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Resumo AB1

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1 
 
Resumo AB1 – Teoria da Constituição 
 
Conceito de constituição 
Constituição é a norma suprema que rege a organização de um Estado Nacional. A Constituição, 
portanto, cria ou reconstrói o Estado, organizando e limitando o poder político, dispondo acerca de 
direitos fundamentais, valores e fins públicos e disciplinando o modo de produção e os limites de 
conteúdo das normas que integrarão a ordem jurídica por ela instituída. 
Como regra geral, terá forma de um documento escrito e sistemático, cabendo-lhe o papel, decisivo 
no mundo moderno, de transportar o fenômeno político para o mundo jurídico, convertendo o poder 
em Direito. 
 
Constituição sociológica (Ferdinand Lassalle): é aquela que deve traduzir a soma dos fatores reais 
de poder (o conjunto de forças políticas, econômicas e sociais) que rege determinada nação, sob pena 
de se tornar mera folha de papel escrita, que não corresponde à Constituição Real. 
 
Constituição política (Carl Smith): é aquela que decorre de uma decisão política fundamental e se 
traduz na Estrutura do Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos fundamentais. As 
normas que não traduzirem a decisão política fundamental não serão Constituição propriamente dita, 
mas meras leis constitucionais. 
Ligado à concepção política de Constituição de Carl Smith está o conceito de Constituição material, 
que se traduz no arcabouço de normas que tratam da organização do poder, da forma de governo, da 
distribuição da competência, dos direitos da pessoa humana (considerados sociais e individuais) e do 
exercício da autoridade, ou seja, refere-se à composição e ao funcionamento da ordem política. 
 
Constituição Jurídica (Hans Kelsen): “A Constituição é vista como lei suprema do Estado”; é aquela 
que se constitui em norma hipotética fundamental pura, que traz fundamento transcendental para a 
sua própria existência (sentido logico-jurídico), e que, por se constituir no conjunto de normas com 
mais alto grau de validade, deve servir de pressuposto para a criação das demais normas que compõem 
o ordenamento jurídico (sentido jurídico-positivo). 
 
Constituição culturalista (Michele Ainis): é aquela que representa o fato cultural, ou seja, que 
disciplina as relações e direitos fundamentais pertinentes à cultura, tais como a educação, o desporto 
e a cultura em sentido estrito. 
 
Constituição aberta (Peter Häberle): é aquela interpretada por todo o povo e em qualquer espaço, e 
não apenas pelos juristas. 
Classificação da Constituição 
Quanto à origem: 
a. Democrática / promulgada / popular: foi elaborada por legítimos representantes do povo, 
normalmente organizado em torno de uma Assembleia Constituinte. 
b. Outorgada: elaborada sem a presença de legítimos representantes do povo, imposta pela 
vontade de um poder absolutista ou totalitário, não democrático. 
c. Cesarista / bonapartista / plebiscitária: criada por um ditador ou imperador e posteriormente 
submetida à aprovação popular por um plebiscito. 
 
Quanto ao conteúdo: 
a. Formal: compõe-se do que consta no documento solene 
 
2 
 
b. Material: composta por regras que exteriorizam a forma de Estado, organizações dos Poderes 
e direitos fundamentais. Portanto, suas normas são aquelas essencialmente constitucionais, 
mas que podem ser escritas ou costumeiras, pois a forma tem importância secundaria. 
 
Quanto à forma: 
a. Escrita: formada por um único texto; Constituição americana. 
b. Não escrita: identificada a partir dos costumes, da jurisprudência predominante e até mesmo 
por documentos escritos (por mais contraditório que seja); Constituição inglesa. 
 
Quanto à estabilidade / mutabilidade / alterabilidade: 
a. Imutável: não prevê nenhum processo para a sua alteração; não muda. 
b. Fixa: só pode ser alterada pelo poder constituinte originário; nova Constituição. 
c. Rígida: aquela em que o processo para a alteração de qualquer de suas normas é mais difícil 
do que o utilizado para criar leis. 
d. Flexível: aquela em que o processo para sua alteração é igual ao utilizado para criar leis. 
e. Semirrígida ou semiflexível: é aquela dotada de parte rígida – em que somente pode ser 
alterada por processo mais difícil do que o utilizado para criar leis ordinárias –, e parte flexível 
– em que pode ser alterada pelo mesmo processo utilizado para criar leis. 
f. Superrígida: pode ser alterada por um processo legislativo diferenciado, mas, 
excepcionalmente, em alguns pontos é imutável. 
 
Quanto à extensão: 
a. Sintética: é a Constituição que regulamente apenas os princípios básicos de um Estado, 
organizando-o e limitando o seu poder. 
b. Analítica: é a Constituição que vai além dos princípios básicos e dos direitos fundamentais, 
detalhando também outros assuntos, como ordem econômica e social. 
 
Quanto à finalidade: 
a. Garantia: contém a proteção especial às liberdades públicas. 
b. Dirigente: confere atenção especial à implementação de programas pelo Estado. 
 
