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Resumo de 'A Era das Revoluções' de HOBSBAWM.

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A Era das Revoluções
A Revolução Francesa
 Se a revolução industrial britânica influenciou a formação da economia do mundo no século XIX, então a política e ideologia dessa época se deram pela Revolução Francesa. A França que fez suas revoluções e a elas deu as suas ideias, como exemplo, as das bandeiras tricolores das nações. Forneceu o vocabulário e os temas da política liberal e radical-democrática. E também, o conceito e o vocabulário do nacionalismo. O fim do século XVII foi uma época de crise para os velhos regimes da Europa e de seus sistema econômicos. Houve muita agitação política, levando alguns historiados a falarem de uma “era da revolução democrática”. 
 A Revolução Francesa não foi um fenômeno isolado, mas muitos mais fundamental que os outros fenômenos contemporâneos, e suas consequências, foram mais profundas. Em primeiro lugar, se deu no Estado europeu mais populoso e poderoso. Em segundo, Foi diferente das revoluções anteriores e posteriores por ter sido uma revolução social de massa, e também muito mais radical. Em terceiro, foi a única ecumênica. A Revolução Francesa é um marco em todos os países. 
 A sua influência direta é universal, porque forneceu o padrão para todos os movimentos revolucionários que vieram depois dela, as suas lições foram incorporadas ao socialismo e ao comunismo modernos. 
 Suas origens eram específicas da França, não podendo ser generalizadas com a Europa toda. Era o maior rival econômico da Grça-Bretanha e a mais poderosa das velhas e aristocráticas monarquias absolutas da Europa.
 Por que a Revolução eclodiu quando eclodiu? Por que tomou aquele curso notável? Para entender é mais útil considerar a “reação feudal”.
 A nobreza não tinha uma situação políca brilhante. A monarquia absoluta tinha tirado dos nobres a sua independência política e responsabilidade e reduzido as velhas instituições pelas quais se representavam. Os gastos que exigiam o status de nobre em grandes e cada vez maiores, e suas rendas caíam. Eles tentaram neutralizar o declínio de suas rendas usando ao máximo seus consideráveis direitos feudais para extorquir dinheiro do campesinato. A fome geral da terra foi intensificada pelo aumento da poulação. Os tributos, dízimos e taxas tiravam uma grande parte da renda do camponês, e a inflação reduzia o valor do resto.
 Os problemas financeiros da monarquia agravaram a situação. A estrutura fiscal e administrativa do reino era ultrapassado. A França então se envolveu na guerrra da independência americana. A Inglaterra venceu e houve uma quebra, a Revolução Americana pode então ser dita como causa direta da Revolução Francesa. Não havia quaisquer possibilidades de economias efetivas, a guerra e a dívida da guerra americana partiram a espinha da monarquia.
 A cise do governo deu à aristocracia e os parlamentos a sua chance. Eles não iriam pagar pela crise se seus privilégios não fossem ampliados. A Revolução começou com uma tentativa da aristocracia de recapturar o Estado. Mas não deu certo, porque não foram considerados as intenções do “Terceiro Estado” e a crise socioeconômica na qual as exigências foram lançadas.
 A Revolução não foi liderada por um partido ou movimento organizado, nem por pessoas com um programa estruturado. Não teve líderes, foi um consenso de ideias gerais entre um grupo social coerente que deu uma unidade efetiva ao movimento. O grupo era a “burguesia”. 
 Os filósofos podem ser considerados responsáveis pela Revolução. As exigências da burguesia foram deliniadas na Delaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Era um documento que manifestava contra a sociedade hierárquica de privilégios, mas não um a favor de uma sociedade democrtica e igualitária. O burguês era um devoto do constitucionalismo, um Estado secular com liberdades civis e garantias para a empresa privada e um governo de contibuintes e proprietários. Esse regime não só expressaria seus interesses de classe, mas a vontade geral do “povo”, que era “a nação francesa”. A nação francesa via a si mesma como inauguradora ou participante de um movimento de libertação geral dos povos contra a tirania. A rivalidade nacional e subordinação nacional estavam implícitas no nacionalismo burguês. “O povo” identificado com “a nação” era um conceito revolucionário.
 O Terceiro Etado teve sucesso contra a resistência do rei e das ordens privilegiadas, porque representava não só a minoria militante e instruída, mas também as forças poderosas dos trabalhadores e do campesinato revolucionário. O que transformou a limitada agitação reformista em uma revolução foi o fato de que a conclamação dos Estados Gerais coincidiu com a profunda crise socioeconômica. 
 A contrarrevolução mobilizou contra si as massas de Paris. E o resultado de sua mobilização foi a Queda da Bastilha, uma prisão estatal que simbolizava a autoridade real e onde os revolucionários esperavam encontrar armas. Ela confirmou a queda do absolutismo e foi saudada globalmente como símbolo de libertação. A queda da Bastilha levou a revolução para as cidades provincianas e para o campo.
