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Aterramento Elétrico em Média e Baixa Tensão

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1
Capítulo 2 
Aterramento Elétrico em Média e Baixa Tensão 
 
1. OBJETIVO 
Este capítulo destina-se a estudar o aterramento elétrico, descrevendo 
desde os conceitos básicos até os esquemas de aterramento de instalações 
elétricas de alta e baixa tensão. 
Toda instalação elétrica de alta e baixa tensão, para ter um desempe-
nho satisfatório e ser suficientemente segura contra risco de acidentes fatais, 
deve possuir um sistema de aterramento dimensionado para: 
• Proteger os indivíduos contra contatos com partes metálicas da ins-
talação energizadas acidentalmente; 
• Garantir à atuação correta e seletiva da proteção; 
• Garantir um referencial para a terra de baixa impedância para per-
mitir a operação adequada de sistemas de automação, redes de 
computadores equipamentos eletrônicos; 
• Proteger as instalações contra as elevadas correntes produzidas 
por descargas atmosféricas; 
• Uniformizar o potencial em toda área do projeto, prevenindo contra 
tensões perigosas que possam surgir durante uma falta fase e terra. 
2. INTRODUÇÃO 
Define-se aterramento, como sendo a ligação intencional a terra ou ao 
solo. Se essa ligação é feita diretamente, sem a interposição de qualquer im-
pedância (ou resistência) falamos em aterramento direto ou sólido. 
De uma forma geral o aterramento encontrado nas instalações elétricas 
de baixa tensão estão divididos em três tipos: o aterramento funcional, o ater-
ramento temporário e o aterramento de proteção. O aterramento funcional con-
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 2
siste no aterramento do ponto de neutro dos sistemas elétricos sendo elemento 
fundamental para especificação dos equipamentos elétricos e para a correta 
atuação dos relés e demais dispositivos do sistema de proteção. 
O aterramento temporário é o aterramento realizado para garantir a se-
gurança na realização de intervenções e manutenções em instalações elétricas 
durante a execução das mesmas, esses aterramentos são efetuados com auxí-
lio de dispositivos especialmente concebidos com este fim. O aterramento de 
proteção é aquele destinado a garantir a segurança dos indivíduos provocadas 
por falhas nos equipamentos ou na própria instalação. 
 
Figura 1 - Aterramento de consumidor de baixa tensão 
 
A Figura 1 apresenta a vista lateral da alimentação na tensão secundá-
ria de distribuição de um consumidor residencial, onde se pode ver o aterra-
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 3
mento funcional do neutro da baixa tensão do transformador e o aterramento 
de proteção. 
3. CONCEITOS BÁSICOS 
Como foi descrito na seção anterior, o aterramento de proteção está re-
lacionado a segurança dos indivíduos e tem o único objetivo de proporcionar 
proteção pessoal contra contatos indiretos. 
 
 
Figura 2 - Conceitos dos aterramentos de proteção 
 
Para que se possa entender os princípios fundamentais do aterramento 
de proteção devemos definir os três conceitos básicos, que podem ser visuali-
zados através da Figura 2: parte viva, massa e elemento condutor estranho à 
instalação. 
 
Parte viva - é a parte condutora de um componente ou de uma instalação que 
apresenta diferença de potencial em relação a terra. 
 
Massa - é a parte condutora de um componente ou de uma instalação que 
pode ser tocada facilmente e que normalmente não é viva, mas que 
pode tornar-se viva em condições de faltas e defeitos. Como exemplo 
de massa, podemos citar as carcaças e invólucros metálicos de equi-
pamentos, os condutos metálicos etc. (Figura 4). 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 4
Elemento condutor estranho - é um elemento condutor que não faz parte da 
instalação, mas nela pode introduzir um poten-
cial, geralmente o da terra. 
 
Os elementos metálicos usados na construção de prédios, das canali-
zações metálicas de gás, água, aquecimento, ar condicionado etc., dos equi-
pamentos não elétricos a elas ligados, bem como dos solos e paredes não iso-
lantes etc. são exemplos de elementos condutores estranhos à instalação. 
Utilizando os conceitos apresentados anteriormente podemos definir de 
forma mais precisa o aterramento de proteção, como sendo o aterramento de 
todas as massas e elementos condutores estranhos com o objetivo de evitar 
choques elétricos. 
O choque elétrico é o efeito patofisiológico que resulta da passagem da 
corrente elétrica, a chamada corrente de choque, através do corpo de pessoas 
ou animais. Os choques elétricos numa instalação podem ocorrer a partir de 
dois tipos de contatos: 
 
- contatos diretos : são os contatos de pessoas ou animais com partes vivas 
sob tensão; 
 
- contatos indiretos : são os contatos de pessoas ou animais com massas 
que ficaram sob tensão devido a uma falha de isola-
mento; 
 
 
Figura 3 - Contato direto 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 5
Os contatos diretos, que a cada ano são responsáveis por milhares de 
acidentes graves (muitos até fatais) são originados, via de regra, par falha de 
isolamento, por ruptura ou remoção indevida de partes isolantes ou por atitude 
imprudente de uma pessoa com uma parte viva. Como mostrado na Figura 3, 
terminais de equipamentos não isolados, condutores e cabos com isolação da-
nificada ou deteriorada, equipamentos de utilização velhos etc., são as "fontes" 
mais comuns de choques por contatos diretos. 
Os contatos indiretos, por sua vez, são particularmente perigosos, uma 
vez que o usuário que encosta a mão numa massa, por exemplo, na carcaça 
de um equipamento de utilização, não suspeitará de uma eventual energização 
acidental, provocada por uma falta ou por um defeito interno no equipamento. 
 
 
Figura 4 - Contato indireto 
 
Entende-se por falta o contato ou arco acidental entre partes sob po-
tenciais diferentes, e/ou de uma ou mais dessas partes para a terra, num sis-
tema ou equipamento energizado. 
As faltas são sempre causadas par falha de isolamento entre as partes, 
podendo ser a impedância entre elas considerável ou desprezível, quando é 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 6
desprezível estamos falamos em falta direta. Quando numa falta, uma das par-
tes envolvidas é a terra, denomina-se falta para terra. A Figura 5 e a Figura 6 
mostram exemplos de falta. 
 