Quanto ao modo de elaboração: 
a. Dogmática: sistematizada a partir de ideias fundamentais. 
b. Histórica: é a Constituição que dá origem ao Estado. 
 
Quanto à ideologia: 
a. Ortodoxa: forjada sob a ótica de somente uma ideologia 
b. Eclética: fundada em valores plurais 
 
Quanto ao valor / ontologia 
a. Normativa: dotada de valor jurídico legitimo. 
b. Nominal: sem valor jurídico, apenas social 
c. Semântica: tem importância jurídica, mas não valoração legitima, pois é criada apenas para 
justificar o exercício de um Poder não democrático. 
 
Classificação Constituição de 1988 Extensão Analítica 
Origem Promulgada Finalidade Dirigente 
Conteúdo Formal Elaboração Dogmática 
Forma Escrita Ideologia Eclética 
Mutabilidade Rígida Ontologia Normativa 
 
 
3 
 
 Constituição de 1824 
Origem Outorgada 
Conteúdo Formal 
Extensão Analítica 
Elaboração Histórica 
Ideologia Eclética 
Finalidade Garantia 
Alterabilidade Semirrígida 
Ontologia Normativa 
Forma Escrita 
 
 
 
Constituição 1946 Constituição 1967 
Origem Promulgada Conteúdo Formal 
Conteúdo Formal Forma Escrita 
Extensão Analítica Elaboração Dogmática 
Elaboração Dogmática Origem Semioutorgada 
Ideologia Eclética Alterabilidade Rígida 
Finalidade Dirigente Extensão Analítica 
Alterabilidade Rígida Ideologia Dogmática 
Ontologia Nominal Ontologia Semântica 
 
 
 
 
 
Poder Constituinte 
Poder Constituído: recebe sua existência e competências do Poder Constituinte; é juridicamente 
limitado. 
Poder Constituinte: é incondicionado e permanente, seria a vontade da nação, só encontrando 
limites no direito natural. 
 
O procedimento constituinte normalmente percorrerá etapas como a convocação da assembleia ou 
convenção, a escolha dos delegados, os trabalhos de elaboração e deliberação final e a entrada em 
vigor do texto aprovado. 
 
Limitações do Poder Constituinte 
 
Teoria do fato: o poder constituinte é baseado em si próprio, por isso, não possui limitações. 
Teoria do direito: o poder constituinte possui bases e influencias no direito natural, há uma limitação 
moral. 
Constituição de 1891 
Origem Promulgada 
Conteúdo Material 
Extensão Analítica 
Elaboração Dogmática 
Ideologia Eclética 
Finalidade Garantia 
Alterabilidade Rígida 
Forma Escrita 
Constituição 1934 
Origem Promulgada 
Conteúdo Formal 
Extensão Analítica 
Elaboração Dogmática 
Ideologia Eclética 
Alterabilidade Rígida 
Ontologia Nominal 
Forma Escrita 
Constituição 1937 
Forma Escrita 
Origem Outorgada 
Conteúdo Material 
Extensão Analítica 
Elaboração Dogmática 
Ideologia Ortodoxa 
Alterabilidade Rígida 
Ontologia Semântica 
 
4 
 
 
Justificaçõesdo Poder: 
 
a. Força bruta 
A capacidade de um indivíduo subjugar fisicamente os demais conferia-lhe ascendência 
sobre o grupo. Com o processo civilizatório surge um esforço de transformação da força em 
Direito, da dominação em autoridade. Essa conversão da força bruta em poder legitimo se dá, 
sobretudo, pela definição e observância dos valores supremos do grupo e pelos mecanismos 
de obtenção do consentimento e da adesão dos supremos do grupo e pelos mecanismos de 
obtenção do consentimento e da adesão dos destinatários do poder. Nada obstante, o poder 
e a força, nem sempre acompanhados de justiça, são parceiros inseparáveis. 
 
b. O poder divino 
Essa concepção prevaleceu durante a Idade Média, sob a influência da Igreja Católica e da 
filosofia aristotélica-tomista. Nessa época, a titularidade do poder máximo, do Poder 
Constituinte, era pertencente inteiramente a Deus. 
 
c. O poder dos monarcas 
Justificação onde o príncipe, rei ou monarca exercia o poder absoluto por escolha e 
concessão de Deus. Consequentemente, o monarca era dependente do reconhecimento da 
Igreja e do Papa. Com o passar do tempo, o conflito entre o poder material (do monarca) e o 
poder espiritual (da Igreja) tornou-se inevitável. 
 
d. A nação 
Tal ideia, de que o Poder Constituinte tem como titular a nação, foi sustentada por Sieyès 
e foi amplamente acolhida na doutrina francesa. Ao combinar Poder Constituinte com sistema 
representativo, Sieyès admitiu que a Constituição fosse elaborada não diretamente pelo povo, 
mas por uma assembleia constituinte, órgão cujos representantes eram eleitos e expressava a 
vontade da nação. 
No Brasil, as Constituições de 1824 e 1891 invocaram a soberania nacional. 
 
e. O povo 
A teoria da soberania popular tornou-se historicamente vitoriosa. Esse foi o fundamento 
do constitucionalismo americano. 
 