 Três semanas depois, a estrutura do feudalismo rural francês e a máquina estatal da França Real ruíam em pedaços, todos os privilégios na classe média e da aristocracia foram oficialmente abolidos.
 A burguesia modernada, já se transformando em Assembleia Constituinte tomou providências para a racionalização e reforma da França, que era seu objetivo. Economicamente suas perspectivas eram totalmente liberais: cercamento de terras comuns dos camponeses e incentivo aos empresários rurais, para a calsse trabalhadores, a interdição dos sindicatos, para os pequenos artesãos, a abolição dos grêmios e corporações. Não era dada muita satisfação apra o povo. A Constituição de 1791, rechaçou a democracia por um sistema de monarquia constitucional baseada em um direito de voto censitário dos “cidadãos ativos”. 
 Em agosto-setembro de 1792, a monarquia foi derrubada, a República estabelecida e estabelecido o Ano I da revolução. Começou com massacres do prisioneiros políticos, as eleições para a Convenção Nacional e conclamação para resistência total aos invasores. 
 Os conservadores criaram uma imagem duradoura do Terror da República Jacobina do Ano II, da ditadura e de histeria e época sanguinária. A primeira tarefa do regime jacobino foi mobilizar o apoio da massa contra a dissidência dos notáveis e girondinos provincianos e preservar o apoio da massa dos sansculottes de Paris, que exigiam o recrutamento geral, terrorismo contra os “traidores” e controle geral dos preços. Uma nova Constituição radical foi proclamada, onde dava-se ao povo sufrágio universal, direito de issureição, trabalho ou subsistência, e a declaração que a felicidade de todos era o objetivo do governo.
 O centro do novo governo, representando uma aliança de jacobinos e sansculottes, inclinou-se, portanto, claramente para a esquerda. Foi reconstuído o Comitê de Salvação Públca, e seu membro mais influente era Robespierre. Mesmo não sendo uma pessoa agradável e muitas vezes limitado, se desenvolveu um culto sobre ele, que acreditava que a República Jacobina era um ideal: o terrível e glorioso reino da justiça e virtude, quando todos os bons cidadãos fossem iguais perante a nação, e o povo tivesse liquidado com os traidores. Outro membro era Rousseau, a sua convicção de justiça lhe deu força. O seu poder era o do povo - as massas parisienses: seu terror, o delas. Quando elas o abandonaram, ele caiu.
 Robespierre e a República Jacobina foram obrigados a afastar o apoio das massas. As necessidades da guerra obrigavam qualquer governo a centralizar e a disciplinar, afastando o apoio popular. Nas cidades, o controle de preços e o racionamento beneficiavam as massas, mas o congelamento dos salários, as prejudicava. No campo, o confisco sistemático dos alimentos afastou os camponeses. 
 Por voltaa de abril de 1794, tanto a direita e a esquerda tinham ido para a guilhotina, e os seguidores de Robespierre estavam,portanto, politicamente isolados. Somente a crise da guerra os mantinha no poder. A Convenção derrubou Robespierre, que foi executado no dia seguinte e aconteceu com todos os 87 membros Comuna de Paris uns dias depois, também.
 A inatividade era a única garantia segura de poder para um regime fraco e impopular, mas a classe média necessitava de iniciativa e de expansão. O exército resolveu este problema aparentemente insolúvel. Ele conquistou; pagou-se a si mesmo; e, mais que isso, nas pilhagens e conquistas resgatou o governo.
 A Revolução deu a esse exército uma superioridade militar sem precedentes, que Napoleão viria a explorar. Ele sempre permaneceu uma espécie de leva improvisada de soldado, no qual recrutas mal treinados adquiriam treinamento e moral através de velhos e cansativos exercícios, e a regra de promoção por méritos produziu uma hierarquia simples de coragem. O exército francês jamais construiu um sistema efetivo de suprimento, jamais foi amparado por uma indústria de armamentos minimamente adequada a suas necessidades triviais. Foi um exército que conquistou toda a Europa em curtas e vigorosas rajadas não apenas porque podia fazê-lo, mas porque tinha de fazê-lo. Sob a ditadura jacobina Napoleão se apoiou firmamente como um soldade de sons esplêndidos e muito promissor. O Ano II fez dele um general. Ele se tornou primeiro cônsul, depois cônsul vitalício e Imperador. E com sua chegada, os insolúveis problemas do Diretório se tornaram solúveis. Em poucos anos a França tinha um Código Civil, um Tratado com a Igreja e um Banco Nacional Para os franceses ele foi o mais bem sucedido governande de sua longa história. Ele estabeleceu ou restabelecer o mecanismo das intituições francessas como existem até hoje.
 Ele distruíra apenas uma coisa: a Revolução Jacobina, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele, pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em seu próprio país.

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