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MANDADO DE SEGURANÇA SEGURO GARANTIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO.
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR
Seção de Dissídios Individuais
PETRÓLEO BRASILEIRO S.A – PETROBRÁS, sociedade anônima qualificada no instrumento de procuração anexo, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS contra ato do EXMO. SR. DR. JUIZ DA MM. 5ª VARA DO TRABALHO DE CUBATÃO, Francisco Charles F. de Souza, nos autos da reclamação trabalhista nº 00596004020075020255, entre partes como reclamada, a IMPETRANTE e como reclamante EDVALDO MACEDO DO NASCIMENTO, ato atentatório do direito líquido e certo, o que faz com fundamento no artigo 5º, inciso LXIX da Constituição Federal e artigo 1º da Lei 1533/51 e demais disposições pertinentes à matéria, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
1 - PRELIMINAMENTE:
a) Da validade probatória dos documentos anexos e da autenticidade das cópias que instruem o presente mandamus:
Conforme facultado pelo art. 544 do CPC, bem como na Súmula 415 do C. TST, a patrona subscritora declara, para todos os fins, que o conteúdo formal e material das cópias corresponde integralmente aos originais, sob sua responsabilidade, independentemente de visto.
b) Da tempestividade e do cabimento da presente medida:
A presente medida é tempestiva, porquanto não decorridos 120 dias da ciência do ato impugnado (art. 23, da Lei 12.016/2009), conforme se depreende da cópia da certidão de publicação do despacho impugnado (doc. _______).
A interposição desta medida visa proteger direito líquido e certo da impetrante, em função de ato praticado de forma ilegal e com abuso de poder pelo impetrado. Os direitos da impetrante foram violados pela autoridade coatora, conforme adiante descrito.
Os requisitos exigidos pela legislação encontram-se integralmente preenchidos, assegurando a interposição e procedência da presente medida. 
Inquestionável o cabimento do presente Mandado de Segurança porquanto aviado nos termos do artigo 5º, inciso II, da 12.016/2009, uma vez que não há recurso previsto nas Leis processuais e, por outro lado, não pode ser modificado por via de correição.
2.DOS FATOS
Processa-se perante a MM. 5ª Vara do Trabalho de Cubatão a execução da sentença proferida na reclamação trabalhista nº 00596004020075020255.
Em 07/02/2011, a impetrante recebeu Mandado de Citação e Penhora para efetuar o depósito do valor homologado fixado em R$ 376.786,81 (trezentos e setenta e seis mil, setecentos e oitenta e seis reais e oitenta e um centavos), atualizados até 01/02/2011 (doc. ______). 
Em 11/02/2011, a impetrante ofertou Seguro Garantia garantindo a execução que confiava fosse recebido pelo MM. Juízo. Ainda naquela oportunidade, evidenciou ser a garantia fidejussória equivalente a dinheiro e, portanto, crédito líquido e certo e exigível. Além disso, a garantia era 30% (trinta por cento) maior do que o crédito do reclamante (R$ 452.417,18 – quatrocentos e cinqüenta e dois mil, quatrocentos e dezessete reais e dezoito centavos) (doc. ________).
Também, na oportunidade, invocou o art. 620, do CPC, em que consagrado o direito da impetrante de se ver executada de forma menos gravosa, bem como o art. 656, Parágrafo 2º também do CPC que prevê, expressamente, o Seguro Garantia. Invocou, igualmente, jurisprudência pacificada sobre o tema (Súmula 417 do C. TST, item III).
O Juízo, por sua vez, equivocadamente determinou que a parte contrária se manifestasse quanto à garantia ofertada pela executada, ora impetrante, ainda que a execução fosse provisória.
Em 17/03/2011, o Juiz proferiu o seguinte despacho, contra o qual a impetrante se insurge nesta oportunidade (doc. ______):
“J. Em face da recusa do reclamante, intime-se a reclamada para efetuar o depósito em relação à dívida, em 10 dias, sob pena de expedição de ofício ao BACEN” (fls. 827 do processo)
Após o referido despacho, a impetrante ainda tentou obter a reconsideração do Juízo a respeito da garantia ofertada, porém, sem sucesso (doc. ______):
“J. Nada a reconsiderar. Prossiga-se” (fls. 830 do processo)
Impossível, data venia, prevalecer tal entendimento.
