Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 1 de 12 Texto Acadêmico OOSS FFUUNNDDAAMMEENNTTOOSS DDOO FFUUTTEEBBOOLL Autor: Prof. Dr. Paulo Henrique Azevêdo Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Educação Física – FEF Curso de Graduação em Educação Física Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 1 de 12 Texto acadêmico elaborado pelo Prof. Dr. Paulo Henrique Azevêdo Texto Acadêmico: “Os fundamentos do futebol” Sumário Introdução...............................................................................................................................................................1 1. O passe ..............................................................................................................................................................1 2. O domínio ou controle de bola ...........................................................................................................................3 3. O chute ...............................................................................................................................................................5 4. A condução ou drible..........................................................................................................................................7 5. A finta..................................................................................................................................................................8 6. A tirada ...............................................................................................................................................................9 7. O Cabeceio.......................................................................................................................................................10 Referências Bibliográficas....................................................................................................................................11 Introdução Existem estudos apontando que no futebol moderno, durante a maior parte do tempo de um jogo, o jogador está sem a posse da bola, além de ser exigido do mesmo muita condição física, devido à maior dinâmica do jogo, com exigência de grande velocidade para desprender-se da bola e também na procura dos espaços vazios, tão raros. Assim, no treinamento da técnica (fundamentos básicos), devem ser consideradas duas maneiras ou situações a serem treinadas: o treinamento com bola e o treinamento técnico do jogador sem bola. O treinamento com bola pode ser dividido em: a) Domínio da bola: com o pé, coxa, peito e cabeça; b) Antecipações carrinho, colisões, ombro, peito, deslizamento; c) Condução com a parte interna e externa do pé, peito do pé e região plantar; d) Fintas calcanhar, voleio, cabeça, efeito interno e externo, arremessos laterais; goleiro-defesa, saídas do gol, escanteios, tiro livre, cruzamentos, reposições1. Em seguida, será feita uma abordagem dos elementos essenciais do jogo. 1. O passe A arte do passe é a habilidade máxima do jogador de futebol. Como desporto coletivo, deve este ser jogado com perfeito entendimento e num trabalho onde a absoluta cooperação entre os componentes da equipe. E é por meio do passe preciso e inteligente que isto se consegue. Contudo, assim como uma carta deve ter endereço certo para que chegue ao companheiro ou ao endereço desejado, para que a bola seja enviada devem ser observados alguns aspectos: - Equilíbrio para a execução do movimento; - Cabeça erguida (não olhar para a bola, mas, sim, para quem ou onde for passá-la); - Pé de apoio próximo à bola, facilitando o equilíbrio para a ação do pé de toque; - Precisão no toque; - Intenção e objetivo ao tocar a bola; - Tocar a bola de modo que a mesma percorra a distância desejada; - Braços ligeiramente afastados. Classificação dos passes Os passes podem ser classificados com relação à distância percorrida pela bola, com relação à trajetória da bola, em relação à execução. Em relação à distância percorrida pela bola Os passes podem ser de curta, média e longa distância. Passes de curta distância São aqueles onde a bola percorre um espaço pequeno em relação ao campo. O passe curto já comporta um estudo mais acurado, pois tem as suas variações e cada uma delas a sua técnica especial. Entre essas variações, podemos citar as seguintes, que serão objeto do nosso estudo: 1º - Passe baixo com o lado externo do pé; 2º - Passe baixo com o lado interno do pé; 3º - Passe de bico; 4º - Passe alto. 1º - Passe curto baixo com o lado externo do pé Neste passe, a bola é batida, com a parte da chuteira que fica sobre o dedo mínimo. O jogador, ao executá-lo, mantém o tronco em extensão e o joelho de toque estendido. É um passe eficiente, 1 FERNANDES, J.L. Futebol: ciência, arte ou... sorte! pp 65-75. Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 2 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 freqüentemente usado pelos jogadores, mas a bola sempre toma efeito. Isto é, sai do pé do passador com um movimento de rotação que pode ser prejudicial à direção da bola, quando esta entra em contato com as irregularidades do terreno, e dificultar sua recepção por parte do companheiro. 2º - Passe curto baixo com o lado interno do pé Este é o passe ideal. A bola é tocada com o corpo dobrado sobre ela, oferecendo-se ao contato com sua superfície esférica toda a parte interna do tornozelo. É, assim, impulsionada sobre o terreno, rolando suavemente para o seu destino, sem qualquer efeito. Todo jogador de futebol deve treinar freqüentemente este passe, com ambos os pés, pois, assim, o poderá executar sempre, seja qual for a posição em que bola estiver. No aprendizado, o jogador tende a bater a bola com a parte interna do pé próxima ao artelho. Isto, porém, deve ser corrigido. A bola é batida com o tornozelo, bem sobre o maléolo interno. Assim, o passe sairá perfeito. 