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aula 2 Leis do SUS

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O Sistema Único de Saúde 
e
As Leis Orgânicas da saúde
Clécio Gabriel
Reforma Sanitária
 Iniciativa da população estudantes e ideologistas da saúde 
coletiva versus o modelo assistencial privatista.
 Término do INAMPS e fiscalização da iniciativa privada;
 Sistema Unificado Descentralizado (SUDS);
VIII Conferência Nacional de Saúde (1986)
- Ampliação do conceito de Saúde;
- Direito à saúde e obrigação do Estado;
- Princípios Doutrinários e Diretrizes Organizativas;
Constituição de 1988
 Inscrição na Carta Magna
 Aprovação do Sistema Único de Saúde (SUS);
 Interesses Privatistas X Saúde Pública Estatal;
 Instabilidade Política e Econômica
Capítulo 2. Seção II - DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,
cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, com recursos do
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
Capítulo 2. Seção II - DA SAÚDE
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou
capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos
previstos em lei.
Capítulo 2. Seção II - DA SAÚDE
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem
como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de
saneamento básico;
Capítulo 2. Seção II - DA SAÚDE
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento
científico e tecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas
para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de
outras atribuições, nos termos da lei:
Capítulo 2. Seção II - DA SAÚDE
Lei 8080/90
DISPÕE SOBRE AS CONDIÇÕES PARA A
PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA
SAÚDE, A ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO
DOS SERVIÇOS CORRESPONDENTES, E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.
Art. 2 - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo
o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício.
§ 1 - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação
e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução
de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de
condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e
aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2 - O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das
empresas e da sociedade.
Art. 3 - A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes,
entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o
meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde
da população expressam a organização social e econômica do País.
Art. 4 - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo
Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde - SUS.
§ 2 - A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de
Saúde - SUS, em caráter complementar.
Art. 5 - São objetivos do Sistema Único de Saúde - SUS:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e
determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos
campos econômico e social, a observância do disposto no § 1, do
Art.2 desta Lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades preventivas.
Art. 6 - Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de
Saúde - SUS:
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de
saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o
do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a
participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias
de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para
consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento
científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados
Dos Princípios e Diretrizes
I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os
níveis de assistência;
II - Integralidade de assistência, entendida como um conjunto
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis
de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
integridade física e moral;
IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou
privilégios de qualquer espécie = Equidade;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de
saúde e a sua utilização pelo usuário;
VIII - Participação da comunidade;
IX - Descentralização político-administrativa, com direção única em cada
esfera de governo:
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e
saneamento básico;
XII - Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis deassistência e locais de atendimento = Hierarquização;
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de
meios para fins idênticos = Regionalização.
Dos Princípios e Diretrizes
Art. 9 - A direção do Sistema Único de Saúde-SUS é única, de acordo
com o inciso I, do Art.198, da Constituição Federal, sendo exercida
em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
III- no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde
ou órgão equivalente.
Art. 16 - À direção nacional do Sistema Único de Saúde - SUS
compete:
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho.
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o
controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a
política de saúde do trabalhador;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos,
aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da
qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo
e uso humano;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da
política nacional e produção de insumos e equipamentos para a
saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais;
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência
nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência
à saúde;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação
institucional;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único
de Saúde - SUS e os serviços privados contratados de assistência à
saúde;
XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e
para os Municípios, dos serviços e ações de saúde,
respectivamente, de abrangência estadual e municipal;
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional
de Sangue, Componentes e Derivados;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito
do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e
Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a
avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território
Nacional, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e
Distrito Federal. (Obs.: Regulamentado pelo Decreto número
1.651, de 28/09/1995.)
Art. 17 - À direção estadual do Sistema Único de Saúde - SUS
compete:
I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e
das ações de saúde;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do
Sistema Único de Saúde - SUS;
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar
supletivamente ações e serviços de saúde;
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e
avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir
sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e
regional;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle
e avaliação das ações e serviços de saúde;
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de
portos, aeroportos e fronteiras;
Art. 17 - À direção estadual do Sistema Único de Saúde - SUS
compete:
Art. 18 - À direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS
compete:
II - participar do planejamento, programação e organização da rede
regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde - SUS,
em articulação com sua direção estadual;
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que
tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos
órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para
controlá-las;
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos
de saúde no seu âmbito de atuação.