 
Figura 5 - Falha de isolamento 
 
 
Figura 6 - Curto circuito 
4. PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS 
A exemplo de outras normais internacionais, a NB-3 (NBR5410) dá 
grande importância a proteção contra choques elétricos, o que é plenamente 
justificável, tendo em vista a quantidade de equipamentos elétricos hoje utiliza-
dos em qualquer tipo de prédio, e instalação. 
Com efeito, se nas instalações elétricas de qualquer local não forem 
adotadas medidas apropriadas de segurança e proteção, serão muito grandes 
os riscos de ferimentos ou até mesmos de morte por eletrocussão. O perigo 
pode existir tanto para o eletricista que, pôr acidente, toca numa barra energi-
zada de uma subestação ou de um quadro de distribuição, como para ao ope-
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 7
rário que se apoia na carcaça acidentalmente energizada de um motor elétrico 
ou, até mesmo, para uma dona de casa que encosta a mão na caixa metálica 
de uma lavadora de roupas ou de uma geladeira, posta sob tensão pôr uma 
falha de isolamento. 
É de suma importância observar que o perigo para um indivíduo não 
está simplesmente em tocar um elemento energizado, seja uma parte viva 
(contato direto), seja uma massa sob tensão (contato indireto), e sim, em tocar 
simultaneamente um outro elemento que se encontre num potencial diferenteem relação ao primeiro. Isto é, o perigo está na diferença de potencial bem de-
finido, via de regra o da terra e, portanto, qualquer contato com outro elemento 
que esteja num potencial diferente pode ser perigoso. 
Os contatos diretos, em sua maior parte, são devidos a desconheci-
mento, negligência ou imprudência das pessoas e, pôr isso, são mais raros. Os 
contatos indiretos, pôr sua vez, imprevisíveis, são mais freqüentes e represen-
tam um período maior. A eles a norma confere, como não podia deixar de ser, 
maior importância. 
Os métodos prescritos pela NB-3 para a proteção contra cheques elé-
tricos podem ser divididos em dais grupos: proteção passiva e proteção ativa. A 
proteção passiva consiste na limitação da corrente elétrica que pode atravessar 
o corpo humano ou em impedir o acesso de pessoas a partes vivas. São medi-
das que não prevêem a interrupção de circuitos com falta. 
A proteção ativa consiste na utilização de métodos e dispositivos que 
proporcionam o seccionamento automático de um circuito, sempre que vierem 
a ocorrer faltas que possam trazer perigo para o operador ou usuário. 
A NB-3 prevê, para a proteção contra choques elétricos, três grupos de 
medidas, que são: 
- medidas de proteção contra contatos diretos 
- medidas de proteção contra contatos indiretos 
- medidas de proteção contra contatos diretos e indiretos 
 
A proteção contra contatos diretos, é garantida pela qualidade dos 
componentes e da instalação e por determinadas disposições físicas dos com-
ponentes, podendo ser utilizados para tal: 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 8
- isolação das partes vivas 
- barreiras ou invólucros 
- obstáculos 
- colocação fora de alcance 
- dispositivos de seccionamento pela corrente diferencial-
residual 
 
A proteção contra contatos indiretos, prevista através de medidas que 
podem ser divididas em dois grupos: as que não utilizam o condutor de prote-
ção e as medidas de proteção por seccionamento automático da alimentação, 
nas quais o condutor de proteção desempenha um papel de suma importância. 
Nas primeiras, a proteção é garantida basicamente pela qualidade da instala-
ção, são elas: 
- emprego de equipamento classe II ou aplicação de isolação suple-
mentar, 
- proteção em locais não-condutores, 
- ligações equipotenciais locais não-aterradas, 
- separação elétrica. 
 
A proteção contra contatos diretos e contra contatos indiretos, tem co-
mo base o uso de extra-baixas tensões, podendo ser realizada pôr: 
- extra-baixa tensão de segurança, ou por 
- extra-baixa tensão funcional 
 
 A NB-3 recomenda que em todos os componentes da instalação 
sejam aplicadas medidas de proteção contra contatos diretos. No tocante à 
proteção contra contatos indiretos, a recomendação é no sentido de aplicar a 
toda a instalação as medidas relacionadas com o seccionamento automático 
da alimentação (medidas ativas), exceto as partes da instalação que sejam o-
brigatoriamente objeto de uma das medidas passivas de proteção, como é o 
caso dos locais contendo banheira ou chuveiro. Tais medidas são também a-
plicáveis, como veremos, quando for impraticável ou indesejável a proteção pôr 
seccionamento automático. 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 9
5. PROTEÇÃO CONTRA CONTATOS DIRETOS 
A Tabela 1 apresenta um resumo dos métodos de proteção contra con-
tatos diretos previstos pela NB-3. A proteção completa é necessária nos locais 
acessíveis a qualquer tipo de pessoa, principalmente pessoas comuns, crian-
ças e incapacitados. 
 
Tabela 1 - Medidas de proteção contra contatos diretos 
PROTEÇÃO 
CONTRA TIPO PASSIVA ATIVA 
 
Contatos 
Diretos 
 
Completa Isolação das partes vivas Barreiras 
Invólucros 
- 
Parcial Obstáculos Colocação fora do alcance - 
Complementar - Uso de dispositi-
vo DR 
 
A proteção completa contra contatos diretos é realizada pela isolação 
ou recobrimento das partes ativas da instalação, como está mostrado na Figura 
7. A isolação não só promove a proteção contra cheques elétricos, como tam-
bém assegura o funcionamento adequado dos componentes. 
 
 
Figura 7 - Proteção por recobrimento das partes ativas 
 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 10
A isolação dos componentes elétricos é composta pelos seguintes ti-
pos: 
• isolação básica, que é a isolação aplicada a partes vivas para asse-
gurar o mínimo de proteção contra choques elétricos; 
• isolação suplementar, que é uma isolação adicional e independente 
da isolação básica, destinada a assegurar proteção contra choques 
elétricos no caso de falha da isolação básica; 
• isolação dupla, que é a isolação composta pela isolação básica e 
isolação suplementar; 
• isolação reforçada que é uma isolação única, mas não necessaria-
mente homogênea, aplicada sobre partes vivas e que tem proprie-
dades elétricas equivalentes às de uma isolação dupla. 
 