3º - Passe curto de bico É o passe dos iniciantes. Nenhum jogador de mediana habilidade passa uma bola de bico, a não ser em último recurso, para impedir que o adversário dela se aposse. As duas superfícies esféricas em contato – a bola e a ponta da chuteira – não permitem dar à bola a direção necessária, imprimindo-lhe, além disso, um efeito que dificulta sempre o trabalho de quem recebe o passe. Pode não figurar nas sessões de treinamento, porque estas visam sempre a desenvolver a habilidade do jogador e aperfeiçoá-lo nas jogadas realmente eficientes do jogo. 4º - O passe curto alto Até aqui, temos estudado o passe considerando sempre a bola no chão. Vamos, agora, estudar o passe com a bola no alto, isto é, quando a bola nos vem do alto e queremos dar o passe de primeira, sem que a bola bata no chão. Neste caso, também se poder tocar a bola com o lado interno do pé ou com o seu lado externo. Mas, no alto mais do que no chão, a vantagem do toque com a face interna do tornozelo é evidente, pois a bola, vindo do ar, tende a ressaltar de encontro ao pé, então, quanto mais ampla for a superfície de contato mais possibilidade há de se dar ao passe a direção desejada. O toque com o lado externo só deve ser usado em situações especiais, como nos momentos em que queremos desviar a bola “com efeito”. Desta maneira isto se torna mais fácil, como qualquer jogador pode experimentar. Passes de média distância São aqueles onde a bola percorre um espaço médio em relação ao campo. Passes de longa distância São aqueles onde a bola percorre um longo espaço em relação ao campo. Pode-se dizer que o passe longo é todo aquele em que a bola é lançada a uma distância maior de10 metros. E nele podem-se incluir todas as jogadas, exceto aquelas em que o jogador procura alvejar o gol adversário ou atira a bola para fora do campo, em situação de último recurso. Assim, toda bola longa deve ser um passe longo e na sua técnica entram todos os chutes, pois em todos eles apenas varia a posição da bola em relação ao jogador e a posição deste em relação ao objetivo a atingir. Assim, emprega-se no passe longo o chute que a oportunidade mais aconselhar, devendo o jogador, entretanto, lembrar- se sempre dos seguintes itens: 1. Uma trajetória baixa e reta vence mais rapidamente qualquer distância do que uma trajetória alta e curva. 2. As bolas baixas são mais facilmente recebidas pelos companheiros e nelas o adversário não tem tanta facilidade de intervir. 3. Sempre que tenha de dar um passe longo e possa escolher entre duas alternativas, prefira um cruzamento. A bola dada em linha reta sobre a defesa adversária de modo geral dá maiores oportunidades ao defensor. 4. Sempre que tiver de dar um passe longo, este deve ser dado incontinenti, sem perda de tempo em progressões desnecessárias. Isto pode significar o tempo necessário para uma defesa momentaneamente aberta se fechar e uma grande oportunidade se perder. 5. Se for um jogador da defesa ou do ataque em função de ligação, treine bem o “tiro reto”. É o mais aconselhado para os passes longos, onde, em certos momentos, buscar-se-á - estando a uma certa distância -, colocar a bola numa pequena abertura da defesa adversária. Deve ser repetido constantemente nos treinamentos, até que a batida saia “seca e reta”. Em relação à trajetória da bola Com relação à trajetória, os passes podem ser: rasteiros; meia-altura; parabólicos; e altos. Passe de trajetória rasteira Onde a bola percorre todo o seu trajeto em contato com o solo. Passe de trajetória meia-altura Onde a bola, assim que tocada, deixa o solo, percorrendo sua trajetória pelo ar, seguindo paralelamente ao solo até seu destino. Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 3 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 Passe de trajetória parabólica Onde a bola, assim que tocada, deixa o solo, formando em sua trajetória um arco no ar, até seu destino. Passe de trajetória alta Uma vez tocada, a bola parte em direção ascendente ao seu destino. Em relação à execução Neste item existe a seguinte classificação: • Passe executado com a face externa do pé; • Passe executado com a parte interna do pé; • Passe executado com a coxa; • Passe executado com o dorso do pé (peito do pé); • Passe executado com a cabeça. As regras do bom passador Explicada a técnica dos passes mais comuns, é necessário frisar, agora, uma série de princípios que devem ser observados por todo aquele que pretende se tornar um bom passador. 1. Não se deve passar só por passar. Cada bola que sai dos pés de um jogador deve levar uma intenção e, no passe, mais do que nunca. 2. A bola deve ser passada de preferência rente ao chão e sem efeito, de modo a facilitar o mais possível o trabalho do companheiro. O jogo rasteiro é o mais eficiente e, por isso mesmo, todos os esforços devem ser feitos para se manter a bola no chão. 3. Sempre que possível, deve-se passar para o espaço livre na frente do companheiro. O passe para trás do companheiro, ou mesmo sobre ele, provoca sempre paradas e voltas que atrasam o ataque, perdendo-se, muitas vezes, segundos preciosos e, com eles, excelentes oportunidades. Além disso, um passo dado “no buraco” – como se diz vulgarmente – pode deixar completamente batidos um ou mais adversários. 4. Deve-se procurar sempre iludir o adversário quanto à intenção desejada. Quando se pretende passar para determinado companheiro, nunca se deve correr, driblar, ou mesmo olhar diretamente para ele. Do contrário, facilita-se a ação do oponente. 5. Há sempre um momento ótimo para realizar o passe. É quando, para dar combate, o adversário se dirige ao seu oponente. Não se deve, porém, deixar que ele se aproxime muito, pois isto facilitará a sua intervenção. 