É incontestável a condição de hipossuficiente do exeqüente. Todavia, também é incontestável a solvabilidade da PETROBRAS, suficiente a garantir que eventual débito que se torne definitivo será, ao final, prontamente honrado pela empresa, inexistindo qualquer risco para o exeqüente.
Assim, como e porque o impetrante ofereceu Seguro Garantia, garantia fidejussória que representa crédito líquido, certo e exigível, impossível não ser aceito pelo Juiz na execução.
3 - DANO IRREPARÁVEL
O não deferimento do presente mandado de segurança, com a concessão de liminar pleiteada, caracterizará, de imediato, fundado e justo receio de que seja violado o direito da Impetrante, com flagrante e irreparável dano a esta.
4 - DO DIREITO
Como é de conhecimento de todos que trabalham nesta e/ou com esta Justiça Especializada, ao processo trabalhista se aplica, subsidiariamente, as regras que regem a execução prevista no Código de Processo Civil, conforme art. 899, da CLT.
Assim, de acordo com tais regras, ao executado é facultado nomear bens à penhora - artigos 655, XI e 656, § 2º do CPC.
É certo que o diploma legal estabelece ordem no oferecimento de bens, visando a facilidade e celeridade no pagamento ao credor.
Contudo, não é menos certo que o art. 620, do mesmo Código de Processo Civil, estabelece uma harmonia entre a celeridade e satisfação do credor com o princípio segundo o qual a execução deve ser feita de modo menos gravoso para o devedor.
Tal entendimento, inclusive, está consagrado na jurisprudência, aqui citada ilustrativamente:
“A gradação estabelecida para efetivação da penhora (CPC, art. 656, I; Lei 6.830/80, art.11) tem caráter relativo, já que o seu objetivo é realizar o pagamento do modo mais fácil e célere. Pode ela, pois, ser alterada por força de circunstância e tendo em vista as peculiaridades de cada caso concreto e o interesse das partes, presente, ademais, a regra do art. 620, CPC. Nomeação à penhora, pelo executado, de direito de crédito existente em precatório (constituição, art. 100): possibilidade, tendo em vista, ademais, que o crédito do executado é muito superior ao quanto cobrado na execução. Penhora feita no rosto dos autos” (…) (STJ-2ª Turma, RMS 47-SP, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 7.5.90, negam provimento, v.u., DJU 21.5.90, p.4.427, 1ª col.) 
Assim, ao direito do exeqüente de buscar o seu crédito de forma célere opõe-se o do executado de solver seu débito da maneira menos gravosa. Tais direitos que devem ser equilibrados.
Ato judicial que dá prevalência àquele direito do credor fere o direito líquido e certo do devedor, ensejando a concessão da segurança. Data maxima venia, o princípio protecionista que norteia o Direito do Trabalho há que ter seus limites, mormente em matéria processual.
Nesse sentido, a jurisprudência: 
75- PRINCÍPIO PROTECIONISTA DO DIREITO DO TRABALHO. LIMITES. O princípio protecionista do direito do trabalho é aquele prescrito nas próprias normas de direito material, em que o empregado encontra abrigo legal para se rebelar contra eventuais manobras patronais, não cabendo ao Juízo interpretar sempre em favor do obreiro apenas em razão da sua denominada condição de hipossuficiente, sobretudo em matéria processual, face ao elemento dialético que lhe é inerente. (g.n.) Ac. 3ªT: Julg: 16.12.96, TRT-RO: 0973/96, Publ.DJ: 10.01.97, Rel. Juiz: Grijalbo Fernandes Coutinho. Publicação Bimestral do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, Ano: 1998, janeiro/fevereiro, Boletim de Jurisprudência - Brasília, V. 11 Nº 1 – 1998)
Insistir em penhorar dinheiro da impetrante é negar vigência ao disposto nos artigos 620, 655, XI e 656, § 2º do Código
de Processo Civil.
Inegavelmente, trata-se de direito líquido e certo da impetrante, que restou violado. E aqui, a impetrante invoca o art. 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal:
Art. 5º...
