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Apostila Cultura da Macieira 2016

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1 
A Cultura da Macieira 
1. Introdução 
A macieira é uma frutífera típica de clima temperado, da família 
Rosaceae, tem suas origens nas montanhas do Cáucaso, Oriente Médio e 
Leste Asiático. Espécie exigente em tratos culturais, principalmente no que diz 
respeito à condução, poda e tratos fitossanitários. Seu cultivo em São Paulo, e 
em regiões edafoclimáticas similares, somente é possível por meio de 
cultivares locais adaptadas ou selecionadas por Instituições de Pesquisa como 
o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e do Paraná (IAPAR). 
Com pequena exigência de frio, essas cultivares apresentam-se aptas 
para produzir satisfatoriamente em condições de inverno brando. É 
imprescindível o plantio de mudas enxertadas e sadias, em porta-enxertos 
clonais, obtidos pela técnica da estaquia ou mergulhia (chinesa ou de cepa), 
evitando-se a utilização de sementes, pela alta variabilidade das mesmas, o 
que resulta em pomares desuniformes. Por se tratar de cultura perene e de 
polinização cruzada, é importante consorciar, no plantio variedades, 
polinizadoras. Sua comercialização é feita na grande maioria “in natura” sendo 
eventualmente industrializada e, dependendo da variedade, utilizada para a 
fabricação de sidra, purê ou suco. 
 
2. Importância Econômica 
Entre os principais países produtores de maçã, destaca-se a China 
como sendo responsável por 53,32% da produção, seguido da União Européia 
com 18,76% e Estados Unidos com 7,16%. Dentro deste panorama, o Brasil 
encontra-se na 7ª posição do ranking mundial (Tabela 1) com a região sul 
sendo a maior produtora, representando atualmente, cerca de 94,6% da 
produção nacional (Gráfico 1), que em 2013 foi de 1.231.472 milhões de 
toneladas (AGRIANUAL, 2016). 
 
 
 
 
 2 
Tabela 1. Principais produtores mundiais de maçã. 
 
Posição Países Produção (%) Consumo (%) 
1 China 53,32 89,81 
2 União Européia 18,76 61,08 
3 Estados Unidos 7,16 53,88 
4 Turquia 3,17 91,28 
5 Índia 3,10 100,00 
6 Rússia 2,19 100,00 
7 Brasil 1,88 89,51 
8 Chile 1,69 - 
9 Ucrânia 1,58 100,00 
10 África do Sul 1,27 - 
 
Fonte: Agrianual (2016) 
 
 
Gráfico 1. Principais estados produtores de maçã no Brasil. 
 
 
Fonte: Anuário Brasileiro da Maçã (2015) – dados para safra 2013/2014. 
 
 
 
