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O Velho Major (porco) teve um sonho, sobre uma revolução em que os bichos seriam auto-suficientes, sendo todos iguais. Era o princípio do Animalismo. O Major morreu, mas mesmo assim os animais colocaram em prática a ideia do líder, fazendo a Revolução dos Bichos. Depois da Revolução, a Granja passou a se chamar Granja dos Bichos, e quem a administrava era Bola-de-Neve (porco). Bola-de-Neve seguia os princípios do Animalismo, e mesmo sendo superior (em quesitos de inteligência e cultura) em relação aos outros animais, sempre se considerou igual a todos, não tendo privilégios devido à sua condição. Bola-de-Neve tinha um assistente, Napoleão (porco), que na ânsia pelo poder, traiu o amigo, assumindo a administração da Granja. Napoleão mostrou-se competente e justo no começo, mas depois passou a desrespeitar os SETE MANDAMENTOS, os quais firmavam as ideias animalistas. Depois de aproximadamente 5 anos, Napoleão já ocupava a casa do Sr. Jones, bebia álcool, vestia as roupas do ex-dono, andava somente sobre duas pernas e convivia com seres humanos, enfim agia em benefício próprio, instalando um regime ditatorial, dominando e hostilizando os demais animais, considerados seres inferiores e sem direitos. Embora na edição original, o livro A revolução dos Bichos se apresentasse quase como um simples conto de fadas, a sua leitura, e a reflexão sobre a história contada, nos permite o debate social e acadêmico sobre as relações de poder criadas e desenvolvidas em qualquer grupo social, independentemente da ideologia de vida aparentemente adotada pelos seus integrantes; considerando-se que, após a euforia das conquistas trazidas pela revolução dos bichos, os resultados da mesma vão, aos poucos, se transformando em regras de uma nova ditadura. Também o porco Napoleão, o mais autoritário de todos, por diversos motivos encontrados no livro, não é difícil de ser comparado com Stàlin. O porco Bola de Neve, por sua vez, que acaba sendo expulso da fazenda e, ao fugir, deixa de participar da revolução, seria Trotski. E assim por diante. Inegavelmente, Orwell tece nesse livro escrito em 1945, uma grande crítica aos regimes totalitários da época e, através da fábula/metáfora criada, em que os protagonistas são animais, registra uma denúncia ao desrespeito aos direitos humanos; nesse caso, aos direitos dos animais, humanizados pelo autor, a partir da história contada.
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