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito
Mas não é só.
Negar seja efetuada a garantia por meio de Seguro Garantia, além de negar validade à regra insculpida nos artigos 620, 655, XI e 656, § 2º do Código de Processo Civil e do inciso XXXV, da Carta Magna, é negar o preconizado no próprio caput do art. 5º:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Patente a violação do caput do art. 5º, uma vez que se pretende o desrespeito aos artigos 620, 655, XI e 656, § 2º do CPC.
Nesse sentido o TST editou a Súmula 417, totalmente aplicável ao caso:
Súmula nº 417 - TST - Mandado de Segurança - Penhora em Dinheiro - Justiça do Trabalho
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado, em execução definitiva, para garantir crédito exeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista no art. 655 do CPC. (ex-OJ nº 60 - inserida em 20.09.00)
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 666, I, do CPC. (ex-OJ nº 61 - inserida em 20.09.00)
III - Em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do impetrante a determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o executado tem direito a que a execução se processe da forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC. (ex-OJ nº 62 - inserida em 20.09.00) (grifamos)
Evidentemente, o modo menos gravoso com que se deve processar a execução não irá deixar o credor desprovido de meios para alcançar o seu crédito, principalmente em face da patente solvabilidade da PETROBRAS. 
Ora, a impetrante ofereceu à constrição Seguro Garantia, garantia fidejussória em valor suficiente para garantir o pagamento do principal, atualização monetária, juros, custas, honorários e outros encargos.
Permita-se a insistência: Seguro Garantia que tem liquidez imediata. O Seguro Garantia é a garantia perfeita para presente execução. O Seguro Garantia ofertado garante, de forma eficaz, a satisfação total do julgado. Inexiste motivo lógico, razoável, econômico ou jurídico para a rejeição da nomeação feita pela impetrante. Indubitável a eficaz garantia do Juízo.
Por outro lado, resta nítida a maneira mais gravosa e injusta que se tornou a execução, ante a insistência de que a penhora recaia sobre dinheiro, além da ofensa aos artigos mencionados.
O Seguro Garantia, garantia fidejussória equivale a dinheiro, é crédito líquido, certo e exigível.
A solvência da impetrante é outro parâmetro que vai definir a liquidez do negócio, o pagamento célere e fácil quando assim o exigir a Justiça, se porventura não forem cumpridas as obrigações. E quanto a tal aspecto dúvida alguma existe ou pode subsistir.
A impetrante está em vias de ver sua conta corrente penhorada, quando entende que garantiu o Juízo de forma perfeita e estabelecida em lei.
O mestre e jurista ISIS DE ALMEIDA, em sua obra Manual de Direito Processual do Trabalho, vol. 2º, 3º edição, pág. 432 afirma:
“108. Penhora em dinheiro;
Não raro, entretanto, tem-se argumentado com o fato de que a moeda corrente, em tais condições, constitui capital de giro indispensável ao funcionamento da empresa, e sua alienação implicaria até o fechamento do estabelecimento, com dispensa de outros empregados e mesmo a declaração de insolvência. Os Juízes do trabalho têm sido sensíveis a tais ponderações, principalmente quando há bens móveis disponíveis, de fácil acesso e venda possível. Por outro lado, há que verificar a proporção em que o bloqueio de depósitos ou o próprio montante do dinheiro disponível no cofre ou caixa registradora da empresa são afetados pelo valor da penhora ...”
Ainda, a propósito, sobre a matéria, subsídio jurisprudencial em que garantida a execução por Seguro Garantia:
Especificamente sobre o tema, temos o seguinte julgado emanado deste E. Tribunal:
“Pretende a impetrante por meio desta ação de segurança, com base no inciso LXIX do art. 5º, da CF, c/c art. 1º e 7º, inciso II, da Lei nº 1.533/51, seja cassada a determinação judicial de bloqueio on line de numerário em conta corrente, bem como reconhecido o seu direito de dar em garantia à execução apólice de Seguro Garantia.
Assiste razão à impetrante. 
Consoante dispõe o art. 656, parágrafo 2º, do CPC:
Art. 656. A parte poderá requerer a substituição da penhora:
Parágrafo 2º - A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, mais 30% (trinta por cento).
