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CULTURA DE COCO ANAO

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CULTURA DO COQUEIRO-ANÃO 
(Cocos nucifera L.) 
 
Márcio Ribeiro do Vale 1 
 José Darlan Ramos1 
Humberto Umbelino de Sousa 2 
Keize Pereira Junqueira 3 
Vander Mendonça 4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 No Brasil, a cultura do coqueiro-anão (Cocos nucifera L.) vem 
alcançando incrementos significativos na área plantada nos últimos 
cinco anos, com 57.000 ha cultivados, sendo cerca de 33.000 ha no 
Nordeste, onde se incluem cerca de 10.000 ha no Vale do São 
Francisco. Dessa área total, a maior parte ainda se encontra em fase 
de formação ou início de produção, e apenas cerca de 3.000 ha 
encontram-se em produção plena. 
 
1Professor DAG/UFLA. Caixa Postal 37, 37.200-000, Lavras-MG. 
2 Eng. Agro ; Ph.D.; Pesquisador EMPARN, Cx Postal 188 – Natal-RN, CEP:59.020-390. 
3 Aluna de Graduação/UFLA. 
4 Eng. Agro Doutorando em Agronomia/Fitotecnia/UFLA 
 6 
 Apesar de ainda estar em crescimento, a área em produção 
tem sido responsável pela oferta no mercado interno de cerca de 
280 milhões de unidades de três cocos-verdes/ano, equivalentes a 
420.000 toneladas. 
 Essa crescente expansão é impulsionada pela grande 
demanda pela água-de-coco, símbolo de bebida natural, tanto para o 
consumo natural quanto empacotada em embalagem longa-vida, o 
que vem permitindo sua distribuição em todas as regiões do País. 
Além disso, o mercado internacional tem mostrado algumas 
perspectivas aos produtores brasileiros. A maior parte das 
exportações de coco anão-destina-se especificamente para a 
produção de água. 
 Com objetivo de melhor orientar os interessados no cultivo do 
coqueiro-anão, com a presente publicação serão discutidas, de 
forma simples e sistematizada, as diversas práticas culturais que 
abrangem as etapas de produção, com ênfase desde escolha da 
área para plantio até a comercialização. 
 
 
 
 
 
 7 
2 CLIMA 
 
 Dentre os fatores climáticos, destacam-se a precipitação 
pluviométrica e temperatura. 
 O coqueiro é uma planta que exige entre 1.500 e 2000 mm 
anuais de chuva bem distribuídos, para externar todo seu potencial 
produtivo. Um período de três meses com menos de 50 mm de 
precipitação por mês é consideravelmente prejudicial ao coqueiro. 
Contudo, uma excessiva quantidade de chuva pode ser prejudicial à 
planta, dificultando a ocorrência de uma boa fecundação, reduzindo 
a aeração do solo e aumentando a lixiviação dos elementos 
minerais. Entretanto, verifica-se que nem sempre as condições 
adequadas de pluviosidade são atendidas. Dessa forma, a 
suplementação de água pela irrigação ou o plantio em locais com 
lençol freático pouco profundo são medidas recomendáveis. 
 Com relação à temperatura, o coqueiro requer uma média de 
temperatura mínima mensal superior a 18o C para vegetar e produzir 
satisfatoriamente, sendo 27º a temperatura média anual considerada 
ótima, com oscilações diárias de 5 a 7 ºC. Temperaturas inferiores a 
15o C acarretam desordens fisiológicas na planta, provocando 
 8 
paralisação no seu crescimento, bem como o abortamento de flores 
e, com isso redução, na produção. 
 Além das condições citadas, para vegetar bem, o coqueiro-
anão necessita de insolação superior a 1.800 horas/ano e umidade 
relativa superior a 60 %. 
 
 
3 SOLO 
 
 Recomenda-se a utilização de solos com textura arenosa ou 
areno-argilosa, com profundidade superior a um metro e sem 
camadas que possam impedir o desenvolvimento do sistema 
radicular. Devem possuir boa aeração, pH acima de 5,0, não 
estarem sujeitos ao encharcamento e apresentarem boa fertilidade. 
 
