Buscar

Resenha - O doador de memórias

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Alex Sandro Silva Santos Júnior
RESENHA
LOWRY, Lois. O doador de memórias. São Paulo: Arqueiro, 2014. 192 p.
O doador de memórias. Disponível em: http://www.fomedelivros.com/2014/09/resenha-o-doador-de-memorias.html. Acesso em 11 jun. 2015.
O DOADOR de memórias. Direção: Phillip Noyce. Produção: Nikki Silver, Jeff Bridges, Scooter Braun, Alison Owen. EUA: Paris Filmes, 2014, Longa metragem, 1h37min, color. preto e branco.
A autora Lois Lowry nos traz uma obra que nos puxa para dentro como uma espécie de ímã, fazendo-nos emergir em sua história e fazendo-nos imaginar/viver o personagem principal (Jonas) na pele. A obra retrata uma comunidade futurística na qual todos são submetidos a uma certa linearidade, um loop, trata-se de uma sociedade governada pela “perfeição”, onde também existem os questionamentos do personagem, apesar das restrições impostas. Assim como no livro, o filme retrata fatos paralelos acerca dos personagens em várias passagens, fazendo com que os personagens pareçam ainda mais monótonos – as crianças, adolescentes e adultos não possuem sentimentos, não sabem o que é cor, amor, não se tocam e muito menos se relacionam a não ser baseados em suas regras – o que por sinal é um tanto quanto estranho para grupos daquele nível. Além de seus sentimentos serem retirados, suas emoções violadas e suas vidas serem direcionadas para um norte específico, a autora proporciona um desfecho inusitado. De certa forma, tudo é “arranjado” – crianças, casais e atribuições. Esta última tem uma grande importância, pois é nela que se deposita um dos momentos mais intensos vividos pelo personagem principal. E é por isso que quando (Jonas) finalmente se torna um doze – é assim que são determinadas as idades dos personagens – ele passa a viver uma espécie de quebra de barreiras ao longo da história. Mesmo sabendo de todas as regras tidas como verdade absoluta, que foram passadas assim para eles, (Jonas) se questiona mais acerca dos fatos, “porquês”, isso logo após se tornar um recebedor de memórias. Um ponto importante e que achei bem relevante citar, é que nos capítulos iniciais do livro o autor passa em branco por algumas explicações da história, causando mais curiosidade no leitor e ao mesmo tempo confusão, levando-o a continuar os capítulos, mas sem um desvendar adequado. Já no filme, vimos uma fatal realidade – a perda de suas memórias. Realidade essa que nos faz refletir, como diz Luh, do blog Fome de Livros em um de seus questionamentos: “Se a dor compensa os sentimentos felizes, se fazer escolhas erradas é bom simplesmente por ter escolhas para fazer”. No caso, ele teve que fazer suas escolhas mesmo dependendo das circunstancias e apesar de tudo, sabendo da dificuldade de tal feito para poder libertar seus semelhantes. De fato, tanto o livro quanto o filme possuem suas peculiaridades e “semelhanças”, mas ambos tiveram um final redundante; não no seu sentido pleno, mas por ter sido vago e inusitado. Portanto, recomendo a leitura do livro por se tratar de uma obra interessante apesar do seu desfecho, e o filme por ter um fator xis, aquele que sempre deixa uma pitada de curiosidade.[1: Luisa, “Luh”, autora e escritora no Blog Fome de Livros.]

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando