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História V3

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[CURSINHO POPULAR DA ACEPUSP] 
Curso Pré-Vestibular 
História 
 
336 
 
Índice de História 
 
HISTÓRIA GERAL 
FORMAÇÃO DA ERA CONTEMPORÂNEA ......................................................................... 337 
1 AS REVOLUÇÕES BURGUESAS II: AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS .........................................337 
2 AS REVOLUÇÕES BURGUESAS III: A REVOLUÇÃO FRANCESA ............................................. 343 
3 A ERA NAPOLEÔNICA (1799-1815) ......................................................................... 351 
4 IDEIAS, MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICOS NO SECULO XIX ............................................ 356 
5 ESTADOS UNIDOS NO SÉCULO XIX ............................................................................. 360 
6 IMPERIALISMO (NEOCOLONIALISMO) ........................................................................ 364 
 
HISTÓRIA DO BRASIL 
1 A PRIMEIRA REPÚBLICA OU REPÚBLICA VELHA (1889-1930) ......................................... 368 
2 A ERA VARGAS ...................................................................................................... 395 
PERÍODO DEMOCRÁTICO (1945-1964) ....................................................................... 403 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[CURSINHO POPULAR DA ACEPUSP] 
Curso Pré-Vestibular 
História 
 
337 
 
HISTÓRIA GERAL 
FORMAÇÃO DA ERA CONTEMPORÂNEA 
 
As Revoluções Burguesas marcaram o início da crise da 
modernidade. A crise, como vimos, é causada pelo 
descompasso que existia entre a forma de poder conhecida 
como Absolutismo, totalmente centrado nas mãos dos reis e de 
alguns nobres ou clérigos de confiança, e o poder econômico 
nas mãos da burguesia. A burguesia era um grupo social cada 
vez mais consciente do seu poder e com reivindicações políticas 
cada vez mais claras. Para o burguês influenciado pelo 
Iluminismo, o Absolutismosignificava primeiramente um 
entrave aos seus anseios de ascensão social, pelo fato de ainda 
ser vigente uma sociedade organizada a partir de conceitos 
medievais e estamentais, pautada na ideia de desigualdade por 
sangue ou nascimento; e segundo, significava um entrave à 
ascensão econômica, pois o sistema econômico vigente era o 
Mercantilismo, que conferia o monopólio da economia e da 
acumulação do capital ao rei, e não ao burguês, tendo que estar 
submetido aos tributos reais, que talhava o lucro e liberdade de 
comércio dos comerciantes. Tal situação político/social tinha 
pouca possibilidade de subsistir, sendo nesse contexto que se 
deu a ruptura com a modernidade e tem início a História 
Contemporânea.Por influência da escola francesa de 
historiografia, dizemos que a História Contemporânea começa 
com a Queda da Bastilha, em 14 de setembro de 1789. É o início 
da Revolução Francesa. Ao mesmo tempo na Inglaterra, está 
acontecendo um movimento mais silencioso, mas também 
cheio de consequências para a economia, a política, a sociedade 
e a cultura: a Revolução Industrial. O mundo que chamamos de 
contemporâneo é fruto dessas duas revoluções,intituladas 
como ‘Dupla Revolução’, pelo historiador Eric Hobsbawn. 
 
Dentre as imensas modificações em relação à modernidade, 
podemos dizer que são características do mundo 
contemporâneo: 
 
- A ascensão da burguesia ao poder político – como veremos a 
burguesia não assume de vez o poder com a Revolução 
Francesa. Para a definitiva vitória burguesa no plano político 
houve uma série de movimentos de reação da antiga ordem; 
- Enriquecimento recorde da burguesia – a Revolução Industrial 
e a consequente introdução da fábrica no processo produtivo 
levaram à lucratividade da atividade burguesa a patamares 
jamais vistos; 
- Vitória do liberalismo no século XIX – a maioria dos ideais 
liberais, burgueses por excelência, obtêm aceitação cada vez 
mais generalizada durante século XIX – livre comércio, 
libertação dos escravos, democracia, etc. O século XX, por sua 
vez, marca a decadência de uma série destes valores; 
- Apogeu e decadência do domínio europeu sobre o mundo – o 
poderio europeu, que se inicia com as navegações, tem seu 
apogeu no século XIX e entra em decência com a Primeira 
Guerra; 
- Ascensão dos EUA – o mundo pode assistir pela primeira vez 
um país do continente americano, recém colonizado, se colocar 
de igual para igual com as potências europeias. Após a Primeira 
Guerra, os EUA assumem a posição de a grande potência 
mundial; 
- Independências da América Latina – após três séculos de 
dominação europeia, a América Latina se torna independente, 
salvo algumas exceções, durante o século XIX; 
- Imperialismo ou Neocolonialismo – processo de apropriação 
do parcial ou total do território africano e asiático pelas 
potências europeias da época, ocorrido no final do século XIX; 
- Avanço da ciência e da tecnologia – fruto da interação de 
ciência e Revolução Industrial, hoje vivemos em uma sociedade 
onde ciência e tecnologia fazem parte do cotidiano da maioria 
das pessoas, pelo menos nos grandes centros; 
- Emancipação do negro – um lento movimento que começou 
com a resistência negra à escravidão e que ainda passa pela 
resistência ao racismo e a superação dos problemas africanos, 
levou os negros, em amplas áreas do Ocidente a um nível de 
gozo de direitos inimaginável na metade do século XIX; 
- Emancipação da mulher – os movimentos feministas de luta 
por direitos da mulher no Ocidente conseguiram, apesar do 
persistente machismo, levar a mulher a competir em diversas 
áreas de igual para igual como o homem e a um gozo de direitos 
também impensável no século XIX; 
- Emancipação de África e Ásia – no século XIX, África e Ásia 
passaram por um período violento de dominação europeia, que 
durou até mais da metade do século XX. Hoje a colonização 
europeia terminou, mas os problemas decorrentes dela 
continuam: a carência de alternativas econômicas na África e 
amplas regiões da Ásia, além da persistente rivalidade tribal na 
África; 
- Urbanização e êxodo rural – por influência direta da Revolução 
Industrial os séculos XIX, XX e XXI são marcados pela constante 
migração do campo em direção à cidade. No século XXI, pela 
primeira vez na história humana, graças à industrialização de 
Índia e da China, temos que a maior parte da humanidade vive 
em cidades. 
 
FORMAÇÃO DA ERA CONTEMPORÂNEA 
1. AS REVOLUÇÕES BURGUESAS II: AS REVOLUÇÕES 
INDUSTRIAIS 
 
O processo a que denominamos revoluções burguesas diz 
respeito, grosso modo, à ascensão da burguesia no quadro 
geral das sociedades europeias. Esse movimento ocorre, 
primeiramente, no âmbito econômico, e sua gênese pode ser 
alocada entre os séculos xv e xvi. Ascensão econômica e 
ascensão política ocorrem como processos diferentes, mas 
relacionados. A primeira está ligada, mais precisamente, à 
revolução industrial; a segunda, à revolução francesa. O 
movimento consolidado por ambas não foi por elas finalizado, 
e é possível afirmar que uma vez no poder, a burguesia 
continuará criando meios de se reproduzir. A esse processo 
chamamos triunfo do capitalismo liberal burguês. Uma 
consideração importante a se fazer, entretanto, é a de que a 
burguesia triunfante encontrou-se de frente à resistência e 
confronto com outra classe surgida desse processo: a dos 
proletários. A luta de classes travada desde então, também é 
uma das características fundamentais do período que 
estudaremos. Vejamos, portanto, o processo revolucionário no 
âmbito econômico. 
 
Não é fácil conceituar e, muito menos, datar precisamente a 
Revolução Industrial, pois isso depende de como se concebe a 
técnica e a indústria no conjunto das sociedades. A evolução 
técnica, com fins práticos, foi muito lenta e esteve presente em 
todas as épocas históricas. A produção industrial, entretanto, 
só foi possível num momento histórico específico: 
convencionou-se localizar esse processo nas transformações 
[CURSINHO POPULAR DA ACEPUSP] 
Curso Pré-Vestibular 
História 
 
338 
 
ocorridas na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, 
com os aperfeiçoamentosda máquina a vapor, que 
asseguraram um novo elemento energético se manifestando, 
sobretudo, na produção têxtil e metalúrgica, possibilitando a 
passagem do sistema de produção doméstico ao fabril. É, 
portanto, na Inglaterra em que ocorre primeiramente a 
mecanização industrial, fazendo com que a atividade industrial, 
ou seja, de produção, passasse a concentrar os capitais que, até 
então, convergiam para o setor de circulação, da atividade 
comercial. 
 
Historicamente, é possível afirmar que ainda vivemos na 
Revolução Industrial. Isso porque esse processo desencadeou 
um movimento de desenvolvimento industrial que ganhará 
diferentes aspectos ao longo do tempo: no modo de produção, 
circulação e consumo de bens; nas relações de trabalho e 
produção; e no modo de reprodução das desigualdades sociais. 
Por isso se fala em “Revoluções Industriais”, como um 
movimento em pleno desenvolvimento. 
Para que essa transformação se realizasse, foi preciso a 
existência de um conjunto de condições favoráveis, criadas 
graças ao progressivo desenvolvimento econômico dos séculos 
anteriores ligados à expansão colonial e às revoluções políticas. 
 
A Primeira Revolução Industrial 
 
A marinha britânica foi responsável pelo comércio que possibilitou a 
acumulação de capitais, aplicados depois no processo industrial. 
 
A Inglaterra participou ativamente da expansão marítima, 
principalmente a partir do final do século XVII, quando as leis de 
navegação do governo Cromwell e a atuação das Companhias de 
comércio acarretaram no extraordinário crescimento desse setor 
e o consequente enriquecimento da burguesia mercantil. Esse 
processo deve ser pensado a partir da exploração dos territórios 
do além-mar, que ocorre por meio do comércio de mercadorias 
produzidas sob o tráfico de africanos sequestrados de seus 
territórios e escravizados, sobretudo, nas Américas. 
Além disso, desde o século XVI vinha acontecendo na Inglaterra 
uma verdadeira revolução agrária que consistia, sobretudo, na 
substituição da produção fragmentada em pequenas unidades 
distribuídas entre proprietários ou arrendatários camponeses, 
por uma produção em larga escala concentrada em grandes 
propriedades, controladas por um único senhor, que se 
tornava, cada vez mais, um grande empresário. 
 