As isolações podem, com o passar do tempo, devido a causas naturais 
(por exemplo, ação de umidade, temperaturas elevadas etc.) ou acidentais 
(como é o caso de choques mecânicos), ter suas propriedades prejudicadas. 
No limite, pode ocorrer uma falha da isolação. Na prática, a falha da isolação 
manifesta-se par um "caminho condutor", seja da superfície da isolação, seja 
no interior do material isolante, seja por perfuração. Produz-se uma "fuga" de 
corrente que pode dar origem a uma corrente de falta. 
O uso de uma isolação dupla num componente reduz as riscos, uma 
vez que se uma das isolações falhar a outra permitirá manter a segurança do 
componente, que passa então a contar apenas com uma isolação. Poder-se-ia 
argumentar que, nessas condições, corre-se o risco de uma falha da isolação 
restante. No entanto, verifica-se que, geralmente, não ocorre a falha de uma 
das isolações sem que seja afetado o funcionamento normal do componente 
de que manifestações externas tornem evidente o problema, de modo que pos-
sa ser remediados antes do surgimento de qualquer perigo. Portanto, a isola-
ção dos componentes de uma instalação desempenham um papel fundamental 
na proteção contra choques elétricos, seja por contato direto, seja por contato 
indireto, pois é importante lembrar que as faltas elétricas são sempre causadas 
por "falhas de isolação ". 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 11
Os equipamentos elétricos (em particular os aparelhos eletrodomésti-
cos e eletroprofissionais) são classificados pela NBR 6151 quanta à proteção 
contra choques elétricos. Trata-se de classificação internacional aplicável aos 
equipamentos previstos para serem alimentados por forte externa sob tensões 
de até 400 V entre fases, ou até 250 V entre fase e neutro e destinados a uso 
público em residências, escritórios, oficinas, escolas, fazendas e locais análo-
gos e para prática médica e odontológica. 
São consideradas cinco classes: 
 
• Classe O – é a classe dos equipamentos no qual a proteção contra choques 
elétricos é assegurada exclusivamente pela isolação básica, não sendo 
previstos meios para ligar as partes metálicas acessíveis, se existentes, ao 
condutor de proteção da instalação; em caso de falha da isolação básica, a 
proteção dependerá apenas do meio ambiente; coma exemplos, podemos 
citar os eletrodomésticos portáteis, como liqüidificadores, batedeiras, etc. ; 
 
• Classe OI - é a classe dos equipamentos que tem pelo menos isolação bá-
sica em todas as suas partes vivas e são dotados de terminal para aterra-
mento das partes metálicas acessíveis não destinadas a conduzir corrente 
(massas) e que podem tomar-se vivas em case de falha de isolação; entre-
tanto, o cabo de alimentação não possui condutorde proteção, é o caso, 
por exemplo, de certas geladeiras e máquinas de lavar roupa de uso do-
méstico; para tais equipamentos existe a possibilidade de uma proteção 
complementar que pode ser obtida pela ligação do terminal de aterramento 
a um terra adequado; 
 
• Classe I - é a classe dos equipamentos no qual a proteção contra choques 
elétricos não é assegurada unicamente pela isolação, mas inclui uma pre-
caução de segurança adicional, constituída por um condutor de proteção in-
dependente no cabo de alimentação, para a ligação das massas ao condu-
tor de proteção da instalação; é o case dos aparelhos eletrodomésticos de 
maior porte de potência (lavadora de pratos, condicionador de ar, forno de 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 12
microondas etc.) e da maioria dos aparelhos eletroprofissionais (copiadora 
tipo xerox, equipamento odontológico etc.); 
 
• Classe II - é a classe dos equipamentos que tem isolação dupla ou isolação 
reforçada em todas as suas partes vivas, sem previsão para aterramento ou 
outras precauções que dependam das condições da instalação; podem ser 
de três tipos: 
a) com carcaça isolante durável e substancialmente continua, que en-
volve todas as panes metálicas (exceto pequenas partes coma pla-
cas de identificação, parafusos, rebites etc.), que devem ser isoladas 
das partes vivas por isolação pelo menos equivalente à isolação re-
forçada; como exemplo, podemos citar aspiradores de pó, certos 
chuveiros elétricos etc.; 
b) com carcaça metálica substancialmente continua que tem isolação 
dupla em todas as suas partes, exceto naquelas em que é utilizada 
isolação reforçada par ser impraticável a aplicação de isolação dupla; 
d, par exemplo, o casa das ferramentas elétricas portáteis; 
c) com carcaça mista, que combina as características dos tipos com 
carcaça isolante e com carcaça metálica, como em certas ferramen-
tas portáteis. 
 
• Classe III - é a classe dos equipamentos que tem a proteção contra cho-
ques elétricos assegurada pela alimentação em extrabaixa tensão, sendo 
que, durante o funcionamento, não podem ser induzidas tensões mais ele-
vadas; é o caso, por exemplo, de equipamentos para uso subaquático (ilu-
minação de piscinas, hidromassagem etc.). 
 
Os invólucros dos equipamentos elétricos são classificados por graus 
de proteção, definidos pelas normas IEC e ABNT e indicados pelas letras “IP” 
seguidas de algarismos. O primeiro indica a proteção contra a penetração de 
corpos sólidos estranhos e contatos acidentais, enquanto o segundo algarismo 
indica a proteção contra a penetração de líquidos. 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 13
A Tabela 2 especifica o primeiro algarismo usado e a Tabela 3 o se-
gundo algarismo. 
 
