Buscar

apostila materiais I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS I 
 
 
A FUNÇÃO DA LOGÍSTICA 
 
É um fato econômico conhecido que os recursos e os consumidores estão espalhados numa 
ampla área geográfica. Além disso, os consumidores não residem perto dos bens ou produtos que 
necessitam e as unidades de transformação, em geral, estão afastadas das fontes de matérias-primas 
que utilizam no processo produtivo. 
A concepção de agrupar atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços para 
administrá-las de forma coletiva foi uma evolução do pensamento administrativo e elevou ao 
conceito de administração logística. 
Podemos entender a logística com a gestão dos inventários, estejam eles imobilizados em 
lugar ou movimentando-se entre pontos, ao longo de fluxo de materiais que vai desde o fornecedor 
da matéria-prima até o ponto final de consumo. 
Na década de 80, as empresas estavam mais abertas a pensar nos componentes logísticos, 
tais como fornecedores, compras, administração de materiais e distribuição física em forma isolada, 
do que no processo do qual aqueles componentes eram parte. Houve em evolução notável nas duas 
últimas décadas, especialmente pelo desenvolvimento das tecnologias de informação. 
 
Definição de Administração Logística 
 
Processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e armazenamento eficiente e eficaz 
em termos de custos, dos bens, serviços e informações relacionadas desde a origem até o 
consumidor, com o objetivo de obedecer às exigências dos consumidores. 
Assim, pode-se considerar que para as empresas que fabricam e/ou distribuem produtos, a 
logística é o processo-chave dos negócios para entregar serviço aos consumidores. 
 
Componentes do Processo Logístico 
 
A partir das definições anteriores, pode-se tentar identificar as atividades que formam parte 
desta função, com o objetivo de agrupar todos os elementos que podem ser administrados em 
conjunto. O gráfico seguinte é orientado nesse sentido. Ele identifica um sistema de transformação 
que possui, como todo sistema, entradas e saídas. O fluxo de entrada é chamado de fluxo inbound 
ou fluxo de suprimento físico e o de saída fluxo outbound ou fluxo de distribuição física. 
 2 
Fontes de 
Matérias-Primas 
Unidades de 
Transformação 
 
Mercado 
 
 
Fluxo Inbound Fluxo Outbound 
FORNECIMENTO FÍSICO DISTRIBUIÇÃO FÍSICA 
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 
 
 
 
 
 
 
Obtenção Transporte 
Transporte Armazenagem 
Armazenamento Movimentação 
Movimentação Inventários 
Inventário Processamento de Pedidos 
Processamento de Pedidos Planejamento da Distribuição 
Planejamento da Produção Embalagem 
Compras, Embalagem Informação 
Informação 
 
 
Conforme Ballou, a logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e 
armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos (bens e serviços) desde o ponto de aquisição da 
matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os 
produtos (bens e serviços) em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço 
adequados aos clientes e um custo razoável. 
Essa definição identifica atividades primárias, ou seja, transporte, manutenção de estoques 
e processamento de pedidos, formando o ciclo crítico de distribuição que pode ser representado 
pelo gráfico seguinte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As atividades de apoio que suportam as atividades primárias são: a armazenagem, a 
movimentação de materiais, a obtenção, as embalagens, a tecnologia de informação e a 
programação de produtos. Outros autores acrescentam às anteriores inúmeras outras atividades, que 
podem levar a listagem das atividades logísticas a ter 20 ou mais componentes. Vejamos: 
• Armazenagem. 
• Compras/Suprimentos 
Transportes
Nível
de
Serviços
M
an
ut
en
çã
o 
de
 E
sto
qu
es
Processam
ent
o de D
ados
 
 3 
•Disposição de Refugos. 
• Distribuição Física. 
• Embalagens/Paletização/Fracionamento. 
• Emissão e Processamento de Pedidos. 
•Faturamento. 
• Gestão de Inventários. 
• Localização Industrial. 
• Logística Reversa. 
• Movimentação de Materiais. 
•Previsão de Demanda. 
• Serviço ao Cliente. 
• Suporte de Peças e Serviços. 
• Transporte. 
 
Desenvolvimento da Logística no Período 1950/2000 
 
O desenvolvimento histórico da logística pode ser dividido em três períodos de 
características diferentes: antes de 1950, 1950/1980, e posterior a 1980. 
Período anterior a 1950: desde o ponto de vista empresarial não houve grandes avanços 
em razão das empresas fragmentarem a administração dos componentes-chave do que hoje se 
chama função logística e porque faltava uma filosofia dominante para guiar qualquer esforço nessa 
direção. 
Porém, no campo militar, especialmente durante a 2ª Guerra Mundial, o mundo tomou 
conhecimento das maiores operações logísticas da História nas campanhas norte-americanas no 
Pacífico, na invasão da Normandia pela Forças Aliadas, em 1944, e nas operações de bombardeio 
sobre a Alemanha Nazista realizadas por militares de aeronaves, exigindo uma altíssima 
coordenação. 
O desenrolar da guerra permitiu o desenvolvimento do transporte conteinerizado a partir da 
concepção do próprio container, assim como a otimização do transporte ferroviário, marítimo e 
aéreo. As empresas não aproveitaram a experiência acumulada e as técnicas desenvolvidas na 
guerra até alguns anos depois. 
Período 1950-1980: com o desenvolvimento do marketing, as décadas de 50 e 60 
representam o período de decolagem da logística. Ainda na década de 50 foi realizado um estudo 
para determinar o papel do transporte aéreo na distribuição física, quebrando um antigo paradigma 
relacionado com o custo elevado desse modal de transporte. Ficou claro que a rapidez do transporte 
aéreo permitia reduzir estoques, e, com isso, o custo total da cadeia. Esse conceito passou a ser 
conhecido como o conceito do custo total, tornando-se um importante argumento para o 
agrupamento lógico de atividades nas empresas. 
Alguns fatores que ajudam nesse período foram a alteração dos padrões e atitudes de 
demanda dos consumidores, a pressão de custos sobre as indústrias, os avanços na tecnologia de 
informação e a influência da logística militar. 
É um período de crescimento para a logística. Os fatos de maior impacto na economia 
mundial desse período foram as duas crises do petróleo, os últimos anos da Guerra do Vietnã, o 
dramático avanço da tecnologia de informação, o desenvolvimento do sistema de transporte 
multimodal, a formação de blocos econômicos regionais, o crescimento do comercio mundial e o 
fantástico crescimento dos fluxos financeiros internacionais nas décadas de 80 e 90. 
As crises do petróleo forçaram as empresas a se preocuparem com os custos e com a 
produtividade, motivo pelos quais os assuntos relacionados com a logística passaram a ser 
relevantes para a alta direção, esse elevado grau de interesse acabou levando à logística integrada, 
 4 
coisa que não tinha acontecido nas décadas anteriores, quando o tema dominante era a distribuição 
física. 
Como foi desenvolvido um interesse similar do lado de compras, essa função começou a 
ser entendida dentro do contexto maior da administração de materiais. A integração da distribuição 
física e da administração de materiais para constituir única função aconteceu em finais dos anos 80 
e princípios dos 90. 
Período posterior a 1980: a incorporação dos avanços da tecnologia de informação e das 
telecomunicações levou, naturalmente, a expandir o conceito tradicional de logística, com a 
inclusão dos fornecedores dos fornecedores e dos clientes dos clientes, para chegar ao conceito de 
SCM, ou Supply Chain Management ou Gestão das Cadeias de Suprimentos. 
A incorporação dos serviçosda Internet, por sua vez, promoveu o desenvolvimento de 
novas soluções e conceitos na procura de colaboração e visibilidade nas operações dos membros das 
cadeias, objetivando atingir elevados níveis de atendimento e de redução de custos operacionais, 
por intermédio do melhor uso dos recursos e da agregação de valor para o consumidor. 
 
Relação entre Logística e Marketing 
 
O composto de comercialização ou marketing mix está formado por quatro variáveis que 
são controláveis pela empresa: produto, preço, promoção e canais de distribuição, lugar ou praça. 
Por esse motivo, essas variáveis são conhecidas como os 4P, que, quando combinados de certa 
maneira para atacar determinado segmento de mercado, definem uma estratégia de marketing. 
A logística, por sua vez, tem alguns componentes básicos conhecidos, tais como: o 
transporte, a armazenagem, o processamento dos pedidos, o custo de inventários e o nível de 
serviço a ser prestado ao cliente. 
Quando o departamento de marketing define sua estratégia, está definindo os canais que 
utilizara e o nível de serviço que prestará. Se o pessoal de marketing não discute com o pessoal de 
logística se o compromisso a ser tomado é possível de ser executado, o cliente poderá sofrer atrasos 
nas entregas, poderá haver faltas de produtos e/ou outras falhas próprias da falta de integração entre 
as duas funções. 
Objetivos do Marketing: alocar recursos ao composto de comercialização ou marketing 
mix para maximizar a rentabilidade da empresa no longo prazo. 
Objetivo da Logística: minimizar o custo total, para determinado nível de serviço ao 
cliente, ou seja, minimizar a seguinte equação: 
Custo Total = Custo Transporte 
+ Custo Armazenagem + Custos Processamento de Pedidos + 
 Custos por Tamanho dos Lotes + Custo de Inventário 
 
 
Logística: Uma Função Estratégica 
 
O quadro seguinte indica claramente que, sendo o objetivo final de qualquer organização a 
satisfação do cliente, a decisão do nível de serviço ou nível de atendimento ao cliente é uma decisão 
de longo prazo e vital para os interesses dessa organização. 
Basicamente a decisão estratégica relacionada com o nível de serviço deve responder à 
pergunta: “quais são os requerimentos de serviços para cada segmento de clientes?”. 
 