 
4 OBTENÇÃO DE SEMENTES E MUDAS 
 
 As mudas para plantio devem ser adquiridas de viveiristas 
credenciados junto à CESM (Comissão Estadual de Sementes e 
 9 
Mudas), as quais devem ser acompanhadas por Nota Fiscal, além 
do certificado de garantia da qualidade das mesmas e livre-trâmite 
emitidos por esse órgão. De acordo com a Portaria nº 301/98, de 19 
de outubro de 1998, as Normas e Padrões de Mudas e Sementes no 
Estado de Minas Gerais são as seguintes: 
 
4.1 Normas e padrões para a produção de sementes de 
coqueiro 
 
Origem da semente: As sementes devem ser originárias de plantas 
matrizes, selecionadas nas populações de coqueiros, registradas na 
Entidade Certificadora e/ou Fiscalizadora, ou de pomares 
registrados para a produção de sementes. No caso de sementes de 
híbridos, a hibridação deve ser feita a partir de cruzamentos 
controlados. A comprovação da origem é descrita na nota fiscal e no 
atestado de garantia. 
Área máxima para inspeção: 50 ha 
 No pomar registrado, não será permitida a presença de outras 
cultivares. As plantas matrizes e o pomar registrado deverão estar 
afastados de outras cultivares ou plantas da mesma família, a uma 
 10 
distância de, pelo menos, 500 metros, com barreira ou 1000 metros 
livres. 
Colheita do coco-semente: Entre 11 e 12 meses, a partir da abertura 
da inflorescência, e a semente deverá possuir água. Deverão ser 
eliminadas as sementes deformadas ou com presença de pragas 
e/ou doenças. 
Vistorias obrigatórias do campo pelo responsável técnico: Uma na 
época da inflorescência e outra, na colheita. 
Fiscalização oficial do campo: Os campos de plantas matrizes ou 
pomares registrados serão fiscalizados em qualquer etapa da 
produção. 
 
 4.2 Normas e padrões para a produção de mudas de 
coqueiro 
 
Viveiro: Os talhões devem ser identificados por placas que contêm 
nome da cultivar, mês e ano de plantio e número de plantas; o 
viveirista deve dispor de croqui de seu viveiro; o viveiro deverá 
localizar-se a pleno sol, em solos bem drenados, mantido livre de 
plantas daninhas (trevo ou tiririca, por exemplo) e qualquer tipo de 
gramínea. 
 11 
Condução do viveiro: Em qualquer sistema de condução utilizado, os 
canteiros devem possuir entre 1 e 1,5 metro de largura, e ser 
espaçados entre si por passagens de 0,5 metro de largura. Todas as 
sementes não-germinadas até 120 dias após o plantio, para o coco-
anão, e 150 dias, para os híbridos, deverão ser eliminadas, bem 
como aquelas que derem origem a brotos raquíticos, afilados, 
estiolados e com limbos reduzidos ou albinos. As sementes não-
germinadas e as mudas fora do padrão deverão ser incineradas 
imediatamente após seu descarte. 
Sistema de condução para muda de raiz nua: 
· Sementeira-viveiro: A densidade de plantio na sementeira será, 
no máximo, de 20 cocos-sementes por metro quadrado para 
coco gigante, 25 para híbrido e 30 para coco-anão. Quando o 
broto atingir 15 centímetros de altura, as mudas deverão ser 
repicadas para o viveiro, onde permanecerão por até 6 meses; o 
espaçamento deve ser de 60 por 60 centímetros em triângulo. 
· Sementeira exclusiva: A densidade de plantio na sementeira será 
de, no máximo, 20 cocos-sementes por metro quadrado para 
coco-anão e híbrido e 15 para coco gigante. As mudas poderão 
 12 
permanecer no local por, no máximo 10 meses, até a 
comercialização. 
Sistema de condução para mudas em torrão: A densidade de plantio 
na sementeira será de 20 a 25 cocos-sementes por metro quadrado. 
Quando o broto atingir 15 centímetros de altura, as mudas deverão 
ser repicadas para o saco plástico com furos. O saco deverá ser de 
polietileno preto com, no mínimo 0,2 milímetro de espessura e 
dimensões de 40 centímetros de largura e 40 centímetros de altura. 
Padrões mínimos de qualidade para produção, transporte e 
comercialização de mudas: As plantas devem ter, no máximo, 10 
meses ao se proceder à comercialização, tempo esse que varia de 
acordo com os seguintes parâmetros: 
·Sistema sementeira-vivieiro: 4 (quatro) a 6 (seis) meses, 
após a repicagem 
· Sistema sementeira-exclusiva: no máximo 10 (dez) meses, 
a partir da semeadura. 
Também devem apresentar, no mínimo, 10 centímetros de 
circunferência do coleto 6 meses após o broto atingir os 15 
centímetros de altura e, no mínimo, 4 folhas bem-desenvolvidas, 
 13 
tolerando-se o máximo de uma folha com folíolo aberto. Devem ser 
eretas, sem entorse ou defeito de formação, com coloração uniforme 
e possuir raízes abundantes. Além disso, deverão estar isentas de 
pragas e doenças (Regulamento de Defesa Sanitária Vegetal). 
Condições sanitárias: Todas as plantas portadoras de pragas e 
doenças para as quais não existem medidas fitossanitárias 
preconizadas de controle deverão ser eliminadas. 
 Identificação das mudas: As mudas deverão ser identificadas por 
uma etiqueta, contendo no mínimo nome, endereço e número de 
registro do produtor, espécie e cultivar. Quando se tratar de um lote 
de mudas de uma só cultivar, destinada a um único consumidor, sua 
identificação poderá constar apenas dos respectivos documentos de 
transação e remessa. 
 Vistorias obrigatórias do viveiro pelo responsável técnico: Serão 
obrigatórias três vistorias, nas seguintes fases: 
 - No plantio, com emissão de laudo; 
 - Aos 120 (cento e vinte) dias após a semeadura; 
 - Na pré-comercialização, com emissão de laudo. 
 Fiscalizações oficiais dos viveiros: Os viveiros receberão, no 
mínimo, três fiscalizações. 
 14 
5 PREPARO DA ÁREA 
 