 3 
3. Classificação Botânica 
 A macieira pertence à família Rosaceae, gênero Malus, apresentando 
em torno de 2 mil espécies, como Malus silvestrys; Malus malus; Malus 
communis, Pyrus malus, sendo a mais aceita pelo Comitê Internacional de 
Classificação Botânica a espécie Malus domestica. Há registro de mais de 7 
mil cultivares, mas apenas 40 tem interesse comercial. No Brasil, as duas 
principais são ‘Fuji’ e ‘Gala’. 
4. Produção de mudas e plantio 
Primeiro faz-se a seleção do porta-enxerto a ser utilizado. Ele deve ser 
bem adaptado à região de cultivo, com excelente afinidade com a cultivar copa, 
capaz de proporcionar plantas com bom desempenho em termos de 
produtividade e qualidade dos frutos. Preferencialmente, deve ser resistente a 
pragas e doenças do solo, principalmente ao pulgão lanígero e a podridão do 
colo. A definição incorreta do porta-enxerto pode causar problemas de 
alternância de produção, declínio precoce das plantas, suscetibilidade a 
determinadas pragas e doenças, entre outras. Atualmente é comum a 
utilização de interenxertos, visando conciliar características favoráveis de dois 
porta-enxertos, especialmente no que diz respeito à resistência a pragas e 
doenças e vigor da copa. Dentre os porta-enxertos mais utilizados destaca-se a 
combinação Maruba/M9, sendo o primeiro utilizado como porta-enxerto 
principal por ser resistente ao pulgão lanígero e o segundo como interenxerto 
por conferir baixo vigor à copa. 
As principais cultivares utilizadas como copa são a 'Gala', 'Fuji' e suas 
mutações. Outras cultivares como 'Daiane', 'Baronesa' e 'Catarina', são opções, 
sendo as duas primeiras para regiões de 800 m ou mais, e a última, que é 
resistente à sarna, para regiões acima de 1200 m. Cultivares precoces como 
Eva, Condessa e Anna de baixa exigência em frio, podem ser plantadas em 
regiões com menos de 800 m de altitude. 
A produção de mudas segue algumas etapas: 
1) Faz-se o enraizamento do porta-enxerto selecionado (por estaquia 
e/ou mergulhia) em campo a uma distância de aproximadamente 0,3 – 1m 
entre plantas; 
 4 
2) Quando o porta-enxerto estiver com um ano no campo, faz-se a 
enxertia de mesa da variedade copa com o interenxerto (retira-se estacas das 
plantas matrizes que serão utilizadas como copa e faz-se a enxertia nas 
estacas do interenxerto ou filtro utilizando a técnica da garfagem por inglês 
simples); 
3) No mesmo período, faz-se o rebaixamento dos porta-enxertos em 
campo a uma altura de aproximadamente 10-12 cm e faz-se a enxertia por 
garfagem utilizando a técnica do inglês complicado da combinação 
copa+interenxerto.; 
4) Essas mudas irão se desenvolver, e após um período de 7 a 9 meses, 
serão retiradas do campo, lavadas suas raízes e colocadas em câmara fria por 
um período de 45 a 60 dias (processo de estratificação para quebra de 
dormência) 
6) Essas mudas, de raiz nua, só poderão ser plantadas no inverno (fase 
de repouso). 
7) Mudas produzidas em embalagens plásticas poderão ser plantadas 
em qualquer época do ano. 
Pela combinação copa/porta-enxerto ou copa/filtro/porta-enxerto 
escolhida, adota-se o espaçamento a ser utilizado no plantio (Tabela 2). 
O sistema de condução das plantas dependerá do vigor da combinação 
utilizada. Embora haja muitos sistemas de condução, o mais utilizado é o líder 
central (livre ou com apoio), no qual a planta é conduzida de tal maneira que se 
tenha um eixo central e dele partam ramos que deverão ser conduzidos na 
horizontal. Os ramos laterais não devem ultrapassar um terço do diâmetro do 
líder no ponto de inserção do mesmo. 
Procede-se o plantio em cova ou sulco devidamente adubado e 
corrigido, com doses recomendadas pelos resultados da análise de solo. 
Faz-se a formação da planta até o terceiro ano, sempre retirando ramos 
ladrões, fazendo o encurtamento de ramos laterais e o desponte do líder. 
 
 
 
 
 
 5 
Tabela 2. Densidade de plantio em função da combinação copa/porta-enxerto. 
Porta-enxerto 
Cultivar vigorosa a Cultivar standard b 
Distância entre filas 
e plantas (m) 
N o plantas/ha 
Distância entre filas 
e plantas (m) 
N o plantas/ha 
Anões M-9, M-26 
3,75 X 1,00 2667 3,75 X 0,80 3333 
3,75 X 1,25 2133 3,75 X 1,00 2667 
4,00 X 1,50 1667 4,00 X 1,25 2000 
Semi-anões M-7, 
MM-106 
4,00 X 1,50 1667 4,00 X 1,00 2500 
5,00 X 1,50 1333 4,50 X 2,00 1111 
5,00 X 2,00 1000 5,00 X 2,00 1000 
Semi-vigorosos 
MM-111 
5,00 X 2,50 800 5,00 X 2,50 800 
6,00 X 3,00 556 5,50 X 2,50 727 
Vigorosos 
Marubakaido 
5,50 X 3,00 606 5,00 X 3,00 606 
 6,00 X 3,50 476 6,00 X 3,00 556 
a= Fuji e similares 
b=Gala e similares 
 