 
 
 
 
 5 
 
 
 
 Objetivos Empresarias 
 Estratégia de Marketing 
 Exigência de Serviço 
 
 Fazer/Comprar 
 Número/Local/Tamanho instalações 
 Modo de Transporte 
 Grau de automação 
 Layout/Desenho instalações 
 Organização 
 Ligações Fornecedores/Cliente 
 
 
 Seleção de lugar 
 Disposição dos Inventários 
 Seleção Fornecedor/Transportador 
 Capacidade dos sistemas 
 Papéis e responsabilidades 
 
 Políticas operacionais 
 Normas de controle operacional 
 Procedimentos operacionais 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS ESTRATEGICOS DAS ORGANIZAÇÕES 
 
Diversos fatores têm transformado o final da década de 90 e o inicio do século XXI em um 
período de desafios e oportunidades para o executivo de logística. O elevado custo associado às 
atividades de logística, a concorrência em mercados maduros e a preocupação com a satisfação do 
cliente têm aumentado a compreensão da alta gerencia da importância da logística para atingir os 
objetivos corporativos. Ao mesmo tempo, a globalização das fontes de suprimentos, produção, 
demanda e concorrência tem aumentado o interesse da alta direção pela função logística, que com a 
incorporação das modernas tecnologias de informação e telecomunicações tem se expandido na 
direção da gestão das cadeias de suprimentos. 
O planejamento estratégico é o processo de identificar os objetivos de longo prazo da 
organização e definir os caminhos ou estratégias para atingi-los, atendendo às expectativas dos 
acionistas. A missão e o plano estratégico fornecem direção para as atividades táticas e 
operacionais. 
A decisão empresarial deve ser a de gerar vantagens competitivas sustentáveis e mantê-las 
a longo prazo, focalizando as exigências dos clientes e capitalizando as oportunidades que o 
mercado oferece. O plano estratégico deve antecipar as expectativas de serviço dos clientes atuais e 
futuros. 
 
ESTRATÉGICO 
ESTRUTURAL 
FUNCIONAL 
OPERACIONAL 
 6 
Alternativas Para Atingir os Objetivos Organizacionais 
 
As estratégias para atingir os objetivos propostos devem levar em consideração o conceito 
de agregação de valor e o nível de serviço aos clientes. A partir dele poderá ser desenvolvido todo o 
processo de planejamento. 
A formulação de objetivos inicia-se com a seleção dos mercados-alvo, sendo o passo 
seguinte o da formulação de objetivos e estratégias de canais. Um canal de distribuição pode ser 
definido como um conjunto de unidades organizacionais, internas e externas à empresa, que 
realizam funções que incluem compra, venda, transporte, sortimento, financiamento, gestão de risco 
e fornecimento de informação de mercado. 
É necessário que o executivo de logística seja envolvido na definição desses objetivos e 
estratégias, visto que o custo logístico tem um impacto importante no custo final de produto e o 
serviço ao cliente definido deve ser viável, coisa que só o pessoal envolvido com as operações 
logísticas pode avaliar. 
 
 7 
 
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS 
 
 
Os Recursos 
 
 Antes de começarmos o estudo da administração de materiais, veja estes dados: 
- 16% do programa de produção não pode ser executado em virtude de falta de ferramentas 
destinadas a produção; 
- 30% a 60% do estoque de ferramentas está espalhado pelo chão da fábrica, perdido, 
deteriorando-se ou não disponível ( dentro de caixas de ferramentas pessoais); 
- 20% do tempo dos operadores é desperdiçado procurando por ferramentas. 
- 40% a 80% do tempo do encarregado é perdido procurando e expedindo materiais e 
ferramentas; 
- o orçamento anual para ferramentas, gabaritos, acessórios gastos com fornecedores e 
ferramentas de reservas numa empresa metalúrgica é 7 a 12 vezes maior que o orçamento do 
equipamento total. 
Do acima exposto se depreende a importância de bem gerir os materiais, ferramentas 
manuais e ferramental no processo produtivo, que são recursos usualmente escassos em todas as 
empresas. A gestão de tais recursos com o objetivo de minimizar desperdícios é parte essencial da 
Administração de Recursos. 
 
 
Administração De Recursos 
 
A administração de recursos materiais engloba a seqüência de operações que tem inicio 
na identificação do fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e 
acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como 
produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo da administração de materiais 
 
 A administração de recursos patrimoniais trata da seqüência de operações que, assim 
como a administração dos recursos materiais, tem início na identificação do fornecedor, passando 
pela compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação e manutenção. 
 
 
Transporte Clientes 
Expedição 
Armazenagem do 
produto acabado 
Movimentação 
interna 
Sinal de demanda 
Identificar 
Fornecedor 
Comprar 
Materiais 
Transportar Recebimento 
e 
 8 
Fatores de Produção 
 
É importantíssimo que desde já definamos o que vem a ser recursos. MARTINS, 2003, 
define por recurso tudo aquilo que gera ou tem a capacidade de gerar riqueza, no sentido econômico 
do termo. Dessa forma, os clássicos fatores de produção – capital, terra (ou natureza) e trabalho – 
são recursos e, como tal, devem ser administrados. 
 Assim um item de estoque é um recurso, pois, agregado a um produto em processo, irá 
constituir-se em umproduto acabado, que deverá ser vendido por um preço superior ao somatório 
de todos os custos incorridos em sua fabricação. 
O capital, sob a forma de numerário, é o recurso mais facilmente reconhecido, por sua 
característica de liquidez, que faz com que ele possa ser utilizado inclusive na aquisição de outros 
recursos. 
 A tecnologia é um recurso que ganha importância a cada dia. Assim, tecnologias mais 
avançadas produzem um diferencial que possa ser transformado em algum tipo de vantagem 
econômica, como maior lucro. 
 
 
BENS: Por transmitirem a idéia de que são capazes de gerar produtos e serviços e, portanto, 
produzir riquezas, os bens são muitas vezes considerados como sinônimos de recursos. Assim, um 
automóvel, considerado como um bem móvel pode ser utilizado na prestação de um serviço com 
valor econômico, e como tal é um recurso. 
 
PATRIMONIO: Pode ser conceituado como um conjunto de bens, valores, direitos e obrigações de 
uma pessoa física ou jurídica que possa ser avaliado pecuniariamente e que seja utilizado na 
consecução de seus objetivos sociais. 
Administrar o patrimônio significa gerir os direitos e obrigações, ou, de outro modo, os ativos e 
passivos da empresa. Muitas vezes o passivo é maior que o ativo, gerando o que se denomina 
patrimônio liquido negativo. 
 
 
 
 
 
Recursos Tecnologicos 
 
Praticamente todos os teóricos da área de administração de materiais são unânimes em 
considerar a tecnologia como um fator de produção, ao lado dos recursos clássicos natureza, 
trabalho e capital. Dessa forma, nada mais oportuno que uma análise um pouco mais detalhada 
dos recursos tecnológicos. 
Ao ouvir a palavra tecnologia, em geral a associamos com algo intangível incorporado a 
entidades concretas, a bens físicos, como máquinas, ferramentas e produtos químicos. Na realidade, 
a tecnologia abrange bem mais que isso – ela é o corpo de conhecimentos com o qual a empresa 
conta para produzir produtos ou serviços. 
Profissionais de administração falam cada vez mais na organização que aprende (learning 
organization), isto é, que dedica uma parcela considerável de seus esforços no sentido de utilizar as 
experiências do cotidiano como fonte de feedback de seu conhecimento acumulado, possibilitando 
acertos de rumos em função de novos conhecimentos adquiridos. 
O ciclo PDCA ( plan, do, control and act) de Edward Deming, um dos principais gurus da 
qualidade, é uma forma de agir que resume de maneira simples o ciclo de renovação e acumulação. 
Ele serve tanto para a implementação de novas idéias como para resolução de problemas. 
Patrimônio Liquido = Ativo - Passivo 
 9 
Os recursos tecnológicos da empresa devem ser planejados (P), desenvolvidos ou adquiridos 
(D), controlados © e ter ações (A) sobre eles tomadas de acordo com informações geradas interna 
ou externamente à empresa. Só se sai do ciclo depois de atingidos os objetivos 
 
 
 
O Ciclo PDCA: 
 
 
 
 
 
 
 
Os principais recursos tecnológicos, que afetam o dia-a-dia das organizações são: tecnologia do produto, 
tecnologia do processo, tecnologia da informação e tecnologia da gestão. Eles interferem diretamente no 
produto, no serviço, nos processos, na própria gestão da informação. 
 
 
1.3.1 TECNOLOGIA DO PRODUTO: O desenvolvimento de uma nova tecnologia, ou o 
aprimoramento de uma já existente, só se dá quando necessário. Alguns problemas enfrentados no manejo 
dos materiais – por exemplo, excesso de produtos e falta de espaço para armazena-los – levaram a criação 
das atuais tecnologias de administração de materiais. Além disso, é preciso que a tecnologia seja viável e 
que haja algum conhecimento para lhe dar continuidade (know-how). Tempo, dinheiro e mão de obra são 
também fatores imprescindíveis para que haja inovação tecnológica. 
1.3.1.1 Metodologia PRP (Product Realization Process): O fluxo de uma empresa pode ser apresentado 
como um conjunto de entradas, que são então processadas gerando um conjunto de saídas, ligado por uma 
realimentação, ou feedback: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3.2 TECNOLOGIA DO PROCESSO: Processo são seqüências estruturadas de atividades que, por 
meio de ações físicas, comportamentais e/ou de informações, permitem a agregação de valor a uma ou mais 
entradas, transformando-as em uma ou mais saídas que representam um estado diferenciado do original, Ou, 
segundo Hammer, processo é simplesmente a reunião de tarefas ou atividades isoladas para alcançar certos 
resultados. Como os processos são sistemas ou subsistemas de um sistema mais amplo, estudaremos suas 
características. 
 