Tabela 2 - Proteção de pessoas contra o contato com partes móveis sob 
tensão ou em movimento e proteção contra penetração de 
corpos sólidos estranhos 
Primeiro 
Algarismo Grau de Proteção 
0 
Nenhuma proteção de pessoas contra o contatos com partes sob 
tensão ou em movimento. Nenhuma proteção do equipamento 
contra a penetração de corpos sólidos estranhos. 
1 
Proteção de pessoas contra contato acidental ou inadvertido de 
grande superfície do corpo humano; por exemplo, a mão, com 
partes internas sob tensão ou em movimento. Não constitui, po-
rém, proteção contra a penetração de grandes corpos sólidos 
estranhos. 
2 
Proteção de pessoas contra contato dos dedos com partes inter-
nas sob tensão ou em movimento. Proteção contra a penetração 
de grandes corpos sólidos estranhos de tamanho médio. 
3 
Proteção contra o contato de ferramentas, fios ou outros objetos, 
de dimensão mínima superior a 2,5 mm, com partes internas sob 
tensão ou em movimento. Proteção contra a penetração de gran-
des corpos sólidos estranhos de tamanho pequeno. 
4 
Proteção contra o contato de ferramentas, fios ou outros objetos, 
de dimensão mínima superior a 1 mm, com partes internas sob 
tensão ou em movimento. Proteção contra a penetração de gran-
des corpos sólidos estranhos de tamanho pequeno. 
5 
Proteção total contra o contato com partes internas sob tensão 
ou em movimento dentro do invólucro. Proteção contra depósitos 
prejudiciais de pó. A penetração de pó não é evitada totalmente, 
mas o pó não pode entrar em quantidade que possa prejudicar o 
funcionamento satisfatório do equipamento. 
6 Proteção total contra o contato com partes internas sob tensão ou em movimento dentro do invólucro. Proteção total contra pó. 
 
 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 14
Tabela 3 - Proteção do equipamento contra penetração de líquidos 
Segundo 
Algarismo Grau de Proteção 
0 Nenhuma proteção contra a penetração de líquidos. 
1 Proteção contra gotas de líquidos condensados; as gotas não devem ter efeitos prejudiciais. 
2 
Proteção contra gotas de líquidos. A queda de gotas de líquido 
não deve ter efeito prejudicial, com inclinação do invólucro não 
superior a 15o em relação à vertical. 
3 
Proteção contra chuva. A queda de água em forma de chuva, 
em ângulo superior a 60° em relação à vertical, não deve ter 
efeito prejudicial. 
4 Proteção contra respingos. Respingos de líquidos, provenien-tes de qualquer direção não dever ter efeito prejudicial. 
5 
Proteção contra jatos de água, não dever ter efeito prejudicial a 
água projetada por um bocal, proveniente de qualquer direção, 
sob as condições prescritas. 
6 
Proteção contra as condições de convés de navios (relativa-
mente a equipamentos à prova de água para o convés). A água 
de vagalhões não deve penetrar nos invólucros, sob as condi-
ções prescritas. 
7 Proteção contra imersão em água. A água não deve penetrar no invólucro sob as condições prescritas de pressão e tempo. 
8 Proteção contra imersão por tempo indefinido em água sob pressão prescrita. A água não deve penetrar no invólucro. 
 
Da NBR 5473 tiramos as seguintes definições: 
Barreira – é um elemento que assegura proteção contra contatos diretos nas 
direções habituais de acesso. 
Invólucro – é o elemento que assegura proteção de um componente contra de-
terminadas influências externas e proteção contra contatos diretos 
em qualquer direção. 
 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 15
Obstáculo – é o elemento que impede um contato direto acidental, mas não 
impede um contato direto par ação deliberada. 
Recomenda a NB-3, como alternativas à isolação total, que as partes 
vivas estejam no interior de invólucros ou atrás de barreiras que confiram, pelo 
menos, o grau de proteção IP2X (proteção contra contato dos dedos com par-
tes vivas; aberturas de diâmetro inferior a 12 mm). Admitem-se, no entanto, 
aberturas superiores às IP2X para o uso de certos componentes que, em prin-
cipio, delas necessitem, tais como: 
• certos soquetes, quando a Iâmpada não estiver colocada; 
• certas tomadas de corrente; 
• certos dispositivos fusíveis, quando o fusível não estiver instalado. 
Nesses casos, devem ser tomadas medidas para impedir que pes-
soas ou animais domésticos toquem nas partes vivas e para garan-
tir que as pessoas tomem conhecimento de que as partes acessí-
veis através da abertura são vivas e não devem ser tocadas inten-
cionalmente. 
 
Por outro lado, as superfícies superiores de barreiras ou invólucros ho-
rizontais que sejam facilmente acessíveis devem atender, pelo menos, ao grau 
de proteção IP4X (proteção contra contato de ferramentas, fios ou outros obje-
tos de dimensão mínima superior a 1 mm, com partes vivas). Isso aplica-se 
principalmente às partes de invólucros ou barreiras sabre as quais as pessoas 
possam circular. 
As barreiras e invólucros devem ser fixados de forma segura e ser de 
uma robusteze de uma durabilidade suficientes para manter as graus de pro-
teção e a separação adequada das partes vivas nas condições normais de ser-
viço, considerando-se as condições de influências externas importantes. 
A retirada das barreiras, a abertura dos invólucros ou a retirada de par-
tes de invólucros só deve ser possível: 
• com o use de chave ou ferramenta; ou 
• após a desenergização das partes vivas protegidas, não podendo ser re-
ligada a tensão enquanto as condições não forem restabelecidas; ou 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 16
• que exista uma segunda barreira (ou isolação) interposta que possa ser 
retirada sem auxilio de chave ou ferramenta e que impeça qualquer con-
tato com as partes vivas. 
 
A proteção parcial contra contatos diretos só é admitida em locais a-
cessíveis apenas a pessoas advertidas ou qualificadas e, mesmo assim, se os 
locais sejam adequadamente sinalizados, sejam observadas as distâncias mí-
nimas nas passagens de serviço ( ver tabela ) as tensões nominais dos circui-
tos existentes não sejam superiores a 600 V entre fase e terra ou a 1.000 V 
entre fases, para corrente alternada, ou a 900 V entre polo e terra ou 1.500 V 
entre polos, para corrente continua. 
Essa proteção pode ser realizada par meio de obstáculos e por coloca-
ção fora de alcance. Os obstáculos, tais coma telas de arame, corrimões e pai-
néis, devem impedir uma aproximação física não intencional das partes vivas 
bem coma contatos não intencionais com partes vivas quando da operação de 
equipamentos sob tensão. Podem ser desmontáveis sem a ajuda de ferramen-
ta ou chave, devendo, no entanto, ser fixados de forma a impedir qualquer re-
moção involuntária. 
A interposição de obstáculos deve impedir, em uso normal, todo o con-
tato acidental com as partes ativas da instalação. A vedação das celas de pos-
tos de transformação por portas de chapa ou rede com uma altura total de, pelo 
menos, 1,60 m acima do pavimento poderia exemplificar a aplicação desta me-
dida como mostrado na Figura 8. 
 