Com o desenvolvimento da manufatura têxtil, as grandes 
propriedades rurais expulsam seus camponeses para a criação 
de ovelhas e obtenção de lã, processo esse conhecido como 
cercamentos, provocando um intenso êxodo rural de 
camponeses miseráveis. 
Do Artesanato ao Sistema Fabril 
O artesanato foi a forma de produção que antecedeu a 
industrialização. Surgido há milhares de anos, ganhou notável 
impulso na Europa, no fim da Idade Média, com o 
Renascimento Comercial e Urbano. Ele se caracterizou pelo fato 
de: 
 
 os produtores possuírem os meios de produções, ou seja, 
instalações, ferramentas e matérias-primas (não eram todos os 
artesãos que possuíam instalações, alguns eram assalariados); 
 a atividade ser manual; 
 a produção ter caráter independente, quer dizer, em casa, 
uma pessoa sozinha, com alguns ajudantes ou com a família; 
 o artesão realizar todas as etapas da produção. 
 
O mestre artesão foi mais do que um simples fabricante de 
produtos tinha, também, muitas outras funções. Quando 
procurava e negociava a matéria-prima que utilizava, era um 
negociante ou mercador; tendo aprendizes sob o seu comando, 
era um empregador; ao supervisionar o trabalho deles, era 
capataz; como vendia ao consumidor o produto acabado, era 
também um vendedor. 
 
A partir do século XV, ampliou-se o consumo e o artesão 
aumentou, desse modo, a produção. Muitos comerciantes 
passaram a se dedicar a essa atividade. Nesse caso, o 
comerciante contratava o serviço de vários artesãos, distribuía 
a matéria-prima e pagava. A produção desses comerciantes 
passou a ser conhecida como 
 
 
Atividade artesanal medieval e indústrial do século XIX. 
 
“manufatura”, e o conjunto dessas relações ocorria nas 
corporações de ofícios. Já a etapa final foi a “maquinofatura”, 
surgiram as fábricas, desapareceu o trabalho em casa 
contratado por um fabricante. Os trabalhadores foram, então, 
concentrados em grandes prédios e trabalhariam com 
máquinas, sendo que nem mesmo as ferramentas pertenciam 
a eles; em outras palavras, o trabalhador foi expropriado dos 
meios de produção e passou a vender sua força de trabalho 
para aquele que detinha esses meios (máquinas): o empresário, 
industrial ou, como o conhecemos, patrão. Foi nessa etapa que 
se consolidou a Revolução Industrial. 
[CURSINHO POPULAR DA ACEPUSP] 
Curso Pré-Vestibular 
História 
 
339 
 
 
O Pioneirismo Inglês 
Na base do processo de industrialização inglês estão as 
Revoluções Inglesas do século XVII, com as quais a burguesia 
criou condições para conquistar mercados mundiais, 
transformar a estrutura agrária do país e canalizar todos os 
recursos para a produção industrial, tornando, assim, a 
Inglaterra o país pioneiro no processo de industrialização. 
 
Entre esses aspectos e os que causaram a Revolução Industrial 
na Inglaterra, temos como principais: 
 
 o desenvolvimento comercial e colonial em anos anteriores, o 
que proporcionou uma acumulação de capitais que puderam 
ser investidos no processo industrial, além do acesso à 
matéria-prima barata; 
 a abundância de ferro e carvão, dois elementos 
indispensáveis para a indústria; 
 a eliminação das reminiscências feudais por causa da 
ascensão burguesa com as Revoluções Inglesas do século 
XVII; 
 as invenções, que tornaram possível a associação da máquina 
a vapor ao progresso da maquinofatura, trouxeram o 
aumento da produção, e dessa maneira, o aumento do 
capital; 
 a Revolução Agrária e os cercamentos (transformação das 
propriedades comunais em particulares) ocasionaram um 
aumento da produção de alimentos. 
 
Existe, porém, outro aspecto essencial, sem o qual a produção 
industrial não teria condição de existir: o controle sobre o 
trabalho. Para conhecer este aspecto é preciso considerar a 
transformação na estrutura agrária após as Revoluções 
Inglesas. A divisão das terras antes comunais beneficiou o 
grande proprietário. Por consequência, os pequenos 
camponeses ficaram com terras insuficientes para lhes 
garantirem a sobrevivência. A maioria dessa população migrou 
para as cidades, onde a única forma de ganhar a vida era 
trabalhando como operário nas fábricas. Este é o 
“proletariado”. 
 
A miséria do proletariado 
A Revolução Industrial exigiu grande concentração de 
trabalhadores nas fábricas. Mas, seu aspecto mais importante, 
aquele que trouxe uma radical transformação no caráter do 
trabalho, foi a separação entre os trabalhadores e os meios de 
produção (máquinas, instalações e matéria-prima). Com isso, 
os operários passaram a ser simples assalariados submetidos 
aos donos dos meios de produção. Os antigos artesãos, 
acostumados a controlar o ritmo do seu trabalho, submeteram-
se à disciplina da fábrica. Mulheres e crianças faziam parte do 
operariado, invariavelmente, com os salários mais baixos que o 
dos homens. Na indústria têxtil de algodão, as mulheres 
formavam mais de 50% da massa trabalhadora. Em certas 
atividades, empregavam-se crianças de até seis anos de idade. 
A jornada diária de trabalho durava até 16 horas; não havia 
férias nem descanso aos sábados. 
 
 
Interior de indústria alemã no século XIX. 
 
 
Exemplos de invenções que impulsionaram a produção em série e a 
instalação de maquinofaturas. 
 
As condições de trabalho eram precárias e colocavam em risco 
a vida e a saúde do trabalhador. O salário era miserável. As 
fábricas quase não tinham janelas, as doenças profissionais 
eram frequentes, assim como os acidentes de trabalho. Nas 
minas de carvão ou de ferro, as vidas dos operários estavam 
sempre ameaçadas. O resultado disso tudo é que a média de 
vida dos trabalhadores era extremamente baixa. O desemprego 
agora era constante, uma vez que as máquinas foram pouco-a-pouco substituindo os seres-humanos na produção. Era o preço 
a ser pago pela riqueza e fartura da burguesia. 
 
Desenvolvimentos tecnológicos 
No início do século XIX, a máquina a vapor começou a ser 
utilizada também nos meios de transporte. Em 1807, o primeiro 
barco a vapor foi criado pelo estadunidense Robert Fulton. Na 
Inglaterra, George Stephenson organizou a primeira estrada de 
ferro. Com o barco a vapor e as linhas férreas, o tempo das 
viagens diminuiu, o custo dos transportes baixou e aumentou 
ainda mais o mercado. Com o aumento das trocas e a 
consequente necessidade de produzir mais, tornaram-se cada 
vez maiores os avanços da industrialização. 
 
Além dessa revolução nos transportes, entre as principais 
invenções mecânicas da época estão a máquina de fiar (de 
James Hargreaves, 1767), o tear hidráulico (de Richard 
Arkwright, 1768), o tear mecânico (de Edmund Cartwight, 
[CURSINHO POPULAR DA ACEPUSP] 
Curso Pré-Vestibular 
História 
 
340 
 
1785). A partir do momento em que foram associados com a 
máquina a vapor, criada por Thomas Newcomen, em 1712, e 
aperfeiçoada por James Watt, em 1765, essas novas invenções 
obtiveram um ganho ainda maior em sua produtividade, 
jogando milhares de operários nas ruas, sem emprego, 
esperança e quaisquer possibilidades de levar uma vida que não 
estivesse condenada à miséria extrema. 
 
Essa forma de produção em pouco tempo se alastrou para além 
da Inglaterra, atingindo primeiramente a Bélgica e a França, 
para então se expandir para a Itália, Alemanha, Rússia e, além 
da Europa, atingir os Estados Unidos e o Japão. 
 
A Segunda Revolução Industrial 
 
As inovações técnicas foram ganhando mais força ao longo da 
década de 1860. Às pesquisas científicas e à aceleração nas 
inovações ocorridas no mesmo contexto, reconfigurando e 
dinamizando o processo de industrialização, denominou-se 
Segunda Revolução Industrial. No mesmo contexto: 
 
 descobria-se a eletricidade; 
 inventava-se o dínamo, permitindo a substituição do vapor 
pela eletricidade como força-motriz nas máquinas; 
 desenvolvia-se o processo Bessemer (transformação do ferro 
em aço), permitindo a produção em grande escala, fazendo 
com que o ferro fosse, em pouco tempo, substituído pelo aço 
(mais resistente e com menor custo e produção), fazendo 
com que este fosse o metal símbolo da segunda fase da 
industrialização; 
 aprimorava-se os meios de comunicação com a invenção do 
telefone e do telégrafo; 
 inventou-se o motor a combustão interna, de Nikolaus Otto, 
aperfeiçoado por Rudolf Diesel, que inaugurou o uso do 
petróleo; 
 substituição do vapor pelo petróleo como fonte de energia; 
 desenvolvimento da indústria química. 
 
Dinamização da produção e reconfiguração do trabalho 
Com a Segunda Revolução Industrial, o uso da eletricidade e do 
petróleo como fontes energéticas geraram a intensificação do 
desenvolvimento tecnológico e a diversificação do processo 
produtivo. Passou-se a produzir artigos em série, ampliando-se 
a produção por meio da especialização do trabalho. Dessa 
forma, surgem as linhas de montagem, onde a produção era 
dinamizada conforme os trabalhadores ficavam 
ordenadamente distribuídos ao longo de uma esteira rolante 
por onde passavam as partes do produto a ser montado. Assim, 
o trabalhador especializava-se, por exemplo, em apertar 
parafusos ao longo de todos os dias de trabalho. A 
fragmentação do trabalho, ou seja, o trabalhador realizando 
apenas uma etapa do processo produtivo (já teorizada no 
século XVIII por Adam Smith), baixava os custos e aumentava a 
produção, incrementando, portanto, o lucro da burguesia 
industrial. 
 
A primeira vez em que foi aplicada em grande escala foi 
justamente na indústria automobilística de Henry Ford, nos 
EUA. Em suas fábricas, o chassi do carro era conduzido ao longo 
de esteiras rolantes, recebendo peça por peça dos operários 
distribuídos lateralmente de forma organizada na linha de 
montagem. Essa racionalização da produção foi denominada de 
fordismo. O custo da produção do automóvel foi reduzido de 
US$ 950 para US$ 250. 
 