1.3.2.1 Classificações e Características dos Sistemas 
a) Sistemas Abertos: Se relacionam com outros sistemas, eles dependem dos outros sistemas 
quanto à energia de que necessitam ( comida, energia elétrica, gasolina, entrada de dados) e 
sua saída afeta outros sistemas (TV, poluição, buraco na camada de ozônio). 
P 
D A Planeje 
Controle 
Adquira Aja C 
 
 
PROCESSO INSUMOS 
PRODUTOS 
SERVIÇOS 
FEEDBACK 
O Fluxo de uma Empresa: 
 10 
b) Sistemas Fechados: são sistemas independentes, não consomem entradas nem geram saídas. 
No sentido estrito, os sistemas fechados não existem, mas às vezes, para fins de análise 
teórica, algumas máquinas, grupos sociais ou organismos são entendidos como tal. 
Os sistemas também podem ser classificados por seus resultados: 
Sistemas de resultados diretos: é o sistema em que o produto/serviço gerado por si só já 
garante o resultado, como o automóvel que deixa uma linha de produção, ou download que se 
fez da Internet. 
Sistemas de resultados indiretos: é aquele em que o produto deve ser projetado para ser o mais 
adequado a fim de atingir um resultado, mas esse resultado só será conhecido depois de algum 
tempo. Um caso clássico desse tipo de sistema acontece com os alunos que deixam uma 
universidade: o resultado do estudo universitário não pode ser mensurado no mês seguinte à 
formatura – muitos passarão um tempo no exterior, outros demorarão a escolher uma área, e 
outros ainda não encontraram empregos. 
Sistema de resultado desconhecido: ocorre quando eventualmente se pode aquilatar (aferir 
valor) o resultado, mas a comprovação prática desse resultado é extremamente improvável. Um 
sistema de evacuação de uma cidade no caso de um ataque nuclear é um exemplo: por mais que 
se treinam as pessoas, a prática do sistema é imprevisível e pode ser completamente diferente do 
planejado. 
 
 Todos os sistemas têm características em comum. Os componentes interagem harmoniosamente 
entre si, formando uma rede de elementos interdependentes constituindo um todo. Todos os elementos estão 
integrados; se houver um elemento presente que não interaja, ele não faz parte do sistema. Quando um ser 
humano morre ou um automóvel é destruído eles deixam de ser sistemas, porquês suas partes não mais 
interagem de forma a assegurar as funções originais do sistema. O sistema deixa de aceitar entradas e, 
portanto, não há mais saídas. 
Nos grandes sistemas nem todos os componentes são igualmente importantes; alguns são essenciais, 
mas outros podem perder-se sem perturbações significativas. Nessa característica baseiam-se algumas das 
intervenções da administração, como a análise de valor, em que, por meio da análise funcional, elementos de 
um sistema são redimensionados, combinados ou até eliminados se prejuízo da função principal,; e a 
reengenharia de processos, que com o auxílio da análise de custos ABC, pode fazer simplificações dos 
processos atuais, sem perder as perspectivas de demandas diferentes do ambiente a médio prazo. 
Com base na afirmação de que todo sistema tem uma função ou propósito em relação a seu 
ambiente, pode-se formular uma definição do que vem a ser um sistema: 
Sistema é um quadro de elementos inter-relacionados para desempenhar funções ou atingir objetivos.1.3.3 TECNOLOGIA DE GESTÃO: Gestão ou administração é o processo de conseguir que as 
atividades sejam feitas de forma eficiente e eficaz com e por meio de outras pessoas. As funções clássicas da 
administração são planejamento, organização, direção (ou ativação) e controle. 
É cada vez maior o número de empresas que estão implantando os chamados softwares de gestão integrada ( 
a exemplo do SAP, BAAN, MAGNUS, etc), que vem exigindo a identificação e a análise crítica de seus 
processos, para que a implantação possa ocorrer com sucesso. Isso tem exigido verdadeiras mudanças na 
cultura organizacional, passando do funcional para o foco nos processos de negócios. 
 
1.3.4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: O que mais se comenta é que vivemos na era da 
informação. A evolução dos computadores, decorrente do desenvolvimento de microprocessadores cada vez 
mais potentes, colocou-nos numa fase em que a gestão do fluxo de informações – de bens intangíveis – passa 
a ser mais importante que a gestão dos bens tangíveis, como estoques e instalações. Os recursos de 
informação incluem mais do que a informação em si, é ao mesmo tempo entrada (input) e saída (output) do 
sistema. Para uma gestão do processo, devemos considerar também: 
 11 
a) Hardware: é todo equipamento utilizado na coleta, processamento e distribuição de 
informação. Assim, são hardwares, por exemplo, as unidades centrais de processamento 
(CPU), os teclados, discos rígidos, monitores e modems. 
b) Software: são os programas, em linguagens específicas, sem os quais os computadores nada 
fazem; 
c) Dados: os computadores usam base de dados ( ou banco de dados) cada vez maiores. A 
tendência é as empresas disporem de uma única base de dados, trabalhando com softwares 
de gestão integrada, isto é, todas as áreas da empresa, acessam a mesma base. 
d) Especialistas de Informações: o aparecimento de uma nova tecnologia traz sempre consigo o 
surgimento de especialistas que ou são seus criadores, ou foram treinados e desenvolvidos 
para fazê-los funcionar. 
e) Usuários da Informação: o verdadeiro impacto da revolução da informação é medido pela 
extensão que esta ocupa na vida do cidadão comum, que passa cada vez mais a ser, ele 
próprio, um usuário da informática. Nas empresas surge o colaborador do conhecimento, 
com domínio sobre as novas formas de obtenção dos objetivos organizacionais, 
principalmente a partir da tecnologia de informação e de todos os recursos que ela 
disponibiliza como softwares atuais. 
 
 
AFINAL... O QUE É ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS? 
 
O conceito de se ter um departamento responsável pelo fluxo de materiais a partir do 
fornecedor, passando pela produção até o consumidor é relativamente novo. Embora muitas 
empresas tenham adotado esse tipo de organização, há ainda diversas que não o fizeram. Se as 
empresas desejam minimizar seus custos totais nessa área e prover melhor nível de serviços ao 
cliente, devem agir desse modo. 
 O nome geralmente dado a essa função é administração de matérias. Outros nomes incluem 
planejamento e controle da distribuição e administração de logística, mas trabalharemos com 
administração de materiais 
 VIANA, 2001, define Administração de materiais como planejamento, coordenação, direção 
e controle de todas as atividades ligadas à aquisição de materiais para a formação de estoques, 
desde o momento de sua concepção até seu consumo final. 
 Administração de materiais é uma função coordenada responsável pelo planejamento e 
controle do fluxo de materiais.. Seus objetivos são: 
- Maximizar a utilização de recursos da empresa 
- Fornecer o nível requerido de serviços ao consumidor. 
 
Administração de materiais pode fazer muito para melhorar os lucros de uma empresa. A 
conta de Resultado (Lucros e Perdas) de uma empresa hipotética poderia ser como segue: 
 
 R$ (mil) % 
Receitas (Vendas) 1.000.000 100 
CMV 
Materiais Diretos 500.000 50 
Mão de obra direta 200.000 20 
Custos indiretos de fabricação 200.000 20 
Total CMV 900.000 90 
Lucro Bruto 100.000 10 
 
Mão-de-obra direta e materiais diretos são custos que crescem ou decrescem segundo a 
quantidade vendida. Os custos indiretos (e todos os outros custos) não variam diretamente segundo 
 12 
as vendas. Para simplificar, assume-se nesta seção que os custos indiretos são constantes, embora 
sejam expressos inicialmente como uma porcentagem das vendas. 
Se, em um departamento de administração de materiais, o custo de materiais diretos puder 
ser reduzido em 10% e a mão-de-obra direta em 5%, o aumento nos lucros será 
de: 
 
 
 R$ (mil) % 
Receitas (Vendas) 1.000.000 100 
CMV 
Materiais Diretos 450.000 45 
Mão de obra direta 190.000 19 
Custos indiretos de fabricação 200.000 20 
Total CMV 840.000 84 
Lucro Bruto 160.000 16 
 
Reduzir custos contribui diretamente para o lucro. Aumentos em vendas fazem crescer os 
custos diretos de mão-de-obra e de material, de modo que o lucro não pode crescer diretamente. 
 
Objetivos da administração de materiais 
 
A importância da boa administração de materiais pode ser mais bem apreciada quando os 
bens necessários não estão disponíveis no instante correto para atender às necessidades de produção 
ou operação. Como jovem engenheiro num grande fabricante de eletrodomésticos, achava 
particularmente dramático observar uma linha de montagem de geladeiras com 200 pessoas paradas 
devido a falta de um componente barato ou de uma peça para manutenção de parte da linha de 
produção. Os 200 operários eram pagos pelo mínimo de meio dia da tabela de salários do sindicato, 
fossem ou não fossem produzidas geladeiras. 
È desnecessário dizer que requisitos de nível de serviço são particularmente altos para 
suprimento de matéria-prima. Mesmo quando os requisitos de operação são atendidos, pode-se 
notar a existência de administração inadequada de materiais. Por exemplo, podem existir altos 
custos de transporte de materiais que devem ser expedidos para atender à programação operacional, 
níveis excessivos de estoques de matérias-primas e peças de reposição para garantir disponibilidade 
ou altos custos de comunicação para transmissão e acompanhamento dos pedidos. 
Boa administração de materiais significa coordenar a movimentação de suprimento com as 
exigências de operação. Isto significa aplicar o conceito de custo total às atividades de suprimento 
de modo a tirar vantagem da oposição das curvas de custo. Ou seja, o objetivo da administração de 
suprimento é semelhante à administração da distribuição física. Afinal de contas, a distribuição de 
uma firma é o suprimento de outra! Eles diferem na forma com que a demanda pelo fluxo de 
produtos é gerada e a importância relativa de cada atividade. 
 