 
Figura 8 - Proteção por interposição de obstáculos 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 17
A proteção contra contatos diretos pelo afastamento das partes ativas 
consiste em colocá-las a uma distância tal que seja impossível, direta ou indire-
tamente, um contato acidental a partir dos locais onde as pessoas se encon-
trem ou circulem habitualmente, devendo ter-se em conta a forma e as dimen-
sões dos objetos condutores que possam ser manipulados na proximidade. A 
elevada altura a que se encontram as linhas elétricas utilizadas no transporte 
de energia elétrica exemplifica uma aplicação desta medida (Figura 9). 
 
 
Figura 9 - Proteção por afastamento das partes vivas 
 
A norma define uma zona de alcance normal dentro da qual não devem 
encontrar-se partes simultaneamente acessíveis, isto é, que estejam distancia-
das de até 2,50 m, sob potenciais diferentes. 
Quando a superfície sobre a qual pessoas se postem ou circulem habi-
tualmente for limitada por um obstáculo com grau de proteção inferior a IP2X, 
as distâncias que limitam a zona de alcance normal devem ser determinadas a 
partir desse obstáculo. No sentido vertical a zona de alcance normal é limitada 
a 2,50 m a partir da superfície S, sem levar em conta obstáculos intermediários 
que possuam grau de proteção inferior a IP2X. 
A proteção adicional não dispensa de forma alguma o emprego de me-
didas de proteção completa ou parcial, conforme o caso. Seu objetivo é asse-
gurar uma proteção contra contatos diretos no caso de falha das medidas apli-
cadas ou de imprudência dos usuários. Podem ser utilizados dispositivos dife-
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 18
renciais-residuais (DR) com corrente diferencial-residual nominal de atuação 
igual ou inferior a 30 mA. 
A norma admite que sejam omitidas as medidas de proteção contra 
contatos diretos nos locais acessíveis somente a pessoas qualificadas se forem 
simultaneamente atendidas as seguintes condições: 
• os locais sejam sinalizados de forma clara e visível; 
• não seja possível penetrar nos locais, a não ser com o auxilio ou a libe-
ração de algum dispositivo especial; 
• as portas permitam fácil saída das pessoas (abertura por dentro sem o 
uso de chaves; 
• as passagens livres obedeçam às distâncias mínimas indicadas para 
baixa tensão na Tabela 4. 
 
Tabela 4 - Distâncias mínimas nas passagens de serviço 
DESCRIÇÃO 
Distância mínima (m)
Proteção 
completa 
Proteção 
inexistente
Entre obstáculos 0,7 - 
Entre punhos, alavancas, volantes, etc. 0,7 - 
Entre obstáculos e paredes 0,7 - 
Entre punhos, alavancas, volantes e paredes 0,7 - 
Altura de passagem sob tela ou painel 2,0 - 
Entre paredes e partes vivas - 1,0 
Entre partes vivas de cada lado em passagem 
destinada à manutenção 
- 1,0 
Passagem livre à punhos, alavancas, volantes, 
etc. 
- 0,7 
 
Para as execução de manutenção em instalações de ultra, extra e alta 
tensão, é obrigatório o atendimento ao afastamento mínimo a ser mantido no ar 
entre a parte energizada e o homem, manipulando ferramentas ou instrumen-
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 19
tos sem riscos de descarga elétrica. Este afastamento é denominado de dis-
tância de segurança. 
A distância de segurança para uma dada atividade de manutenção é 
obtida matematicamente pela seguinte equação: 
 
2 1s ddD += [1] 
 
onde a distância d1 é denominada valor básico que representa a distância mí-
nima entre ponto energizado e o executante para que não ocorra descarga e d2 
denominada valor variável é o acréscimo ao valor básico que é dado de acordo 
com uma determinada movimentação de pessoal e manipulação de instrumen-
tos e equipamentos para a atividade a ser executada. Definida a distancia de 
segurança pode-se então definir espaço de segurança, que é o espaço dese-
nergizado nas instalações que permite a execução em seu interior de quais 
quer trabalhos sem riscos de descargas. 
Pelas imprecisões e pelas dificuldades de se determinar este valor va-
riável é usualmente adotado um fator de segurança de 50%). A Tabela 5 apre-
senta os valores básicos que devem ser adotados em função do nível de ten-
são ( de acordo com a fonte Occupational Safety and Health –1981 ) e a Figura 
10 ilustra a obtenção de uma distância de segurança. 
 
Tabela 5 - Valores básicos das distâncias de segurança 
Níveis de Tensão 
 fase-fase (kV) 
Valor básico (m) 
2,1 à 15 0,70 
15,1 à 35 0,75 
35,1 à 46 0,80 
46,1 à 72,5 0,95 
72,6 à 121,0 1,05 
138,0 à 145 1,10 
161,0 à 169,0 1,15 
230,0 à 242,0 1,55 
345,0 à 362,0 2,15 
500,0 à 552,0 3,40 
700,0 à 765,0 4,60 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 20
 
Figura 10 - Distância de segurança numa subestação 
 
Para a definição das distâncias variáveis na execução de um determi-
nada manutenção, a Figura 11 apresenta os valores variáveis envolvendo os 
trabalhos envolvendo pessoas humanas. 
 
 
Figura 11 - Valor mínimo variável envolvendo pessoas humanas 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 21
6. SISTEMA DE ATERRAMENTO 
Definimos sistema de aterramento como um conjunto de condutores, 
cabos e hastes que interligados dissipam para a terra todas as correntes im-
postas a este sistema. 
As correntes impostas ao sistema de aterramento podem ser geradas 
por: 
• curto circuito envolvendo a terra, 
• descargas atmosféricas diretas, 
• desequilíbrios na rede elétrica, 
• cargas elétricas estáticas. 
 