6. Deve-se passar também antes que o companheiro visado corra para desmarcar-se. Se for realizado depois, demorando o passe, corre-se o risco de o colocar em impedimento quando num passe de profundidade. Exercícios 1 - Formam-se duas filas uma de frente para outra com seus respectivos pares pré-determinados. Executarão primeiramente o passe curto com a parte interna do pé e consecutivamente a parte externa do pé. 2 - Formando-se duas colunas uma de frente para outra, numa distância de ± 20 metros. Executarão o passe longo e o parabólico usando o passe com o dorso do pé. 2. O domínio ou controle de bola O domínio de bola é um fundamento essencial e no futebol não se pode ser um jogador sem possui-lo, isto é, sem ser capaz de dominar a bola convenientemente, trazê-la ao completo controle e manejá-la de acordo com as várias situações que surgem no decorrer de uma partida2. “Travar a bola” se entende por trazer a bola ao solo, sob controle, utilizando-se para isso o pé, a perna, a coxa, o tronco e a própria cabeça. Esse termo se origina do inglês “trapping”, embora o mais adequado seja “dominar a bola”. É óbvio que, sendo o futebol jogado principalmente com os pés, é com eles que ocorre a maior variedade de domínios de bola. São formas de dominar a bola: com o peito do pé (dorso); com a face interna do pé; com a face externa do pé; com a sola da chuteira (sola do pé); com a coxa; com o peito; com a cabeça. Domínio com o peito-do-pé (dorso) É o mais difícil, trata-se de amortecer a bola na sua caída recebendo-a no peito do pé, com a articulação amortecida e com o movimento de retração de cima para baixo. Permite o toque da bola (amortecer), e o tiro em potência e velocidade. Ideal para jogar longe, forte e depressa. É a superfície natural, porque todo o corpo lhe está atrás – mas é difícil de realizar, sobretudo pelos 2 SANTOS, E. Caderno técnico-didático: futebol. Brasília, SEED/DDD, 1979. pp 73-78; 89-94. Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 4 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 jogadores de pé grande. Esta técnica requer uma habilidade toda especial e raros são os jogadores que conseguem realizar a manobra eficientemente. Trata-se de amortecer a bola na sua caída, recebendo-a no peito do pé, com a articulação relaxada, e com um movimento de retração de cima para baixo, esse movimento natural que se faz quando queremos segurar um objeto pesado que cai e em que cedemos primeiro, para amortecer a força da descida. É utilizados no drible, amortecimento, passes, tiros, voleios, semivoleios e malabarismos. Domínio com a face interna do pé É o mais eficiente de todos. O jogador recebe a bola com o corpo um pouco de lado em relação à trajetória da bola travando-a com a parte interna do pé. É eficiente porque a área é mais ampla oferecendo mais segurança. Além do mais, o jogador pode desviar a bola facilmente para o lado livrando-se do adversário. Por ser uma área de superfície extensa de contato, possibilita grande segurança e precisão, mas obriga o jogador a movimentos pouco naturais. O pé de ação deve estar perpendicular ao pé de apoio. A articulação do quadril gira amplamente para o exterior. O impulso é dado pelos quadris e tronco, porque o joelho e o tornozelo estão bloqueados. O jogador recebe a bola com o corpo um pouco de lado em relação à trajetória da bola, travando-a, com o lado interno do pé contrário ao lado de que a bola vem. Esta toca o solo e também o pé do jogador, num toque quase simultâneo, oferecendo-se ao contatoda bola toda a parte interna do tornozelo. Com esta forma de execução o jogador pode desviar a bola facilmente para o lado, furtando-se da ação do adversário que o assediar. É utilizado principalmente no drible, passe, na travada e semitravada, para amortecer a bola, no voleio e semivoleio, sobre a bola parada, na interceptação, no tiro com efeito, e malabarismo. Domínio com a face externa do pé É menos amplo. Quando a bola vem de lado. Esta técnica é de difícil execução. Utiliza-se quando a bola nos chega de lado, mas esta técnica é pouco utilizada, pois os jogadores preferem dominar com o lado interno do pé por ser mais seguro. Também possui extensa área de contato, porém de difícil controle sobre a bola, porque imprime sobre o mesmo efeito, tornando-a difícil de controlar. Muito utilizado no Brasil, não é muito natural, porque obriga o executante a voltar a ponta do pé para dentro. É utilizado no drible, na travada, em passes curtos, tiros com efeito, e sobre a bola parada (escanteio). Domínio com a sola da chuteira (do pé) É uma forma de contato que permite todas as jogadas curtas. Pode ser realizado com a bola rasteira ou que chega do alto. No caso da bola que chega do alto, esta técnica é aconselhável quando a bola chega de frente. O jogador calcula exatamente o ponto em que ela tocará o solo após seu vôo e, neste momento, estende a perna para frente , levanta o bico da chuteira e forma um ângulo aberto com o solo onde a bola se encaixará. Deve-se procurar uma posição adequada no terreno, ou recuando ou avançando em direção a bola; há que se ter o cuidado de não pisar na bola. É preciso cuidado para não se levantar muito o pé, para que a bola não resvale entre o calcanhar e o solo, devendo-se evitar, também, o movimento de pisar a bola, muito comum nos iniciantes. Esta é a forma mais fácil de travar a bola e, por isso mesmo, mais aconselhável para o iniciante. É utilizado no drible, passes curtos, na travada e semitravada, para desarmar e na finta. Domínio com a coxa Na parte mais frontal da coxa a bola tende a repicar devido ser um músculo muito duro, enquanto que na parte interna, por possuir um músculo mais macio, o amortecimento da bola é facilitado. Consiste em parar a bola na descida, recebendo-a na coxa, fazendo o jogador, neste caso, movimento de retração de cima para baixo. É utilizada principalmente para amortecer a bola (parte interna). Domínio com o peito É usado em passes um pouco alto que vêm à altura do peito ou quando um jogador da defesa intercepta um passe adversário, antepondo-se à trajetória da bola. Projetam-se os ombros para frente e se contrai a caixa torácica, amortecendo-se a bola, deixando-a cair ao solo. Há jogadores que não executam o movimento de retração. Pode ser utilizado para receber bolas que caem do alto, ou para impulsionar bolas que estão paralelas ao solo. No primeiro caso o tronco fica pendido para trás, enquanto que no segundo caso o tronco é pendido para diante. A bola é recebida no peito, com um dos movimentos em que se projetam os ombros para frente e contraindo-se a caixa torácica, momento em que a bola é amortecida e lançada ao solo onde é dominada com os pés. Não é um recurso muito natural no jogador brasileiro e raros são aqueles que o executam bem. É utilizado para amortecer e interceptar. Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 5 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 Exercícios 1. Explicar e aplicar os diversos tipos de domínio de bola da maneira mais simples - duplas; 2. Domínio face interna do pé: duplas. Um aluno correrá com a bola e, ao chegar em frente a um cone, passará a bola para o colega que terá que dominar a bola e correr até o próximo cone onde deverá tocar a bola para o primeiro aluno. 3. Domínio face externa do pé: idem ao anterior. 4. Domínio com a sola do pé: Aluno A sai correndo com a bola em linha reta e o aluno B corre paralelamente ao primeiro em direção a um cone. Ao passar por este cone, o aluno B mudará bruscamente de direção, correndo na direção de A que passará a bola para B, sendo que este deverá dominar a bola com a sola do pé. 5. Em colunas, um jogador chuta a bola tentando acertar entre dois cones colocados a uns 15m de distância da coluna. Deve-se colocar um jogador atrás dos cones. Este pegará a bola e seguirá para o final da coluna, e o jogador que chutou ficará atrás dos cones. Deve-se variar o tipo de chute: parte interna, peito de pé, todos rasteiros. 6. Três colunas dispostas a uns 20m do gol. Os dois primeiros alunos das colunas da ponta trocam passes enquanto o do meio tenta interceptar a bola (passes com a parte interna do pé e com a parte externa), próximo ao gol deve-se passar a bola para o jogador do meio que chutará para ao gol com o peito do pé (chute alto). OBS: os alunos devem trocar de coluna para vivenciar todas as posições 7. Uma coluna disposta a uns 15m do gol. Um aluno ficará em uma das laterais com as bolas. Este tocará a bola para o 1° jogador da coluna que virá correndo e chutará a bola para o gol com o peito do pé (chute alto ou rasteiro). OBS: Se o lançamento vier da direita deve-se chutar com a perna esquerda e vice versa. 8. O mesmo educativo com a bola sendo lançada alta VOLEIO. 3. O chute Dentre as habilidades que um jogador de futebol deve ter, a mais elementar é a do chute, que possui algumas definições, como: Trata-se de um movimento pendular acelerado executado, com a perna/pé de toque (membro atuante) ou outras partes do corpo (como joelho e cabeça), usado para mover a bola, enquanto que o outro membro inferior forma um apoio (base). É importante ressaltar que o chute, apesar de exigir uma determinada técnica, ele pode ser executado sentado, saltando, parado, correndo, andando etc, dependendo da situação de jogo em que se encontra o jogador. Todas estas variações admitem um elemento comum, que é a extensão rápida da perna em relação à coxa, e da coxa em relação à bacia, com uma pequena rotação do quadril. O peso da perna impulsionado pelos músculos é como que concentrado no pé, que quando aplicado à bola, faz com que a mesma entre em movimento, se estiver parada, ou mude de direção, quando em movimento. Técnica do Chute • A corrida para a bola deve ser feita de frente ou obliquamente. • A colocação da perna de apoio em relação à bola pode ser: atrás (chutes altos), ao lado (chutes rasteiros e potentes) e à frente (não muito recomendado devido à sujeita de lesões) – quanto mais atrás o pé mais alto sai o chute. • A inclinação do corpo tem grande influência no tipo de chute (inclinando-se o corpo para traz o chute sairá alto). • Quanto maior a formação da alavanca da perna de ataque, maior será a possibilidade de potência para o chute; • balanceio da perna que vai executar o toque na bola deve ser de trás para frente, em direção à bola. • O toque propriamente dito pode ser dado com o pé, o joelho, e a cabeça nas bolas altas. • Durante o chute os braços são usados para dar equilíbrio ao corpo. Portanto, para a eficiência de um chute, contribuem quatro fatores: 1º - a posição do pé de apoio a) Ao lado da bola: Chute com trajetória reta, baixa (rasteira) e potente. b) Atrás da bola: Chute com trajetória elevada. Chute alto, atingindo a parte inferior da bola. c) À frente da bola: Chute ineficiente e perigoso, onde a bola será prensada no solo, podendo provocar lesões no jogador. 2º - a posição do pé de toque; 3º - o equilíbrio do corpo; 4º - a força que se imprime ao movimento. O Chute pode ser rasteiro, alto, semivoleio e voleio. Chute rasteiro O pé de apoio deve estar ao lado da bola e o peso do corpo projetado sobre o mesmo. O joelho da perna do Universidade de Brasília – UnB /Faculdade de Educação Física – FEF Página 6 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 chute fica sobre a bola. Deve-se atingir o meio da bola. A perna segue o mesmo rumo que a bola tomou Chute alto Pé atrás da bola e do lado oposto ao do pé que chuta. O corpo deve ser inclinado para traz. Deve-se atingir a parte inferior da bola. Chute semivoleio (bate pronto) Deve-se chutar a bola imediatamente após ela atingir o chão. Este chute pode ser rasteiro ou alto. Chute voleio: Chutar a bola no ar. Quanto mais próxima do chão estiver a bola, mais fácil se torna o voleio. Formas de chute Quanto à área de contato, os chutes podem ser: com o peito do pé; com a parte interna do pé; com a parte externa do pé; com a ponta do pé; com o calcanhar; com o joelho; com a cabeça; guinada; e por cima da cabeça (bicicleta). Chute com o peito do pé Ponto de contato formado pela parte superior do pé, desde os dedos até o início da perna. É a forma mais natural de golpear a bola. Possibilita boa precisão e maior potência do chute. Pode apresentar as seguintes variações: a) bola rasteira - chute simples; b) bola chutada logo após tocar o solo - semi-voleio ou bate-pronto; c) bola a meia altura, chutada no ar - voleio sem pulo, de frente ou de lado, com giro; d) bola alta, quando chutada com o pé de apoio no solo - puxada; e) bola muito alta, quando chutada acrobaticamente sem apoio no solo - bicicleta; Características • Máxima potência • Possibilita diferentes situações: voleio, semivoleio, bola alta, bola rasteira. • Oferece uma boa precisão. Chute com a parte interna do pé Ponto de contato formado pela parte superior do arco do pé, compreendendo toda a parte interna (medial). Chute de maior precisão, porém, com pouca potência. Essencial para passes de curtas e médias distâncias e chutes de bolas a meia altura. Grande eficiência e segurança devido a uma maior área de contato do pé com a bola, proporcionando, também, bom domínio de bola. Uma das formas mais usadas para cobranças de pênaltis e de faltas, devido ao efeito produzido na bola, tendo uma trajetória curva, chutando com uma ligeira inclinação do pé (parte interna anterior) . Característica • Ideal para bolas rasteiras com distâncias curtas e médias. É o chute de maior precisão. Chute com a parte externa do pé Ponto de contato formado pela superfície compreendida desde o início dos dedos menores até o prolongamento da linha da perna. Muito executado no chute de bolas em movimento, conseguindo aplicar uma rotação à bola com trajetória curva. Usado em passes laterais. Devido ser um chute potente, também é usado em cobranças de falta e a chutes a gol. A corrida para a bola pode ser de frente ou oblíqua, sempre mais para o lado da perna que vai chutar. Características: • Pouca potência. • Mais utilizado em passes. Chute com a ponta do pé (“de bico”) Utilizado em antecipações, ações defensivas e ofensivas, como as finalizações. Chute de calcanhar Utilizado na tentativa de passes ou chute contra a meta, quando o jogador se encontra posicionado de costas para o seu objetivo ou com fim de surpreender seu adversário. Características: • “Futebol arte”. • Mais utilizado em passes. Chute de joelho Utilizado com a bola em meia altura, como antecipação a um toque na bola e às vezes, de acordo com a situação de jogo, para finalizações a gol. Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 7 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 Chute com a cabeça (cabeceio) Utilizado para de meia e elevada altura, com fins defensivos e ofensivos de acordo com a situação de jogo. Chute Guinado Chute com efeito (a bola faz uma curva). Ideal para cruzamentos, córner, e cobrança de faltas. Situações de jogo Em qualquer situação em que a bola se encontre - parada, rolando no chão ou saltitando, o jogador deve ter um cuidado especial para o acerto do tempo de entrada na bola e acomodação da última passada. Este é o detalhe que demanda muito tempo de aprendizado e de treinamentos de chutes. As situações de jogo são: • Com a bola parada e o jogador parado; • Com a bola parada e o jogador em movimento; • Com a bola em movimento e o jogador parado; • Com a bola em movimento e o jogador em movimento. Exercícios 1. Em colunas, um jogador chuta a bola tentando acertar entre dois cones colocados a uns 15m de distância da coluna. Deve-se colocar um jogador atrás dos cones. Este pegará a bola e seguirá para o final da coluna, e o jogador que chutou ficará atrás dos cones. Deve-se variar o tipo de chute: parte interna, peito de pé, todos rasteiros. 2. Três colunas dispostas a uns 20m do gol. Os dois primeiros alunos das colunas das pontas trocam passes enquanto o do meio tenta interceptar a bola (passes com a parte interna do pé e com a parte externa), próximos ao gol deve-se passar a bola para o jogador do meio que chutará com o peito do pé (chute alto). Os alunos devem trocar de coluna para vivenciar todas as posições 3. Uma coluna disposta a uns 15m do gol. Um aluno ficará em uma das laterais com as bolas. Este tocará a bola para o 1° jogador da coluna que virá correndo e chutará a bola para o gol com o peito do pé (chute alto ou rasteiro). Se o lançamento vier da direita deve-se chutar com a perna esquerda e vice versa. 4. O mesmo educativo com a bola sendo lançada alta (voleio). 4. A condução ou drible No futebol atual, para surpreender o adversário, além da velocidade para desestruturar defesas bem elaboradas, necessita-se de uma boa habilidade do jogador com a bola para a preparação de jogadas ou penetrações. Desta forma, a condução da bola é um dos fundamentos de suma importância para o futebol. Com um treino adequado, o jogador deve ser capaz de adquirir habilidade para progredir com a bola, mantê-la sob controle, protegê-la contra a ação dos adversários e soltá-la no momento oportuno. É necessário que os jogadores saibam driblar com as duas pernas, para que não percam tempo, nem oportunidades de jogo. Técnicas para a condução: 1. Colocar o corpo e movimentá-lo de acordo com o tipo de condução (ou drible); 2. Manter a bola próxima ao corpo, permitindo a seqüência da condução ou variação de trajetória, como convier (no drible) a condução; 3. Utilizar o tipo de toque adequado à condução (ou drible) de que necessita – normalmente o toque é suave. O toque longo no drible só é aconselhável quando, ao ultrapassar um adversário, se procura fugir rapidamente por um espaço aberto. Em caso contrário, o toque deve ser suave, mantendo a bola sempre próxima aos pés, até 80 cm ou 1 metro no máximo; 4. Postura adequada à movimentação: centro de gravidade mais baixo durante a finta e um pouco mais alto nos deslocamentos em velocidade; 5. Manter o campo visual da bola e da jogada, não se fixando na bola, isto é, evitando abaixar a cabeça; 6. Seqüência de jogo: durante ou após a condução, ter condições de passar ou finalizar com eficiência. 7. Usar ambos os pés no drible, permite ao jogador com a posse da bola, protegê-la contra o adversário, tendo facilidade para levá-la para o lado que quiser, interpondo o seu corpo entre a bola e o adversário, restando a este, apenas o recurso da falta. Tipos de condução: 1. Condução de bolas rasteiras: 1.1 Com a sola do pé: é a parte mais adequada quando se quer conduzir a bola para trás ou puxá-la na finta. Geralmente, usa-se apenas uma perna, enquanto a outra, semiflexionada, procura transferir o apoio do corpo na seqüência da condução. Os braços posicionam-se soltos lateralmente e olhar e corpo sobre a bola. 1.2 Com o peito do pé: é a parte do pé que possibilita maior velocidade de deslocação, recomendada nasarrancadas em direção ao gol, ou quando se pretende ganhar terreno, além de permitir maior violência no chute e precisão. O olhar se divide entre a bola e o campo de jogo, o corpo se inclina um pouco para frente e Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 8 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 a movimentação dos braços semiflexionados lateralmente, o que favorece o equilíbrio. 