 
 
 
 13 
 
AQUISIÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS 
 
 
A aquisição de recursos ou bens materiais, quer sejam produtivos (aqueles que se 
incorporam ao produto final), não-produtivos (não se incorporam ao produto final) ou itens de 
revenda, é tratada pelas empresas de uma forma mais simples, por meio de seus departamentos (que 
também são chamados de diretorias, divisões ou setores) de compras ou de suprimentos, embora 
essa ultima designação seja menos comum. Por tratar-se da situação mais comum, encontrada em 
praticamente toda empresa, independente de seu porte, esse tema constitui o cerne desta parte do 
livro. 
 
Recursos Materiais 
Recursos materiais são os itens ou componentes que uma empresa utiliza nas suas 
operações do dia-a-dia, na elaboração do seu produto final ou na consecução do seu objetivo social. 
Como tal são adquiridos regularmente, constituindo os estoques da empresa. Eles podem ser 
classificados em materiais auxiliares, matéria-prima, produtos em processo e produtos acabados. 
Os materiais auxiliares são os materiais que não se incorporam ao produto final. Óleosde 
corte, materiais de escritório e manutenção são classificados como materiais auxiliares. São também 
chamados de materiais indiretos ou não-produtivos. 
Os materiais que se incorporam ao produto final, incluindo os de embalagem, são 
classificados como matéria-prima. São também chamados de materiais diretos ou produtivos. 
Os produtos em processo são os materiais que estão em processo de fabricação. Muitas 
pessoas dizem corriqueiramente que eles são os produtos que estão “no meio” da fábrica. 
Os produtos acabados são os materiais, agora já sob a forma de produto final, prontos para 
serem comercializados ou entregues, caso tenham sido feitos sob encomenda. Os produtos acabados 
são bem conhecidos por nós em nosso dia-a-dia e itens como os de revenda enquadram-se nessa 
categoria. 
 
Organização 
A importância e, conseqüentemente, a organização da área de compras na empresa estão 
diretamente ligadas à participação no custo do produto ou serviço vendido, dos itens comprados. É 
usual tal participação chegar a 80% do custo final, como no caso das montadoras, onde 
normalmente o chefe da área de compras tem status de diretor. 
No inicio do processo de industrialização, a participação dos itens comprados era muito 
baixa, da ordem de 10 a 20% do custo final. Com a diminuição da participação dos artesões no 
processo industrial, a compra de componentes passou a crescer de forma contínua até os dias de 
hoje e, conseqüentemente, aumentando a importância das compras no processo como um todo. 
A função de comprador era, até recentemente, atribuição do dono da empresa, que 
negociava desde as condições de pagamento até prazos de entrega. Conhecedor que era da 
importância das compras na formação dos custos e na obtenção do lucro, só recentemente abriu mão 
de tais funções, delegando-as a compradores profissionais. Foram então surgindo nas empresas as 
áreas de compra, organizadas das mais variadas formas. 
Hoje em dia é tendência manifesta nas empresas a organização voltada por processos, em 
detrimento da organização voltada para as tarefas. Toda atenção deve ser dada às atividades que 
agregam valor ao produto já que aquelas que não agregam valor somente são justificadas se 
existirem para atender exigências fiscais e/ou legais. Na identificação dos macro ou megaprocessos 
de uma empresa, é praticamente certa a existência do processo de compras ou procurement, 
independentemente do seu porte e objetivo. 
 
 14 
O Sinal da Demanda 
O sinal da demanda é a forma sob a qual a informação chega à área de compras para 
desencadear o processo de aquisição de bem material ou patrimonial. No caso de bens patrimoniais, 
o sinal pode vir, por exemplo, de um estudo de viabilidade ou de uma necessidade de expansão. Já 
no caso de obras publicas, ele pode ser resultado, entre outros, de um estudo de mercado ou de 
necessidades sociais. 
No caso de recursos materiais, as formas mais comuns são solicitação de compras, MRP, 
just-in-time, reposição periódica, ponto de pedido, caixeiro-viajante e contratos de fornecimento. 
 
Solicitação de Compras 
Por meio da solicitação de compras ou requisição de compras qualquer unidade 
organizacional ou mesmo em colaborador qualquer, manifesta a sua necessidade de comprar um 
item para uso em beneficio da empresa. 
A solicitação de compras é enviada è área de compras que providenciará, seguindo 
procedimentos estabelecidos, a compra do material. A figura abaixo mostra um modelo típico de 
solicitação de compras. 
 
 
Nº Nome/Logo 
Da empresa 
 
SOLICITAÇÃO DE COMPRA Data ___/___/___ 
Unidade solicitante: Material 
Uso • interno 
 • na ºS. Nº __________ 
Item Descrição Código Quantidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: 
 
Solicitante: Aprovado: Compras: 
 
 
MRP 
O MRP (materials requirement planning) ou planejamento das necessidades de materiais é 
uma técnica que permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão utilizados 
na fabricação de certo produto. 
A partir da lista de materiais (Bill of material), que é obtida a partir da estrutura analítica 
do produto, também conhecida por árvore do produto ou exploração do produto, e em função de 
uma demanda dada, o computador calcula as necessidades de materiais que serão utilizados e 
verifica se há estoque na quantidade necessária, ele emite uma solicitação de compra – para os itens 
que são comprados – ou uma ordem de fabricação – para os itens que são comprados – ou uma 
ordem de fabricação – para itens que são fabricados internamente. A figura abaixo mostra um 
esquema de funcionamento do MPR. 
 
 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema Just-in-Time 
O sistema just-in-time é um método de produção com o objetivo de disponibilizar os 
materiais requeridos pela manufatura apenas quando forem necessários para que o custo de estoque 
seja menor. 
O JIT, que é baseado na qualidade e flexibilidade do processo de compras, também pode 
disparar o processo. Dependendo de como o sistema é idealizado, um cartão ou um conjunto de 
cartões kanban pode dar inicio ao processo de compras. 
 
O Sistema de Reposição Periódica 
Para determinados itens de estoque, recomenda-se a utilização do sistema denominada 
reposição periódica ou intervalo padrão. No sistema de reposição periódica, depois de decorrido um 
intervalo de tempo preestabelecido, por exemplo, três meses, um novo pedido de compra para certo 
item de estoque é emitido. Para determinar o quanto deve ser comprado no dia de emissão do 
pedido, verifica-se a quantidade ainda disponível em estoque, comprando-se o que falta para atingir 
um estoque máximo, também previamente determinado. 
 
Exemplo 5.2: O intervalo de reposição do item de estoque de código MY1823 é de dois 
meses (por exemplo, todos os dias 15 dos meses ímpares). O estoque físico existente n dia 15 de 
maio (data do pedido) era de 280 unidades e o estoque do MY1823 não pode ultrapassar 600 
unidades. Calcule a quantidade a ser pedida. 
 
 
 
Projeção de Demanda 
Plano de Produção 
Software MRP 
Lista de necessidades 
de materiais 
Consulta de estoque 
Há disponibilidade 
Item fabricado ou 
comprado 
Libera compra 
Fornecedor 
Lista de Materiais 
Libera fabricação 
Libera fabricação do 
item 
Fabrica 
 16 
Solução: 
 
 
 
 
 
 
Sistema do Ponto de Pedido 
 
O sistema do ponto de pedido ou lote padrão é o mais popular método utilizado nas 
fabricas e consiste em disparar o processo de compra quando o estoque de certo item atinge um 
nível previamente determinado. O ponto de pedido é calculado em função do consumo médio e do 
prazo de atendimento. 
Exemplo 5.3: O componente de estoque Z1589Z, que é reposto pelo sistema do lote 
padrão, tem um consumo médio de 120 unidades por dia e um tempo de atendimento de 10 dias 
úteis. Determinar o ponto de pedido para o Z4589. 
 
Solução: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caixeiro – Viajante 
 
O sistema de caixeiro – viajante consiste em um vendedor visitar os clientes e verificar in 
loco se está faltando mercadoria ao estoque para que ele, em comum acordo com o cliente, tire o 
podido. O sinal da demanda, no caso, a falta de mercado, é identificado pelo caixeiro – viajante. 
Com a revolução das comunidades este sistema está desaparecendo. 
 
Contratos de Fornecimento 
 
Como já visto também nos contratos de fornecimento, o processo de compra é iniciado em 
função de uma necessidade de produção. Assim, quando o material se faz necessário, o próprio 
sistema de computador emite e envia uma ordem de compra via EDI. Esse sistema está ganhando 
muita importância entre nós, como visto no Capítulo 4. 
 
SOFTWARE DE PLANEJAMENTO E CONTROLE 
 
Quase todas as empresas, a partir de certo porte, já dispõem de software para iacompanhamento do processo de compras. Em muitos deles o pedido de compra é emitido pelo 
próprio computador, quer esteja usando, para um dado item de estoque, o método do lote padrão ou 
o do intervalo padrão. 
 