Espécies de Poder Constituinte 
a. Poder Constituinte originário: 
É aquele que cria a primeira ou a nova Constituição de um Estado. 
Características: 
Inicial – não existe outro superior a ele; 
Autônomo – o poder constituinte determina a estrutura da nova Constituição; 
Ilimitado – tem autonomia para escolher o Direito que irá viger, ou seja, não subordina a 
nenhuma ideia jurídica preexistente; 
Incondicionado - é dotado de liberdade quanto aos procedimentos adotados para a 
criação da Constituição, ou seja, não precisa seguir nenhuma formalidade 
preestabelecida; 
Permanente – o poder constituinte não se esgota com a edição da nova Constituição, 
sobrevivendo a ela e fora dela como forma de expressão de liberdade humana, em 
verdadeira ideia de subsistência. 
 
b. Poder Constituinte derivado reformador: 
 
5 
 
É o responsável pela reforma da Constituição, que no Brasil se dá por via de emenda 
constitucional (art.60 da CF) ou por meio da incorporação de tratados internacionais de 
direitos humanos (art. 5 da CF). 
Existe a partir do Poder Constituinte originário, possui limitações circunstanciais, materiais 
e formal. O Poder Constituinte derivado reformador, fez uma revisão da Constituição no ano 
de 1992, essa revisão era prevista na Constituição e possuía uma limitação temporal. Para 
produzir emendas constitucionais o Poder Constituinte derivado é permanente, mas possui 
limitações materiais. 
 
Limitações do poder constituinte derivado reformador: 
1. Temporais: são as que impedem a alteração da Constituição por um determinado 
período de tempo 
2. Circunstanciais: são aquelas que impedem a alteração da Constituição em momentos 
de extrema gravidade, nos quais a livre manifestação do poder reformador possa estar 
ameaçada, o que se dá, por exemplo, na intervenção federal, no estado de defesa e no 
estado de sitio 
3. Formais/processuais/procedimentais: podem ser de duas espécies: subjetiva ou 
objetiva 
3.1. Formal subjetiva: refere-se à existência de legitimados específicos para a 
propositura de emendas constitucionais 
3.2. Formal objetiva: traduz a necessidade de quórum qualificado de três quintos, em 
dois turnos, em cada Casa do Congresso Nacional, com promulgação pelas mesas 
do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, para a edição de emendas 
constitucionais 
4. Materiais/substanciais: versam sobre matérias que não podem ser objeto de emenda, 
o que a doutrina denomina de cláusulas pétreas 
 
 
c. Poder Constituinte derivado decorrente: 
É aquele exercido pelos Estados-membros na construção das Constituições Estaduais. Tal 
prerrogativa decorre da capacidade de auto-organização quem têm os Estados, mas que 
sempre está limitado pelo dever de respeito às normas contidas na Constituição Federal 
(princípio da simetria). 
 
Obs. Municípios possuem leis orgânicas e não uma constituição, por isso, não há 
manifestação de poder constituinte nos Municípios. Além disso, não possuem Tribunais de 
Justiça, Tribunais de Conta (exceto os que já possuíam antes de 88) e nem Ministérios 
Públicos. 
 
d. Poder Constituinte difuso: 
Ocorre por meio de “mutações constitucionais”, onde não se muda o conteúdo da 
constituição. Ocorre quando o Supremo interpreta uma norma de forma a mudar o seu 
sentido. 
Modelo norte-americano: intra partes; controle difuso; ocorre num caso concreto de litigo 
Modelo austríaco: erga omnes (para todos); controle abstrato; impugnação de uma norma 
supostamente invalida – ADIN, Ação direta de inconstitucionalidade (art. 103) 
 
e. Poder Constituinte Supranacional: 
É a submissão das Constituições aos tratados internacionais editado pela ONU. Ou seja, 
uma modificação do texto constitucional que ocorre de acordo com a implementação de 
tratados internacionais. 
 
6 
 
Pacto de São José da Costa Rica: é a veiculação regional a qual o Brasil pertence com mais 
34 países. 
Comissão Intramericana de Direitos Humanos: é uma organização administrativa que 
apresenta sugestões de mudança do texto constitucionais aos países americanos que violem 
os tratados internacionais. Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia. Está localizada em 
Washington e possui 7 membros. 
Corte Intramericana: julga os países que não realizam as mudanças sugeridas pela Comissão 
Intramericana 
 
 
História das Constituições 
 
Todas as sociedades politicas ao longo dos séculos tiveram uma Constituição – numa acepção mais 
ampla –, correspondente à forma de organização e funcionamento de suas instituições essenciais. 
Numa perspectiva moderna e liberal, porém, a Constituição não tem caráter meramente descritivo das 
instituições, mas sim a pretensão de influenciar sua ordenação, mediante um ato de vontade e de 
criação, usualmente materializado em um documento Escrito. 
 