E para aumentar ainda mais os lucros dos industriais, o 
engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor desenvolveu 
técnicas de aumento produtividade que consistiam em 
controlar os movimentos não apenas das máquinas, mas 
também dos homens, cronometrando-os, fazendo-os produzir 
em um ritmo cada vez mais acelerado. Essa forma de produção 
em série acelerada consistia no taylorismo. O Fordismo-
Taylorismo representam a transferência de uma racionalização 
típica do desenvolvimento científico para o âmbito da 
produção, que passa a ser sistematizada e ordenada segundo 
critérios científicos de rapidez e ordenamento. 
 
Como decorrência da dinamização da produção, reconfiguração 
do trabalho e do aumento dos lucros, começaram a surgir 
sociedades anônimas, enormes indústrias, concentrações 
financeiras e conglomerados empresariais, todas associações 
que concentravam um grande capital industrial, formando 
holdings, trustes e cartéis. 
 
 Holding: conglomerado de grandes empresas financeiras que 
controlam enormes complexos industriais por meio da posse 
de suas ações; 
 Truste: grandes empresas que absorvem a concorrência 
monopolizando a produção de mercadorias, controlando 
seus preços no mercado; 
 Cartel: associação de grandes empresas produtoras da 
mesma mercadoria, visando evitar a concorrência, definir os 
preços e dividir o mercado entre si, eliminando a 
concorrência. 
 
Dessa forma, já no século XX, o Capitalismo Industrial começava 
a ser suplantado pelo Capitalismo Financeiro, focado 
principalmente nas complexas movimentações de capitais dos 
grandes grupos financeiros, por exemplo, nas Bolsas de Valores 
mundiais. 
 
A Terceira Revolução industrial 
 
Ao longo do século XX, essas profundas e aceleradas 
transformações técnicas iniciadas no século XVIII adentram em 
uma terceira etapa, um momento apontado como sendo a 
Terceira Revolução Industrial, cuja característica central possui 
uma velocidade assustadoramente rápida no desenvolvimento 
de novas técnicas, como no campo a computação, micro 
eletrônica, robótica industrial, química fina, biotecnologia e 
nanotecnologia. 
 
Ao mesmo tempo em que essas tecnologias se desenvolvem 
ultra-velozmente, produzem uma quantidade ainda maior de 
técnicas obsoletas. Isso fica claro ao se observar as 
transformações, por exemplo, na computação e em seu 
desenvolvimento das duas últimas décadas do século XX: aquilo 
que parecia ser o estágio mais elevado do progresso 
tecnológico, já estava ultrapassado nos primórdios do século 
XXI. Todo esse processo demanda vultosos investimentos 
financeiros e pesquisas científicas voltadas ao aumento até 
então nunca visto da eficiência e da produtividade. Trata-se, 
portanto, de um movimento controlado por grandes empresas 
transnacionais abarcando o mundo inteiro. 
 
[CURSINHO POPULAR DA ACEPUSP] 
Curso Pré-Vestibular 
História 
 
341 
 
Significados 
 
“A Revolução Industrial assinala a mais radical transformação 
da vida humana já registrada em documentos escritos. Durante 
um breve período ela coincidiu com a história de um único país, 
a Grã-Bretanha (...) depois, ascenderá a uma posição de 
influência e poder mundiais sem paralelo na História de 
qualquer país com as suas dimensões relativas, antes ou desde 
então, e que provavelmente não será igualada por qualquer 
Estado no futuro previsível” 
HOBSBAWN, E J. Da Revolução Industrial inglesa ao 
Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986, p13. 
 
 “Que, entre os povos primitivos, a medição do tempo está 
comumente relacionada com os processos familiares no ciclo 
do trabalho ou das tarefas domésticas” (p.269). Para o povo 
Nandis, a ocupação do tempo era regulada considerando as 
meias-horas dos dias, onde: “às 5:30 as vacas foram levadas 
para o pasto; às 6:00 soltaram-se as ovelhas; às 6:30 nasceu o 
Sol; às 7:00 começou a aquecer (...)” (idem, p.270). Noção do 
tempo pelastarefas: “Em Madágascar, o tempo pode ser 
medido pelo ‘cozimento do arroz’ (cerca de meia hora) ou pelo 
fritar de um gafanhoto(um momento). Registrou-se que os 
nativos de Cross River dizem: ‘o homem morreu em menos 
tempo do que leva o ‘milho para assar’ (menos de quinze 
minutos)” 
A pressa é vista como uma falta de compostura combinada com 
ambição diabólica. O relógio á as vezes conhecido como ‘a 
oficina do Diabo’; não há horas precisas de refeições; a noção 
de um compromisso com hora marcada é desconhecida, eles 
apenas combinam de se encontrar no ‘próximo mercado’ 
(p270) 
Após a Revolução Industrial, “o que predomina não é a tarefa, 
mas o valor do tempo quando reduzido a dinheiro. O tempo 
agora é moeda, ninguém passa o tempo, e sim o gasta”. 
THOMPSON, E.P. “Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo 
industrial”. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura 
popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 
 
“Dentre todas as utopias criadas a partir do século XVI, 
nenhuma se realizou tão desgraçadamente como a da 
sociedade do trabalho. Fábricas-prisões, fábricas conventos, 
fábricas sem salário, que aos nossos olhos adquirem um 
aspecto caricatural, foram sonhos realizados pelos patrões e 
que tornaram possível esse espetáculo atual da glorificação do 
trabalho. (...)A dimensão crucial dessa glorificação do trabalho 
encontrou suporte definitivo no surgimento da fábrica 
mecanizada, que se tornou a expressão suprema dessa utopia 
realizada, alimentando, inclusive, as novas ilusões de que a 
partir dela não há limites para a produtividade humana. (...) 
Aqueles primeiros homens, que se viram constrangidos pela 
pregação moral do tempo útil e do trabalho edificante, 
sentiram em todos os momentos de sua vida cotidiana o poder 
destrutivo desse novo princípio normativo da sociedade. 
Sentiram na própria pele a transformação radical do conceito 
de trabalho, uma vez que essa nova positividade exigiu do 
homem pobre a sua submissão completa ao mando do patrão. 
Introjetar um relógio moral no coração de cada trabalhador foi 
a primeira vitória da sociedade burguesa, e a fábrica apareceu 
desde logo como uma realidade estarrecedora onde esse 
tempo útil encontrou o seu ambiente natural, sem que 
qualquer modificação tecnológica tivesse sido necessária. Foi 
através da porta da fábrica que o homem pobre, a partir do 
século XVIII, foi introduzido ao mundo burguês. 
 
DE DECCA, E. O nascimento das fábricas. 6.ed. São Paulo: 
Brasiliense, 1988, p7-10 
 
Conclusão 
 
As Revoluções Inglesas do século XVII impulsionaram novas 
ideias que prenunciavam os acontecimentos do século 
seguinte, o Século das Luzes. Juntamente com a Revolução 
Francesa, os acontecimentos na Inglaterra construíram as bases 
políticas do mundo contemporâneo e, assim como a Revolução 
Industrial, constituiu-se num modo gerador de profundas 
transformações na sociedade humana, também do ponto de 
vista econômico. 
 
A velha sociedade, baseada no nascimento e na origem, deu 
lugar a uma nova, baseada no capital e na propriedade privada. 
Era o fim do Antigo Regime. Desta forma, ocorreu a solidificação 
da burguesia que, por sua vez, modificou a organização do 
Estado, fundamentando-se em leis que correspondiam a seus 
interesses. 
 
A queda do Absolutismo foi contemporânea ao declínio do 
Mercantilismo — tinha de ser, pois o mercantilismo era a 
política econômica do Absolutismo. Para intervir na economia, 
era preciso um rei muito poderoso. 
 
Novas classes sociais se constituíram: os trabalhadores 
formaram o operariado urbano, que produzia nas fábricas e 
vivia às custas de salários; e a burguesia industrial, controlava a 
produção e administrava o comércio. 
 
 Separava-se definitivamente o Capital (configurado no poder 
dos donos dos meios de produção) e o Trabalho (representado 
pelos assalariados), onde os trabalhadores não mais tinham a 
propriedade dos instrumentos de trabalho, ficando confinados 
a se venderem como foca de trabalho por preços miseráveis e 
degradantes. 
 
Cidades do Reino Unido que se destacaram na Revolução Industrial. 
 
Em menos de dois séculos, o trabalho se transformou como 
nunca havia ocorrido em toda a História. Não apenas na forma 
de exploração dos detentores dos meios de produção sobre o 
proletariado, mas nas formas de organização dessa massa de 
trabalhadores, que para combater os proprietários começam a 
se organizar em associações trabalhistas e colocar em xeque a 
ordem capitalista: explicita-se a luta de classes entre a 
burguesia e o proletariado. 
 
De qualquer forma, o que é importante assinalar é que tanto as 
Revoluções Inglesas e a Revolução Francesa, no campo político, 
como a Revolução Industrial, no campo econômico, 
significaram tanto a destruição da organização social anterior, 
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História 
 
342 
 
com os últimos vestígios de feudalismo, quanto a consolidação 
do Capitalismo, agora não mais comercial, mas industrial, 
hegemônico após a consolidação da ordem burguesa no 
mundo. 
 
A expansão da industrialização e seu consequente aumento de 
produtividade fizeram com que os países industrializados 
passassem a disputar novos mercados para poder escoar suas 
produções. Dessa forma, estimulava-se o Imperialismo 
(Neocolonialismo) do século XIX, gerando disputa por mais 
consumidores que desembocaria na Primeira Guerra Mundial 
(1914-1918). 
 
 
Filmografia 
 
 Germinal, de Claude Berri. Baseado na obra homônima de 
Émile Zola, retrata as péssimas condições de trabalho e vida de 
trabalhadores franceses. 
 A nós, a liberdade, de René Clair. Compara o trabalho forçado 
em uma prisão e o trabalho em uma fábrica. 
 Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Aponta os problemas 
de uma sociedade criada pela ordem industrial capitalista, 
especialmente a partir do desenvolvimento do Fordismo-
Taylorismo. 
 Os Companheiros, de Mario Monicelli. Retrata a luta de 
trabalhadores italianos contra a opressão da burguesia 
industrial. 
 