 
 17 
O acompanhamento é feito por um gráfico de Gandt ou cronograma, para pedidos maiores 
e mais complexos. O status do pedido pode ser acompanhado por meio da verificação das fases 
quais o processo passa. O quadro 5.1 traz algumas destas fases. 
 
 
Frases Pelas Quais um Projeto Pode Passar 
 
Preparação das especificações 
 
Identificação dos proponentes fornecedores 
 
Preparação das cartas-convites 
 
Entregas da solicitação de fornecimento acompanhada de todas as informações necessárias 
e suficientes para os proponentes elaborarem suas propostas 
 
Recebimento das propostas 
 
Análise e julgamento 
 
Negociações 
 
Emissão do pedido de compra ou contrato de fornecimento 
 
Acompanhamento do fornecimento (follow-up) 
 
Recebimento 
 
Aprovação ou contestação 
 
Solicitação do pagamento ao fornecedor 
 
 
 
Estas fases devem ser simplificadas em função, por exemplo, da natureza do produto a ser 
comprado, do número de fornecedores disponíveis no mercado, da urgência da compra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
 
PARCERIAS 
 
 
 
 
 
A verdadeira revolução da qualidade, introduzida em âmbito global nos últimos anos, 
trouxe consigo novas formas de abordagem no relacionamento cliente-fornecedor, no tocante às 
compras ou suprimentos de mercadorias e/ou serviços. Na abordagem, as empresas consideravam o 
fornecimento como quase um adversário. Todo cuidado deveria ser tomado, pois era generalizada a 
idéia de que o fornecedor estaria sempre mal-intencionado, procurando auferir o máximo lucro à 
custa de eventuais descuidos do cliente. A fim de se garantir, a empresa-cliente normalmente fazia 
várias cotações, envolvendo fornecedores concorrentes e tomava o máximo cuidado na hora de 
receber a mercadoria, fazendo detalhadas e dispendiosas inspeções. Como sempre, isto era válido 
tanto para um produto tangível como para os serviços. As relações eram de curto prazo, havendo o 
mínimo de contato possível entre as partes. 
Hoje em dia podemos dizer que estas situações estão tornando-se casa vez mais raras. 
Entre clientes e fornecedor, procura-se desenvolver um clima de confiança mútua, onde ambos 
saem ganhando. É o que se convencionou chamar de parcerias. Netas situações o fornecedor ajuda 
no desenvolvimento do projeto do produto, na análise e melhorias do processo produtivo de seu 
cliente, garante a qualidade, abre a sua planilha de formação de custos e preços e, em contrapartida 
recebe um contato de fornecimento por um período normalmente igual ao da vida do produto para o 
qual foi escolhido o fornecedor. Um depende do outro. Há pouquíssimos fornecedores, em alguns 
casos apenas um, que chegam a se instalar nas proximidades e/ou trabalhar dentro da fabrica do 
cliente para melhor servi-lo. A função do fornecedor não é mais apenas a de vender o produto. A 
relação, caracterizada pelo ganha-ganha, é de longo prazo, com contatos constantes, baseada na 
confiança (não é mais necessária a averiguação da qualidade pelo comprador: ele confia no seu 
fornecedor). 
Quando esta relação de parceria atinge um elevado grau de evolução, traduzida em 
conceitos como os de confiança mútua, participação e fornecimento com qualidade assegurada, dá-
se a ela o nome de comakership. 
Com a tendência à horizontalização, onde as empresas passam a comprar cada vez mais, 
fabricando internamente casa vez menos, a relação cliente-fornecedor adquire casa vez mais 
importância, passando a ser um fator de vantagem competitiva, tanto para o cliente quanto para o 
fornecedor. Em muitas empresas, dependendo do setor industrial a que pertençam o valor gasto nas 
compras de terceiros representa até 90% do custo do produto vendido, sendo normais os casos de 40 
a 60%. O quadro 5.3 apresenta, para alguns setores industriais, a relação percentual das compras 
sobre as vendas. 
 
Percentual Gastos em Compras 
Setor Industrial Compras sobre Vendas (%) 
Alimentos 63 
Cigarro e Produtos do Fumo 27 
Confecção 49 
Madeira 60 
Gráfica 35 
Petróleo 83 
“São cada vez mais numerosas as empresas a acordar para o fato de que as alianças vão 
ter importância primordial no futuro. As alianças estão a evoluir tão depressa, que 
ninguém mais pode fazer tudo sozinho.” 
James Houghton 
 19 
Equipamentos de Transporte 60 
Média do Setor Industrial 54 
Fonte: Haizer, J. e Render, B. Production & Operations Management. Nova Iorque, Prentice Hall, 
4º edição, 1996 
 
Baseado no Quadro 5.3, podemos ver como é importante o bom relacionamento entre a 
empresa e seus fornecedores, pois uma pequena vantagem na compra pode gerar um grande 
impacto no lucro. Vejamos agora como quantificar essa vantagem. 
 
Evolução do Relacionamento Cliente – Fornecedor 
 
Esse relacionamento parra por quatro fases distintas: abordagem convencional, melhoria na 
qualidade, integração operacional e integração estratégica. 
A abordagem convencional prioriza o preço. O relacionamento é como se as partes 
fossem adversárias, quem pode mais impõem suas condições. A empresa desconfia da qualidade do 
fornecedor e inspeciona todos os recebimentos. 
Na melhoria da qualidade dá-se prioridade à qualidade do produto. É o início de um 
relacionamento mais duradouro, com o nascimento de certa confiança recíproca. Reduz-se o 
número de fornecedores, eliminando-se previamente aqueles que não têm qualidade. É um primeiro 
estágio do relacionamento tipo comaker. 
A integração operacional prioriza o controle dos processos levando-se em conta a 
capacidade deles. Já surge uma participação do fornecedor no projeto do produto (co-sesing) e do 
processo. O cliente e o fornecedor fazem investimentos comuns em pesquisa desenvolvimento, com 
o cliente muitas vezes financiando programas de garantia e melhoria da qualidade dos fornecedores. 
É um passo além no relacionamento comaker. 
A integração estratégica é uma parceria nos negócios. Gerenciamento comum dos 
procedimentos dos negócios, incluindo o desenvolvimento de produtos e processos, engenharia 
simultânea, desdobramento da função qualidade (QFD), fornecimentos sincronizados e qualidade 
assegurada. Atinge-se o comakership. 
 
Atingindo o Comarkership 
 
O relacionamento cliente – fornecedor se desenvolve a partir de uma atuação do cliente 
(comprador) sobre os seus fornecedores, procurando atingir um grau de entendimento e confiança 
mútua até então inexistente. 
As relações do tipo comarkership não nascem do dia para a noite. Requerem certo tempo 
de amadurecimento, de conhecimento prévio da capacidade do fornecedor e confiabilidade do 
cliente. Nesse processo, o cliente irá procurar atuar nos aspectos que possam trazer-lhes vantagens 
competitivas. Assim, fará uma avaliação dos fornecedores e, se for o caso, o seu desenvolvimento 
para, finalmente, chegar à fase de negociação de uma parceria. 
 
Avaliação 
 
Várias são as formas utilizadas pelas empresas para avaliarem os seus fornecedores. De um 
modo geral, devem enfatizar os seguintes aspectos: 
Custo. Verificar se os custos estão compatíveis com o mercado, partindo do principio que 
eles devem ser reduzidos. O cliente deverá dispor de meios para analisar os processos produtivos e 
a partir daí compor custos e compara-los com os propostos pelos fornecedor. É a situação em que se 
trabalha com os denominados preços objetivos. Esse esquema em princípio dificulta o 
relacionamento cliente – fornecedor, mas, à medida que o cliente demonstra a viabilidade do preço 
 20 
objetivo, cabe ao fornecedor procurar consegui-lo, mesmo que, para tal, deva contar com a 
assessoria e ajuda financeira do cliente comprador.Qualidade. O relacionamento somente frutificará se o fornecedor dispuser de qualidade. 
Mesmo que não seja um padrão de qualidade desejável, é fundamental que reconheça suas 
deficiências e esteja disposto a implantar programas de melhoria contínua, visando de um sistema 
de qualidade nos moldes da ISSO 9000 ou QS 9000. o cliente-comprador deverá dispor de meios 
para avaliar a qualidade e as melhorias que estão sendo obtidas. 
Pontualidade. O fornecedor deverá possuir uma cultura de pontualidade nas suas 
entregas. Caso contrário, o relacionamento jamais poderá ser do tipo comakerhip. A não-
pontualidade quebrará a cadeia cliente-fornecedor, com efeitos devastadores nas imagens de ambos, 
já que o cliente-comprador não irá, por sua vez, cumprir os prazos. 
Inovação. O fornecedor cria uma alavancagem muito importante no cliente-comprador, 
embora o mais comum seja a necessidade de atender a solicitações de inovações. 
Flexibilidade. É a capacidade que tanta o cliente quanto o fornecedor devem ter para 
rapidamente adaptarem-se às alterações e solicitações do mercado. No relacionamento cliente-
fornecedor, este deve ter agilidade para as adaptações tão rápidas quanto às do seu cliente. Em caso 
contrário estaria prejudicando-º 
Produtividade. É a relação output sobre input ou valor dos produtos/serviços sobre o custo 
dos insumos. Tanto o cliente quanto o fornecedor devem estar preparados para, de forma contínua, 
implantar programas de melhoria da produtividade, visando, por exemplo, reduções de custos, 
melhoria na qualidade dos processos e produtos e redução dos prazos de entrega. 
Instalações. O cliente deve avaliar as instalações produtivas do fornecedor quanto às 
condições mínimas de fabricar produtos de qualidade. Outros aspectos a serem avaliados são layout, 
movimentação interna de materiais, condições de armazenagem de matérias-primas e produtos 
acabados, limpeza (housekeeping) e gestão visual. 
Capacitação gerencial e financeira. Verificar se o fornecedor dispõe de estrutura 
organizacional definida, com a cadeia decisória estruturada, possibilitando a identificação dos 
responsáveis pelas decisões. Checar também se a capacidade financeira da empresa é saudável, se 
dispõe de capital de giro para atender aos pedidos que eventualmente lhes seriam colocados. 
 