1.3 Com a parte interna do pé: a bola é tocada com o lado interno do pé, usando-se, no contato com ela, a parte da chuteira que fica sobre o artelho (tornozelo). Esta técnica não permite grande velocidade, mas oferece maior segurança e proteção à bola e possibilidade de progredir. O jogador quase não precisa ter o domínio visual da bola, por isso, é empregado nos deslocamentos que antecedem os lançamentos, situação em que o jogador necessita olhar todo o campo, enquanto progride e se prepara para colocar a bola nas melhores condições de finalização. Quando a bola é levada debaixo do corpo por toques alternados da parte interna dos pés consegue-se proteção e progressão, sendo portanto, aplicado, também, nas penetrações entre adversários. Para se conseguir o toque com a parte interna do pé, em progressão para frente, a ponta do pé deve estar voltada para fora, as pernas semiflexionadas, o corpo sobre a bola, braços soltos lateralmente e o olhar mais para o desenrolar da jogada. A bola é dirigida para a linha central do deslocamento, enquanto o pé serve de barreira à ação adversária. Esta técnica de condução européia, surgiu nos campos molhados e muitas vezes nevados daquela região, onde os jogadores necessitavam de maior esforço para arrancar a bola do terreno, e a parte interna do pé, por oferecer maior resistência, foi requisitada. 1.4 Com a parte externa do pé: a bola é tocada com a parte externa do pé, parte da chuteira que cobre o dedo mínimo, obrigando uma torção do pé para dentro, em posição não natural, mas possibilitando uma grande superfície de toque. A forma de movimentação é semelhante ao da condução com a parte interna do pé, entretanto não oferece a mesma segurança na proteção da bola. Esta técnica favorece a finta e a condução para fora da linha de deslocamento, com mudança da trajetória da bola. É usada, também, como acomodação nas escapadas, quando não se consegue tocar com o peito do pé e obter, assim, maior velocidade, mas apenas mudança na trajetória da bola. Esta é uma técnica sul-americana, usada em virtude dos campos secos, que tornam mais fácil a impulsão da bola no terreno, por onde rola facilmente. Embora alguns jogadores só utilizem uma parte do pé para qualquer tipo de condução, por não terem tido uma iniciação orientada, cada parte do pé proporciona uma eficiência maior nos diferentes objetivos da condução (ou drible).A condução da bola com a parte interna e externa do pé possibilitam melhores condições de conduzir a bola em mudanças de trajetória, dribles e fintas, paradas e giros para dentro e para fora. 2. Condução de bolas suspensas Ocorre quando a bola está suspensa e for possível a prorrogação, mantendo-a suspensa. Dependendo da altura, tem-se maior eficiência com determinadas partes do corpo. As bolas à meia altura devem ser tocadas com o peito do pé ou com a coxa, já a cabeça deve ser usada para condução de bolas altas. 5. A finta Trata-se de uma habilidade especial, inerente aos bons controladores da bola. Depende de uma percepção exata dos movimentos do adversário e do momento de agir em relação a ele. O bom fintador precisa, além do controle da bola e noção de tempo, um jogo de corpo que engane o adversário fazendo com este desloque o seu centro de gravidade para o lado oposto àquele que o jogador pretende ir. A finta é um recurso excelente quando o jogador hábil a utiliza nos momentos oportunos. Tanto esta, quando o drible, devem ser controlados para que não haja excessos. O bom fintador necessita de um perfeito controle de bola, equilíbrio, excelente domínio de corpo, olhos sempre fitos na bola, uma noção exata de tempo e utiliza-la, somente, nos momentos oportunos. A técnica da finta é indefinida e varia de jogador para jogador, é coisa que se adquire por si e lhe vem da facilidade de controlar a bola. O recurso da finta é muito perigoso visto que, em momentos precisos pode ser uma extraordinária ajuda para o jogador, e em outros momentos, por a perder todo um trabalho de equipe. Quando esta é utilizada por jogadores que têm facilidade, e com pouca experiência de jogo, se excedem levando ao individualismo. Exercício 1 Material: 10 bolas de futebol de campo Posição Inicial: duas colunas (A e B), frente a frente, a uma distância de pelo menos quinze metros. Execução: o primeiro da coluna A sai conduzindo a bola com a parte interna do pé direito em direção a coluna B, deixando a bola com o primeiro da coluna, em seguida desloca-se para o final da coluna. O primeiro da coluna B irá conduzir a bola com a parte externa do pé direito até o primeiro da coluna A e deixando a bola com o primeiro da coluna, em seguida desloca-se para o final da mesma. E assim sucessivamente com os demais integrantes das colunas. Depois se deve alternar a perna. Exercício 2 Material: 10 bolas de futebol de campo e 2 cones Posição Inicial: idem à anterior. Execução: variação do exercício 1. Entre as duas colunas colocar os cones, alinhados longitudinalmente, de modo que se tenha a mesma distância entre eles e a coluna. O primeiro da coluna A irá conduzir a bola com a Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 9 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 parte interna do pé direito, contornar o primeiro cone no sentido anti-horário, em seguida conduzir a bola com a parte interna do pé esquerdo e contornar o segundo cone no sentido horário e entregar a bola para o primeiro da coluna B, com a perna de preferência e se deslocar para o final da mesma. O primeiro da coluna B irá conduzir a bola com a parte externa do pé direito, contornar o primeiro cone no sentido horário, alternar