 
Exercícios 
 
1. (FUVEST) “O fato relevante do período entre 1790 e 1830 é 
a formação da classe operária” “Os vinte e cinco anos após 1795 
podem ser considerados como os anos da longa contra-
revolução” [Durante esse período] “o povo foi submetido, 
simultaneamente, à intensificação de duas formas intoleráveis 
de relação: a exploração econômica e a opressão política.” Estas 
frases, extraídas de A Formação da Classe Operária Inglesa do 
historiador E. P. Thompson, relacionam-se ao quadro histórico 
decisivo na formação do mundo contemporâneo, no qual se 
situam: 
a) a revolução comercial e a reforma protestante. 
b) o feudalismo e o liberalismo. 
c) a revolução industrial e a revolução francesa. 
d) o capitalismo e a contra-reforma. 
e) o socialismo e a revolução russa. 
 
2. (PUC – MG) O movimento dos trabalhadores assalariados é 
parte integrante da história do capitalismo. Sua origem está 
fundamentalmente ligada: 
a) à formação de partidos da classe operária. 
b) ao caráter ambicioso do patrão capitalista. 
c) ao surgimento das ideias socialistas-marxistas. 
d) a certa consciência coletiva de ser operário. 
e) à solidariedade internacional dos trabalhadores. 
 
3. (PUC-Rio) “A Revolução Industrial assinala a mais radical 
transformação da vida humana já registrada em documentos. 
Durante um breve período ela coincidiu com a História de um 
único país, a Grã-Bretanha. Assim, toda uma economia mundial 
foi edificada com base na Grã-Bretanha, ou antes, em torno 
desse país. [...] Houve um momento na história do mundo em 
que a Grã-Bretanha podia ser descrita como sua única oficina 
mecânica, seu único importador e exportador em grande 
escala, seu único transportador, seu único país imperialista e 
quase que seu único investidor estrangeiro; e, por esse motivo, 
sua única potência naval e o único país que possuía uma 
verdadeira política mundial. Grande parte desse monopólio 
devia-se simplesmente à solidão do pioneiro, soberano de tudo 
quanto seocupa por causa da ausência de outros ocupantes.” 
E. J. Hobsbawm. Da revolução industrial inglesa ao 
imperialismo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1983, p.9. 
 
Ao falar da “solidão do pioneiro”, o autor refere-se ao 
pioneirismo da Grã-Bretanha na Revolução Industrial. 
a) Apresente DUAS razões que contribuíram para que a Grã-
Bretanha tenha experimentado a "solidão do pioneiro" naquele 
processo. 
b) Identifique DUAS mudanças ocorridas na sociedade inglesa 
no decorrer do século XIX que permitam exemplificar a 
afirmativa do autor de que "a Revolução Industrial assinala a 
mais radical transformação da vida humana já registrada em 
documentos". 
 
4. (UNESP-SP - adptado) A superioridade da indústria inglesa, 
em 1840, não era desafiada por qualquer futuro imaginável. E 
esta superioridade só teria a ganhar, se as matérias-primas e os 
gêneros alimentícios fossem baratos. Isto não era ilusão: a 
nação estava tão satisfeita com o que considerava um resultado 
de sua política que as críticas foram quase silenciadas até a 
depressão da década de 1880. 
Joseph A. Schumpeter. História da análise econômica. 
 
Dessa exposição conclui-se por que razão a Inglaterra adotou 
decididamente, a partir de 1840 o: 
a) isolacionismo em sua política externa. 
b) intervencionismo estatal na economia. 
c) capitalismo monopolista contrário à concorrência. 
d) agressivo militarismo nas conquistas de colônias. 
e) livre comércio no relacionamento entre as nações. 
 
5. (FUVEST-SP) Revolução Comercial está para mercantilismo 
assim como Revolução Industrial está para: 
a) aristocracia. 
b) malthusianismo. 
c) liberalismo econômico. 
d) socialismo utópico. 
e) corporativismo. 
 
6. (FATEC-SP) Dos fatos a seguir assinale aquele que não foi 
causa da Revolução Industrial. 
a) Revolução Comercial. 
b) Sólido sistema comercial inglês. 
c) Existência de carvão de boa qualidade e fácil acesso. 
d) Falta de braços para a lavoura. 
e) Desenvolvimento inicial da tecnologia. 
 
7. (UnB-DF) Socialmente a Revolução Industrial favoreceu: 
a) o enriquecimento do proletariado. 
b) a eliminação das diferenças de classes. 
c) o crescimento econômico da burguesia. 
d) o crescimento da população rural. 
 
8. (UFSCar-SP) Os economistas e historiadores estão de 
acorrdo em datar a Revolução Industrial no século XVIII, pois 
com a invenção das primeiras máquinas inicia-se a: 
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História 
 
343 
 
a) indústria de produtos alimentícios. 
b) indústria têxtil. 
c) indústria de comunicação e transportes. 
d) indústria metalúrgica. 
e) indústria de papel. 
 
9. (UFPA) Uma das consequências sociais da Revolução 
Industrial foi: 
a) o desenvolvimento do capitalismo financeiro. 
b) a formação de impérios coloniais. 
c) a utilização de técnicas cada vez mais modernas. 
d) o intervencionismo estatal na vida econômica. 
e) o rápido aumento das cidades. 
 
10. (Vunesp-SP - adaptado) Adam Smith, autor de A riqueza das 
nações (1776), referindo-se à produção e à aquisição de 
riquezas observou: 
Não é com o ouro ou a prata, mas com o trabalho, que toda a 
riqueza do mundo foi provida na origem, e seu valor, para 
aqueles que a possuem e desejam trocá-Ia por novos produtos 
é precisamente igual à quantidade de trabalho que permite 
alguém adquirir ou dominar. 
 
Os pontos de vista de Adam Smith opõem-se às concepções: 
a) mercantilistas que foram aplicadas pelos estados absolutistas 
europeus. 
b) monetaristas, que acompanharam as economias 
globalizadas. 
c) socialistas, que criticaram a submissão dos trabalhadores ao 
capital. 
d) industrialistas, que consideraram as máquinas as criadoras 
de riquezas. 
e) liberais, que minimizaram a importância da mão-de-obra na 
produção. 
 
11. (UFJF-MG adaptado) Desde o século XVI vinha-se operando 
na Inglaterra uma verdadeira Revolução Agrária, que consistia, 
sobretudo, na substituição da produção fragmentada em 
pequenas unidades distribuídas entre proprietários e 
arrendatários camponeses por uma produção em larga escala, 
concentrada em grandes propriedades. (...) Esta alteração foi 
possível principalmente pelas leis de enclosures, ou leis de 
cercamento dos campos comuns. Elza Nadai e Joana Neves. 
Com base no que foi destacado, analise as pré-condições que 
 geraram o desenvolvimento da Revolução Industrial no século 
XVIII, enfatizando o papel do movimento de cercamento dos 
campos. 
 
12. (Unicamp-SP) As fábricas do século XVIII substituíram as 
antigas oficinas artesanais. Explique o que eram essas oficinas 
e as diferenças entre elas e o sistema da fábrica. 
 
13. (Fuvest·SP) Já se observou uma vez que todo aluno mediano 
em História sabe que houve uma revolução industrial e que 
todo aluno estudioso sabe que não houve. Como bom 
estudante que você é, justifique a tese de que ocorreu uma 
evolução, e não uma revolução industrial. 
 
14. (CEETPS-SP) A partir da segunda metade do século XVIII, 
profundas transformações econômicas e sociais ocorreram em 
países da Europa Ocidental. Formou-se um novo tipo de 
sociedade, caracterizada pela predominância do capital em 
quase todas as atividades humanas, pelo trabalho industrial e 
pela vida urbana. Estas transformações foram resultado da 
Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra com a 
mecanização do trabalho, ou seja, a utilização de máquinas na 
produção e transporte de mercadorias. (CAMPOS, R. História 
Geral). 
a) De acordo com o texto, o que significou a Revolução 
Industrial? 
b) Explique uma mudança que ocorreu no mundo a partir da 
Revolução Industrial justificando se a consequência desta 
mudança foi positiva ou negativa. 
 
FORMAÇÃO DA ERA CONTEMPORÂNEA 
2. AS REVOLUÇÕES BURGUESAS III: A REVOLUÇÃO FRANCESA 
 
No fim do século XVIII, na frança, a burguesia já liderava as 
finanças, o comércio, a indústria, fornecendo à monarquia os 
recursos necessários ao funcionamento do Estado. Por outro 
lado, a estrutura social da França conservava as características 
aristocráticas de sua origem: a terra ainda constituía fonte de 
riqueza social e conferia aos que a possuíam, o poder sobre 
aqueles que a cultivavam. A França continuava a ser um país de 
economia predominantemente agrária. Enquanto o antigo 
regime predominava na França, a Grã-Bretanha expandia sua 
produção industrial e o comércio exterior. Até a segunda 
metade do século, existiu certo equilíbrio entre essas duas 
potências europeias, mas a partir de 1763 as finanças francesas 
entraram em colapso, abalando toda a economia desta nação. 
 
O crescimento da economia capitalista, portanto, encontrava 
obstáculos em remanescentes feudais. Nesse contexto, a 
burguesia exigiu liberdades econômicas, políticas e sociais a fim 
de eliminar as barreiras aristocráticas e assegurar o livre 
desenvolvimento do modo de produção capitalista. Entretanto, 
esses entraves e privilégios feudais se apoiavam na ordem 
política do Antigo Regime e sua eliminação implicava em 
derrubar toda a estrutura do Estado moderno, o que só seria 
possível com medidas radicais. 
 
 
 
A França Pré-Revolucionária 
 
A França ainda era um país agrário nos fins do século XVIII: de 
seus 23 milhões de habitantes, cerca de 20 de milhões viviam 
no campo. Luís XVI, o rei da França nessa época, havia recebido 
de seu antecessor um país economicamente arruinado, com 
súditos descontentes e oprimidos pelos impostos. Para agravar 
ainda mais a situação, a França contava, na época, com um 
grande crescimento demográfico, que exigia correspondente 
crescimento econômico. Além disso, a pequena produção 
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História 
 
344 
 
agrícola, relacionada aos entraves feudais à produtividade e 
agravada também por fenômenos climáticos, causava 
acentuada elevação do preço do pão, tornando-o quase 
inacessível à população de baixa renda. Esse quadro fazia com 
que a miséria e a fome se alastrassem pela França. 
 