Desenvolvimento 
Após a avaliação inicial, o cliente comprador poderá decidir investir no desenvolvimento 
do fornecedor. É o primeiro passo no relacionamento do tipo comarkership. A avaliação feita 
previamente é que dará as diretrizes para o programa de melhoria. A partir das não conformidades 
identificadas, estabelece-se um programa de ações corretivas com o acompanhamento do cliente. 
Treinamento, que por parte do cliente comprador ou por terceiros, é proporcionado ao fornecedor. 
Nessa fase torna-se mais íntimo os contatos entre ambos, surgindo as oportunidades de interações 
constantes buscando melhorias nos processos. No caso de fornecedores altamente capacitados, 
exemplo como um na indústria de autopeças, essa fase pode ser praticamente suprimida. 
 
Negociação. 
Paralelamente ao desenvolvimento, inicia-se a fase da negociação de um contrato de 
parceria, com escopo bem mais amplo do que um simples fornecimento. O contrato deve 
materializar todos os avanços e novos conceitos atingidos até então, entre eles o de exclusividade no 
fornecimento durante o ciclo de vida do produto, o compromisso de abertura das planilhas de 
composição de custos e margens de lucro para composição do preço de venda, compromisso de 
repassar ao cliente todos os ganhos decorrentes de melhorias no processo ou da própria 
aprendizagem com fabricação do produto, penalidades decorrentes do não cumprimento dos prazos 
e formas de comunicação a serem utilizadas, etc. 
 21 
AQUISIÇÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS 
 
Recursos Patrimoniais são instalações utilizadas nas operações do dia-a-dia da empresa, mas 
que são adquiridas esporadicamente, como prédios, equipamentos e veículos. 
A aquisição de bens patrimoniais ou empreendimentos, como eles também são conhecidos – 
como uma barragem, um novo prédio a ser construído ou uma nova fabrica – é um campo bastante 
específico na administração. Denominamos esse campo de administração de empreendimentos ou 
administração de projetos 
 
7.1 Procedimentos 
 
 A aquisição de um bem cujo processo de consecução possa ser classificado como um 
empreendimento deve seguir os procedimentos definidos pela empresa em seus manuais de projeto 
ou empreendimento, na parte referente a suprimentos. Suprimentos (procurement) tem um 
significado bem amplo, inclui todas as atividades necessárias para identificar, selecionar, negociar, 
comprar, acompanhar, transportar, inspecionar, dispor internamente, resgatar (de sinistros) os 
insumos necessários à fabricação de um bem ou à prestação de um serviço. 
 A identificação de insumos e fornecedores é feita por meio de prospecção de mercado, 
consulta a banco de dados, catálogos específicos, páginas amarelas, guias de compras, entidades de 
classe, centros de pesquisas avançadas, internet, home pages, visitas a feiras e exposições. 
 A seleção de insumos e fornecedores é feita depois da identificados os fornecedores de 
insumos que tenham a qualidade e faixa de preços aceitáveis. No processo para uma seleção prévia 
devem ser observados vários aspectos como: 
a) Documentação: conferir se o proponente fornecedor está com documentação fiscal e 
trabalhista em dia, por meio da apresentação das certidões competentes. 
b) Capacidade financeira: verificar se o fornecedor tem capacidade financeira para levar 
adiante o pedido. Ver, por exemplo, se dispõe de capital de giro para efetuar as compras 
iniciais necessárias, se tem liquidez suficiente, se a empresa é rentável, etc. 
c) Visita às instalações: Visitar as instalações dos proponentes, com atenção ao nível de 
atualização dos equipamentos, ver se o controle dos materiais é eficiente, se as condições de 
trabalho são boas ( quanto a segurança), se as dependências são bem cuidadas e limpas, se 
há proteção contra incêndios, se tem capacidade técnica de atender o pedido, etc. 
d) Reputação: levantar junto aos clientes do propenso fornecedor, qual sua reputação nos 
negócios ou se tem sido pontual nos compromissos assumidos. 
 
7.2 Sinal de Demanda 
 A demanda para bens patrimoniais decorre do planejamento a médio e longo prazo efetuado 
pelas empresas. Trata-se geralmente a construção de uma nova fábrica, a mudança das instalações 
fabris para outro endereço ou mesmo a abertura de novos escritórios em outra localidade. 
 Nas esferas governamentais, a ocorrência é bem mais freqüente, pois as obras de infra-
estrutura, normalmente a cargo dos órgãos públicos, estão freqüentemente sendo adquiridas por 
meio de licitações publicas. 
 
7.3 Aquisição de Equipamentos 
 
 Bens patrimoniais, como equipamentos, merecem atenção especial dos gerentes, em face da 
sua complexidade que, muitas vezes exige estudos detalhados. Não é fácil chegar a uma conclusão 
firme sobre as vantagens e desvantagens de um equipamento em relação a um outro concorrente, 
havendo somente uma oportunidade para se acertar. O erro pode levar a empresa à falência. 
 22 
 Podemos identificar dois casos típicos de aquisição de equipamentos, que iremos analisar 
separadamente: os equipamentos de catálogo e de projeto especial. 
 Os equipamentos de catalogo ou padronizados são equipamentos cujas características, como 
desempenho, funções, volume, peso, opcionais e cores, são previamente especificadas pelo 
fabricante, cabendo ao comprador pouca ou nenhuma margem de mudança. A opção do comprador 
é escolher entre dois ou mais modelos de um mesmo fornecedor ou dois ou mais fornecedores de 
um produto equivalente no atendimento dos seus objetivos. 
 Os equipamentos de projeto especial são projetados e construídos para atenderespecificamente as necessidades de um comprador. Deve ser adaptado às circunstancias do 
ambiente do cliente. O processo aquisitivo, nesse caso, é muito semelhante ao de uma obra, como 
um edifício, uma ponte ou uma barragem, mantidas as devidas proporções. A empresa compradora 
deve criair uma equipe interna para tal fim ou mesmo contratar uma empresa externa para conduzir 
o processo. No caso da equipe interna, a sua organização em muito se assemelha a de um 
empreendimento. 
 
 23 
 
CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS 
 
 A classificação é o processo de aglutinação de materiais por características semelhantes. 
Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques depende fundamentalmente de bem 
classificar os materiais da empresa. Assim, o sistema classificatório pode servir também, 
dependendo da situação, de processo de seleção para identificar e decidir prioridades. 
 Existem infinitas formas de classificação. Abordaremos apenas o alicerce, que permitirá 
adaptações às necessidades de cada empresa. Uma boa classificação deve considerar alguns 
atributos: 
a) Abrangência: deve tratar de uma gama de características em vez de reunir apenas materiais 
para serem classificados; 
b) Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação, de modo que 
se obtenha ampla visão do gerenciamento de estoques; 
c) Praticidade: a classificação deve ser direta e simples. 
 
 
TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO 
 
 Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária uma divisão que norteie as 
várias formas de classificação. Como existem vários tipos, a classificação deve ser analisada no 
todo, em conjunto, visando propiciar decisões e resultados que contribuam para atenuar o risco e a 
falta. A classificação pode ser: 
 
Por Tipo de Demanda 
 
Materiais de Estoque: São materiais que devem existir em estoque e para os quais são 
determinados critérios e parâmetros de ressuprimento automático, com base na demanda prevista e 
na importância para a empresa. Os critérios de ressuprimento fixados para estes materiais 
possibilitam a renovação do estoque sem a participação do usuário. Os materiais de estoque são 
classificados; 
a) quanto à aplicação: 
a 1) materiais produtivos: compreendem todo e qualquer material ligado direta ou 
indiretamente ao processo de fabricação. Ex: matérias primas, produtos em fabricação, 
produtos acabados; 
a 2) matérias primas: materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem 
parte do processo produtivo da empresa; 
a 3 ) produtos em fabricação: também conhecidos como materiais em processamento, são os 
que estão sendo processados aos longo do processo produtivo da empresa. Não se 
encontram no almoxarifado porque já não são matérias primas iniciais, nem podem estar na 
expedição porque ainda não são produtos acabados; 
a 4) produtos acabados: são os produtos constituintes do estágio final do processo produtivo; 
portanto, já prontos; 
a 5) materiais de manutenção: materiais de consumo, com utilização repetitiva, aplicados 
em manutenção; 
a 6) materiais improdutivos: compreende todo e qualquer material não incorporado às 
características do produto fabricado. Ex. materiais para limpeza, de escritório, etc. 
a 7) materiais de consumo geral: materiais de consumo, com utilização repetitiva, aplicados 
em diversos setores da empresa, para fins que não sejam de manutenção. 
 24 
 