A concepção dos sistemas de aterramento está baseado no seguinteprincípio : “Todas as massas e elementos condutores estranhos `a instalação 
devem estar no mesmo potencial” isto é na equipotencialidade das massas e 
condutores estranhos à instalação. Aplicando–se este princípio, nas instala-
ções elétricas de média e baixa tensão devem ser conectados ao terminal de 
aterramento principal todos os condutores de proteção, tubulação de gás, terra 
da antena, instalação telefônica, terra dos equipamentos eletrônicos ( CPD’s, 
estações de telecomunicações), aterramentos de painéis, estrutura dos pré-
dios, o aterramento do sistema de proteção contra descarga atmosférica, ater-
ramentos de racks e esquadrias metálicas. 
Os componentes constituintes dos sistemas de aterramento são: 
• eletrodos de aterramento, 
• terminal de aterramento principal, 
• condutor de aterramento, 
• condutor de equipotencialidade principal, 
• condutor de proteção principal, 
• condutor de equipotencialidade suplementar, 
• condutor de proteção e terminal de aterramento auxiliar. 
 
A Figura 12 apresenta graficamente os principais componentes dos sis-
temas de aterramento. 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 22
 
Figura 12 - Componentes de um sistema de aterramento 
 
Os eletrodos de aterramento são as condutores colocados em contato 
com o solo, garantem a ligação elétrica com ele. O termo "eletrodo" refere-se 
sempre ao condutor ou ao conjunto de condutores em contato com a terra e, 
portanto, abrange desde uma simples haste isolada até uma complexa "malha" 
de aterramento , constituída pela associação de hastes com cabos Figura 13). 
A Figura 14, a Figura 15 e a Figura 16 apresentam outros tipos de eletrodos 
como hastes, barras, perfis, fitas, cabos nus, etc. 
 
Figura 13 - Malha de terra 
 
Figura 14 - Eletrodo de aterramento tipo haste 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 23
 
Figura 15 - Eletrodo de aterramento tipo chapa 
 
Figura 16 - Eletrodo de aterramento tipo anel 
O terminal de aterramento principal é o principal nó elétrico do sistema 
de aterramento, ele interliga condutores de proteção principais, condutores de 
equipotencialidade principais, massas e elementos condutores estranhos com 
os eletrodos através do condutor de aterramento. O terminal de aterramento 
principal, usualmente consiste de uma barra de cobre ou aço zincado com um 
conjunto de terminais de aterramento como está apresentado na Figura 17. A 
Figura 18 apresenta as principais interligações realizadas através do terminal 
de aterramento principal. 
 
Figura 17 - Terminal de aterramento principal 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 24
 
Figura 18 - Principais interligações ao terminal de aterramento principal 
 
Os condutores de equipotencialidade são os condutores com os quais 
são feitas as ligações equipotenciais entre as massas e elementos condutores 
estranhos. São classificados em: 
• condutores de equipotencialidade principais 
• condutores de equipotencialidade suplementar 
O(s) condutor(es) de equipotencialidade principal(is) liga(m) ou interli-
ga(m) as canalizações metálicas não elétricas (coletivas) de abastecimento do 
prédio (água, gás, ar condicionado, etc.) e os elementos metálicos acessíveis 
da construção ao terminal de aterramento principal. Os condutores de equipo-
tencialidade suplementar interligam massas e/ou elementos condutores estra-
nhos à instalação aos condutores de proteção. 
O condutor de proteção principal é o condutor que liga ao terminal de 
aterramento principal diretamente ou através de terminais de aterramento, os 
condutores de proteção das massas, o condutor de aterramento e, eventual-
mente, condutores de equipotencialidade (Figura 12). 
Os condutores de proteção das massas são os condutores que acom-
panham os circuitos terminais promovendo o aterramento das massas dos e-
quipamentos de utilização alimentados (Figura 12). 
Em instalações de maior porte terminais de aterramento em quadros e 
cubículos permitem a interligação das massas e condutores estranhos a insta-
lação nas proximidades. A Figura 19 apresenta as ligações envolvendo termi-
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 25
nais de aterramento, massas e condutores estranhos à instalação nas vizi-
nhanças. 
 
 
Figura 19 -- Ligações dos terminais de aterramento 
 
O componente da natureza em um sistema de aterramento é o solo, 
ele é o condutor através do qual a corrente pode fluir, difundindo-se. A capaci-
dade de condução de corrente do solo está associada a sua resistividade que é 
medida em ohms.metro (Ω.m). 
Vários fatores afetam a resistividade do solo, entre eles destacamos o 
tipo de solo, temperatura, umidade e estratificação. 
Os solos que apresentam resistividade mais baixa são os que contém 
resíduos vegetais, os pantanosos e os situados nas margens de rios e nos fun-
dos de vales. Os de maior resistividade são os arenosos, os rochosos e os si-
tuados em locais altos desprovidos de vegetação. 
A Tabela 6 apresenta valores típicos de resistividade do solo e as figu-
ras 1 e 2 apresentam gráficos das variações típicas do solo com a temperatura 
e umidade. 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 26
Tabela 6 - Variação da resistividade com tipo de solo 
TIPO DE SOLO RESISTIVIDADE - ρ (Ω.m) 
Lodo 20 à 100 
Humus 10 à 150 
Solos alagadiços/pantanosos 5 à 30 
Argila plástica 50 
Margas e argila compactas 100 à 200 
Areia argilosa 50 à 500 
Areia silicosa 200 à 3000 
Solo pedregoso nu 1500 à 3000 
Solo pedregoso com relva 300 à 500 
Calcário moles 100 à 400 
Calcário fissurado 500 à 1000 
Calcário compacto 1000 à 5000 
Xisto 50 à 300 
Granito/Arenito 100 à 10000 
 
 
Figura 20 - Variação da resistividade do solo com a umidade 
 
Figura 21 - Variação da resistividade do solo com a temperatura 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 27
Todo sistema de aterramento depende da sua integração com o solo e 
da sua resistividade aparente. Se o sistema já esta fisicamente definido e insta-
lado, a única maneira de diminuir sua resistência elétrica é alterar as caracte-
rísticas do solo, usando um tratamento químico. O tratamento químico deve ser 
empregado somente quando existe o aterramento no solo, com uma resistência 
fora da desejada, e não se pode alterá-lo ou quando não existe outra alternati-
va possível, dentro das condições do sistema, por impossibilidade de trocar o 
local, cujo terreno que tem resistividade elevada. 
Os produtos usados para tratamento químico do solo são a bentonita, 
earthron e o gel. Todos estes produtos buscam a diminuição da resistividade 
do solo, possuem boa higroscopia, não são corrosivos, possuem baixa resisti-
vidade elétrica, não são tóxicos. A aplicação destes tratamentos, consiste usu-
almente na remoção do solo, aplicação do tratamento químico em mistura com 
parte do solo removido, reposição ao solo próximo ao eletrodo e aplicação de 
água. A Figura 22 apresenta o tratamento químico do solo tipo trincheira. 
 