Socialmente, a França ainda conservava traçosmuito fortes da 
estrutura medieval, apresentando três “estados” bastante 
segmentados, vejamos: 
 
▪ 1° Estado (Clero): era o primeiro estado e se dividia em Alto 
Clero (bispos e abades, originários da nobreza) e Baixo Clero 
(padres e vigários, originários das camadas baixas da 
população). 
▪ 2° Estado (Nobreza): constituía o segundo estado, detinha a 
posse de grande parte das terras e recebia privilégios da 
Monarquia como, por exemplo, a isenção de impostos. 
▪ O Terceiro Estado (Povo): formado pela burguesia e pelos 
trabalhadores (operários e camponeses), compreendia 98% da 
população e arcava com o peso de impostos e contribuições 
para o rei, o clero e a nobreza. Os outros dois estados não 
pagavam tributos e ainda viviam às custas do dinheiro público. 
 
Nessas condições, a principal reivindicação do terceiro estado era a 
abolição dos privilégios e a instauração de uma igualdade civil. 
 
Ideologicamente, as ideias liberais do Iluminismo constituíam as 
ideias empregadas pela burguesia para fazer oposição ao 
Absolutismo e ao Mercantilismo do Antigo Regime. Mais tarde 
condicionaram a conduta ideológica da própria Revolução 
Francesa. 
 
 
O rei Luis XVI sobe à guilhotina 
 
Nessa crise, a França estabeleceu um acordo comercial com a 
Inglaterra, em 1786, conhecido como “Tratado Eden-Rayneval”, 
que permitia a entrada de vinho francês no mercado inglês, 
com baixas taxas alfandegárias, porém, fazia o mesmo com os 
tecidos ingleses no mercado francês. Esse tratado praticamente 
arruinou a indústria manufatureira francesa, levando a 
burguesia a acirrar seu ódio ao Antigo Regime. 
 
Os Estados Gerais 
 
Na tentativa de vencer a crise, o governo convocou a 
Assembleia dos Notáveis (1787), composta de representantes 
do clero, da nobreza e da alta burguesia, propondo que a 
nobreza também pagasse impostos; porém os nobres negaram. 
Luís XVI nomeou, então, um novo ministro das Finanças, o 
banqueiro Jacques Necker e convocou a Assembleia dos 
Estados Gerais, uma assembleia formada por todos os Estados 
que não acontecia desde 1614. Necker não pertencia à nobreza 
e por sua iniciativa o número de representantes do terceiro 
estado na reunião dos Estados Gerais dobrou. Além disso, 
propôs que o rei fizesse concessões à burguesia para que essa 
apoiasse sua política de reformas. A nobreza e o clero se 
opuseram, mais uma vez. 
 
Os Estados Gerais deveriam discutir abertamente uma solução 
para a crise financeira e econômica que se agravava a cada dia. 
A notícia da convocação da Assembleia teve enorme 
repercussão na França. O país foi invadido por panfletos, 
cartazes e jornais, principalmente de cunho ideológico liberal, 
defendido pela burguesia, interessada em aproveitar a 
oportunidade e fazer exigências políticas, como a de que a 
votação fosse individual e não por estado. 
 
Em maio de 1789, os Estados Gerais se reuniram no Palácio de 
Versalhes pela primeira vez. O Terceiro Estado foi informado 
que os projetos seriam votados com um voto por estado. Isto 
daria vitória à nobreza e ao clero que possuíam os mesmos 
interesses e se uniriam. O Terceiro Estado rejeitou a decisão, 
pois almejava uma discussão conjunta e uma votação por 
pessoa. Diante da negação de suas reivindicações, a burguesia 
e os trabalhadores proclamaram uma assembleia nacional em 
represália e, como consequência, Luís XVI mandou fechar a sala 
de reuniões. Em contrapartida, o terceiro estado se dirigiu para 
um salão que a nobreza utilizava para jogos. Ali mesmo fizeram 
uma reunião, em que ficou estabelecido que 
permaneceriamreunidosaté que a França tivesse uma 
constituição, com a finalidade de limitar os poderes reais. 
 
Após tamanha reunião, Luís XVI, finalmente, cedeu, ordenando 
ao clero e a nobreza a se juntarem ao terceiro estado, surgindo 
assim a Assembleia Nacional Constituinte. O objetivo do rei era 
ganhar tempo, pois organizava tropas para dispersar a 
assembleia. 
 
 
Esta cena é um clássico de Prieu e representa um dos momentos mais 
importantes da Revolução Francesa. Em 14 de julho de 1789, o povo 
toma a Bastilha, a prisão-símbolo da opressão do Absolutismo dos 
Bourbons. Foi a Revolução Francesa um dos pontos culminantes das 
Revoluções Atlânticas, significando o mais duro golpe no Antigo 
Regime. Dez anos depois, ela terminaria nas mãos de um só homem: 
Napoleão Bonaparte. 
 
A Assembleia Nacional Constituinte (1789- 1791) 
 
No entanto, os produtos começaram a faltar; surgiram revoltas 
nas cidades e no campo. A reunião de tropas próximas à Paris, 
que dariam respaldo ao rei, e a demissão do ministro Necker 
provocaram insurreições em diversos pontos da França. Em 14 
de julho de 1789, ocorre a Queda da Bastilha, símbolo do 
Absolutismo Real e onde eram mantidos os presos políticos, foi 
tomada de assalto pelo povo. Os camponeses, percebendo a 
fraqueza da nobreza, saquearam os castelos, executando 
famílias inteiras de nobres e queimando cartórios e títulos de 
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História 
 
345 
 
propriedade. A burguesia, na Assembleia, temerosa de que as 
exigências chegassem também às suas propriedades, propôs a 
extinção dos direitos feudais como única forma de conter o 
furor revolucionário. Em 4 de agosto, foram abolidos pela 
Assembleia Nacional Constituinte os direitos e privilégios 
feudais, fato que ficou conhecido como “Jornadas de Agosto”. 
 
Preocupada em estabelecer teórica e ideologicamente a 
revolução, a burguesia fez aprovar a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão. De inspiração iluminista, o documento 
proclama o direito à liberdade e à igualdade perante a lei, a 
inviolabilidade da propriedade, assim como o direito de resistir 
à opressão. A recusa de Luís XVI em aprovar a Declaração 
provocou novas manifestações populares na capital, 
conhecidas como “Jornadas de Outubro”. O Palácio de 
Versalhes foi invadido e o rei obrigado a transferir sua 
residência para o Palácio das Tulheiras, em Paris. Muitos nobres 
aceitaram e juraram fidelidade à Revolução, outros, os 
refratários, emigraram e deram início às agitações contra-
revolucionárias nas províncias. 
 
Em 1790, a Assembleia Nacional Constituinte aprovou a 
“Constituição Civil do Clero”, que estabelecia que os bens 
eclesiásticos seriam confiscados para servirem de lastro à 
emissão de papel-moeda, chamado de assignat. No ano 
seguinte, foi terminada a elaboração da Constituição, que fazia 
da França uma Monarquia Constitucional, com separação de 
poderes, de acordo com o pensamento de Montesquieu e com 
a limitação do direito do voto em virtude do seu caráter 
censitário. 
 
A Convenção Nacional (1791-1795) 
 
Instalada como órgão do Poder Legislativo, a Assembleia 
Legislativa não conseguiu acalmar a situação no país. Os setores 
populares estavam descontentes porque continuavam sob o 
despotismo, não o da Monarquia Absoluta, mas o despotismo 
dos homens do dinheiro; setores da nobreza e do clero 
conspiravam com o apoio do rei, para tentar restaurar o Antigo 
Regime. As potências europeias, inicialmente indiferentes, 
uniram-se e preparavam a invasão da França. 
 
Internamente, a crise começava a provocar divisões entre os 
próprios revolucionários: no início os patriotas estavam unidos 
contra os aristocratas; porém, com a evolução dos 
acontecimentos, essa unidade desapareceu. Em Paris, as 
classes populares, os chamados sans-culottes, queriam o 
tabelamento dos preços e exigiam maior participação no poder 
público. 
Na Assembleia Legislativa, formaram-se grupos políticos 
defendendo seus interesses e ficaram conhecidos pela posição 
que ocupavam no anfiteatro de reuniões: 
 
 à esquerda: eram os jacobinos ou montanheses, assim 
chamados por se sentarem nas partes mais altas da Assembleia; 
 no centro: eram os constitucionalistas, defensores da alta 
burguesia e da nobreza liberal, grupo que mais tarde ficaria 
conhecido como Planície; 
 à direita: eram os girondinos, defensores dos interesses da 
alta burguesia e que temiam a radicalizaçãoda revolução; 
 na extrema-direita: encontravam-se alguns remanescentes da 
aristocracia que ainda não haviam emigrado e pretendiam 
restaurar o poder absoluto. 
 
Em abril de 1792, a França declarou guerra à Áustria e à Prússia, 
pois para esses países tinham fugido os principais opositores do 
movimento revolucionário e seus governos pretendiam intervir 
na França, a fim de neutralizar a burguesia francesa. A guerra 
era desejo tanto da extrema-direita, representada pelo rei, 
quanto da aristocracia — que acreditava que os soberanos 
absolutistas da Europa derrotariam a Revolução, possibilitando-
lhes o retorno ao poder e o controle da situação —, como pelos 
girondinos — que pensavam poder desviar para o conflito 
externo a pressão popular. 
Em 20 de setembro de 1792, os austros-prussianos foram 
derrotados na Batalha de Valmy, e a guerra deixou claro que o 
rei e aristocracia eram aliados dos inimigos externos. A nação, 
por seu turno, identificava-se com a Revolução. Os líderes dos 
exércitos populares eram justamente os jacobinos que mais se 
destacaram na Convenção: Robesrpierre, Marat e Danton. 
 
Em Paris, formou-se a Convenção Nacional, eleita por sufrágio 
universal, isto é, pelo voto de todos os cidadãos do sexo 
masculino. Ela assumiu o lugar da Assembleia, proclamou a 
República no dia 22 de setembro e condenou à morte, pela 
guilhotina, o rei Luís XVI. Sua morte provocou uma série de 
revoltas feitas por partidários da realeza na região de Vendéia. 
 
A Revolução dos Jacobinos 
 
Nas ruas de Paris, os sans-culottes, sob a liderança de Jacques 
Roux, exigiam reformas, controle de preços, mercadorias 
baratas e salários condizentes, reivindicações exatamente 
contrárias do que exigiam os girondinos. Neste momento, os 
jacobinos lideraram as reclamações e conseguiram formar o 
Comitê de Salvação Pública, inicialmente liderado por Danton, 
que tinha por obrigação o controle dos preços e a denúncia dos 
abusos realizados pelos altos comerciantes girondinos. 
 
