de um desenvolvimento que supõe apropriações de aspectos possíveis de serem observados no objeto de conhe cimento, nos diferentes momentos; c) durante a fase de apropriação, pode ser que o sujeito consiga executar em cooperação tarefas que talvez não fossem realizadas autonomamente. Essa cooperação cria a zona de desenvolvimento proximal, por meio da circu- lação de informações relevantes para o aprendizado, mas também compreensíveis para o aluno. Instaura-se, assim, a possibilidade de que o aluno se aproprie dessas informa- ções, tornando-se autônomo, em momentos seguintes. Uma orientação didática coerente com esses pressupostos recomenda que o desenvolvimento de ensino deva organizar-se com base em um movimento que suponha trabalho: a) no coletivo, proposto pelo professor: nesta fase, a inten- ção é, por um lado, fazer circular informações relevantes sobre determinado conhecimento; por outro, pretende-se modelizar procedimentos – de leitura, de escuta, de pro- dução de textos, de análise – oferecendo referências aos alunos; b) em duplas/grupo: nesta etapa, a intenção é, por um lado, observar quais aspectos tematizados foram apropriados Port6ºAnoPROF.indd 32Port6ºAnoPROF.indd 32 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 33 pelos alunos na fase anterior; por outro, criar espaço para que as informações apropriadas pelos diferentes parcei- ros – as quais também podem ser diferentes – circulem, abrindo a perspectiva para novas apropriações e novos aprendizados; c) individual: este é o momento de constatar quais foram as aprendizagens realizadas, efetivamente, pelos alunos; quais foram os conteúdos apropriados por eles. Agora, tem-se a informação a respeito de quais aspectos precisa- rão ser novamente tematizados, reiniciando-se o processo de aprendizagem. Acompanhamento e avaliação de aprendizagem Para acompanhamento sistemático do trabalho realizado ao longo de cada Unidade, encontra-se em suas páginas fi nais a avaliação individual dos alunos. As atividades da se- ção “Retomando percursos” foram elaboradas com base na aprendizagem dos gêneros propostos para cada ano/ciclo nas Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental, como no exemplo a seguir: Registre suas impressões e o que você aprendeu sobre contos e causos. Revise o seu registro e, em seguida, leia-o para os colegas e ouça as impressões deles. Troque ideias e, se achar necessário, reformule seu texto. Port6ºAnoPROF.indd 33Port6ºAnoPROF.indd 33 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 34 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP O objetivo é que esse não seja o único instrumento de ava- liação, mas que o professor estabeleça, durante o desenvol- vimento das Unidades, outros critérios e indicadores para avaliar o processo de ensino e aprendizagem. [...] Observar, compreender, explicar uma situação não é avaliá-la; essas ações são apenas uma parte do processo. Para além da investigação e da interpretação da situação, a avaliação envolve necessariamente uma ação que pro- mova a melhoria. [...] O papel do avaliador, ativo em termos de processo, transforma-se no de partícipe do sucesso ou do fracasso dos alunos, uma vez que os percursos individuais serão mais ou menos favorecidos a partir de suas decisões pe- dagógicas que dependerão, igualmente, da amplitude das observações. [...] O professor assume o papel de investigador, de es- clarecedor, de organizador de experiências signifi cativas de aprendizagem. Seu compromisso é o de agir refl etida- mente, criando e recriando alternativas pedagógicas ade- quadas a partir da melhor observação e conhecimento de cada um dos alunos, sem perder a observação do conjunto e promovendo sempre ações interativas (Hoffmann, 2009, p. 17-18). O professor poderá elaborar para cada Unidade uma planilha, como a da página 35, com as expectativas de aprendiza- gem con templadas na sequência didática, mostrando o que o estudante sabe e o que é preciso retomar, por meio da regulação de atividades e de intervenções mais pontuais. Port6ºAnoPROF.indd 34Port6ºAnoPROF.indd 34 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 35 Legenda: S = sim; P = parcialmente; N = não. Expectativas de aprendizagem Alunos Unidade 3 – Carta de reclamação e debate: dois gêneros para a participação social 1 2 3 4 5 6 7 8 9... P69 Relacionar a carta ao seu contexto de produção (interlocutores, fi nalidade, lugar e momento em que se dá a interação) e suporte de circulação original (objetos elaborados especialmente para a escrita, como livros, revistas, papéis administrativos, periódicos, documentos em geral). S P70 Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores. P P71 Inferir o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto ou selecionar a acepção mais adequada em verbete de dicionário ou de enciclopédia. N P72 Trocar impressões com outros leitores a respeito dos textos lidos. P75 Revisar e editar a carta focalizando os aspectos estudados na análise e refl exão sobre a língua e a linguagem. P76 Identifi car possíveis elementos constitutivos da organização interna de uma carta: data, invocação, explanação do assunto, fecho e assinatura. P77 Examinar em textos o uso de tempos verbais no eixo do presente para reconhecer os eventos anteriores e posteriores a esse tempo (pretérito perfeito/futuro do presente). P79 Participar construtivamente de debates com o conjunto