A poda verde só deverá ser realizada em plantas que apresentem 
excesso de crescimento vegetativo, eliminando-se os ramos na base, para 
favorecer a entrada de luz no interior da planta. A redução do crescimento 
deverá ser feita através do arqueamento dos ramos, pois serão nesses ramos 
arqueados que serão produzidos os órgãos especializados de frutificação 
(brindilas, esporões e dardos) que trarão as gemas de flor e conseqüente 
produção. 
O plantio pode ser feito em fileiras simples, duplas ou intercalar. Além da 
cultivar produtora, devem ser plantadas de 8 a 10% de cultivares polinizadoras, 
que coincidam na precocidade de entrada em florescimento e floresçam na 
mesmaépoca. O cultivo de plantas polinizadoras se deve ao fato da 
autoincompatibilidade das flores da macieira. A colocação de colméias também 
favorece a polinização cruzada. Recomenda-se colocar de 2 a 4 
colméias/hectare, na linha de plantio, quando o pomar estiver com 10 a 20% de 
floração. 
 6 
4.1 Estruturas de Frutificação 
As macieiras possuem 3 estruturas de frutificação: 
- Brindilas: são ramos do ano, com 15 a 30 cm, que florescem no ápice. 
Geralmente, estão localizados no ápice da planta e dão as melhores frutas; 
- Esporão: são ramos de 2 ou mais anos, com 5 a 10 cm e podem apresentar 
mais de 1 gema florífera; 
- Dardo: são pequenos ramos, de 0,5 a 5 cm. 
 