Constituição e Constitucionalismo são conceitos historicamente recentes, associados a eventos 
ocorridos nos últimos trezentos anos. Três grandes revoluções abriram caminho para o Estado liberal, 
sucessor histórico do Estado absolutista e marco inicial do constitucionalismo: a inglesa (1688), a 
americana (1776) e a francesa (1789). 
A Revolução Inglesa teve como ponto culminante a afirmação do Parlamento e a implantação de 
uma monarquia constitucional. A Bill of Rights (Declaração de Direitos, 1688) limitou os poderes dos 
monarcas. O constitucionalismo inglês possui uma singularidade: as instituições inglesas tiveram uma 
fundação tão solida que puderam até mesmo prescindir de uma Constituição escrita. Tal peculiaridade 
faz com que as normas constitucionais não sejam formalmente distintas da legislação ordinária. 
Inexistente, assim, no sistema inglês, a possibilidade de declaração de inconstitucionalidade de um ato 
legislativo, de modo que ali prevalece a supremacia do Parlamento, e não da Constituição. 
A Revolução Americana teve significado duplo: a emancipação das 13 colônias inglesas na América; 
e sua reunião em um Estado independente, delineadona Constituição de 1787. Primeira Constituição 
escrita e solenemente ratificada, foi ela o marco inicial do longo sucesso institucional dos Estados 
Unidos da América, baseado na separação dos Podres e em um modelo de texto sintético, republicano, 
federativo e presidencialista. 
A Revolução Francesa foi um processo mais profundo, radical e tormentoso de transformação 
política e social. A verdade, contudo, é que foi a Revolução Francesa que se tornou o grande marco do 
advento do Estado Liberal. Foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, com seu 
caráter universal, que divulgou a nova ideologia, fundada na Constituição, na separação dos Poderes 
e nos direitos individuais. 
 
 
Os cenários mais comuns para o surgimento de uma Constituição são: 
a. Uma revolução; 
Constituição francesa de 1791 e a Constituição portuguesa de 1976. 
b. A criação de um novo Estado; 
Normalmente ocorre pela emancipação em relação a um poder externo dominante. Ao 
longo do primeiro quarto do século XIX, a maior parte das colônias espanholas da América 
Latina se tornou independente, aprovando Constituições. Colonizados em um momento 
posterior, os países da Ásia e África tornaram-se independentes após a Segunda Guerra 
Mundial e ao longo da segunda metade do século XX. E, na última década do século passado, 
inúmeros novos países se formaram, com a desintegração da Iugoslávia e da União Soviética. 
 
7 
 
c. A derrota na guerra; 
Ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha adotara a Constituição de Weimar, de 
1919. A derrota na Segunda Guerra Mundial levou à elaboração de novas constituições nos três 
grandes derrotados: Alemanha, Japão e Itália. 
Na Alemanha, a nova Constituição satisfazia condições mínimas relativas à forma de 
governo e à preservação dos direitos e liberdades individuais. 
No Japão, houve interferência direta das forças de ocupação, principalmente dos Estados 
Unidos, induzindo à adoção de um modelo democrático, com a proteção de direitos individuais 
e a limitação dos poderes do imperador. 
Na Itália, como Mussolini havia sido deposto em 1943 e o governo de Marechal Badoglio 
firmou a paz com os aliados, após um plebiscito que decidiu pela implantação da Republica, a 
Constituição italiana entrou em vigor em janeiro de 1948. 
d. Uma transição política pacifica. 
A experiencia espanhola, após a morte de Franco, em 1975, é considerada o exemplo 
paradigmático de transição de um Estado autoritário para uma democracia constitucional. O 
Brasil foi o modelo de transição bem-sucedida, numa travessia pacífica entre o ocaso de regime 
militar e a Constituição de 5 de outubro de 1988. 
 
Constitucionalismo: evolução histórica 
Constitucionalismo significa, em essência, limitação do poder e supremacia da lei. Todavia, não 
basta a existência de uma ordem jurídica qualquer para compor o Constitucionalismo. É preciso que 
ela seja dotada de determinados atributos e que tenha legitimidade, a adesão voluntaria e espontânea 
de seus destinatários. 
Em um Estado constitucional há três ordens de limitação do poder: a material, onde estão os 
valores básicos e direitos fundamentais que devem ser preservados; a orgânica, que estrutura as 
funções de legislar, administrar e julgar, determinando que devem ser atribuídas a órgãos distintos e 
independentes, mas que, ao mesmo tempo, se controlem reciprocamente (checks and balances); por 
fim, há as limitações processuais determinando que os órgãos do poder devem agir não apenas com 
fundamento na lei, mas também observando o devido processo legal que congrega regras tanto de 
caráter procedimental (contraditório, ampla defesa, inviolabilidade do domicilio, vedação de provas 
obtidas por meios ilícitos) como de caráter de natureza substantiva (racionalidade, razoabilidade-
proporcionalidade, inteligibilidade). 
 