a perna e contornar o segundo cone no sentido anti-horário e conduzir a bola para o primeiro da outra coluna com a perna de preferência. E assim sucessivamente com os demais integrantes das colunas. Exercício 3 Material: 10 bolas de futebol de campo e 6 cones Posição Inicial: Dispor os cones alinhados longitudinalmente, em frente a uma coluna. Execução: o primeiro da coluna irá conduzir a bola, fazendo zigue-zague, com a parte interna do pé, alternando as pernas. Voltar por fora dos cones, até o final da coluna, conduzindo a bola com o peito do pé, procurando dar maior velocidade sem deixar a bola fugir do controle do executante. Exercício 4 Material: 10 bolas de futebol de campo e 6 cones Posição Inicial: Idem à anterior, Execução: conduzir a bola com a parte externa do pé. Exercício 5 Material: 10 bolas de futebol de campo Posição Inicial: Duas colunas (A e B), frente a frente, a uma distância de pelo menos de 15 metros. Execução: O primeiro da coluna A sairá conduzindo a bola, conforme a preferência do executante em direção à coluna B. Ao mesmo tempo o primeiro da coluna B irá de encontro, se posicionando à frente do indivíduo A, sem tentar a posse de bola, funcionando, apenas, como uma barreira para que o indivíduo A o finte. Terminada a finta o indivíduo A irá para o final da coluna B e o indivíduo B seguirá para o final da coluna A, e assim sucessivamente com os demais integrantes. 6. A tirada A tirada é um dos elementos fundamentais de um jogo de futebol, em especial para jogadores de defesa. Pode ser definida como a forma de arrebatar a bola do adversário quando ele está de posse dela, ou impedirque ele se apodere dela. A tirada pode ser dividida em três elementos: antecipação, tranco e a tirada propriamente dita. No futebol de hoje, a marcação é predominantemente individual, onde o defensor fica responsável diretamente por um oponente, procurando chegar a bola sempre antes do mesmo, ou, pelo menos, ao mesmo tempo. Entretanto, o fato de o defensor nem sempre chegar primeiro à bola, faz com que surjam variadas situações durante o jogo. Dividiremos a tirada em três partes: antecipação, tranco e tirada, propriamente dita. Antecipação É a posição que permite ao marcador rodear o adversário e alcançar a bola antes do oponente evitando que ele progrida. O mais importante da antecipação, como o próprio nome diz, é antecipar, chegar primeiro. Ou no último caso chegar ao mesmo tempo, com isto terá condições de se impor ao atacante ou oferecer-lhe séria luta. Existem três exemplos de antecipação: Na primeira, o marcador se aproxima do jogador que ele acha que irá receber a bola e toma uma posição que lhe permite alcançar a bola antes do seu adversário, ou seja, se antecipa. Em geral os bons jogadores que utilizam a antecipação, tentam prever o passe antes do jogador adversário, ou pelo menos busca ter uma boa orientação para melhorar o fundamento. Para isso faz-se necessário conseguir com que os jogadores acostumem a se aproximar de seu marcador quando o passe for previsto, para que possa se antecipar à jogada e dela tirar vantagem. Na Segunda o marcador está atrás do seu oponente e procura ir à frente do mesmo. Esta não é fácil, pois pode haver uma obstrução legal por parte do jogador que está sendo marcado. Caracteriza-se por um toque de ombro contra ombro sem que se tenha a ação do braço e desde que a bola esteja em condições de ser disputada por ambos jogadores. A única exceção na qual o tranco pode ser aplicado fora da regra de ombro com ombro, é no caso de obstrução legal. O tranco é uma manobra cujo objetivo é deslocar o adversário para lhe tomar a bola ou mantê-la em sua posse. A terceira é a antecipação com passe alto, na qual o marcador irá utilizar o cabeceio para evitar o passe. Tranco É uma manobra em que se procura deslocar o adversário, ou para arrebatar-lhe a bola ou para manter a sua posse, mas não pode ser aplicado com violência. No tranco há um toque de ombro contra ombro onde é ilegal qualquer ação de braços e só é permitida quando, em disputa da bola, estando em condições de ser jogada por ambos os disputantes. Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 10 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 No Brasil, devido a grande agilidade dos jogadores o tranco não é muito usado. Já os jogadores europeus são mais lentos e pesados usando freqüentemente esta jogada. Tirada propriamente dita É a jogada que visa antecipar e impedir que seu oponente chegue a dominar a bola. Algumas considerações devem ser feitas para este caso. Em primeiro lugar, nunca o defensor deve correr precipitadamente sobre o seu oponente, pois está sujeito a levar uma finta. Em segundo lugar, o marcador deve ficar de frente para o adversário, a alguns passos de distância, desconcertando o atacante, que espera ser assediado pelo marcador. Em terceiro lugar, serve para quando o marcador para diante do atacante que está com a bola dominada. Deve o defensor mover-se diante dele com cuidado e não olhar para ele, evitando assim ser batido por um drible de corpo. Deve olhar sempre para a bola esperando o momento em que o atacante toque na bola, adiantando-a favorecendo a tirada. Em uma tirada o jogador deve usar preferencialmente o lado interno do pé, transferindo o peso do corpo para a perna que entra em ação. Desta forma oferecerá uma enorme resistência ao contato da bola ou ao adversário. Educativos. Educativo nº 1 Um aluno em posse da bola fará um passe a um outro aluno que se encontra alguns passos à frente de seu marcador. Este marcador no momento em que a intenção do passe for explicitada antecipar-se-á a ele tentando dominar a bola. Educativo nº 2 Um aluno tentará executar o passe da mesma forma que no primeiro educativo, porém agora o passe deverá ser alto de modo que possa ser interceptado com a cabeça. Educativo nº 3 O mesmo que o realizado nos educativos anteriores, porém o jogador marcado deverá também fazer o domínio da bola. Educativo nº 4 Tiros de 10 metros com súbita parada e troca de posição; Educativo nº 5 Em trios nomeados A, B e