 
Figura 22 - Tratamento químico do solo 
 
O menos adotado atualmente é a bentonita, que é um material argiloso, 
devido ao fato de seu efeito ser de menor duração que os demais. O earthron é 
uma mistura envolvendo um material líquido de lignosulfato (principal compo-
nente da polpa de madeira) com um agente geleificador e sais inorgânicos e o 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 28
gel é uma mistura de diversos sais, que misturado a água possibilita a redução 
da resistividade do solo. 
Um outro fato importante em relação a resistividade dos solos, é que 
eles na sua grande maioria, não são homogêneos, mas formados pordiversas 
camadas de resistividade e profundidade diferentes. Essas camadas, devido à 
formação geológica, são em geral horizontais e paralelas à superfície do solo. 
Contudo, existem alguns casos, em que as camadas se apresentam inclinadas 
e até verticais, devido a alguma falha geológica. Neste texto trataremos apenas 
dos casos relacionados a grande maioria dos solos, isto é aqueles que possu-
em camadas horizontais com resistividade e profundidade diferentes. 
Como resultado da variação da resistividade nas diferentes camadas 
do solo, tem-se a variação da dispersão da corrente, como podemos visualizar 
na figura onde estão representadas a dispersão das correntes num solo hete-
rogêneo de duas camadas. Na figura as linhas cheias representam o caminho 
das correntes no solo e as linhas pontilhadas as superfícies equipotenciais pro-
duzidas por essas correntes. 
 
Figura 23 – Efeitos da estratificação do solo na dispersão da corrente 
 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 29
7. TIPOS DE ESQUEMAS DE ATERRAMENTO 
A NBR 5410 classifica os esquemas de aterramento ( considerando o 
aterramento funcional e o de proteção) de acordo com a seguinte notação, que 
utiliza 2,3 ou 4 letras: 
 
Primeira letra : indica a situação da alimentação em relação a terra: 
 
T – um ponto diretamente aterrado 
I – isolação de todas as partes vivas ou aterramento através de 
uma impedância 
 
Segunda letra : indica a situação das massas em relação a terra: 
 
T – massas diretamente aterradas, independente do aterramento 
eventual de um ponto da alimentação 
N – massas ligadas diretamente ao ponto de alimentação ater-
rado (em corrente alternada o ponto aterrado é normalmente o 
ponto de neutro) 
Outras letras (eventuais) : indica a disposição do condutor neutro e do 
condutor de proteção: 
 
S – funções de neutro e de proteção assegurados por conduto-
res distintos 
C – funções de neutro e de proteção combinados em um único 
condutor. 
 
O esquema de aterramento mais adotado é o TN nas diferentes combi-
nações ( TN-C, TN-S e TN-S-C ) embora exista algumas concessionárias ainda 
adotando o TT. 
No esquema TT, alimentação tem seu neutro aterrado e as massas li-
gadas a um ou mais eletrodos de aterramento independente do eletrodo de 
aterramento da alimentação. A Figura 24 mostra o esquema de aterramento 
TT. 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 30
 
Figura 24 - Esquema de aterramento TT 
 
O esquema TT foi concebido de forma que o percurso de uma corrente 
proveniente de uma falta fase-massa, ocorrida num componente ou num equi-
pamento de utilização da instalação, inclua a terra e que a elevada impedância 
(resistência) desse percurso limite o valor daquela corrente. As correntes de 
falta direta fase-massa serão de intensidade inferior à de uma corrente de cur-
to-circuito fase-neutro, podendo, no entanto, trazer perigo para as pessoas que 
toquem numa massa acidentalmente energizada. 
Segundo a NBR 5410, no esquema TT todas as massas protegidas por 
um mesmo dispositivo de proteção devem ser interligadas e ligadas por um 
condutor de proteção a um mesmo eletrodo de aterramento. 
No sistema TT, contrariamente aos sistemas TN, as massas não estão 
sujeitas às sobretensões devido às quedas de tensão no neutro, tanto para a 
corrente normal, quanto para a corrente de falta entre fase e neutro. 
O esquema TN consiste de um ponto da alimentação (via de regra, o 
secundário do transformador com seu ponto neutro) diretamente aterrado, sen-
do as massas da instalação ligadas a esse ponto através de condutores de pro-
teção. O esquema poder ser do tipo TN-S, quando as funções de neutro e de 
proteção ( PE protection earth ) forem asseguradas por condutores distintos, ou 
TN-C quando essas funções forem asseguradas pelo mesmo condutor (PEN). 
Pode-se ter ainda um esquema misto TN-C-S, que combina condutores de pro-
teção e neutro separados em alguns trechos e combinados em outros trechos. 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 31
O esquema TN é concebido de modo que o percurso de uma corrente 
de falta fase-massa seja constituído exclusivamente por elementos condutores 
e, portanto, possua baixíssima impedância. Observe-se que uma corrente de 
falta direta fase-massa será uma corrente de curto-circuito fase-neutro. Tam-
bém nesse caso, o contato de uma pessoa com um condutor de fase pode pro-
vocar o fechamento do circuito pela terra. 
O esquema TN-S é aquele no qual o condutor neutro e o condutor de 
proteção são distintos, usualmente conhecido como sistema a cinco conduto-
res. Neste caso, o condutor de proteção é conectado à malha de terra na ori-
gem do sistema, isto é, na baixa tensão do transformador, ele interliga todas as 
massas e condutores estranhos à instalação, que são compostos principalmen-
te pela carcaça dos motores, dos transformadores, por quadros metálicos, tu-
bulações metálicas, suporte de isoladores etc. O condutor de proteção é res-
ponsável pela condução das correntes de defeito entre fase e massa e está 
representado esquematicamente pela Figura 25. Todas as massas de uma ins-
talação devem ser ligadas ao condutor de proteção, no entanto, a norma dis-
pensa o uso do condutor de proteção nos circuitos de iluminação em unidades 
residenciais. As massas solidárias ao condutor de proteção PE podem sofrer 
sobretensões, devido à elevação de potencial no ponto de ligação com o neutro 
do sistema. 
 