Antiguidade 
Atenas é historicamente identificada como o primeiro grande precedente de limitação do poder 
político – governo de leis, e não de homens – e de participação dos cidadãos nos assuntos políticos. O 
centro da vida política ateniense era a Assembleia, onde se reuniam e deliberavam os cidadãos. O 
principal órgão de poder era o Conselho, composto por quinhentos, dentre os quais eram escolhidos 
os que conduziriam o dia a dia da administração. Por fim, havia as Cortes, com seus juris populares, 
cujo o papel político era mais amplo do que o dos órgãos judiciais modernos. 
O ideal constitucionalista de limitação do poder foi compartilhado por Roma, onde a República se 
implantou em 529 a.C., ao fim da monarquia etrusca, com a Lei das Doze Tábuas. Sua estrutura jurídica 
e instituições políticas seguiram sendo as de uma cidade-Estado, com as decisões concentradas em um 
número limitado de órgãos e pessoas. Tais instituições incluíam a Assembleia – que eram diversas e 
encarnavam o poder de elaborar as leis –, os Cônsules – que eram os principais agentes do executivo 
– e outros altos funcionários, além do Senado, cujo o caráter formal de mero órgão consultivo encobria 
o seu papel de fonte material e efetiva de poder. Quando a Republica ruiu e deu-se a coroação do 
imperador, não foi o fim de Roma. Todavia, ali terminou o que foram a experiencia e o ideal 
constitucionalistas, que vinham de gregos e haviam sido retomados pelos romanos. A partir dali o 
constitucionalismo desapareceria do mundo ocidental por bem mais de mil anos, até o fim da Idade 
Média. 
 
8 
 
 
Reino Unido 
 
Ao final do século XVI, a Inglaterra já havia se firmado como uma monarquia estável, um Estado 
protestante e uma potência naval. Ali seriam lançadas, ao longo do século XVII, as bases do 
Constitucionalismo Moderno, em meio à turbulência institucional resultante da disputa de poder entre 
a monarquia absolutista e a aristocracia parlamentar. 
Fruto de longo amadurecimento histórico, o modelo institucional inglês estabeleceu-se sobre raízes 
tão profundas que pode prescindir até mesmo de uma Constituição escrita, sem embargo da existência 
de documentos relevantes de natureza constitucional. Dentre eles se destacam: 
A Magna Charta (1215), que foi, originalmente, um documento que resguardava os direitos feudais 
dos barões, relativamente à propriedade, à tributação e às liberdades, inclusive religiosa. A amplitude 
de seus termos, todavia, permitiu que, ao longo do tempo. Assumisse caráter de uma carta geral de 
liberdades públicas. 
A Petition of Rights (1628) protestava contra o lançamento de tributos sem aprovação do 
Parlamento, as prisões arbitrarias, o uso da lei marcial em tempos de paz e a ocupação de casas 
particulares por soldados. 
A Bill of Rights (1689) previa a convocação regular do Parlamento, de cujo consentimento 
dependiam medidas como a criação de leis, a instituição de tributos e a manutenção de exército 
permanente em tempos de paz. Assegurava, ademais, imunidade aos parlamentares por 
manifestações no Parlamento e impedia a aplicação de penas sem prévio julgamento. 
O Act of Settlement (1701) foi votado pelo Parlamento e estabeleceu que somente um príncipe de 
religião anglicana poderia ascender ao trono e impondo novas limitações ao poder real em relação ao 
Parlamento e às cortes de justiça. 
O Human Rights Act (1998) é a consequência direta da participação do Reino Unido a União 
Europeia. A grande inovação do HRA foi permitir a declaração de incompatibilidade, no caso concreto, 
entre uma lei e os direitos fundamentais previstos no novo estatuto. 
O Constitutional Reform Act (2005) recomendou formalmente a implementação de mudanças no 
Poder Judiciário inglês. Ele criou uma Corte Constitucional fora do Parlamento e independente em 
relação a ele; e esvaziou as funções judiciais da Câmara dos Lordes e do Lorde Chanceler. 
O Reino Unido, funda-se em três grandes instituições: o Parlamento, a Coroa e o Governo. 
O Parlamento é compostopela Câmara dos Lordes, cujos poderes foram sendo progressivamente 
e substancialmente reduzidos desde 1822 e, especialmente, após o Parliament Act, de 1911; e a 
Câmara dos Comuns, principal casa legislativa e política. Os principais partidos políticos são o 
Trabalhista e o Conservador. 
A Coroa, embora integre formalmente o Governo, desempenha na atualidade funções 
predominantemente cerimoniais e simbólicas. A própria nomeação do Primeiro-Ministro e do Governo 
por ele constituído, que normalmente cabe ao Monarca, constitui mera chancela ao líder do partido 
majoritário na Câmara dos Comuns. 
O Governo, composto pelo Primeiro-Ministro e seu gabinete, desempenha as funções políticas e 
administrativas. 
 A Constituição inglesa, portanto, é produto de longo desenvolvimento histórico, tendo lastros nas 
convenções e nas leis constitucionais. As convenções são práticas consolidadas ao longo dos séculos 
no exercício do poder e as leis constitucionais são atos do Parlamento e têm natureza constitucional 
não em razão da forma de votação, mas do seu conteúdo. Vale dizer: não há uma lei superior à vontade 
do Parlamento e, consequentemente, não existe controle de constitucionalidade. 
 