Da Participação Complementar
Art. 24 - Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para
garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada
área, o Sistema Único de Saúde - SUS poderá recorrer aos serviços
ofertados pela iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços
privados será formalizada mediante contrato ou convênio,
observadas, a respeito, as normas de direito público.
Art. 25 - Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas
e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do
Sistema Único de Saúde - SUS.
Lei n 8.142/90
DISPÕE SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA
GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) E
SOBRE AS TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS
DE RECURSOS FINANCEIROS NA ÁREA DA SAÚDE E
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), contará, em cada esfera de governo,
sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias
colegiadas:
I - a Conferência de Saúde;
II - o Conselho de Saúde.
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação
dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as
diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes,
convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo
Conselho de Saúde.
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão
colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço,
profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no
controle da execução da política de saúde na instância correspondente,
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do
governo.
Composição dos Conselhos
 A composição paritária dos conselhos de saúde veio se
dar na 10ª e 11ª Conferências Nacionais de Saúde, onde:
 50% dos conselheiros devem ser representantes dos
usuários dos serviços de saúde
50% devem ser constituídos por representantes dos
trabalhadores em saúde, com 25% de gestores e 25% dos
prestadores de serviço.
Conferências de Saúde
 Fóruns de debate sobre a situação atual de saúde, bem como
avaliação das práticas e serviços ofertados para a população.
Tem representação paritária entre usuários e profissionais e é
precedida pelas conferências municipais e estaduais, onde as
municipais são bianuais.
Ainda participam do Controle Social do SUS o Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS)
Temas das Conferências
1ª CNS (1941) - Situação sanitária e assistencial dos estados.
2ª CNS (1950) - Legislação referente à higiene e à segurança do trabalho.
3ª CNS (1963) - Descentralização na área de Saúde.
4ª CNS (1967) - Recursos humanos para as atividades em saúde.
5ª CNS (1975) - I. Implementação do Sistema Nacional de Saúde; II. Programa de
Saúde Materno-Infantil; III. Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; IV.
Programa de Controle das Grandes Endemias; e V. Programa de Extensão das Ações de
Saúde às Populações Rurais.
6ª CNS (1977) - I. Situação atual do controle das grandes endemias; II.
Operacionalização dos novos diplomas legais básicos aprovados pelo governo federal
em matéria de saúde; III. Interiorização dos serviços de saúde; e IV. Política Nacional
de Saúde.
7ª CNS (1980) - Extensãodas ações de saúde por meio dos serviços básicos.
8ª CNS (1986) - I. Saúde como Direito; II. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde;
e III. Financiamento Setorial.
Temas das Conferências
9ª CNS (1992) - Municipalização é o caminho.
10ª CNS (1996) I. - Saúde, cidadania e políticas públicas; II. Gestão e organização dos
serviços de saúde; III. Controle social na saúde; IV. Financiamento da saúde; V.
Recursos humanos para a saúde; e VI. Atenção integral à saúde.
11ª CNS (2000) - Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanização na atenção à
saúde com controle social.
12ª CNS (2003) - Saúde: um direito de todos e um dever do Estado. A saúde que
temos, o SUS que queremos.
13ª CNS (2007) - Saúde e Qualidade de Vida: Política de Estado e Desenvolvimento
14ª CNS (2011) - Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social - Política Pública,
Patrimônio do Povo Brasileiro
15ª CNS (2015) - Saúde Pública de qualidade para cuidar bem das pessoas. Direito
do povo brasileiro
Abrangência do SUS
 Vigilância sanitária, epidemiológica, ambiental e do 
trabalho;
Atenção básica e Programa de Nacional de Imunização;
Serviços Ambulatoriais especializados de diagnóstico e 
terapia;
Hospitais de média e alta complexidade, além dos vínculos 
com Universidades e iniciativa privada.
Números do SUS
o 63.000 Unidades ambulatoriais
o6.000 Unidades Hospitalares
o440.000 Leitos
o12 Milhões de internações hospitalares anual
o1 Bilhão de procedimentos na AB
o150 Milhões de consultas médicas e 2 milhões de partos
o300 Milhões de exames e 132 milhões de atdto de alta complexidade
o14.000 transplante de Órgãos
oReferência no tratamento das ISTs e PNI.

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