C. A toca a bola na direção de B e C (um atras do outro). C passa por B e Devolve a bola para A. Repetindo o exercício trocando de posições; 7. O Cabeceio O jogo de futebol expõe o praticante a diversas situações, dentre elas jogadas que vem do alto. É necessário que o jogador esteja preparado para utilizar não só os pés mais também outras partes do corpo, como a cabeça. Isso implica no conhecimento da técnica do cabeceio ou cabeçada. A predominância é do jogo com a bola no chão, mas às vezes faz-se necessário o jogo pelo alto. O cabeceio executado de forma correta requer muitas horas de treinamento. Devem se considerar neste treinamento inúmeros pontos básicos da técnica. A regra básica é bater na bola e não deixar que a bola bata na cabeça. Assim, é que se dá a direção à bola, além de não se sentir o choque da bola na cabeça, evitando, conseqüentemente, que se machuque ou haja alguma lesão na cabeça. Dessa maneira pode-se cabecear quaisquer bolas que venham, de qualquer lado, fortes ou não, rápidas ou não. No caso de um cabeceio normal, o atleta deve ir ao encontro da bola, sempre de olhos abertos, evitando que bata no nariz ou coro cabeludo. A bola deve ser batida com a testa, de forma a enérgica, pois assim, não se sente o choque, coisa que sempre assusta os iniciantes a batida deve ser executada de maneira que o executante dê direcionamento a bola. A bola deve ser batida apenas com o movimento de pescoço, mas quando as condições do jogo nos permitem, o cabeceio deve ser realizado com um movimento forte do tronco, de trás para frente, dando uma grande impulsão à bola. Contudo, esse cabeceio só se torna possível quando o jogador está parado e plantado no chão. No caso de um cabeceio lateral é feito lateralmente acompanhando uma ligeira rotação do pescoço, a parte lateral da testa que toca a bola. Na disputa no alto, fica difícil esse movimento do tronco, pois no ar e com um adversário disputando a bola, é quase impossível esse movimento, além do jogador ter que se esticar todo para poder pegar a bola no ponto mais alto que conseguir. Aliás, essa é outra regra das técnicas de cabeceio, onde o jogador deve, sempre que possível, cabecear a bola no ponto mais alto que conseguir, vencendo assim, qualquer disputa com os adversários. Para isso, o jogador deve desenvolver o seu “tempo de bola”, que é o cálculo do tempo de salto para chegar a bola no máximo do seu alcance. Universidade de Brasília – UnB / Faculdade de Educação Física – FEF Página 11 de 12 Disciplina: Metodologia do Futebol – Docente: Paulo Henrique Azevêdo – Última revisão: 1/2006 A bola deve bater sempre na testa, seja exatamente na frente, seja de lado. É na testa que recebemos melhor o choque e que damos direção à bola. Para cabecear com a testa é necessário um movimento de pescoço. No cabeceio frontal, o movimento de pescoço é de trás para frente. No cabeceio lateral, o movimento é feito lateralmente, com uma ligeira rotação do pescoço. O cabeceio superior é dado com a parte de cima da cabeça. Não é um cabeceio preciso e geralmente é usada em última instância, quando o jogador não alcançou com a testa. Esse cabeceio é usado, por exemplo, quando o jogador está defendendo o seu gol e está em cima da linha deste, querendo evitar o gol.Assim ele precisa cabecear para cima com a parte superior da cabeça. É usado também, por atacantes habilidosos que apenas raspam a bola na cabeça desviando assim, a sua trajetória e, conseqüentemente, enganando o goleiro. Portanto, uma das coisas mais importantes que um jogador precisa ter para se tornar um grande cabeceador, é um bom movimento de pescoço. Dependendo da posição na qual o jogador atua, ele geralmente tem diferentes estilos de cabeceio. Os zagueiros têm o objetivo de afastar a bola da área de modo defensivo, assim, seu cabeceio precisa ser forte e não é necessário ter muita precisão. Os jogadores de meio de campo têm como principal objetivo fazer o passe. Procuram, portanto, amortecer a bola e jogá-la nos pés dos companheiros. Já os atacantes, procuram alvejar o gol, dando uma cabeceada seca forte e precisa. Para dificultar ainda mais a ação dos goleiros, o atacante deve se habituar a cabecear forte e para o chão, o que torna mais efetiva o seu cabeceio. Educativos Dispostos em fileiras 1) Em duplas, cada uma com uma bola: jogar a bola para o alto e cabeceá-la para o companheiro utilizando movimentos de pescoço e tronco. Executante deve estar com afastamento ântero-posterior dos membros inferiores. 2) Idem ao anterior, exceto que o companheiro lança a bola para que o outro cabeceie. 3) Lançar a bola para cima, saltar e cabecear a bola no máximo de seu alcance para o companheiro. 4) O companheiro lança a bola e o outro salta cabeceando-a e devolvendo-a. 5) Pode-se variar os anteriores cabeceando para os pés do companheiro. Referências Bibliográficas ALVES Ferreira, Lorenzo . Fútbol: Técnica moderna. A España, editorial Sintes, 1970. APOLO, Alexandre. Manual técnico de futsal. São Paulo: Scortecci, 1995. ARAÚJO, Sebastião. ‘O Futebol e seus fundamentos. Rio de Janeiro, Imago, 1976. BORSARI, José Roberto. Futebol de campo. São Paulo: EPU, 1989. 82 p. BUSCH, W. Fútbol Escolar y juvenil. Terceira edição. 1979, Barcelona. Editorial Hispano Europea. FERNANDES, J.L. Futebol: ciência, arte ou – sorte!: treinamento para profissionais: alto rendimento: preparação física, técnica, tática e avaliação. São Paulo: EPU, 1994. FERREIRA, L. .A. Futebol Técnica Moderna. Quarta edição. Editora Sintes S.A, Barcelona. FUTEBOL: Regras e Táticas. Rio de Janeiro, Ediouro, 1979. 155 p. Ilustrado. GAIARSA, José Ângelo. Futebol 2001. São Paulo, Summus Editorial, 1979. JARDIN Jr. D., Futebol: Regras e Técnicas. Diagran Group - Ed. Ediouro; 1979. KARL-HEINZ. Fútbol del Aprendizaje a la competencia. Editorial Kape Lusz. Buenos Aires, 1978. SANTOS, Ernesto dos. Futebol: Caderno técnico-didático. Brasília, SEED/MEC, 1979. 143 p. ilust. VIANA, Adalberto Rigueira & PINTO, José Alberto. Futebol: manual de testes específicos. Viçosa, UFV, Impr. Univ., 1991. 163 p. ilust.
Compartilhar