Nesse contexto, verifica-se que o direito da impetrante encontra-se amparado por expressa previsão legal.
O seguro garantia, assim como a carta de fiança bancária, garantem o Juízo em sua totalidade, na medida em que ambos equivalem a dinheiro para efeito da gradação dos bens penhoráveis, estabelecida no artigo 655 do CPC. Tratam-se de institutos semelhantes, cuja principal diferença está ligada ao fato de que a carta de fiança bancária é um contrato regulado pelo sistema financeiro e o seguro garantia corresponde a uma das formas de caução que tem origem no regime securitário.
Ademais, restou provado que a penhora sobre o seguro garantia indicado pela impetrante não trará prejuízos ao exeqüente e, também, acarretará menos onerosidade ao devedor, de sorte que não havia qualquer motivo para a aludida rejeição. 
Por outro lado, é importante consignar que apenas a justificada recusa pelo credor, dos bens oferecidos à penhora pelo devedor, é que tornaria ineficaz a nomeação. Contudo, observa-se, às fls. 24/25, que a oposição manifestada pelo exeqüente apresenta-se aleatória, sem a necessária fundamentação, razão pela qual não haveria porque ser acolhida.
Assim, viola direito líquido e certo da impetrante a rejeição, por parte do MM. Juízo, do bem ofertado pela executada, como garantia à execução, confirmando-se, por conseguinte, a liminar deferida, especialmente diante da comprovada autenticidade, eficácia e exigibilidade do seguro garantia oferecido, bem assim da solvabilidade da empresa impetrante.
FACE AO EXPOSTO, CONFIRMO a liminar deferida às fls. 46, tornando definitiva a segurança, para o fim de convalidar, como garantia à execução, o seguro garantia apresentado pela impetrante. Sem custas processuais. (grifamos) (TRT 2ª Região – ACÓRDÃO SDI nº 01073/2010-4 - PROCESSO nº 11581200800002000 - Mandado de Segurança - IMPETRANTE: PETROLEO BRASILEIRO SA PETROBRAS. - IMPETRADO: ATO DO MM JUIZO DA 04ª VARA DO TRABALHO DE CUBATAO. - LITISCONSORTE: ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS)
Este é o posicionamento das Cortes do País:
“PODER JUDICIÁRIO SÃO PAULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO - 32a CÂMARA AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 1.129.045-0/6 COMARCA : SÃO PAULO - 20a VARA CÍVEL AGRAVANTE: SAB TRADING COMERCIAL EXPORTADORA S/A AGRAVADO : MACHADO MEYER SANDACZ E OPICE ADVOGADOS VOTO n° 3344 Agravo de instrumento. Honorários Profissionais Liberais. Execução. Penhora. Oferta de apólice de seguro. Indeferimento da garantia. Determinação de bloqueio e penhora 'on line' de numerário existente em conta corrente do executado. Ordem de preferência que não observa natureza taxativa. Possibilidade da aceitação da apólice de "Seguro Garantia". Decisão reformada. Recurso provido. 
(...)
Consta do despacho agravado que foi rejeitada a nomeação de apólice de seguro à penhora, sobrevindo o deferimento
da constrição sobre eventuais ativos financeiros em contas bancárias até o valor da execução, pelo sistema Bacen-Jud.