 Quando se tratar de área não cultivada, deve-se proceder ao 
desmatamento, que pode ser executado mecanicamente e/ou 
manualmente, com auxílio de foice e machado, e, posteriormente, o 
destocamento. 
 Após a limpeza da área, deve-se proceder à retirada de 
amostras do solo para análise química. Quando for necessário o uso 
de calagem, essa deve ser feita com calcário dolomítico, 
recomendando-se aplicar metade antes da aração e o restante após, 
porém, antes da gradagem. 
 
5.1 Marcação e abertura de covas 
 
 Após o preparo da área, deve-se proceder à marcação e ao 
piqueteamento onde, posteriormente, serão abertas as covas, 
devendo-se observar o espaçamento de 7,5 m X 7,5 m X 7,5 m, no 
arranjo de triângulo equilátero (Figura 1), totalizando 205 plantas/ha. 
 As covas devem ser abertas manualmente com o emprego de 
"cavador" ou mecanicamente por meio de "fuso" acoplado à tomada 
 15 
de potência do trator, tendo-se o cuidado de observar as dimensões 
de 80 cm de profundidade, 80 cm de largura e 80 cm de 
comprimento. 
 
Figura 1: Marcação das covas de plantio arranjadas em triângulo equilátero. 
Fonte: EMBRAPA (1993). 
 
 
5.2 Preparo da cova e plantio 
 
 Um mês antes do plantio da muda, deve-se processar o 
enchimento da cova, conforme esquema mostrado na Figura 2. 
 16 
Durante essa operação, deve-se adicionar 800 g de superfosfato 
simples e 20 litros de esterco de curral curtido. 
 As mudas devem ser colocadas no centro da cova, em 
posição vertical, sendo cobertas por uma camada de solo suficiente 
para cobrir a semente, tendo o cuidado de não cobrir a região do 
coleto, conforme esquema da Figura 2. 
 Aos 30 dias após o plantio, deve ser aplicado, em cobertura, 
300 g de uréia e 200 g de cloreto de potássio por muda, distribuindo-
se a mistura dos fertilizantes em torno da planta, observando-se um 
raio de 20 cm de distância do coleto. 
 Principalmente durante os 4 primeiros anos de plantio, o 
consórcio com plantas de ciclo temporário tem sido utilizado com 
sucesso por pequenos produtores. Verifica-se grande diversificação 
das culturas consorciadas, e a maioria não apresenta nenhum efeito 
negativo sobre o desenvolvimento do coqueiro. Assim, tem-se 
observado que, na maior parte dos casos, a cultura principal é 
beneficiada em função dos tratos culturais proporcionados à cultura 
consorciada. O produtor, por sua vez, obtém uma renda adicional 
dentro da mesma área. Entretanto, devem ser levados em 
consideração aspectos relacionados ao clima, solo e mercado para a 
 17 
escolha da cultura a ser intercalada. Recomenda-se que o plantio 
seja realizado nas faixas no centro das entrelinhas, ou como é mais 
comum, utilizando-se a área total, mantendo-se livre a zona de 
coroamento, que corresponde, em média, a 2 m de raio a partir do 
coleto. 
 