Estados Unidos da América 
 
A partir do século XVII, a costa leste da América do Norte começou a ser povoada por colonos 
ingleses, que migraram para o novo continente por motivos variados. Até meados do século XVIII, 
 
9 
 
quando tiveram início os conflitos, as colônias eram leais à Coroa britânica e gozavam de razoável 
autonomia. Ao lado disso, beneficiavam-se da tradição inglesa do poder contido e institucionalizado: 
o governador era designado por Londres, mas havia um corpo legislativo eleito pelos cidadãos locais, 
bem como um Judiciário independente. 
As sanções inglesas a Massachusetts e a transferência para o Canadá das terras ao norte do rio Ohio 
motivaram a convocação do Primeiro Congresso Continental, em 1774, que marcou o início da reação 
organizada das colônias à Coroa britânica. A guerra revolucionaria prolongou-se até 1781. Nesse 
mesmo anos foram finalmente ratificados os Articles of Confederation, que haviam sido aprovados em 
1778, fazendo surgir uma confederação entre as treze colônias. Essa união mostrou-se frágil e incapaz 
de enfrentar os desafios da consolidação das novas nações independentes e de impedir a competição 
predatória entre elas. 
A insatisfatoriedade da formula adotada era patente e justamente para revê-la foi convocada uma 
convenção, que se reuniu na Filadélfia a partir de 14 de maio de 1787. Os doze delegados do Estados 
(Rhode Island não enviou um representante) iniciaram os trabalhos e logo abandonaram o projeto de 
revisão dos Artigos da Confederação, convertendo-se em Convenção Constitucional. Em 17 de 
setembro de 1787 o texto foi aprovado pela Convenção e estava pronto para ser submetido à 
ratificação dos Estados. A primeira Constituição escrita do mundo moderno passou a ser marco 
símbolo da conclusão da Revolução Americana em seu tríplice conteúdo: 
a. Independência das colônias; 
b. Superação do modelo monárquico; 
c. Implantação de um governo constitucional, fundado na separação dos Poderes, na igualdade e 
na supremacia da lei (rule of the law) 
Para acomodar a necessidade de criação de um governo central com o desejo de autonomia dos 
Estados concebeu-se uma nova forma de organização do Estado, a Federação, que permitiu a 
convivência dos dois níveis de poder, federal e estadual. Hoje, as três principais instituições norte-
americanas são: o Presidente, o Congresso e a Suprema Corte. 
O Presidente da República, principal liderança política e chefe da Administração Pública, é eleito 
para um mandato de quatro anos, admitida uma reeleição. Formalmente, sua escolha se dá por via 
indireta, mediante voto de delegados partidários designados por cada um dos Estados, de acordo com 
o voto popular ali manifestado. O Presidente é o chefe supremo das Forças Armadas e, com a 
aprovação do Senado, nomeia os principais agentes públicos do país. Dentre eles, os juízes federais e 
os ministros da Suprema Corte, inclusive designando o seu presidente. 
Além das competências administrativas ordinárias, exerce também poderes normativos e participa 
do processo legislativo, através do envio de projetos e do exercício do poder de veto à legislação 
aprovada pelo Legislativo. Deve prestar, periodicamente, informações ao Congresso acerca do estado 
da União e sujeita-se à destituição mediante impeachment, em casos de traição, suborno ou outros 
crimes graves. 
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso, em sistema bicameral, compreendendo a Câmara 
dos Representantes e o Senado. A Câmara é composta por 435 membros, sendo a representação de 
cada Estado proporcionalmente ao número de seus habitantes. Os representantes são eleitos para um 
mandato de dois anos, pelo sistema majoritário distrital. O senado é o órgão de representação dos 
Estados, cada um elegendo dois senadores, perfazendo um total de cem, com mandatos de seis anos. 
A Suprema Corte é o órgão supremo do Poder Judiciário e é composta por nove membros. A 
brevidade do texto constitucional e suas cláusulas gerais e abertas deram à Suprema Corte um papel 
privilegiado na interpretação e definição das instituições e dos valores da sociedade americana. Ao 
longo de mais de dois séculos, coube-lhe, dentre outras tarefas: 
a. Definir as competências e prerrogativas do próprio Judiciário, do Legislativo e do executivo 
b. Demarcar os poderes da União e dos Estados dentro do sistema federativo 
c. Estabelecer o sentido e alcance de princípios fluidos, como devido processo legal e igualdade 
perante a lei 
d. Assegurar liberdades fundamentais, como a liberdade de expressão, o direito de privacidade e 
o respeito aos direitos dos acusados em matéria penal 
 