 
 
Figura 25 - Esquema de aterramento TN-S 
 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 32
A Figura 26 mostra o diagrama trifilar de um sistema TN-S, onde as le-
tras A-B-C correspondem às barras das fases A, B e C. As barras de neutro (N) 
e de terra (PE - condutor de proteção) estão separadas. O condutor neutro está 
isolado, portanto a queda de tensão do neutro devido à corrente de desequilí-
brio do sistema não será transferida para a carcaça dos painéis e do motor. A 
barra de terra (PE) está ligada á carcaça ou, simplesmente, às massas (carca-
ça dos quadros de comando, carcaça do motor etc.). 
 
 
Figura 26 - Trifilar do esquema de aterramento TN-S 
 
O esquema TN-C é aquele no qual as funções de neutro e de proteção 
são combinadas em um único condutor ao longo de todo o sistema. É comu-
mente conhecido como sistema a quatro condutores. Neste caso, o condutor 
neutro, conectado à malha de terra na origem do sistema, que é a subestação, 
interliga todas as massas da instalação. O neutro, além de conduzir a corrente 
de desequilíbrio do sistema, é responsável também pela condução da corrente 
de defeito. 
O sistema TN-C é um dos mais utilizados em instalações de pequeno e 
médio porte, devido, principalmente, à redução de custo com a supressão do 
quinto condutor. A Figura 27 mostra o esquema de aterramento TN-C. 
 É importante observar que, no caso do rompimento do condutor neutro 
(PEN) no sistema TN-C, as massas dos equipamentos ficam energizadas no 
potencial de fase, conforme se pode observar na Figura 28. Este pode causar 
acidentes fatais, como vem ocorrendo numa prática de se aterrar o fio de terra 
do chuveiro elétrico no neutro da alimentação. 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 33
 
 
Figura 27 - Esquema de aterramento TN-C 
 
 
Figura 28 - Rompimento do condutor neutro no esquema TN-C 
 
Devido aos riscos inerentes ao sistema TN-C, somente é permitido o 
uso deste esquema nas instalações cujos condutores tenham seções iguais ou 
superiores a 10 mm2, em cobre. Este fato se deve à robustez mecânica que 
naturalmente apresentam os condutores de maior seção. 
A Figura 29 mostra um esquema trifilardo sistema TN-C. Deve-se ob-
servar que a barra do condutor neutro está conectado à carcaça dos painéis de 
comando. Se no neutro circular uma corrente de desequilíbrio de carga, será 
potencializado ( V = Z . I ), ocasionando tensões de toque nas pessoas e/ou 
animais que entrarem em contato com as estruturas metálicas a ele conecta-
das. 
 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 34
 
Figura 29 - Trifilar do esquema de aterramento TN-C 
 
No esquema de aterramento TN-S-C as funções de neutro e de prote-
ção são combinadas num único condutor em uma parte do sistema, conforme 
ilustrado na Figura 30. 
 
 
Figura 30 - Esquema de aterramento TN-C-S 
 
No esquema IT, não existe nenhum ponto da alimentação diretamente 
aterrado; a alimentação está totalmente isolada da terra ou mesmo aterrada 
através de uma impedância de valor elevado. As massas estão ligadas à terra 
por meio de eletrodo ou eletrodos de aterramento próprios (Figura 31). 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 35
 
Figura 31 - Esquema de aterramento IT 
 
Nesse esquema, a corrente resultante de uma única falta fase-massa 
não possuirá, via de regra, intensidade suficiente para trazer perigo para as 
pessoas que toquem na massa energizada, devido às capacitâncias da linha 
em relação à terra (principalmente no caso de linhas longas) e à eventual im-
pedância existente entre a alimentação e a terra. 
O esquema TT é, em alguns países do mundo, o esquema padrão das 
instalações alimentadas par rede pública aérea de baixa tensão: os condutores 
neutro e de proteção são separados na instalação do consumidor e a conces-
sionária não fornece nenhum terminal de aterramento; o terminal de aterramen-
to principal do consumidor é ligado a um eletrodo de aterramento. 
 O esquema TN-S é muito usado em instalações alimentadas por redes 
públicas subterrâneas: o terminal de aterramento principal do consumidor é 
ligado pela concessionária a seu condutor de proteção. 
Os esquemas TN-S e TN-C-S são os mais utilizados em instalações de 
consumidores alimentados em alta tensão, isto é, que possuem transformador 
próprio. 
O esquema IT, par sua vez, é utilizado exclusivamente em instalações 
de consumidores que possuem transformador próprio, principalmente na ali-
mentação de setores específicos de certos tipos de indústria. 
No Brasil, as concessionárias de energia elétrica exigem que, no caso 
de instalações alimentadas par rede de distribuição pública em baixa tensão, 
Capítulo 2 - Aterramento de Média e Baixa Tensão 
 36
no condutor neutro de cada ramal de ligação seja aterrado na origem da res-
pectiva instalação consumidora. Trata-se de uma medida destinada a garantir o 
aterramento mínima adequado da condutor neutro das redes multiaterradas 
(redes cujo neutro é aterrado em vários pontos de sua extensão). 
As medidas de proteção pôr seccionamento da alimentação indepen-
dem da qualidade da instalação. De acordo com elas, um dispositivo de prote-
ção deve promover o seccionamento de um circuito quando da ocorrência de 
uma falta para terra, impedindo a permanência de uma situação que possa re-
sultar em perigo para as pessoas. Sua aplicação exige a coordenação entre o 
esquema de aterramento e as características dos dispositivos de proteção, 
sendo considerados os seguintes esquemas: 
• esquema TN 
• esquema TT 
• esquema IT

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