Figura 2: Enchimento da cova e plantio da muda de coqueiro. 
Fonte: EMBRAPA (1993). 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
6 TRATOS CULTURAIS 
 
6.1 Controle de plantas daninhas 
 
 Compreende uma série de práticas agrícolas, com objetivo de 
minimizar os danos causados pela competição exercida pelas 
plantas daninhas, as quais concorrem com a planta por água e 
nutrientes do solo. 
Roçagem: Deve ser realizada nas entrelinhas, de forma a manter a 
cobertura do solo o tempo todo e, assim, minimizar as perdas de 
água por evaporação, bem como diminuir as perdas de solo por 
erosão. Deve ser realizada duas vezes durante o ano, sendo a 
primeira no início da estação chuvosa e a segunda no final. 
Gradagem: Consiste em um trabalho agressivo de incorporação da 
vegetação de cobertura. Deve ser realizada apenas quando for 
necessário proceder à calagem. O uso dessa prática cultural, 
sobretudo em solos de textura média e argilosa, poderá ocasionar 
danos à estrutura do solo, com formação de camadas compactadas 
na subsuperfície, favorecendo, assim, o processo erosivo. Pode ser 
recomendada para regiões que apresentam elevado déficit hídrico e 
onde predominam gramíneas de difícil controle, como o “capim 
gengibre”. 
 19 
Coroamento: Prática que tem por objetivo manter a região de maior 
concentração de raízes, as quais são responsáveis pela absorção de 
água e nutrientes, livre da concorrência com as ervas-daninhas. 
Deve ser realizada mantendo-se um raio de dois metros de distância 
do caule totalmente livre de competição com as plantas invasoras, 
como representado na Figura 3, devendo ser feito após cada 
roçagem. É nessa área de coroamento onde se realizam as 
adubações em cobertura. 
 
Figura 3: Esquema de coroamento do coqueiro e área de distribuição de 
fertilizantes. 
Fonte: EMBRAPA (1993). 
 
 20 
 6.2 Calagem e adubação 
 
 Deve ser feita com base na análise química de amostras do 
solo, a cada dois anos. A coleta de solo para a amostragem deve ser 
realizada sempre sob a copa das plantas, na região do coroamento, 
quando se deseja recomendar adubação, e nas entrelinhas, quando 
se objetiva recomendar a calagem. As amostras de solo devem ser 
colhidas próximo do final da estação seca, seguindo-se todas as 
recomendações do Laboratório de Análises. Quando não se tem 
acesso às informações de análise do solo, sugere-se proceder à 
adubação levando-se em consideração a idade da planta e as 
quantidades de fertilizantes apresentadas na Tabela 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
Tabela 1: Doses de fertilizantes recomendadas para o coqueiro-
anão em diferentes idades quando cultivado em solo de 
baixa fertilidade. 
 
IDADE (anos) FERTILIZANTE (g/planta) 
 uréia superfosfato simples cloreto potássio 
0 (plantio) 300** 800* 200** 
1 1000 400 600 
2 1400 1200 800 
3 1600 1200 1000 
4 1800 2000 1400 
5 2200 2000 1600 
6 2600 2400 1800 
7 e seguintes 3000 3200 2000 
* - aplicado na cova de plantio 
**- aplicado em cobertura 30 dias após o plantio 
Fonte: EMBRAPA (1993). 
 
 6.3 Irrigação 
 
 Em regiões com longos períodos de estiagem e em função da 
disponibilidade de recursos do produtor, deve-se proceder à 
irrigaçãopelo método de microaspersão (solos arenosos) ou 
gotejamento (solos de textura média à argilosa), em que a 
quantidade de água a ser aplicada varia em função das 
características de clima e do solo da região e da quantidade e 
 22 
qualidade da água disponível. Plantas bem supridas por meio de 
irrigação têm seu desenvolvimento favorecido, contribuindo para a 
precocidade na floração e produção de frutos durante o ano inteiro. 
 