5. Tratos culturais 
Adubação de produção: a recomendação de adubo deve considerar a análise 
de solo e folha, idade das plantas, crescimento vegetativo, adubações 
anteriores, produções, tratos culturais e presença de sintomas de deficiências 
nutricionais. Para a cultura da macieira são necessárias aplicações foliares 
sistemáticas de cálcio, para evitar a ocorrência de distúrbios fisiológicos ligados 
a este nutriente, visando melhorar as condições de conservação da fruta. Os 
demais nutrientes devem ser aplicados via solo ou foliar, quando identificada a 
deficiência. 
Quebra de dormência: em regiões com altitude inferior a 1.200 m em que não 
ocorre frio suficiente para a quebra de dormência das gemas é necessário um 
tratamento químico para uniformizar a brotação e floração. Como a intensidade 
de frio varia de um ano para outro, deve-se estabelecer a época de aplicação e 
as dosagens dos produtos anualmente. Via de regra, recomenda-se o uso de 
óleo mineral (3-4%) associado a cianamida hidrogenada (Dormex 2-4%) em 
pulverização no final do período de dormência. A pulverização deve atingir 
todos os ramos da planta, pois o efeito do tratamento é localizado. A época 
mais adequada para a aplicação é no início do inchamento das gemas, no 
estágio de ponta verde ou gema prateada o que normalmente ocorre entre 20 e 
30 dias antes do início da brotação normal. As plantas que recebem o 
tratamento não devem apresentar resíduos de cobre, pois a cianamida reage 
com o cobre formando um composto fitotóxico que reduz a eficiência da quebra 
da dormência. 
 7 
Raleio de frutos: Nos pomares em produção pode ser feito o raleio químico 
dos frutos, utilizando-se um dos seguintes produtos: 20 ppm ANA (auxina) (5 a 
10 dias após plena floração) cuja eficiência é variável devido às condições 
climáticas, sendo o ideal de 20-25ºC; Citocinina: são mais ativas que as 
auxinas, mas podem afetar o tamanho e forma das frutas, pois afeta o 
desenvolvimento da semente; Carbaril 750 ppm: de 2 a 4 dias após a plena 
florada em casos de temperaturas mais baixas (15-20 ºC), tendo efeito 
intensificado em condição de baixa luminosidade e Etephon: o qual exige maior 
cuidado, pois doses muito altas podem causa queda total de frutas. O mais 
comum é fazer o raleio manual, deixando-se de 1 a 2 frutos/ cacho floral ou 1 
fruto a cada 10 cm de ramo. No raleio manual, aumenta-se os gastos com 
mão-de-obra. 
6. Manejo integrado de pragas e doenças 
Um dos objetivos da produção integrada é manejar a cultura para que as 
plantas possam expressar sua resistência natural às pragas e patógenos e 
possam ser protegidos os organismos benéficos. 
Nesse sistema, deve-se conciliar diversos métodos de controle, levando-
se em consideração o custo de produção e o impacto sobre o ambiente, 
reduzindo ao máximo o uso de agroquímicos. 
Na produção integrada deve-se favorecer a adoção de métodos não 
químicos ou alternativos tais como feromônios, biopesticidas, erradicação de 
hospedeiros alternativos, retirada e queima das partes vegetais afetadas. A 
adubação equilibrada, a poda e o raleio adequados são fatores que 
desfavorecem o estabelecimento das pragas e patógenos e facilitam o seu 
controle. 
- Monitoramento e controle de Pragas 
1) Mosca-das-frutas: O monitoramento pode ser efetuado instalando-se 
frascos caça-mosca, usando como atrativo o suco de uva a 25%. O controle 
com isca tóxica deve ser iniciado quando houver presença da praga no pomar 
e as frutas apresentarem tamanho superior a 1,5 cm de diâmetro. A aplicação 
de inseticidas em cobertura só deve ocorrer quando for constatado o nível de 1 
 8 
mosca/frasco/dia, utilizando inseticidas com ação de profundidade. A isca deve 
ser aplicada pelo menos duas vezes por semana, intensificando na periferia do 
pomar, nos pontos de entrada da mosca. 
2) Lagarta enroladeira: Para o monitoramento, recomenda-se utilizar uma 
armadilha com feromônio para cada 5 ha, que deve ser instalado no início de 
setembro e retirado após a colheita da última cultivar. Em pomares menores, 
deve-se aumentar a densidade, de modo a haver no mínimo duas armadilhas 
por talhão. O controle da praga deve ser feito quando houver captura superior a 
20 machos/armadilha/semana. É importante analisar o monitoramento por 
talhão, aplicando inseticida apenas naqueles com níveis críticos. 
3) Ácaro vermelho europeu: O monitoramento é feito através da amostragem 
seqüencial no mínimo em 10 plantas por talhão de 5 ha, retirando-se 5 folhas 
por planta e anotando-se o número destas com presença do ácaro. As plantas 
podem ser diferentes a cada avaliação. Para o controle, deve-se levar em 
consideração a percentagem de folhas infestadas e o ciclo vegetativo da 
cultura que deve ser feito quando 50% das folhas acusarem a presença da 