10 
 
e. Traçar os limites entre a atuação do Poder Público e da iniciativa privada em matéria econômica 
 
França 
 
Mais do que um evento histórico com seu próprio enredo, a Revolução Francesa desempenhou um 
papel simbólico arrebatador no imaginário dos povos da Europa e do mundo que vivia sob sua 
influência, no final do século XVIII. Coube a ela – e não à Revolução Inglesa ou à Americana – dar o 
sentido moderno do termo “revolução”, significando um novo curso para a história e dividindo-a em 
antes e depois. 
A revolução não foi contra a monarquia, mas contra o absolutismo, os privilégios da nobreza, do 
clero e as relações feudais no campo. Sob o lema liberdade, igualdade e fraternidade, promoveu-se 
um conjunto amplo de reformas antiaristocratas, que incluíam: a. a abolição do sistema feudal; b. a 
promulgação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; c. a elaboração de uma nova 
Constituição, concluída em 1791; d. a denominada constituição civil do clero. Essa primeira fase da 
revolução consumou o fim do Antigo Regime e precedeu uma monarquia parlamentar, em que o rei 
deixava de ser soberano por direito próprio e passava a ser delegado da nação. 
Após a Segunda Guerra Mundial, o general Charles De Gaulle liderou o movimento que resultou na 
elaboração a aprovação, por maioria expressiva, de uma nova Constituição, a de 1958, que ampliava 
os poderes presidencial. Tinha início a Quinta República, ainda em curso, que institucionalizou um 
sistema semipresidencialista, fundado na soberania popular, na separação dos Poderes e nos direitos 
individuais. 
Sob a Constituição francesa de 1958, o Poder Executivo é compartilhado entre o Presidente da 
República e o Primeiro-Ministro. O Presidente é o chefe de Estado, sendo eleito para um mandato de 
sete anos, por sufrágio direto e universal, exigindo maioria absoluta. Titulariza um elenco expressivo 
de competências, que incluem a nomeação do Primeiro-Ministro, a presidência do Conselho de 
Ministros, a possibilidade de dissoluçãoda Assembleia Nacional, o comando das Forças Armadas e a 
negociação de tratados. Já o Primeiro-Ministro é o chefe de governo e da administração, sendo 
responsável perante o Parlamento e detendo, dentre outras atribuições, a competência para formular 
a política nacional, propor projetos de lei, dar cumprimento às leis, exercer o poder regulamentar e 
nomear agentes públicos civis e militares. 
O Poder Legislativo é atribuído ao Parlamento, composto de duas câmaras: a Assembleia Nacional 
e o Senado. Os deputados da Assembleia Nacional, em número de 577, são eleitos por voto direto, 
para um mandato de cinco anos, salvo hipótese de dissolução. O Senado, cuja principal função é a 
representação das coletividades territoriais, é composto por 521 membros, eleitos indiretamente, 
para um mandato de nove anos. Embora os projetos de lei sejam submetidos a casa uma das Casas, 
sucessivamente, é nítida a preponderância da Assembleia Nacional, que detém a última palavra no 
processo legislativo e é o órgão perante o qual se promove a responsabilidade política do governo. 
O Judiciário recebe pouco destaque na Constituição francesa, que se refere mais como um 
departamento especializado do que como um verdadeiro Poder. A ele sempre foi vedado apreciar atos 
do Parlamento ou do Governo. Foram criadas, assim, duas ordens de jurisdição totalmente distintas: 
a. a jurisdição judicial, em cuja cúpula está a Corte de Cassação; e b. a jurisdição administrativa, em 
cujo topo está o Conselho de Estado, com atribuições de julgar, em última instancia, os litígios entre 
os particulares e o Estado ou qualquer outra pessoa pública. 
 
Alemanha 
 
A unificação da Alemanha somente ocorreu com a promulgação de sua primeira Constituição, em 
1871, a Constituição do Império, tendo Bismarck como chanceler, cargo que ocuparia até 1890. Essa 
Carta somente foi superada pela Constituição Weimar, de 11 de agosto de 1919, promulgada após o 
fim da Primeira Guerra Mundial. Elaborada em um contexto de intensa turbulência política, tornou-se 
um dos documentos constitucionais mais influentes da história. 
 