da turma. P80 Compreender criticamente os sentidos e a intencionalidade de mensagens orais veiculadas no debate. P81 Respeitar as normas reguladoras do funcionamento dos diferentes gêneros orais (ouvir sem interromper, interromper no momento oportuno, utilizar equilibradamente o tempo disponível para a interlocução). P82 Assistir a programas televisivos ou a vídeos de debates. P83 Empregar palavras ou expressões que funcionam como modalizadores para atenuar críticas, proibições ou ordens potencialmente ameaçadoras ao interlocutor como: talvez, é possível, por favor. Port6ºAnoPROF.indd 35Port6ºAnoPROF.indd 35 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM Port6ºAnoPROF.indd 36Port6ºAnoPROF.indd 36 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 37 Referências bibliográfi cas ABREU, Márcia. Cultura letrada: literatura e leitura. São Paulo: Editora Unesp, 2006. . Histórias de cordéis e folhetos. Campinas: Mercado de Letras, 1999. BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007. . Pesquisa na escola: o que é, como se faz?. São Paulo: Loyola, 1999. BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Trabalhando com gêneros do discurso: argumentar – cartas de solicitação e de reclamação. São Paulo: FTD, 2005. . Trabalhando com gêneros do discurso: fábulas. São Paulo: FTD, 2001. . Trabalhandocom gêneros do discurso: relatar – notícia. São Paulo: FTD, 2001. BERALDO, Alda. Trabalhando com poesia. São Paulo: Ática, 1990. BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro. 2. ed. 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Port6ºAnoPROF.indd 38Port6ºAnoPROF.indd 38 9/16/10 4:22 PM9/16/10 4:22 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 39 SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO/DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA. Guia de planejamento e orientações didáticas para o profes- sor do 3o e 4o ano. São Paulo: SME/DOT, 2007. . Projeto Intensivo do Ciclo I. São Paulo: SME/DOT, 2006. . Orientações curriculares e proposição de expectativas de apren- dizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, 1o ao 5o ano. São Paulo: SME/DOT, 2007. . Orientações curriculares e proposição de expectativas de apren- dizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa. São Paulo: SME/DOT, 2007. . Orientações gerais para o ensino de Língua Portuguesa e de Matemática no Ciclo I. São Paulo: SME/DOT, 2006. . Referencial de expectativas para o desenvolvimento da com- petência leitora e escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental. São Paulo: SME/DOT, 2006. . Referencial de expectativas para o desenvolvimento da compe- tência leitora e escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental: caderno de orientação didática de Língua Portuguesa. São Paulo: SME/DOT, 2006. SOUZA, Ana Lúcia; CORTI, Ana Paula; MENDONÇA, Márcia. Ler e escrever para aprender na escola. In: Letramentos no Ensino Médio. São Paulo: Ação Educativa, 2009. TRAVASSOS, Tarcísia. Títulos, para que os quero? In: DIONÍSIO, Angela Paiva; BESERRA, Normanda (Orgs.). Tecendo textos, construindo ex- periências. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. VILAS BOAS, Sergio (Org.). Formação e informação científi ca: jornalismo para iniciados e leigos. São Paulo: Summus, 2005. Port6ºAnoPROF.indd 39Port6ºAnoPROF.indd 39 9/16/10 4:22 PM9/16/10 4:22 PM Port6ºAnoPROF.indd 40Port6ºAnoPROF.indd 40 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 1o semestre Port6ºAnoPROF.indd 41Port6ºAnoPROF.indd 41 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM Port6ºAnoPROF.indd 42Port6ºAnoPROF.indd 42 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 43 Port6ºAnoPROF.indd 43Port6ºAnoPROF.indd 43 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 44 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP • P32 Relacionar o conto ao seu contexto de produção (interlocutores, fi nalidade, lugar e momento em que se dá a interação) e suporte de circulação original (objetos elaborados especialmente para a escrita, como livros, revistas, suportes digitais). Ajude os alunos a ler as ima- gens e a comparar as situações comunicativas e os suportes que remetem a diferentes tempos e culturas em que histórias têm sido contadas. Port6ºAnoPROF.indd 44Port6ºAnoPROF.indd 44 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 6O ANO 45 Ao avaliar a escolha do aluno (imagem A ou B), considere a ar- gumentação apresentada. Imagem A ou a imagem B. As situações e as vestimentas presentes nas imagens. Imagens D e E. Port6ºAnoPROF.indd 45Port6ºAnoPROF.indd 45 9/16/10 1:01 PM9/16/10 1:01 PM 46 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Resposta pessoal Nestas primeiras atividades, é importante que você leia em voz alta os textos literários para que os alunos estabeleçam ou aprimo- rem os parâmetros da boa leitura. Espera-se que o aluno perceba a presença da narrativa na vida do homem desde seu surgimento. Ao analisar os ambientes em que acontece a narrativa, evidencie para o aluno a presença da tradi- ção oral e da cultura escrita (li- vro, TV, rádio, computador). Signifi ca que antes mesmo de haver livros, as histórias já eram contadas oralmente. As situações, objetos e equipamentos presentes nas imagens. Há um livro na imagem D. Port6ºAnoPROF.indd 46Port6ºAnoPROF.indd 46 9/16/10 1:01 PM9/16/10
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