A agravante pretende a anulação da decisão agravada para que seja afastada a determinação de bloqueio 'on line' de numerário em conta corrente, alegando que "...a apólice de seguro garantia preenche todos - e não menos que todos - os requisitos do artigo 656, parágrafo 2o do CPC, garantindo mais de cento e trinta por cento do débito executado, além de prever correção monetária e incidência dos devidos encargos" (fl.12). Com razão a agravante, respeitada opinião em sentido contrário. O Sistema Bacen-Jud disponibiliza aos Magistrados Estaduais o serviço de penhora 'on line”, por meio do qual pode o próprio Julgador obter acesso a eventuais ativos financeiros do executado, determinando sua constrição para a garantia do Juízo e futura satisfação do débito, agilizando em muito o processo. Assim, ainda que o pedido formulado pudesse eventualmente constituir ameaça de ofensa ao sigilo bancário ou fiscal do agravante executado, não resta controvérsia sobre a possibilidade do Magistrado utilizar o seu poder geral de cautela para deferir o pedido de bloqueio 'on line' no intuito de prevenir lesão grave às partes e ao processo, uma vez que o Judiciário está autorizado a promover a quebra de sigilo nos casos em que ela se mostra necessária à persecução e realização da justiça. O rol disposto no art. 656 do CPC, que estabelece a ordem gradativa para nomeação de bens à penhora, objetiva tutelar os interesse do credor, a fim de que o devedor indique bens que garantam o processo executivo mais célere e que tais bens sejam facilmente alienáveis judicialmente. Todavia, poderá ser alterada a ordem legal se presentes, no caso específico, a necessidade e a adequação de tal medida. À ação de execução foi dado o valor de R$446.027,08 (cfr. fl. 33); o seguro garantia oferecido pela agravante-executada é de R$677.000,00, com vigência da apólice até 29/7/2012 (cfr. fl. 322/325).(...)
(...) A penhora pode ser feita em dinheiro depositado em instituição bancária, mas, nada justifica, data venia, a recusa na oferta de carta de fiança da seguradora J. Malucelli S.A., cujo valor segurado suplanta o da ação de execução entre as partes. Em caso semelhante ao examinado, esta Câmara, por voto do ilustre Desembargador KIOITSI CHICUTA, já assentou que: "...não havendo rigidez absoluta no rol do artigo 655 do Código de Processo Civil e, dadas suas características, a carta de fiança também facilita a realização do pagamento de forma célere e fácil. O entendimento de que ela não pode ser dada em penhora (cf. RT 765/235, citada por Theotonio Negrão, in Código de Processo Civil e legislação processual em vigor, encontra-se superado e o próprio Superior Tribunal de Justiça, em oportunidades recentes, já destacou a hipótese inversa (cf. Medidas Cautelares ns. 9.949 e 65.222, relatores os Ministros Eliana Calmon e Carlos Alberto Menezes Direito)" (Al n° 702.921/98, j . 25/5/06). Aliás, desse r. julgado se extrai a ementa no sentido de que: "Execução. Penhora. Oferta de carta de fiança. Indeferimento da garantia. Bloqueio de dinheiro existente em instituições bancárias e financeiras.Idoneidade da oferta. Ordem de preferência que não observa natureza taxativa Aceitação da carta de fiança bancária e liberação do dinheiro bloqueado Recurso provido. A carta de fiança bancária é garantia idônea para o Juízo em processo de execução, podendo, em conseqüência, ser objeto de penhora. A gradação do rol do artigo 655 do Cód. Proc. Civil é relativa e, desde que não se vislumbre prejuízo às partes, é possível aceitação de penhora que possibilita conversão em dinheiro em curto prazo de tempo e de forma simples, nada justificando que se obrigue concessionária de serviços públicos, de reconhecida idoneidade material e financeira, fique com numerário retido e em prejuízo de suas finalidades maiores". Por todo o exposto, fica provido o recurso, devendo ser tomado por termo a apólice de seguro garantia da J. Malucelli Seguradora S.A., liberando eventual depósito bloqueado, o que será feito na origem. Ante o exposto, dou provimento ao recurso” (grifo nosso)
Portanto, em face de permissivo legal expresso, admite-se o seguro judicial que se constitui em modalidade plenamente satisfatória e apta a garantir o Juízo a ser dada por instituição idônea regularmente autorizada pela SUSEP nos termos da Circular 232/2003.
Ademais, note-se que a referida garantia será acrescida de 30% do valor executado. Logo, negar à executada a utilização da referida garantia é privá-la de seus bens sem a observância do devido processo legal.
E a execução, em face da impetrante, está em seu início. Não causará nenhum prejuízo ao exequente o fato da executada por meio de Seguro Garantia, garantia fidejussória líquida e exigível, garantir o Juízo.
Por outro lado, haverá nítido prejuízo para a executada.
É inegável haver o MM. Juiz da execução praticado ato atentatório a direito líquido e certo da impetrante, direito líquido e certo que é assegurado pelo art. 5º, inciso LIV, da Constituição Federal.