Em junho de 1793, o povo cercou o prédio da Convenção e 
exigiu a prisão dos deputados traidores e exploradores. Os 
jacobinos aproveitaram-se das manifestações populares e 
depuseram todos os girondinos, instaurando um novo governo, 
sob a liderança de Robespierre. Teve início, então, o período do 
Terror, que se estendeu de junho de 1793 a julho de 1794. Por 
toda a França surgiram comitês revolucionários que prendiam, 
julgavam e executavam sumariamente todo aquele que se 
tornasse suspeito de ser inimigo da Revolução. Todos os 
elementos acusados de ligações com girondinos e com a 
aristocracia contra-revolucionária foram executados na 
guilhotina depois de julgamentos populares. 
 
Em meio a esse clima de agitações, a Convenção fez reformas 
de interesse popular: fixou preços máximos aos gêneros 
alimentícios e regulamentou os salários, criou escolas públicas, 
aboliu a escravidão nas colônias francesas e decretou uma 
ampla reforma agrária, além de dividir com os pobres os bens 
dos nobres emigrados. Ao mesmo tempo, os elementos mais 
radicais também eram executados. Hébert e Danton, ambos à 
frente dos indulgentes foram executados, fazendo com que 
Robespierre perdesse apoio popular. 
 
Entretanto, em 1794, a vitória do exército francês nas frentes de 
batalha e a derrota da contra-revolução na Vendéia provocaram 
uma nova mudança na luta pelo poder. De tanto assassinar 
líderes populares, a Comissão de Salvação Pública perdeu o 
contato com os sans-culottes. Nesse momento, os setores 
moderados voltaram com toda a força. Tendo perdido o apoio da 
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massa parisiense, Robespierre e seus partidários foram 
guilhotinados. 
 
 
 
 
A Reação dos Moderados: A Consolidação do Poder da 
Burguesia 
 
 
Essa era a reação termidoriana, consistindo na vitória dos 
conservadores e da burguesia. Anularam-se várias conquistas feitas 
pelos jacobinos: restaurou-se a escravidão nas colônias, liberaram os 
preços das mercadorias, retornaram as terras distribuídas aos 
camponeses e proibiram de cantar “A Marselhesa”, o hino da 
Revolução. Além disso, permitiram o retorno de nobres e clérigos 
expatriados durante o governo jacobino. Os antigos líderes e 
apoiadores dos jacobinos eram executados, o que ficou conhecido 
como Terror Branco. 
 
Promulgou-se, em 1795, uma nova Constituição, que criava um 
poder executivo composto por cinco membros, denominados 
Diretório, duas Câmaras Legislativas, o Conselho dos 
Quinhentos e o Conselho dos Anciãos. 
O Diretório e a Instalação do Consulado (1795-1799) 
 
O Diretório, de hegemonia dos girondinos, suprimiu o voto 
universal e restabeleceu o voto censitário, isto é, fazia um censo 
e somente aqueles que pagassem determinada quantia em 
impostos é que podiam votar ou serem eleitos. Isto significa que 
todos os esforços feitos pela maioria do povo francês foram 
aproveitados só pela alta burguesia. 
 
Em oposição à reação dos girondinos, explodem revoltas 
populares ao longo da França. A de maior impacto foi a 
“Conspiração dos Iguais” (1796), liderada por “Grago” Babeuf, 
defendendo o fim das desigualdades, atacando a propriedade 
privada e os privilégios das elites, defendendo a coletivização 
da riqueza para todos. 
 
Simultaneamente, as guerras externas continuavam, com 
vitórias francesas sobre a Espanha, Holanda e Áustria e as ideias 
revolucionárias burguesas continuavam a ser disseminadas por 
toda a Europa. O militar encarregado dessas todas essas ações 
foi um jovem general, Napoleão Bonaparte. 
 
Dentre os adversários da França, o mais forte era a Inglaterra: 
sua posição geográfica, (a insularidade) e a força de sua 
marinha, a tornavam quase inatingível. Napoleão tentou 
enfraquecê-la tomando posse do Egito, cortando assim o 
comércio com o Oriente. Entretanto, no mar, com a vitória do 
Almirante Nelson, em Abukir (1798), sobre a esquadra 
francesa, seus planos naufragaram. 
Nessas vitórias externas começa a se destacar a figura de 
Napoleão Bonaparte, líder militar famoso por sua habilidade 
em elaborar estratégias militares bem sucedidas. Os girondinos, 
pretendendo estabilizar internamente a França e consolidar a 
República, dão um golpe de Estado contra o Diretório e colocam 
o país sob a tutela de Napoleão, ação denominada golpe do 18 
brumário (em 9 de novembro de 1799). Instaurava-se o 
Consulado, sob o controle hegemônico de Napoleão, 
consolidando as conquistas da revolução burguesa na França. 
Entretanto, em breve Napoleão se utilizaria de seu poderes 
para instaurar uma ditadura militar no país. 
Ao longo dos dez anos de convulsões que assolaram a França, a 
aristocracia perdeu seus privilégios, desaparecerem os laços 
feudais que prendiam camponeses ao clero e à nobreza, e as 
atividades mercantis da burguesia das cidades não mais 
estavam sujeitas ao corporativismo arcaico. Dessa forma, a 
Revolução Francesa faz com que a França desponte no 
Capitalismo, deixando de lado seus últimos resquícios feudais. 
 
Apêndice sobre as revoluções burguesas 
 
Inspirada nos ideais iluministas e na Revolução Americana, a 
Revolução Francesa foi a revolução que postulou a tríade de 
princípios “Liberté, égalité, fraternité” (Liberdade, igualdade e 
fraternidade), princípios que serão reivindicados por outras 
revoluções e movimentos sociais ao longo de todo o século XIX. 
 
No entanto, ao estudar as Revoluções burguesas, é importante 
pontuar qual tipo de igualdade, liberdade e fraternidade estava 
sendo proclamada. Qual tipo de liberdade e igualdade estava 
em jogo? 
 
A seguir, alguns documentos de época para sondarmos a 
essência e particularidades de cada princípio. 
 
Égalité civil e égalité social: fim da estratificação social não é 
fim das classes sociais 
 
 DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO 
(França, setembro de 1789) 
 
Artigo 1º - Os homens nascem e permanecem livres e iguais nos 
direitos. As distinções sociais só podem ser baseadas sobre a 
utilidade comum. 
Artigo 6º -A Lei é a expressão da vontade geral. Todos os 
cidadãos têm o direito de participar, pessoalmente ou através 
de seus representantes, da sua elaboração. Ela deve ser igual 
para todos, seja protegendo, seja punindo. Todos os cidadãos, 
sendo iguais a seus olhos, estão igualmente habilitados a todas 
as dignidades, lugares e empregos públicos, conforme suas 
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347 
 
capacidades e sem outra distinção além daquela da sua virtude 
e dos seus talentos. 
 
A sociedade de corte, dos privilégios de origeme da falta de 
mobilidade social são traçosquecaracterizama Idade Moderna. 
Porém, o desajuste de uma nova classe vai desarticular a 
sociedade das três ordens, e apesar de uma parte da burguesia 
possuir dinheiro, ela não possuía direitos, tampouco, status 
sociais. Nesse sentido, os processos revolucionários do século 
XVII e XIX se erigiram contraos privilégios de nascimento e os 
títulos nobiliárquicos serem valores de distinção na sociedade. 
Esse desejo é expresso, não por acaso, no primeiro artigo da 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: “todos os 
homens nascem livres e iguais por natureza”. 
 
Ou seja,o que está sendo reivindicada é a igualdade civil, 
jurídica, e não a igualdade social. Pelo contrário, há uma 
preocupação em preservar a propriedade privada como um 
direito inalienável do homem, como expresso no artigo abaixo: 
 
Artigo 17º - Sendo a propriedade um direito inviolável e 
sagrado, ninguém poderá ser dela privado, salvo quando a 
necessidade pública o exigir de forma evidente, e sempre 
através de justa indenização. 
 
E será justamente a propriedade que irá se constituir como a 
nova distinção social na sociedade contemporânea. Em 
consonância com outras revoluções, a Revolução Francesa 
desencadeou um processo de rearranjo da sociedade, na qual a 
classe burguesa passa a obter o poder político, por meio da 
República, e paulatinamente, ascende a posição econômica 
antes ocupada pelo Rei. Tanto isso se verifica, que, em meados 
da metade do século XIX,surgiram as ideias revolucionárias, os 
socialismos, anarquismo e luta operária, visandoextinguir as 
classes sociais e abolir a propriedade privada dos meios de 
produção, já que a burguesia passou a explorar a classe de onde 
era proveniente, o terceiro estado. 
 
“A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da 
sociedade feudal, não aboliu os antagonismos das classes, 
novas condições de opressão, novas formas de luta no lugar das 
antigas”. MARX, K, ENGELS, F. Manifesto Comunista. RJ: Paz e 
Terra, 1998, p. 10. 
 
Logo, a declaração da igualdade social seria em relação à 
aristocracia, que tinha distinção social a priori, pois apesar da 
máxima que os homens são livres e iguais por natureza, um 
novo critério de distinção social se delineava: a propriedade 
privada e a quantidade de capital para poucos e a ausência 
destes para o restante. 
 
Égalité e desigualdade de gênero: Olympe de Gouges e a luta 
pelos direitos civis femininos. 
 
 DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER E DA CIDADÃ. 
Olympe de Gouges (França, setembro de 1791) 
 
Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação 
reivindicam constituir-se em uma assembleia nacional. 
Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos 
direitos da mulher são as únicas causas das desgraças públicas 
e da corrupção no governo, resolvem expor em uma declaração 
solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher. 
Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os 
membros do corpo social seus direitos e seus deveres; que, para 
gozar de confiança, ao ser comparado com o fim de toda e 
qualquer instituição política, os atos de poder de homens e de 
mulheres devem ser inteiramente respeitados; e, que, para 
serem fundamentadas, doravante, em princípios simples e 
incontestáveis, as reivindicações das cidadãs devem sempre 
respeitar a constituição, os bons costumes e o bem estar geral. 
Em consequência, o sexo que é superior em beleza, como em 
coragem, em meio aos sofrimentos maternais, reconhece e 
declara, em presença, e sob os auspícios do Ser Supremo, os 
seguintes direitos da mulher e da cidadã: 
 
Artigo 1ºA mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do 
homem. As distinções sociais só podem ser baseadas no 
interesse comum. (...) Mulher, desperta. A força da razão se faz 
escutar em todo o Universo. Reconhece teus direitos. O 
poderoso império da natureza não está mais envolto de 
preconceitos, de fanatismos, de superstições e de mentiras. A 
bandeira da verdade dissipou todas as nuvens da ignorância e 
da usurpação. O homem escravo multiplicou suas forças e teve 
necessidade de recorrer às tuas, para romper os seus ferros. 
Tornando-se livre, tornou-se injusto em relação à sua 
companheira. 
 