6.4 Pragas 
 
 Entre as pragas que atacam o coqueiro no Brasil, as que se 
apresentam em maior freqüência e com prejuízos significativos são: 
as coleobrocas, entre essas, a broca-do-olho (Rhinchophorus 
palmarum ) e a broca-do-estipe (Rhinostomus barbirostris); a traça 
da inflorescência (Hyalospila ptychis); o ácaro (Eriophyes 
guerreronis); as lagartas-das-folhas (Brassolis sophorae e Automeris 
sp), além das formigas cortadeiras, durante os três primeiros anos 
do plantio. As principais pragas e seu controle serão descritos a 
seguir: 
 
Broca-do-olho (Rhynchophorus palmarum L.) 
 
 O adulto é um besouro de cor preta, com 4,5 a 6,0 cm de 
comprimento. Possui um "rostro" comprido e recurvado, recoberto 
por pêlos pretos na parte superior nos machos. 
 23 
 A fêmea põe os ovos no 'olho' da planta, com um total de 
aproximadamente 250 ovos. Desses, saem as larvas brancas, que 
medem cerca de 7,5 cm de comprimento. As larvas alimentam-se da 
parte interna do tronco, destruindo o meristema apical da planta e 
provocando a morte do coqueiro. 
Controle: Como o controle químico é caro e de difícil aplicação em 
virtude do porte do coqueiro, sugere-se o emprego de um controle 
cultural preventivo mediante a eliminação das plantas atacadas e o 
monitoramento da praga. Esse último é feito com o uso de iscas 
atrativas para a broca-do-olho, com emprego de baldes de 20 litros 
com funil acoplado na tampa, e colocando-se, no seu interior, 
pedaços da planta de coqueiro ou porções de cana-de-açúcar e 
melaço na proporção de um litro de melaço para quatro litros de 
água. A mistura tem o objetivo de manter a isca sempre úmida, 
atraindo o inseto para a armadilha. A cada 15 dias deve se proceder 
à substituição da isca, bem como destruir os insetos capturados. 
 
Broca-do-estipe (Rhinostomus barbirostris Fabricius) 
 
 O adulto é um besouro preto de 1,1 a 5,3 cm comprimento, 
com rostro recoberto por pêlos avermelhados. 
 24 
 A fêmea difere do macho por apresentar rostro mais curto e 
sem pêlos. Ela põe os ovos no tronco do coqueiro, onde faz 
perfurações com o rostro, colocando os ovos e, posteriormente, 
cobrindo-os com uma camada cerosa para protegê-los do 
ressecamento. Dos ovos, surgem larvas de cor esbranquiçada que 
podem atingir até 5 cm de comprimento. 
 Após o nascimento, as larvas penetram no tronco, destruindo 
o sistema vascular da planta e formando galerias, que aumentam de 
diâmetro à medida que a larva cresce. Quando o ataque é intenso e 
ocorre próximo à copa do coqueiro, pode ocorrer a quebra do estipe 
pela ação de ventos fortes. Mesmo não havendo a quebra da planta, 
poderá ocorrer uma redução na capacidade produtiva em até 75%. 
Controle: Em função das dificuldades de controle químico, como 
mencionado para a broca-do-olho , sugere-se o controle mediante 
inspeções constantes e periódicas no coqueiral visando a detectar a 
postura e raspá-las com facão para destruição dos ovos. 
 
Ácaro (Eriophyes guerreronis Keif.) 
 
 Normalmente o ácaro desenvolve-se sob as brácteas dos 
frutos novos, sugando a seiva da epiderme e provocando cloroses 
 25 
que se estendem longitudinalmente por todo o fruto . Posteriormente, 
a área danificada torna-se marrom-escura, com aspectos ásperos e 
freqüentemente apresentando rachaduras. Os frutos danificados se 
deformam, perdem peso e, às vezes, caem antes de atingir o ponto 
ideal de colheita, além de tornarem-se pouco atrativos para o 
consumidor de "coco-verde". 
Controle: Em razão de os ácaros se encontrarem protegidos pelas 
brácteas dos frutos, o controle com a utilização de produtos 
químicos de ação por contato fica comprometido, podendo ser 
usados apenas produtos de ação sistêmica. Entretanto, esses 
produtos devem ser recomendados com restrições, uma vez que 
podem deixar resíduos nos frutos. 
 