E ao Juiz cabe aplicar a lei, não o contrário.
Nítida, pois, a lesão a direito líquido e certo da impetrante, a justificar o presente mandado. 
5 - DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA
Revelado o direito líquido e certo da impetrante e revelada a ameaça a este direito, o presente mandado se justifica.
Mais: não há nas leis processuais previsão de recurso do qual poderia se utilizar a impetrante.
6 - DA NECESSIDADE DA MEDIDA
Justifica-se plenamente a impetração do presente “mandamus”, pois a impetrante está em vias de ter penhorada sua conta corrente acarretando-lhe nítido prejuízo. 
O Seguro Garantia, ao contrário, quando transitada em julgado a decisão, imediatamente se transformará em numerário para ser transferido ao patrimônio do exequente.
O Seguro Garantia representa o valor da execução acrescido de 30% do valor executado e a qualquer momento poderá ser exigido pelo exequente, desde que ocorram as condições para que o mesmo adentre ao seu patrimônio. Em última análise, também representa o valor da execução em dinheiro, sem que com isso sejam bloqueados valores da impetrante.
7 - DA LIMINAR
A impetrante requer, seja concedida MEDIDA LIMINAR, com fundamento no inciso II, do art. 7º, da Lei nº 1533/51, por se tratar de pedido de relevante fundamento.
A LIMINAR poderá ter por efeito IMEDIATA AUTORIZAÇÃO para que a impetrante obtenha o direito de garantir o Juízo da execução com o Seguro Garantia, no valor de R$ 376.786,81 (trezentos e setenta e seis mil, setecentos e oitenta e seis reais e oitenta e um centavos), acrescidos 30% (trinta por cento), o que totaliza R$ 452.417,18 (quatrocentos e cinqüenta e dois mil, quatrocentos e dezessete reais e dezoito centavos), cuja apólice será juntada nos autos em até 72 horas a partir do deferimento do pedido.
A relevância dos motivos em que se assenta o pedido de liminar e a possibilidade de ocorrência de lesão irreparável ao direito da impetrante estão devidamente demonstrados na legislação apontada nesta inicial, que evidenciam, a toda prova, a ilegalidade de não se aceitar, como garantia da execução, o Seguro Garantia ofertado, tornando-se mais gravosa a execução.
8 - DOS REQUERIMENTOS FINAIS 
Ante o exposto, requer a IMPETRANTE:
a) concessão de liminar “inaudita altera pars”, determinando-se à autoridade coatora que não proceda a penhora ou constrição de outros bens da impetrante até o julgamento definitivo da presente medida;
b) julgamento final do presente “mandamus” quando deverá ser julgado procedente para que o Seguro Garantia seja considerado definitivamente garantia do Juízo;
c) seja notificado para integrar a lide na condição de litisconsorte necessário:
1) EDVALDO MACEDO DO NASCIMENTO, brasileiro, casado, nascido em 03/12/1955, filho de Josefa Macedo Nascimento, portador do RG nº 358.239 e inscrito
no CPF sob o nº 972.658.458-20 residente e domiciliado na Rua José Calixto do Carmo, 164, ap. 31, Bairro Aviação, Praia Grande/SP, CEP 11702-690. 
Requer, ainda, seja dada a ciência a DD. Autoridade coatora para que preste as informações necessárias no prazo legal.
Finalmente, requer que as publicações do presente feito sejam efetuadas em nome da Dra. LILIAN KILL DAMY CASTRO, OAB/SP 190.984, requerendo seja feita a competente anotação no rosto dos autos e Sistema.
Dá-se a presente para efeitos fiscais, o valor de R$ 20.000,00.
Termos em que,
Pede e espera Deferimento.
Santos, 18 de abril de 2011.
	Lilian Kill Damy Castro
	Vidal Sion Neto
	OAB/SP 190.984
	OAB/SP 82.618
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GERÊNCIA REGIONAL JURÍDICO BACIA DE SANTOS-SUL
	
Rua D. Pedro II, 25 a 29 – 1ª andar
CEP 11010-080 – Centro – Santos - SP
Telefone: (13) 3249-7111 – FAX: (13) 3249-7114

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