praga, enquanto que, no período que antecede a colheita, somente deve-se 
aplicar o acaricida quando mais de 70% das folhas apresentarem ácaros. Após 
a colheita o ácaro deverá ser controlado se a infestação das folhas for superior 
a 90%. 
4) Grafolita: Para o monitoramento, deve-se utilizar uma armadilha com 
feromônio para cada 3 a 5 ha, instalando-a no final de agosto e mantendo-a 
até a colheita. Em pomares menores, deve-se aumentar a densidade, devendo 
haver no mínimo 2 por talhão. O controle da praga deve ser feito quando 
houver captura superior a 30 machos/armadilha/semana. 
5) Cochonilha: Deve-se identificar e registrar a presença das larvas 
(provavelmente entre setembro e novembro) e efetuar aplicações localizadas 
nos focos usando inseticida fosforado. O óleo mineral aplicado para quebra de 
dormência ajuda a controlar a cochonilha. 
 9 
6) Pulgão lanígero: Passa o inverno na fase de ninfa, desprovida de 
cerosidade. Alimenta-se da seiva, induzindo a formação de nodos (calos) ou 
rugosidades, como reação da planta às toxinas injetadas pela praga. O ataque 
ao sistema radicular induz a formação de galhas e debilita as plantas. É comum 
observar-se colônias atacando os brotos do porta-enxerto no sistema radicular 
e esta é uma das formas mais comuns de dispersão da praga para pomares 
novos, através de mudas. Esse pulgão não causa dano direto aos frutos e sua 
incidência varia de ano para ano. Como controle utiliza-se porta-enxertos 
resistentes como os da série MM (Merton Malling) e MI (Merton Immune) que 
reduzem a incidência da praga nos pomares comerciais. Os porta-enxertos EM 
ou simplesmente M (East-Malling) são considerados suscetíveis. A implantação 
de pomares em alta densidade utilizando porta-enxertos suscetíveis com M7 e 
M9 pode resultar no aumento da incidência desta praga. 
- Manejo e controle de doenças 
Após a poda, raleio e colheita, os restos vegetais devem ser destruídos, 
triturados e a seguir retirados do pomar ou incorporados ao solo da entrelinha 
após serem umedecidos com uma solução de uréia (1%) ou com suspensão de 
esterco. Essas práticas diminuem a incidência e proliferação de patógenos no 
pomar. 
A decisão sobre otipo de tratamento fungicida e a ocasião de executá-lo 
deverá ser embasada nas características da doença, nas informações das 
Estações de Aviso e nas condições meteorológicas que ocorrem no pomar. 
Os tratamentos com fungicidas de contato serão repetidos a cada sete 
dias ou 25 mm de chuva, para controle de sarna e a cada 10 dias ou 35 mm 
para controle das outras doenças na cv. Gala e a cada 10 dias ou 50 mm na 
cv. Fuji. 
7. Colheita e pós-colheita pragas e doenças 
Para reduzir a utilização de produtos químicos sobre os frutos, prioriza-se 
práticas de prevenção de ocorrências de enfermidades fúngicas e fisiológicas. 
Para tanto, é obrigatório: 
 colher a fruta no momento correto; 
 10 
 eliminar fontes de inóculo no pomar; 
 manipular cuidadosamente a fruta na colheita, transporte, classificação e 
embalagem; 
 realizar limpeza e desinfestação ou sanitização de instalações, câmaras 
frias, embalagens e máquinas; 
 utilizar adequadamente as técnicas de armazenamento. 
As frutas devem ser colhidas no momento adequado, segundo a espécie, 
variedade e a utilização prevista, ou seja, armazenamento a curto, médio ou 
longo prazo, ou mesmo para comercialização imediata (mercado interno ou 
exportação). Para isso, deve-se assegurar que os índices mínimos de 
maturação estabelecidos pela pesquisa sejam respeitados no início da colheita 
e no posterior armazenamento e/ou comercialização, permitindo com isto, uma 
máxima eficiência na conservação e manutenção da qualidade interna e 
externa da fruta. Deve-se sempre utilizar embalagens (colheita, transporte, 
armazenamento, comercialização) limpas e de material não abrasivo para não 
contaminar e machucar as frutas. Recomenda-se, quando adequado, utilizar 
materiais plásticos, em perfeito estado de conservação e higienização, em vez 
de madeira. É sempre importante realizar uma pré-seleção da fruta no campo, 
evitando misturar frutas sadias com as caídas no chão, granizadas, com danos 
por insetos, podridões, machucadas, etc. Não se deve deixar as frutas colhidas 
expostas ao sol, transportando imediatamente para a casa de embalagem, 
evitando-se golpes e danos durante o transporte. As frutas de produção 
integrada (PIM) que são transportadas conjuntamente com outros sistemas de 
produção deverão estar devidamente identificadas e separadas no veículo. Isso 
é importante para não haver confusão na recepção da empacotadora, onde 
deverá ser tomada uma amostra da carga para as devidas anotações no 
caderno de pós-colheita. Na Tabela 3, são apresentados alguns indicadores de 
maturação dos frutos de macieira. 
 