Traça da inflorescência (Hyalospila ptychis Dyar) 
 
 O adulto é uma mariposa pequena, que faz a postura na 
inflorescência. Dos ovos, surgem lagartas brancas, com pigmento no 
dorso e cabeça amarelada. As lagartas desenvolvem-se nas 
inflorescências recém-abertas do coqueiro, danificando os carpelos 
da flores femininas e perfurando os frutos novos na região das 
brácteas. Instalam-se sob as mesmas, onde se alimentam dos 
 26 
tecidos e abrem galerias, provocando a queda dos frutos atacados 
ainda pequenos. 
Controle: Sugere-se proceder à eliminação das inflorescências 
atacadas pela traça e queimá-las como forma de diminuir a fonte de 
inóculo, visto que o controle químico somente deve ser empregado 
em casos de alta infestação. 
 
Lagarta-das-folhas (Brassolis sophorae e Automeris cinctistriga 
Felder) 
 
 O adulto é uma borboleta grande (Brassolis sophorae) 
medindo de 6 a 10 cm, de hábito diurno, a qual faz a postura na 
base do pecíolo das folhas e folíolos. As lagartas surgidas dos ovos 
chegam a medir de 6 a 8 cm de comprimento, possuem cabeça 
avermelhada e listras longitudinais marrons-escuras no dorso. As 
lagartas fazem ninhos unindo vários folíolos com fio de seda no 
interior, onde passam o dia e só saem à noite para se alimentarem. 
Se alimentam do limbo foliar dos folíolos, provocando o 
desfolhamento total das plantas. 
 O adulto da lagarta Automeris é uma mariposa. As lagartas 
são verdes e urticantes, podendo atingir 9 cm. São de hábito diurno, 
 27 
de ocorrência esporádica e apresentam-se dispersas nas folhas. Se 
alimentam do limbo foliar e provocam o desfolhamento do coqueiro, 
podendo ocorrer desde o período do viveiro até a fase adulta no 
campo. 
Controle: Sugere-se a derrubada das lagartas com o emprego de 
varas e destruição mecânica das mesmas. 
Formigas 
 As formigas saúvas causam sérios danos nos três primeiros 
anos de plantio da muda e também no viveiro, podendo levar a um 
desfolhamento total da planta. 
Controle: Devem ser controladas com o emprego de formicidas 
adequados, tendo-se o cuidado de controlar os formigueiros tanto 
dentro quanto fora da propriedade. 
 
6.5 Doenças 
 
 Entre as doenças, destacam-se como de maior importância o 
anel-vermelho do coqueiro (Bursaphelenchus cocophilus), a lixa 
(Phyllachora torrendiella) e a queima-das-folhas ( Botryosphaeria 
cocogena): 
 
 28 
Anel-vermelho (Bursaphelenchus cocophilus) 
 
 Tem como agente causal um nematóide do sistema vascular 
(Bursaphelenchus cocophilus) e sua disseminação ocorre 
principalmente pela broca-do-olho do coqueiro, que é o inseto vetor. 
A doença é de natureza letal, caracterizando-se externamente por 
uma coloração amarelo-ouro das folhas basais, que se inicia na 
ponta da folha e avança em direção à ráquis. As folhas arreiam em 
torno do estipe, conferindo um aspecto de guarda-chuva. 
Internamente, por meio de um corte transversal do estipe, observa-
se uma coloração avermelhada em forma de anel no cilindro central 
do estipe. A doença só ocorre após a exteriorização do estipe. 
Controle: Pelo fato de a doença ser letal ao coqueiro e ser 
disseminada principalmente pela broca-do-olho, o controle é 
efetuado pelo do controle do inseto, ou seja, com o uso de 
armadilhas, como recomendado anteriormente, em conjunto com o 
arranquio, remoção da planta atacada parauma área fora do 
coqueiral e queima do coqueiro doente. Deve-se ter o cuidado de 
abrir o estirpe ao meio antes de se efetuar a queima para destruir as 
 29 
larvas da broca que se encontram no interior do estirpe e, dessa 
forma, reduzir a população do inseto vetor. 
 