b) quanto ao valor de consumo anual: é fundamental para o sucesso do processo de 
gerenciamento de estoques que se separe e essencial do acessório, voltando a atenção para o 
que realmente é importante quanto a valor de consumo 
c) quanto a importância operacional: a maioria dos órgãos de gestão baseia suas análises de 
ressuprimento e define as quantidades de reposição por meio de resultados referente aos 
consumos históricos e tempo necessários para recompor os níveis de estoque. Esse 
tratamento matemático não diferencia os diversos materiais de estoque e não considera sua 
individualidade, com exceção para matérias primas, por terem suas demandas suportadas 
por programas de produção e vendas. Todavia, existem materiais que, independente de fraco 
consumo, poderão, caso venham a faltar, prejudicar seriamente a continuidade de produção 
de uma empresa ou ainda, por exemplo, trazer sérios riscos de poluição ambiental e 
segurança industrial, tornando o custo da falta mais oneroso do que o custo do investimento 
em estoque. Dessa forma, adota-se a classificação da importância operacional, visando 
identificar materiais imprescindíveis ao funcionamento da empresa 
c 1 ) materiais X: materiais de aplicação não importante, com possibilidade de uso de 
similiar existente na empresa; 
c 2) materiais Y: materiais de importância média, com ou sem similar na empresa 
c 3) materiais Z: materiais de importância vital sem similar na empresa, cuja falta 
acarreta a paralisação de uma ou mais fases operativas. 
Facilmente podem ser classificados pelo critério de importância operacional matérias 
primas, materiais “Z” (vistais) ou materiais de limpeza e apoio administrativo. Para os demais, é 
necessário análise complexa e criteriosa. 
Em se tratando de empresa industrial, a seleção XYZ pode ser facilitada, por meio das 
seguintes indagações: 
1) Material é imprescindível ao equipamento? 
2) Equipamento pertence à linha de produção? 
3) Material possui similar? 
 Assim, as respostas a tais indagações conduzirão às seguintes situações: 
 
Indagações Classificação 
Material é 
imprescindível ao 
equipamento? 
Equipamento é da 
linha de produção? 
Material possui 
similar? 
X Y Z 
Sim Sim Sim Y 
Sim Sim Não Z 
Sim Não Sim X 
Sim Não Não X 
Não Não Não X 
Não Não Sim X 
Não Sim Não X 
Não Sim Sim X 
 
 
Materiais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos 
parâmetros para o ressuprimento automático. 
 25 
A inexistência de regularidade de consumo faz com que a aquisição desses materiais 
somente seja efetuada por solicitação direta do usuário, na oportunidade em que se constate 
a necessidade deles. 
Os materiais não de estoque devem ser comprados para utilização imediata e são debitados 
no centro de custo de aplicação. Poderão ser comprados para utilização posterior, em período 
determinado pelo usuário, ficando, nesses casos, estocado temporariamente no almoxarifado. 
 
Materiais Críticos: 
 
 Classificação pertinente a empresas industriais. São materiais de reposição especifica de um 
equipamento ou de um grupo de equipamentos iguais, cuja demanda não é previsível e cuja decisão 
de estocar é tomada com base na análise de risco que a empresa corre, caso esses materiais não 
estejam disponíveis quando necessário. Utilizando linguagem comum, material crítico é como 
seguro de vida: todos tem, mas, não querem utiliza-lo. Por serem sobressalentes vitais de 
equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto, 
sujeitos ao controle de obsolescência. O próprio conceito induz que deve haver pouquíssimos 
materiais críticos cadastrados. 
 Podem ser identificados matériais críticos: 
a) Por problemas de obtenção: material importado, existência de um único fornecedor, 
escassez no mercado, material estratégico, de difícil fabricação e obtenção. 
b) Por razões econômicas: material de elevado valor, material com elevado custo de 
armazenagem, material com elevado custo de transporte; 
c) Por problemas de armazenagem e transporte: material perecível, material de alta 
periculosidade, material de elevado peso, material de grandes dimensões; 
d) Por problemas de previsão: material com utilização de difícil previsão; 
e) Por razões de segurança: material de reposição de alto custo; material para 
equipamento vital da produção. 
 
 Perecibilidade 
 
O critério declassificação pela probabilidade ou não de perecimento não exprime o 
sentido único e exclusivo etimológico, qual seja, extinguir o desaparecimento das propriedades 
físico-químicas do material. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação; assim, quando 
a empresa adquire determinado material para ser utilizado em data oportuna, e, se porventura não 
houver consumo, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por 
longos períodos. 
Para aprimorar o gerenciamento, pode-se classificar os materiais perecíveis como segue: 
a) Pela ação higroscópica: materiais que possuem grande afinidade com o vapor de água e 
podem ser retirados da atmosfera. Ex. sal marinho, cal virgem, etc. 
b) Pela limitação do tempo: materiais com prazo de validade claramente definido: Ex 
remédios, alimentos. 
c) Instáveis: produtos químicos que se decompõem ou se polimerizam espontaneamente ou 
tem outro tipo de reação na presença de algum material catalítico ou puro. Ex. éter, óxido de 
etileno 
d) Voláteis: produtos que se reduzem a gás ou vapor, evaporando naturalmente e perdendo-se 
na atmosfera. Ex. amoníaco. 
e) Por contaminação pela água: materiais que se degradam pela adição direta da água. Ex. óleo 
para transformadores 
 26 
f) Por contaminação por partículas sólidas: materiais que, em contato com partículas sólidas, 
como areias e poeiras, poderão perder parte de suas características físicas e químicas. Ex. 
graxas 
g) Pela ação da gravidade: matérias que, estocados de forma incorreta, podem sofrer 
deformações. Ex. eixos de grande comprimento 
h) Por queda, colisão ou vibração: engloba os materiais de grande fragilidade ou sensibilidade. 
Ex. cristais, vidros, instrumentos de medição 
i) Pela mudança de temperatura: materiais que perdem suas características para aplicação, se 
mantidos em temperatura diferente da requerida. Ex. selantes para vedação, anéis de 
vedação de borracha 
j) Pela ação da luz: materiais que se degradam por incidência direta da luz. Ex. filmes 
fotográficos 
k) Por ação de atmosfera agressiva: materiais que sofrem corrosão quando em contato com a 
atmosfera com grande concentração de gases ou vapores. A corrosão atmosférica pode 
ocorrer principalmente por vapores de água e ácidos, como sulfúrico, fosfórico, nítrico, sais, 
cloro, flúor, etc. 
l) Pela ação de animais: materiais sujeitos ao ataque de insetos e outros animais, durante a 
estocagem. Ex. grãos, madeiras, peles de animais, etc. 
 
Periculosidade 
 
A adoção dessa classificação visa a identificação de materiais, como, por exemplo, 
produtos químicos e gases, que, por suas carcaterísticas físicos-químicas, possuam 
incompatibilidade com outros, oferecendo riscos à segurança. 
 
Possibilidade de Fazer ou Comprar 
 
Essa classificação visa determinar quais os materiais que poderão ser recondicionados, 
fabricados internamente ou comprados. 
O material é considerado recondicionável quando, após a utilização, pode ser beneficiado e 
novamente utilizado sem diminuição de suas qualidades. 
Deve-se entender que a recuperação de um material deve ter custo inferior aos da compra de 
um novo item. 
a) Fazer internamente: são materiais que são fabricados na empresa; 
b) Comprar: são materiais que devem ser adquiridos no mercado, para os quais não há 
possibilidade de fabricação na empresa; 
c) Decidir por fazer ou comprar: são materiais que estão sujeitos à análise de fazer 
internamente ou comprar, por ocasião de ressuprimento; 
d) Recondicionar: são materiais passíveis de recuperação que devem ser recondicionados após 
desgaste ou uso, não devendo ser comprados ou fabricados internamente. 
 
Tipos de Estocagem 
 
a) Estocagem permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis de estoque com 
parâmetros de ressuprimento estabelecidos para renovação automática do estoque, devendo 
sempre existir saldo no almoxarifado; 
b) Estocagem temporária: materiais que não sejam de estoque, que necessitam ficar estocados 
no almoxarifado durante determinado tempo até sua utilização. 
 27 
 
Dificuldade de Aquisição 
 
Para efeito desta classificação deve-se considerar apenas as características intrínsecas da 
obtenção difícil, deixando-se de lado as extrínsecas, como excesso de burocracia, pobreza de 
especificações, recursos humanos não qualificados ou falta de poder de decisão do órgão de 
compras, os quais refletem problemas internos de organização da empresa. 
Assim, as dificuldades intrínsecas na obtenção de materiais podem provir de: 
a) Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogramas de fabricação longos, 
acompanhamento e inspeções nas diversas fases da fabricação, fabricações pioneiras, 
materiais em pesquisa, etc 
b) Escassez no mercado: os materiais, em razão da pouca oferta, podem colocar em risco o 
processo industrial; 
c) Sazonalidade: a oferta sofre alterações em diversas épocas do ano; 
d) Monopólio ou tecnologia exclusiva: existe a dependência de um único fornecedor; 
e) Logística sofisticada: os materiais necessitam de transporte especial ou os locais de retirada 
ou entrega são de difícil acesso; 
f) Importações: algumas vezes, independentemente dos entraves burocráticos, os materiais a 
serem importados dependem de liberação de verbas ou financiamentos externos. 
 