 
 
 11 
Tabela 3. Indicadores da maturação de frutos de macieira. 
Cultivar Firmeza polpa (lbs) 
Amido 
(1-5) 
SST 
(brix) 
ATT 
(cmol/L) 
Cor 
Gala 17 a 19 2,0 a 3,0 > 11 5,2 a 6,0 Verde-clara 
Fuji 16 a 18 2,5 a 3,5 > 12 3,7 a 5,2 Verde-clara 
Golden delicious 15 a 17 2,5 a 3,0 > 12 6,7 a 8,2 Verde-clara 
*SST= Sólidos Solúveis Totais, ATT= Acidez Titulável Total. 
O armazenamento deve manter a qualidade interna e externa da fruta, 
devendo-se assegurar o funcionamento regular das câmaras de conservação, 
por meio da observação periódica dos equipamentos de refrigeração e controle 
de gases (atmosfera controlada). Para tanto, deve-se realizar controles 
periódicos mensais da qualidade, através de análises laboratoriais de amostras 
de 20 a 50 frutas. Essas análises permitem prognosticar o potencial e a 
duração do período de conservação, avaliar a evolução de problemas de 
qualidade observados no início do armazenamento, observar a reação das 
frutas às condições de armazenamento, verificar o desempenho das diferentes 
cultivares ou lotes em relação às características externas de maturação 
(murchamento, podridões, distúrbios fisiológicos) e determinar a qualidade 
interna e externa das frutas através de análises laboratoriais (sólidos solúveis 
totais, firmeza de polpa, acidez). Também é importante realizar análises de 
minerais em amostras de frutas antes do início da colheita, para avaliar a 
possibilidade de incidência de distúrbios fisiológicos, permitindo tomar decisões 
de qual destino será dado à fruta, ou seja, armazenamento a curto, médio, 
longo prazo, ou mesmo a comercialização imediata. Todos esses dados devem 
ser devidamente registrados e devem estar disponíveis no caso de 
necessidade de inspeção. Por isso, é importante que a fruta que recebeu o selo 
de conformidade da produção integrada, seja representativa de cada cultivar, 
talhão e câmara fria de armazenamento. Não é recomendável existir o 
armazenamento da PIM junto com as da produção convencional. Porém, 
quando esse fator for inevitável, os bins deverão estar devidamente 
identificados e separados no interior da câmara fria. As condições 
recomendadas para o armazenamento de maçãs estão representadas nas 
tabelas 4 e 5. 
 12 
Tabela 4. Condições para o armazenamento refrigerado de maçãs. 
Cultivares 
Temperatura 
(°C) 
UR 
(%) 
Período de armazenamento 
Gala e mutações 0 94-96 4-5 meses 
Fuji -1 a 0 92-96 6-7 meses 
Golden Delicious 0 94-96 5-6 meses 
Belgolden 0 94-96 5-6 meses 
Braeburn 0 92-96 6-7 meses 
 
Tabela 5. Condições para armazenamento em atmosfera controlada de maçãs. 
Cultivar 
Temperatura 
 (°C) 
O2 
kPa 
CO2 
kPa 
Umidade 
Período de 
armazenamento 
Fuji 
- 0,5 1,5 < 0,5 
92% 8 a 9 meses 1 1 2-3 
0,5 1,5 < 0,5 
Gala e mutantes 
0,5 1 3 
 92 a 95% 6 a 9 meses 1 1 2-3 
0 1 2 
Golden Delicious 
0,5 0,75-1,0 3 
> 92% 8 a 10 meses 0,5 1 4 
1 1,5 4 
 
8. Bibliografia Consultada 
AGRIANUAL- Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: Instituto FNP, 
2016. 480p. 
 
ANUÁRIO BRASILEIRO DA MAÇÃ 2015. Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta 
Santa Cruz, 2015. 72 p. 
 13 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE MAÇÃ (ABPM). 
Informações estatísticas da produção de maçã. Disponível em: 
<http://www.abpm.org.br/informações.html > 
 
BENDER, R. J. Botânica e Fisiologia. In: Manual da cultura da macieira. 
Florianópolis, 1986. p. 27-46. 
 
BERNARDES, L. M.; GODOY,H. A Cultura da Macieira no Paraná. Instituto 
Agronômico do Paraná, Londrina, n.50, p.11-18, 1988. 
 
PETRI, J.L., PALLADINI, L.A., SCHUCK, E. et al. Dormência e indução de 
brotação de fruteiras de clima temperado. Florianópolis: EPAGRI, 1996. 
110p. (Boletim técnico, 75). 
 
Toda Fruta. Cultivares de maçãs. Disponível em: <todafruta.com.br>.

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