Lixa ( Phyllachora torrendiella – Lixa-pequena; Sphaerodothis 
acrocomiae – Lixa-grande) e Queima-das-folhas ( Botryosphaeria 
cocogena) 
 
 A lixa e a queima-das-folhas são doenças fúngicas e 
geralmente ocorrem de forma associada, acreditando-se que a lixa 
seja a porta de entrada para o fungo causador da queima-das-
folhas. Essa última manifesta-se nas folhas mais velhas, sendo 
caracterizada por uma coloração marrom-avermelhada em forma de 
"V", iniciando na extremidade da folha e caminhando em direção a 
ráquis. Com a evolução da doença, ocorrem a seca e morte da folha 
que serve de sustentação para o cacho, antes que esse se encontre 
no ponto de colheita. Isso leva à queda prematura dos cocos em 
função do penduramento do cacho e obstrução do transporte de 
nutrientes para os frutos. Além desses danos, ocorre uma redução 
na área foliar da planta com queda significativa na produtividade. 
Controle: Em função da indisponibilidade de material genético 
resistente, a “Queima-das-folhas” deve ser controlada culturalmente 
 30 
pela da eliminação da fonte de inóculo, por meio de corte das partes 
atacadas das folhas, com posterior remoção da área e queima do 
material. O controle químico só deve ser efetuado quando se 
verificar elevados índices de ocorrência da doença, em função do 
elevado custo do controle, o qual consiste de três aplicações de 
Benomyl a 0,1% + Carbendazim a 0,1%, a intervalos de 15 dias, 
sendo aplicado em conjunto com a eliminação das folhas atacadas, 
e repetindo-se a aplicação dos mesmos produtos após três meses. 
 O controle químico para a lixa ainda não apresentou 
resultados satisfatórios definitivos. Em caso de suspeita da doença, 
o ideal é que se procure um engenheiro agrônomo. 
 
 
7 COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO 
 
 A produção comercial tem início a partir do quarto ano após o 
plantio. Geralmente, a colheita é feita mensalmente, mas pode variar 
de acordo com as condições climáticas. Como o coco-anão é 
destinado basicamente para o mercado de coco-verde, em razão do 
consumo da água, os frutos devem ser colhidos com idade que 
 31 
variam entre oito e nove meses após a abertura da inflorescência, 
quando a água se encontra com sabor mais agradável. Caso o 
objetivo seja a industrialização ou utilização da semente para a 
produção de mudas, a colheita deve ser feita entre 11 e 12 meses. 
 Quando as plantas apresentarem porte elevado, recomenda-
se a colheita dos frutos por meio do corte do cacho com um golpe de 
facão, tendo-se cuidado de amarrá-lo com uma corda e segurá-lo 
para diminuir o impacto dos mesmos com o solo, reduzindo, assim, a 
perda de frutos por rachaduras. 
 Em áreas irrigadas, são colhidos, em média, de 180 a 250 
cocos por planta/ano, podendo-se chegar a 250. Normalmente, a 
variedade Anão mantem-se produtiva por um período de 40 anos. 
 O coco-verde é comercializado em cachos ou a granel, 
devendo ser mantido protegido do sol, de forma que sua 
longevidade não seja afetada. Na maioria dos casos, a 
comercialização ocorre por meio de agentes intermediários, os 
quais, algumas vezes, se responsabilizam pela colheita e 
respectivas despesas, podendo os frutos serem também 
comercializados em feiras-livres, centrais de abastecimento, 
lanchonetes, etc. 
 32 
 Os preços recebidos pelos produtores são sensivelmente 
afetados pela intensa intermediação ocorrida no processo. 
Normalmente, o coco-verde é objeto de uma média de quatro 
transações comerciais até chegar ao consumidor. Evidentemente, os 
preços pagos ao produtor são baixos, ao passo que os 
consumidores compram o produto a preços mais altos. 
 A organização de produtores em grupos, principalmente 
pequenos e médios, é a melhor alternativa para diminuição dos 
custos de colheita e transporte e aumento do seu poder de barganha 
diante dos compradores. Assim, recomenda-se que antes do 
período de preparo da produção para a colheita, é importante entrar 
em contato com possíveis compradores em diversos locais para se 
obter informações sobre a evolução dos preços e intenção de 
compra. 
 