Quando se usa a expressão “Declaração dos direitos do homem 
e do cidadão¨, fica entendido que eram direitos relativos a 
todos os seres humanos. No entanto, observando a existência 
de uma “Declaração dos Direitos da mulher e da cidadã”, é 
notável que os direitos civis de 1789 não eram estendidos para 
a mulher. 
 
Olympe de Gouges, autora da Declaração, foi decapitada no 
período de Terror da Revolução, não foram toleradas suas 
ideias de igualdade de gênero. Ela e Mary Wollstonecraft, 
autora de “Vindication of the rights of woman” (1792) são 
consideradas as primeiras feministas da História. 
 
Pesquisando a situação política das mulheres na Revolução, a 
historiadora Elisabeth Badinter afirma: 
 
“Condorcet foi um dos raros políticos que defenderam a 
igualdade dos sexos [...]. Ao contrário da imensa maioria dos 
homens, Condorcet considerava as mulheres como legítimas 
concorrentes dos homens em numerosos cargos e profissões, 
incluindo as relativas às ciências, e concluía portanto pela 
necessidade absoluta de uma formação para homens e 
mulheres.[...] Sem dúvida, as mulheres foram as “deixadas por 
conta” da Revolução [...] Os judeus foram emancipados pelo 
decreto de 1791, a escravidão dos negros foi abolida em 1794, 
mas, apesar do esforço de alguns, a condição das mulheres não 
foi modificada. Os Direitos do homem, direitos naturais ligados 
à pessoa humana, não lhe foram reconhecidos.” 
BADINTER, E. Um é o outro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
1986, p.173. Liberté e escravidão. As contradições e essências 
do liberalismo. 
 
 DISCURSO DE FREDERICK DOUGLASS SOBRE AS 
COMEMORAÇÕES DA INDEPENDÊNCIA DOS EUA 
 
“Companheiros e cidadãos! Por que fui convidado para falar 
hoje a vocês? O que os negros dos Estados Unidos têm a ver 
com a independência dos Estados Unidos? Será que os grandes 
princípios da liberdade política e da justiça natural, presentes 
na Declaração da Independência, aplicam-se também a nós? 
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Não me incluo entre aqueles que participam deste glorioso 
aniversário! A grande independência que vocês comemoram 
revela somente a imensa distância que nos separa. A rica 
herança de justiça, liberdade, prosperidade e independência, 
transmitida por seus pais, pertence somente a vocês, e não a 
mim. Da mesma forma, o dia que para vocês representa a luz e 
a esperança, significa para os negros os grilhões e a morte. Este 
4 de julho é de vocês, não meu. 
 
Vocês podem, se quiserem, ficar alegres; quanto a mim, só resta 
o lamento. Trazer um homem acorrentado para o interior do 
templo iluminado da liberdade e convidá-lo para compartilhar 
de uma alegria que não lhe é comum, seria somente zombar 
deste homem de maneira desumana. Meu assunto, portanto, é 
a escravidão nos Estados Unidos. Assim, falarei deste 4 de julho, 
e de suas características populares, sob o ponto de vista do 
escravo. E afinal, o que esse dia representa para o escravo 
americano? Mais do que todos os outros dias do ano, o 4 de 
julho significa a injustiça, e a crueldade de que o escravo tem 
sido a vítima constante. Para ele, o que vocês comemoram não 
passa de uma fraude; a liberdadede que se vangloriam, uma 
profanação da própria liberdade; sua grandeza nacional, pura 
vaidade; suas comemorações, vazias e desprovidas de 
sentimento; suas denúncias de tiranos, simples descaramento; 
sua defesa da liberdade e igualdade, mera zombaria; suas 
orações e hinos, seus ofícios religiosos e solenidades são, para 
o escravo, engodos, decepções, impiedade e hipocrisia – um 
fino véu para dissimular crimes que cobririam de vergonha uma 
nação como esta, tão culpada de práticas chocantes e 
sangrentas”. 
Discurso de Douglas Frederick de 5 de julho de 1852. In Jornal 
Movimento. São Paulo: 5/ 7/ 1976. p. 09 
 
Como foi possível existir escravidão após a Independência dos 
EUA? Essa é a contradição que Frederick Douglass, importante 
abolicionista, evidenciou em uma das comemorações do 
Quatro de julho. 
 
Liberdade para quem? Liberdade da colônia das amarras da 
Metrópole para os colonos das 13 colônias. A estátua da 
liberdade levantou sua tocha para os descendentes dos ingleses 
que rearranjaram suas vidas na América, não para o africano 
escravizado.Os negros só terão sua liberdade após a Guerra 
Civil (Guerra de Secessão), quase cem anos após a 
Independência dos EUA,e, ainda assim, movimentos 
contestatórios a igualdade e inserção do negro na sociedade 
surgiram após a abolição da escravidão nos EUA, tais como a 
KKK (Ku Klux Klan), movimento declaradamente racista. 
 
Se as ideias de liberdade levaram os colonos das Treze colônias 
a declararem independência de sua Metrópole, isso não foi via 
de regra com todas as colônias que proclamaram liberdade. O 
Haiti era colônia francesa, a após a Declaração dos direitos do 
homem e do cidadão, adotando para si o princípio francês, 
declara-se independente. 
 
 INDEPENDÊNCIA DO HAITI 
 
Toussaint Louverture redigiu uma constituição, auto-
nomeando-se governador vitalício e estabelecendo uma nova 
política para a colônia. 
 
Especialmente entre os anos de 1800 e 1802, tentou reconstruir 
a falida economia do Haiti e restabelecer os contatos comerciais 
com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. (...) Seu nome 
significa, em francês, "o despertar de todos os santos" ou "a 
elevação de todas as almas". Suas últimas palavras foram 
dirigidas a seu filho na França: "Meu rapaz, um dia você terá a 
ventura de regressar a St. Domingo; esqueça-se de que a França 
assassinou seu pai." 
GELEDES.François-Dominique Toussaint Louverture. Acessado 
em julho de 2014. Disponível em: 
http://www.geledes.org.br/atlantico-negro/movimentos-
lideres-pensadores/afrolatinos-caribenhos/haiti/937-francois-
dominique-toussaint-louverture 
 
Em suma, ao estudar os princípios de igualdade e liberdade, 
percebe-se que apesar de terem sido essenciais e 
extremamente importantes em vários aspectos, tais como a 
participação civil no governo político, liberdade religiosa, 
direitos civis, por exemplo; a desigualdade e limitação de 
gênero, de classe e de raça subsistiram após as revoluções. 
 
 
Filmografia 
 
 Ligações Perigosas - Retrato crítico da vida fútil e irreal da 
corte francesa, um pouco antes da Revolução Francesa. 
 Danton - o processo da revolução - Retrato do Terror durante 
a Revolução Francesa, quando os jacobinos, liderados por 
Robespierre, buscam livrar a França dos contra-revolucionários. 
 
Exercícios 
 
1. (UNIBH) Sobre a Revolução Francesa é correto afirmar, 
EXCETO: 
 a) Ela é um marco na História do Mundo Contemporâneo, e 
suas ideias não se difundiram apenas na Europa, mas vão estar 
presentes no processo de emancipação política da América 
Espanhola em fins do século XVIII e princípios do século XIX. 
b) Ela é considerada uma revolução burguesa clássica, 
provocada por uma gama de fatores e de contingências, num 
contexto em que cresciam a oposição ideológica ao regime 
absolutista e a disseminação dos ideais de liberdade e 
igualdade. 
c) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada 
no dia 26 de agosto de 1789, foi um documento importante no 
qual os norte-americanos se basearam para fazer a Declaração 
da sua Independência e, mais tarde, a sua Constituição. 
d) Muitas das conquistas sociais e políticas da Revolução Francesa 
foram difundidas em outros países durante a “Era Napoleônica” 
(1799–1815); entre elas, a igualdade dos indivíduos perante a lei 
e o direito de propriedade privada. 
 
2. (FSL-RS) Com a morte de Robespierre, iniciou-se a fase 
denominada reação termidoriana, que assinala: 
a) a ascensão de Napoleão pelo golpe de 18 Brumário. 
b) o início do terror. 
c) o fim da Convenção. 
d) a formação da Primeira Coligação contra a França. 
e) a volta da alta burguesia ao poder. 
 
3. (Fuvest - adaptado) O que era o Terceiro Estado e quais suas 
reivindicações? 
 
4. (PUCMG) A Revolução Francesa é um tema da 
contemporaneidade, porque: 
http://www.geledes.org.br/atlantico-negro/movimentos-lideres-pensadores/afrolatinos-caribenhos/haiti/937-francois-dominique-toussaint-louverture
http://www.geledes.org.br/atlantico-negro/movimentos-lideres-pensadores/afrolatinos-caribenhos/haiti/937-francois-dominique-toussaint-louverture
http://www.geledes.org.br/atlantico-negro/movimentos-lideres-pensadores/afrolatinos-caribenhos/haiti/937-francois-dominique-toussaint-louverture
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a) inaugura a sociedade capitalista. 
b) fornece a base da atual prática política. 
c) cria a atual divisão de classes sociais. 
d) retira o poder da velha aristocracia. 
e) denuncia o arcaísmo do regime monárquico. 
 