Mercado Fornecedor 
 
Esta classificação está muito ligada à anterior e a complementa. Assim temos: 
a) Mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; 
b) Mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país, mesmo que o fornecedor esteja aqui 
sediado; 
c) Materiais em processo de nacionalização: materiais para os quais se estão desenvolvendo 
fornecedores nacionais. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS 
 
Classificação de Bens 
 
 De acordo com sua complexidade, prazos de fabricação ou construção, os bens patrimoniais 
são classificados em equipamentos ou então em prédios, terrenos e jazidas. Equipamentos são, por 
exemplo, máquinas operatrizes, caldeiras, reatores, pontes rolantes , ferramentas, veículos, 
computadores e móveis. Já dentro da classificação de prédios, terrenos e jazidas, como o próprio 
nome diz, entram edifícios, instalações prediais em geral, terrenos e jazidas. 
 Quando são constituídos de matéria, os bens podem ser denominados corpóreos, quando 
possuem uma forma identificável, um corpo. Materiais quando possuem substancia matéria, são 
palpáveis (como uma mesa ou um veículo); e tangíveis quando possuem substancia ou massa (como 
uma caneta ou folha de papel). 
 Em contrapartida, bens incorpóreos são os não constituídos de matéria, que não possuem 
corpo ou forma identificável ( como direitos de uso de marcas e fórmulas químicas), imateriais, os 
que não possuem matéria ( como registros de jazidas e projetos de produtos); Bens intangíveis são 
os que não possuem substância ou massa (como patentes e direitos autorais). 
 Quanto a sua mobilidade, os bens geralmente são divididos em móveis, quando podem ser 
deslocados sem alteração em sua forma ( móveis e utensílios, máquinas, veículos); e imóveis, 
 28 
quando não podem ser deslocados sem perder sua forma física original ( prédios, pontes), ou 
simplesmente não podem ser locomovidos ( terrenos e jazidas). 
 Quanto a sua divisibilidade, os bens classificam-se em divisíveis, quando podem ser 
divididos sem que as partes percam sua característica inicial (terrenos, fazendas e lotes de certas 
mercadorias); e indivisíveis, quando não tem possibilidade de divisão, constituindo uma unidade 
(como um automóvel). 
 São também encontradas as seguintes denominações para bens: numerários, os bens sob 
forma de dinheiro ou títulos de liquidez imediata; semoventes, constituídos por animais domésticos, 
como bovinos, eqüinos e suínos; e dominicais, bens do poder público (praças, ruas, rios) e dedomínio público. 
 
 
 
 
 
 29 
ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS 
 
 Especificação significa a descrição detalhada de um item, como suas medidas, formato, 
tamanho, etc. Quanto maior a especificação mais informações sobre o item e menos duvidas se terá 
a respeito de sua composição e características. 
Especificação é a descrição das características de um material, com a finalidade de 
identificá-lo e distingui-lo de seus similares. 
 O sucesso do processo depende necessariamente das seguintes condições básicas: 
a) Existência de catalogação de nomes, que deve ser padronizada; 
b) Estabelecimento de padrões de descrição; 
c) Existência de programa de normalização de materiais 
A especificação propicia, entre outras, facilidades às tarefas de coleta de preços, negociação 
empreendida pelo comprador com o fornecedor, cuidados no transporte, identificação, inspeção, 
armazenagem e preservação dos materiais, apresentando um conjunto de condições destinadas a 
fixar os requisitos e características exigíveis na fabricação e no fornecimento de materiais. 
 
 
Critérios sobre a Descrição 
 
 A descrição deve sei concisa, completa e permitir a individualização; deve-se abolir a 
utilização de vocábulos referentes a marcas comerciais, gírias e regionalismos, que 
inadequadamente consagram a nomenclatura dos materiais. 
 A descrição padronizada de um material obedece a determinados critérios racionais, entre 
os quais merecem destaque: 
a) A denominação deverá em princípio ser sempre no singular; 
b) A denominação deverá prender-se ao material especificamente e não a sua forma ou 
embalagem, apresentação ou uso; 
c) Utilizar sempre que possível, denominações únicas para materiais da mesma natureza; 
d) Utilizar abreviaturas devidamente padronizadas. 
 
 
Estrutura e Formação da Especificação 
 
Monta-se a especificação por meio da seguinte estrutura: 
a) Nome básico: trata-se do primeiro termo da especificação. Ex Lâmpada 
b) Nome modificador: trata-se do termo complementar. Ex. Lâmpada incandescente 
c) Características físicas: trata-se de informações detalhadas referentes às propriedade físicas e 
químicas dos materiais, tais como densidade, peso específico, viciosidade, dureza e outros, 
devendo-se ainda apontar tolerâncias das propriedades indicadas, métodos de análise dessas 
propriedade, padrões ou normas a serem observadas (Ex. ABNT) que podem ser obtidas nos 
manuais e desenhos construtivos dos equipamentos e em catálogos técnicos de fabricantes. 
 
Tipos padronizados de Especificação 
 
É necessário estabelecer uma lógica para dispor as informações técnicas, a fim de garantir a 
homogeneidade da descrição e, principalmente, que os materiais de um mesmo grupo contenham as 
mesmas informações na mesma seqüência. Daí surgem os tipos, que irão nortear a padronização da 
especificação. Temos, então: 
 30 
Conforme amostra: utilizada quando há dificuldades em detalhar convenientemente as 
características do material. Deve ser evitada ao extremo. Exemplo: formulários, como notas fiscais, 
faturas, duplicatas, etc; 
Por padrão e características físicas: utilizada quando se trata de materiais que possuam normas 
técnicas ou quando há condições de fornecer todos os dados conhecidos de um material. Ex. 
parafuso métrico, cabeça sextavada, em aço classe de resistência, diâmetro 6,00 mm, passo 
1,00mm, comprimento 16mm por composição química: utilizada quando há exigências de teor pré-
derteminado para os componentes químicos do material. Ex. sulfato, amônia, para análise, solução 
10% H2S; 
Por marca de fabrica: utilizada quando se deseja garantir a qualidade do material, aceitando-se a 
marca como padrão. Ex. rolamento SKF 3210, ou equivalente; 
Conforme desenho: utilizada quando a forma e as características do material são complexas, não 
havendo possibilidade de especificação por nenhum dos tipos descritos. No desenho, estão contidas 
todas as dimensões e características, inclusive o tipo de matéria prima para fabricação. Ex. 
engrenagem conforme desenho nº ( mencionar nº e empresa projetista da peça ou equipamento). 
 
 
Padronização 
 
A especificação sempre no conduz ao termo padronização, que pode ser definido como a 
análise de materiais a fim de permitir seu intercambio, possibilitando, assim, redução de variedade e 
conseqüente economia, ou em conformidade coma ABNT, na NB-0 “é a classe de norma técnica 
que constitui um conjunto metódico e preciso de condições a serem satisfeitas, com o objetivo de 
uniformizar formatos, dimensões, pesos ou outras de elementos de construção, materiais, aparelhos, 
objetos, produtos industriais acabados, ou, ainda, de desenhos e projetos”. 
 Logo, na área de materiais, pode-se entender padronização como sinônimo de simplificação. 
 São os seguintes os objetivos da padronização: 
a) Diminuir o número de itens no estoque: a padronização objetiva evitar a variedade de 
materiais da mesma classe, utilizados para o mesmo fim, diminuindo o número de itens em 
estoque, com reflexos técnicos e econômicos para a empresa; 
b) Simplificação dos materiais: consiste na escolha, entre as variedades existentes, de um 
material qualquer, de um ou vários tipos julgados satisfatórios, de modo que esse número 
reduzido de variedades satisfaça às necessidades da empresa. Assim é conseguida a 
eliminação dos tipos ineficientes, o que torna a padronização um fator decisivo contra o 
desperdício; 
c) Permitir a compra em grandes lotes: a padronização influi na eficiência das compras, 
contribuindo para a redução do número de itens e permitindo a aquisição de quantidades 
maiores do item padronizado e possibilitando a obtenção de melhores preços; 
d) Diminuir o trabalho de compras: a padronização conduz à redução do número de 
concorrências, propiciando aos envolvidos nos procedimentos a concentração sobre menor 
quantidade de itens e, conseqüentemente, especialização e melhor nível de serviço; 
e) Diminuir os custos de estocagem: o programa de padronização que reduz o número de 
variedades permite (a) simplificar a armazenagem, diminuindo seus encargos e controle de 
materiais; (b) facilitar o arranjo físico do almoxarifado, reduzindo o espaço necessário para 
o armazenamento; (c) facilitar a centralização dos estoques; (d) reduzir o capital empatado 
na formação dos estoques; e (e) diminuir os trabalhos de inventário; 
f) Reduzir a quantidade de itens estocados: reduzindo-se a variedade de itens em compra, a 
padronização permite a diminuição da quantidade de itens a serem armazenados; 
 31 
g) Adquirir materiais com maior rapidez: com a diminuição do número de itens a serem 
adquiridos, reduz-se a quantidade de processos de compra, possibilitando maior rapidez às 
aquisições; 
h) Evitar diversificação de materiais de mesma aplicação: a padronização evita a diversificação 
dos materiais e possibilita sua aplicação padronizada em locais onde anteriormente se 
utilizavam materiais diversos; 
i) Obter maior qualidade e uniformidade: a padronização permite adotar o material de boa 
qualidade que substitui outros de qualidade diferente e que atendem a todas as necessidades 
da empresa, uniformizando manuseio e armazenagem. 
 
 
 32 
CODIFICAÇÃO 
 
 
De modo geral, as empresas sempre se preocupam em identificar com facilidade a grande 
quantidade e diversidade de seus materiais. A solução encontrada foi a representação por meio de 
um conjunto de símbolos alfanuméricos ou simplesmente numéricos que traduzem as características 
dos materiais, de maneira racional, metódica e clara, para se transformar em linguagem universal de 
materiais na empresa. Assim nasceu a Codificação, que nada mais é do que uma variação da 
classificação de materiais. Consiste em ordenar os materiais da empresa segundo um plano 
metódico e sistemático, dando a cada um deles determinado conjunto de caracteres. O código

Continue navegando