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Teorias Sociologicas consensual ou do conflito

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TEORIAS MACROSSOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE 
Com a evolução do estudo sobre a sociologia criminal, principalmente nos EUA, o foco da criminologia que antes era o indivíduo ou pequenos grupos, passa a se preocupar com grande ênfase no estudo da macro criminalidade, com uma abordagem dos fatores que levam a sociedade como um todo a praticar ou não infrações criminais. Teorias criminológicas, em geral, têm como objeto quatro elementos: a lei, o criminoso, o alvo e o lugar. A forma como são classificadas diz respeito aos diversos níveis de explicação, que variam do individual ao contextual. 
As teorias criminológicas que adotam o nível individual de análise partem do pressuposto de que o crime se deve aos fatores internos aos indivíduos que os motivam. A maioria das teorias criminológicas mais importantes são explicações relativamente precisas que procuram propor dedutivamente hipóteses claras e consistentes entre si e que possam ser submetidas a propósitos de refutação e superá-los com êxito. 
Com o surgimento das teorias sociológicas da criminalidade, houve uma bifurcação muito forte dessas pesquisas em 2 grupos principais. Essa divisão tem por base a forma como os sociológicos encaram a composição da sociedade: consensual ou conflitual. Dentro desses dois grupos, ter-se-á as seguintes teorias: Escola de Chicago; Teoria da Associação Diferencial; Teoria da Anomia; Teoria da Subcultura Delinquente; Teoria do Labelling Aproach e Teoria Crítica.
Assim, as Teorias Macrossociológicas se dividem em: 
Teorias do consenso, funcionalistas ou de integração. Para as Teorias Consensuais, a finalidade da sociedade é atingida quando há um perfeito funcionamento de suas instituições, de forma que os indivíduos compartilhem os objetivos comuns a todos os cidadãos, aceitando as regras vigentes e compartilhando as regras sociais dominantes. São consideradas teorias de consenso: escola de Chicago, Associação diferencial, anomia e subcultura delinquente.
Teorias do Conflito Social: Já para as Teorias do Conflito, a coesão e a ordem na sociedade são fundadas na força e na coerção, na dominação por alguns e sujeição de outros. São consideradas teorias de conflito: labelling aproach e a teoria crítica
Escola de Chicago Na linha da obra pioneira de Robert Park e Ernest Burgess em sede de sociologia, a escola criminológica de Chicago visualizou o crime como fenômeno ligado a uma área natural. Coincidindo historicamente com a época das grandes migrações e da formação das grandes metrópoles, essa escola teve que enfrentar o problema do ghetto. 
Necessita-se o estudo de dois conceitos para entender melhor a Teoria da Ecologia Criminal: 
a) a definição de desorganização social (nordestinos que vinham para outros polos) e; 
b) identificação de “áreas de delinquência”. 
Essa escola caracterizou-se pelo seu empirismo e seu emprego da observação direta em todas as investigações, para combater os urgentes problemas sociais da realidade norte-americana de seu tempo. A escola da Chicago pode ter seu trabalho melhor compreendido dividindo-o em duas fases: a primeira escola vai de 1915 a 1940, enquanto a segunda vai de 1945 a 1960. O trabalho dessa escola explorou a relação entre a organização do espaço urbano e a criminalidade. A escola de Chicago se tornou de fundamental importância para o estudo da criminalidade urbana. As teorias estabelecidas por seus seguidores – sociólogos durante aquele período influenciaram estudos urbanos sobre o crime, mais tarde seriam conduzidos nos Estados Unidos e Inglaterra. Sua atuação foi marcada pelo pragmatismo, e, dentre outras inovações que preconizou, destacam-se o método da observação participante e o conceito de ecologia humana. Park afirmava que a sociologia não estava interessada em fatos, mas em como as pessoas reagiam a eles. Neste ponto, a experiência prática era considerada fundamental, visto que a melhor estratégia de pesquisa era aquela em que o pesquisador participava diretamente do objeto de seu estudo. Este método inovador e cuja introdução na pesquisa se deve à Escola de Chicago é o da observação participante. Nesse método, o observador toma parte no fenômeno social que estuda, o que lhe permite examiná-lo da maneira como realmente ocorre. Assim, o conhecimento tem por base não a experiência alheia e sim a própria experiência do pesquisador. 
A primeira das teorias que eclodem com o surgimento da escola de Chicago é a Teoria Ecológica. Para os defensores dessa teoria, a cidade produz a delinquência. Existiriam até áreas bastante definidas onde a criminalidade se concentra e outras e que seria bastante reduzida. A teoria ecológica explica esse efeito criminógeno da grande cidade, valendo-se dos conceitos de desorganização e contágio inerentes aos modernos núcleos urbanos e, sobretudo, invocando o debilitamento do controle social desses núcleos. Para a Teoria das Zonas Concêntricas de Ernest Burgess, as cidades não crescem em seus limites, mas tendem a se expandir a partir do seu centro e de formas concêntricas, que ele chamou de zonas. Citando texto de Burgess, Wagner Cinelli de Paula Freitas registra de forma muito clara que a:
Zona I é o bairro central, com comércio, bancos, serviços etc. Burgess chamou esse distrito de loop. 
Zona II é a área imediatamente em torno da Zona I e representa a transição do distrito comercial para as residências. Normalmente ocupada pelas pessoas mais pobres, é a chamada zona de transição. 
Zona III possui residências de trabalhadores que conseguiram escapar das péssimas condições de vida da Zona II, sendo composta pela segunda geração de imigrantes. 
Zona IV é chamada de suburbia, sendo formada por bairros residenciais e é caracterizada por casas e apartamentos de luxo. É onde residem as classes média e alta.
Zona V, denominada de exurbia, fica além dos limites da cidade e contém áreas suburbanas e cidades-satélites. É habitada por pessoas que trabalham no centro e despendem um tempo razoável no trajeto entre casa e trabalho. Esta área não é caracterizada por residências proletárias. Ao contrário, normalmente é composta de casas de classe média-alta e alta. 
O conceito de subúrbio das cidades norte-americanas é diverso das cidades da América Latina. Enquanto nas cidades latino-americanas o subúrbio é usualmente caracterizado por ser uma área pobre, nos EUA é onde residem pessoas de alto padrão socioeconômico. (2002, p. 73-74). Park e Burgess consideravam a Zona II como de particular interesse, pois nessa área é que se registravam o maior número de cometimento de crimes. Eles observaram que a expansão do bairro central acarretava no deslocamento dos residentes da Zona II. Foi dessa época que surgiram os estudos de um dos subprodutos da Zona II e que também é um dos temas centrais da Criminologia de hoje: as gangues. 
Quais as principais propostas para controle da criminalidade por parte da escola de Chicago? 
a) Proposta sempre visando a prevenção. Mudança nas condições econômicas e sociais das crianças. 
b) Programas que envolvam recursos humanos junto à comunidade, para reconstruir a solidariedade social e aproximar os homens no controle da criminalidade. 
c) Programas envolvendo pessoas marginalizadas, como desempregados e prostitutas. 
d) Intensificação na formação sociocultural. 
e) Melhoria das residências, conservação físicas dos prédios e melhoria sanitária das condições de alguns bairros. 
Com a escola de Chicago, a Criminologia abandonou o paradigma até então dominante do positivismo criminológico, do delinquente nato de Lombroso, e girou para as influências que o ambiente, e no presente

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