11 
 
A Constituição é resultado de influencias ideológicas diversas. O SPD, partido socialdemocrata, 
possuía a maioria na assembleia, mas não maioria absoluta, sofrendo a pressão dos partidos mais 
radicais e da mobilização das ruas. Nesse cenário, a Constituição procurou conciliar tendências 
políticas contrapostas e estruturou-se em duas grandes partes: na Parte I, organizava o Estado alemão, 
disciplinando a relação entre os entes federativos e entre os Poderes; na Parte II, estabelecia o catálogo 
de direitos fundamentais, do qual constatavam tanto direitos individuais, de origem liberal, quanto 
direitos sociais, aí incluídos a proteção do trabalhador e o direito à educação. 
Após a derrota na Segunda Guerra e os julgamentos do Tribunal de Nuremberg, foi promulgada a 
Lei Fundamental da República Federal da Alemanha, em 23 de maio de 1949, marcada pela 
reafirmação dos valores democráticos. A Constituição enunciava os direitos fundamentais logo em sua 
abertura, com foco nos tradicionais direitos de liberdade, como a inviolabilidade corporal, a liberdade 
de locomoção, de expressão e de consciência, dentre outros. 
Atualmente, o país é dividido em quinze Estados, sendo duas Cidades-Estados (Berlim e Hamburgo). 
A repartição de competências entre Governo Federal e Estados prevê a existência de atribuições 
privativas e concorrentes. 
O Poder Legislativo organiza-se em duas câmaras. O Parlamento Federal, órgão de representação 
popular, é a principal casa legislativa; seus membros são eleitos pelo voto direito e o número de 
cadeiras pode sofrer ligeira alteração de eleição para eleição, girando em torno de 600 deputados. E o 
Conselho Federal é o órgão de representação dos Estados; seus membros são nomeados pelos 
governos estaduais, em número proporcional à população. 
O Poder Executivo é dual, como é próprio dos sistemas parlamentaristas. E divide-se entre: o 
Presidente da República, eleito para um mandato de cinco anos, indiretamente, pela Assembleia 
Nacional, que se reúne unicamente para esse fim e é composta por todos os membros do Parlamento 
Federal e por igual número de representantes escolhidos pelos Estados. O presidente exerce as 
funções típicas de Chefe de Estado, como representar o país nas relações externas, acreditar 
diplomatas, nomear juízes e outras autoridades; o Governo Federal, composto pelo Primeiro-Ministro 
ou Chanceler e pelos ministros do seu gabinete, nomeados e destituídos pelo Presidente mediante 
proposta do Chanceler. O Primeiro-Ministro é eleito pelo Parlamento, por proposta do Presidente. O 
Governo Federal conduz a política interna, exercendo todas as competências atribuída ao ente central. 
Tanto o Chanceler quanto os ministros são responsáveis politicamente diante do Parlamento. 
Quanto ao Poder Judiciário é assegurado a independência dos juízes, submetidos apenas ao Direito, 
embora a supervisão administrativa do Poder Judiciário seja exercida primeiramente pelo Ministério 
da Justiça, no plano federal e dos estados. O controle de constitucionalidade é exercido de forma 
concentrada. No plano federal, no Tribunal Constitucional Federa, cujo os membros são eleitos, em 
igual proporção, pelo Parlamento e pelo Conselho Federal; nos Estados, pelos Tribunais ou Cortes 
Constitucionais Estaduais. As principais competências do Tribunal Constitucional Federal alemão 
incluem: 
a. O controle abstrato de constitucionalidade, que tem por objetivo a discussão em tese de norma 
federal ou estadual impugnada em face da Lei Fundamental; 
b. O controle concentrado de constitucionalidade. Na Alemanha, ao contrário do que ocorre no 
Brasil, p controle de constitucional em relação à Lei Fundamental é concentrado em uma corte 
constitucional; 
c. O julgamento da queixa constitucional, notadamente nas questões envolvendo violação de 
direitos fundamentais por autoridade pública. 
 
 
 
Teoria da norma constitucional 
 
Direito intertemporal: é a convivência entra a ordem jurídica revogada e a ordem jurídica vigente 
 
 
12 
 
a. Recepção 
É a presunção (Juris Tantum) de constitucionalidade das leis editadas anteriormente à nova 
ordem Constitucional; as normas anteriores que são incompatíveis com a nova Constituição 
são consideradas revogadas e as compatíveis são recebidas pela nova ordem Constitucional. 
 
Presunção 
Juris Tantum Relativa 
Jure et jure Absoluta 
 
 
b. Repristinação 
É a técnica através da qual uma espécie normativa revogada volta a vigorar no sistema jurídico 
em razão da invalidade da norma que a substituiu; não há previsão legal no Brasil 
 
c. Desconstitucionalização 
Fenômeno através do qual determinada norma constitucional permanece no ordenamento 
jurídico na condição de espécie normativa infraconstitucional; Brasil não adota 
 
Referências: 
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: Os Conceitos Fundamentais 
e a Construção do Novo Modelo. 5. ed. São Paulo: Editora Saraiva. 2015. 576p. 
 
LÉPORE, Paulo. Direito Constitucional: Para os concursos de Técnico e Analista. Salvador: Editora 
jusPODIVM. 2013. 421p.

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