 
8 COEFICIENTE TÉCNICO 
 
 O coeficiente técnico para a produção de 1,0 ha do coqueiro-
anão por 7 anos, sem irrigação, pode ser observado na Tabela 2. 
 33 
 
Tabela 2: Coeficiente técnico para 1,0 ha de coqueiro-anão sem 
irrigação no espaçamento 7,5 x 7,5 x 7,5 m. 
Discriminação Unidade Ano 
 Plantio 1 2 3 4 5 6 7 
Preparo da 
Área: 
 
- aração H/M-TP 3 
-gradagem H/M-TP 3 
-calagem H/M-TP 2 
Instalação 
-piqueteamento 
e abertura de 
covas 
 
H/D 
 
20 
 
-enchimento de 
covas 
H/D 4 
-plantio H/D 2 
Manutenção 
- roçagem H/M-TP 1 2 2 2 2 2 2 2 
-coroa mento H/D 4 8 8 8 8 8 8 8 
-aplicação 
fertilizantes 
H/D 1,5 1,5 2 2 3 3 3 3 
-gradagem* H/M-TP - - - 3 - - 3 - 
-combate à 
formigas 
H/D 1 1 1 - - - - - 
Insumos 
Continua... 
 
 34 
...Continuação 
-mudas unidade 215 - - - - - - - 
-calcário 
dolomítico 
ton 2 - - ** - - ** - 
-esterco de 
curral 
m3 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 
-uréia Kg 62 205 287 329 369 451 533 615 
-superfosfato 
simples 
Kg 164 82 246 246 410 410 492 656 
-cloreto de 
potássio 
Kg 41 123 164 205 287 328 369 410 
-formicida Kg 2 1 2 - - - - - 
Colheita 
-colheita e 
limpeza da copa 
H/D - - - 1 1 2 3 3 
-transporte dos 
frutos 
H/D - - - 0,5 0,5 0,8 1 1 
Fonte: EMBRAPA (1993). 
H/M-TP: hora máquina, trator de pneu 
H/D: Homem -dia de trabalho 
*: realizada apenas quando se faz a calagem 
**: quantidade em função da análise do solo. 
- : prática não realizada 
 
 
9 ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO 
 
 O coqueiro-anão emite uma inflorescência a intervalos médios 
de 21 dias e, conseqüentemente, a planta emite uma média de 15 a 
 35 
17 cachos/mês, de forma que possibilita produção durante o ano 
todo. 
 Considerando-se um bom nível de manejo empregado no 
cultivo e a idade da planta, a produtividade é estimada conforme 
a Tabela 3. 
Tabela 3: Estimativa de produção do coqueiro-anão cultivado sem 
irrigação. 
Idade (anos) Produtividade (Frutos/planta/ano) 
1 - 
2 - 
3 10 
4 30 
5 60 
6 100 
7 140 
8 180 
9 200 
10 e seguintes 200 
Fonte: EMBRAPA (1993). 
 
 
 
 
 
 36 
10 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
AGRIDATA – CEASA/MG – Sistema de Informações do Agribusiness de 
Minas Gerais/Secretaria de Estado de Agricultura Pecuária e 
Abastecimento: Normas e Padrões de Mudas e Sementes no Estado de 
Minas Gerais – 2002 – http://www.agridata.mg.gov.br 
 
CHILD, R. Coconuts. London: Longman, 1974. 335p. 
 
EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária dos Tabuleiros Costeiros. 
(Aracaju, SE). Recomendações técnicas para o cultivo do coqueiro. 
Aracaju, 1993. 44p. (EMBRAPA – CPATC. Circular Técnica, 1). 
 
FAO. Yearbooks production . Roma, v. 50, 1996. 
 
FERREIRA, J.M.S; WARWICK, D.R.N.; SIQUEIRA, L.A. A cultura do 
coqueiro no Brasil. 2. Ed. Ver. E ampl.- Brasilia: EMBRAPA-SPI, 1997. 
292p. 
 
FRÉMOND, Y.; ZILLER, R.; NUCÉ de LAMOTHE, M. de. El cocotero : 
técnicas agrícolas y producciones tropicales. Barcelona: Editorial Blume, 
1975. 236p. 
 
FRUTISÉRIES, 3: COCO-VERDE: Minas Gerais. In: Brasília, Ministério 
da Integração Nacional (MI,SIH, DDH) março/2000. 4p. il. color. 
 
GALLO, D. et al.Manual de entomologia agrícola. 2a ed. São Paulo: 
Editora Agronômica Ceres, 1998. 649p. 
 
IBGE. Anuário Estatístico do Brasil. Rio de Janeiro, v. 50, 1996. 
 
WARWICK, D.R.N.; SANTANA, D.L. de Q.; DONALD, E.R.C. Anel 
vermelho do coqueiro: aspectos gerais e medidas de controle. Aracaju: 
CPATC, jul.1995, 7p. (Comunicado Técnico, 05).

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