5. (VUNESP) “Como terror entende-se (...) um tipo de regime 
particular, ou melhor, o instrumento de emergência a que um 
Governo recorre para manter-se no poder.” (N. Bobbio, 
Dicionário de política.) O mencionado “instrumento de 
emergência” - o “terror” - foi aplicado em sua forma típica, na 
Revolução Francesa, 
a) durante a reação aristocrática de 1787-1788. 
b) por Napoleão Bonaparte, na fase do Diretório. 
c)Por Luís XVI contra os camponeses da Vandéia. 
d) Pelos girondinos contra os bonapartistas 
e) no período da ditadura do Comitê de Salvação Pública 
 
6. (MACKENZIE) Desde a abertura dos Estados Gerais em 1789, a 
roupa possui um significado político. Michelet descreveu a 
diferença entre a sociedade dos deputados do terceiro Estado, à 
frente da procissão de abertura, como uma massa de homens 
vestidos de negro com trajes modestos e o grupo refulgente dos 
deputados da nobreza com seus chapéus de plumas, suas rendas, 
seus paramentos de ouro. Segundo o inglês John Moore, uma 
grande simplicidade, e na verdade a avareza no vestuário era 
considerada prova de patriotismo. 
Michelle Perrot Dentre os motivos da convocação da 
Assembleia a que se refere o texto, destacamos: 
a) anular as medidas radicais de alcance social, implementadas 
por Robespierre. 
b) o interesse do rei em abolir a desigualdade de impostos e 
confiscar os bens do clero. 
c) a crise financeira e econômica que atravessava o Governo de 
Luís XVI. 
d) estabelecer a transformação dos membros do clero em 
funcionários civis do estado. 
e) abolir o feudalismo, estabelecendo as liberdades civis e o 
voto censitário. 
 
7. (FIU-MG) A Revolução Francesa de 1789 concorreu, entre 
outros aspectos, para: 
 
a) o surgimento do pacifismo na França, por inspiração dos 
filósofos do Iluminismo. 
b) o desaparecimento do nacionalismo chauvinista que 
dominava a França. 
c) a consolidação do regime de Napoleão, graças à abolição do 
sistema constitucional. 
d) o término do ciclo de revoluções reivindicatórias que 
abalaram a Europa. 
e) o desaparecimento de alguns traços remanescentes do 
feudalismo. como a servidão. 
 
8. (FGV-SP) A Conspiração encabeça da por Graco Babeuf contra 
o Diretório: 
a) visava à restauração dos Bourbon. 
b) visava a implantar a ditadura dos humildes para quebrar a 
resistência dos ricos. 
c) era favorável à criação de uma representação c1assista na 
Com una de Paris. 
d) foi apoiada pelos girondinos. 
e) era realista. 
 
9. (PUC-SP)Durante o domínio dos jacobinos na Revolução 
Francesa (1793-1794), várias reformas foram votadas, inclusive: 
a) a liberação dos preços dos gêneros alimentícios, 
estabelecendo-se quotas aos comerciantes. 
b) a abolição de todos os privilégios feudais, sem indenizações, 
e venda dos bens do clero e nobres emigrados. 
c) o estabelecimento de uma comissão para tratar da paz com 
as potências europeias. 
d) a criação do Comitê de Salvação Pública destinado a 
controlar os atos dos homens do governo. 
e) decreto de abolição do Culto da Pátria e da Liberdade 
imposto pelos girondinos em 1792. 
 
10. (MACK-SP) A Revolução Francesa se deu basicamente para: 
a) eliminar os privilégios do clero. 
b) a formação imediata da República Francesa. 
c) eliminar os últimos entraves econômicos e políticos à 
ascensão da burguesia. 
d) concretizar as reivindicações dos operários e artesãos. 
e) a deposição de Luís XVI e Maria Antonieta. 
 
11. (UFRN) Os girondinos no processo da Revolução Francesa 
representavam os: 
a) inimigos radicais da monarquia e a combatiam mesmo sob a 
forma constitucional. 
b) adeptos das ideias libertárias de Lafayette influenciadas por 
um socialismo utópico. 
c) grupos de esquerda, que desejavam o aprofundamento das 
transformações sociais no processo revolucionário. 
d) elementos da alta burguesia que apesar de defenderem as 
posições conquistadas procuravam conter a ascensão das 
massas. 
e) defensores da pequena burguesia que foi o estrato social 
prejudicado pela Revolução. 
 
12. (Unesp-SP) A formação da Primeira Coligação antifrancesa 
(fevereiro e março de 1793), a alta do custo de vida, a traição 
de Dumoriez e a revolta camponesa da Vendéia criaram uma 
situação dramática para a Revolução. Jean-Paul Marat, que 
editava o jornal O Amigo do Povo, assim expressou a sua 
posição: 
É pela violência que se deve estabelecer a liberdade; o momento 
requer a organização do despotismo da liberdade, para 
esmagar o despotismo dos reis. 
a) Cite o nome dos principais grupos políticos rivais do período 
e indique qual deles adotou o ponto de vista expresso por 
Marat. 
b) Identifique as camadas sociais que aqueles dois grupos 
políticos representavam. 
 
13. (VUNESP) No decurso da Revolução Francesa, destacaram-
se várias facções ou agrupamentos políticos conhecidos por 
denominações específicas. Esclareça os interesses defendidos 
pelos girondinos e pelos jacobinos e indique qual destes, no 
recinto do plenário da Assembleia, sentava-se na ala esquerda. 
 
14. (PUCC-SP) No contexto histórico da Revolução Francesa, o 
episódio denominado Golpe do 18 Brumário aconteceu: 
a) quando Napoleão, apoiado pelo Exército e pela alta 
burguesia, derruba o Diretório e chega ao poder. 
b) no momento em que a Conjura dos Iguais propõe a tomada 
do poder à força e o fim da propriedade privada. 
c) quando se inicia o regime do Diretório, período que se 
caracterizou pelos desmandos políticos. 
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350 
 
d) no momento em que os monarquistas tentam volltar ao 
poder através de golpe, que foi sufocado por Napoleão 
Bonaparte. 
e) quando Robespierre, Saint-Just e seus companheiros do 
Comitê de Salvação Pública são mortos na guilhotina, pondo 
fim ao Terror. 
 
16. (Fumec-MG) O fracasso institucional do Diretório, fase da 
Revolução Francesa, em face das crises internas e das ameaças 
dos jacobinos e realistas, impossibilitou a burguesia de usufruir 
as conquistas revolucionárias anteriores. A articulação desses 
fatos possibilitou a ascensão de Napoleão Bonaparte, que se 
deu em virtude: 
a) do Golpe do 18 Brumário. 
b) do Bloqueio Continental. 
c) do Congresso de Viena. 
d) da Batalha de Waterloo. 
e) da Reação Termidoriana. 
 
17. (FGV-SP) Chegou a hora de a igualdade passar a foice por 
todas as cabeças. Portanto, legisladores, vamos colocar o terror 
na ordem do dia. (Discurso de Robespierre na Convenção.) 
A fala de Robespierre ocorreu num dos períodos mais intensos 
da Revolução Francesa. Esse período caracterizou-se: 
a) pela fundação da monarquia constitucional, marcada pelo 
funcionamento da Assembleia Nacional. 
b) pela organização do Diretório, marcado pela adoção do voto 
censitário. 
c) pela reação termidoriana, marcada pelo fortalecimento dos 
setores conservadores. 
d) pela convocação dos Estados Gerais, que pôs fim ao 
absolutismo francês. 
e) pela criação do Comitê de Salvação Pública e a radicalização 
da revolução. 
 
18. (Vunesp-SP) O secular regime absolutista, apesar de 
subvertido e abalado pela Revolução Francesa, reagiu e 
resistiu durante certo tempo. Assinale alternativa que mais se 
identifica como efetiva ação contra-revolucionária. 
a) Rebelião de camponeses na Vendéia, instigados pela 
aristocracia. 
b) Forte oposição ao rei Luís XVI, sustentada pela aristocracia 
que lutava pela manutenção de seus privilégios. 
c) Manobra militar que resultou na tomada da Bastilha e na 
libertação de centenas de presos políticos. 
d) Solução de compromisso entre a alta burguesia e a 
aristocracia para restaurar o absolutismo. 
e) A fuga para o exterior de nobres e padres franceses, em 
busca de apoio da Guarda Nacional. 
 
19. (Fuvest·SP) Do ponto de vista social, pode-se afirmar, 
sobre a Revolução Francesa, que: 
a) teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e 
apropriada por uma só classe social, a burguesia, única 
beneficiária da nova ordem. 
b) fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não 
conseguiu impedir o retorno das forças sociopolíticas do 
Antigo Regime. 
c) nela coexistiram três revoluções sociais distintas: uma 
revolução burguesa, uma camponesa e uma popular urbana, a 
dos chamados sans-culottes. 
d) foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao garantir 
as pequenas propriedades aos camponeses, atrasou, em mais 
de um século, o progresso econômico da França. 
e) abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa, tanto do 
ponto de vista da riqueza quanto do ponto de vista político, 
impediu que a burguesia a concluísse. 
 
20. (Unicamp-SP) Sobre a Declaração dos Direitos do Homem e 
do Cidadão, de 1789, o historiador inglês Eric Hobsbawn 
escreveu: 
Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica 
de privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma 
sociedade democrática e igualitária. (Eric Hobsbawn, A era das 
revoluções.) 
 
Utilizando-se dos seus conhecimentos sobre a Revolução 
Francesa, explique a afirmação do autor. 
 
21. (Cesgranrio-RJ – adaptado) A Revolução Francesa teve fases 
distintas durante o seu desenvolvimento. A Convenção 
Nacional (1792-1795) foi uma das fases mais significativas por 
quais motivos? 
 
22. (UFES) A Revolução Francesa não foi feita por 
um partido político organizado, no sentido 
modernodo termo, nem foi influenciada por um 
programa partidário previamente elaborado. Sua 
unidade foi estabelecida mediante a convergência de 
ideias geradoras de um consenso. Podemos classificar essas 
ideias como: 
a) burguesas, baseadas no liberalismo clássico. 
b) monarquistas, baseadas no absolutismo real de direito 
divino. 
c) burguesas, baseadas nos ideais socialistas e anarquistas. 
d) camponesas, baseadas no socialismo utópico e empresarial. 
e) monarquistas, baseadas na economia de mercado e no 
parlamentarismo. 
23. (UFSCAR-SP). A queda na produção de cereais, às vésperas 
da Revolução Francesa de 1789, desencadeou uma crise 
econômica e social, que se manifestou: 
a) na alta dos preços dos gêneros alimentícios, na redução do 
mercado consumidor de manufaturados e no aumento do 
desemprego. 
b) no aumento da exploração francesa sobre o seu império 
colonial, na reação da elite colonial e no início do movimento 
de independência. 
c) no abrandamento da exploração senhorial sobre os servos, 
na divisão das terras dos nobres emigrados e na suspensão dos 
direitos constitucionais. 
d) na decretação, pelo rei absolutista, da lei do preço máximo 
dos cereais, na expansão territorial francesa

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