Buscar

resumo introdução a biologia celular molecular

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CAMPUS DE ARAPIRACA
CURSO DE MEDICINA
Tutoria 1 – TURMA A
1º Período (2016.2)
Rafhaela Albuquerque Feitosa
Vivianne Beatriz dos Santos Lúcio
Arapiraca – AL
Março de 2017
Objetivo 1: Conhecer a célula, suas principais estruturas, composição, e os meios celulares.
As células eucariontes são compartimentalizadas em membrana plasmática, citoplasma e núcleo. A membrana plasmática circunda a célula, define seus limites e mantém as diferenças entre o citoplasma e o meio extracelular. Além de ser constituída por uma bicamada lipídica, unida por ligações não-covalentes às proteínas, a membrana plasmática também possui proteínas sensoriais, que tem o papel fundamental de transferência de informações para o meio externo. Existe também o citoesqueleto, no qual estão localizados os microtúbulos, filamentos de actina e os filamentos intermediários. Ele é o responsável por estabelecer, modificar e manter a forma da célula, bem como promover os movimentos celulares e das organelas. O citoplasma é composto pela matriz citoplasmática/citosol, que por sua vez é composta por água, enzimas, íons, aminoácidos, precursores dos ácidos nucléicos, organelas e também é depósito de substâncias diversas, como grânulos de glicogênio. É no citosol que ocorrem as reações químicas da célula. No núcleo estão contidos os fatores hereditários de cada pessoa, e também é o responsável por comandar a funções da célula. Seu conteúdo é delimitado pelo envoltório nuclear, uma dupla membrana que contém polirribossomos. Dentro do núcleo estão localizados o nucléolo, composto por RNA + proteínas, a cromatina, DNA + proteínas, e o nucleoplasma, responsável pela sustentação da cromatina e do nucléolo. O conteúdo extracelular é formado por sódio, água, cloreto, íons bicarbonato, glicose, oxigênio, ácidos graxos e aminoácidos, como também dióxido de carbono. As células podem viver, crescer e realizar suas funções enquanto as concentrações dos componentes extracelulares estiverem adequadas. 
É no citoplasma das células eucariontes que estão localizadas as organelas, como as mitocôndrias, peroxissomos, lisossomos, aparelho de Golgi e retículo endoplasmático. As mitocôndrias são organelas que, ao serem vistas ao microscópio apresentam dupla membrana, sendo a interna pregueada. Possuem DNA, RNA e ribossomos próprios, além de realizarem autoduplicação e síntese proteica. É na mitocôndria que ocorre parte da respiração celular (cadeira respiratória nas cristas mitocondriais, e ciclo do ácido cítrico na matriz mitocondrial), havendo liberação de energia das moléculas de glicose e ácidos graxos, para a produção de calor e ATP (adenosinatrifosfato). 
O aparelho de Golgi separa e endereça as moléculas sintetizadas nas células, encaminhando-as para as vesículas de secreção. Ele também é o responsável pela formação do acrossomo dos espermatozoides, e pela formação dos lisossomos. Já estes, por sua vez, são os chamados depósitos de enzimas que são utilizadas pelas células, com o intuito de digerir moléculas que são introduzidas nelas por pinocitose, fagocitose ou até mesmo digerir organelas da própria célula, a chamada autofagia. A autofagia é essencial para o desenvolvimento e a manutenção dos mais diversos tecidos, bem como participa da eliminação de organismos invasores e permite a diferenciação celular e a abertura de espaços para tecidos e órgãos durante o desenvolvimento embrionário. O retículo endoplasmático é dividido em rugoso (ou granular) e liso (ou agranular). Diferem apenas pela presença de ribossomos no rugoso, e ausência no liso, mas suas funções são similares: síntese proteica, transporte de substâncias e desintoxicação do organismo. Além disso, o REL é bastante desenvolvido nas células que secretam hormônios esteroides, nas células hepáticas e nas células da glândula adrenal. 
Existem também os peroxissomos, caracterizados por conterem enzimas oxidativas, e também possuem catalase celular, sendo esta a responsável pela eliminação rápida do peróxido de hidrogênio. Além disso, foi constatado que pessoas com peroxissomos do cérebro, rins e fígado sem suas enzimas, apresentaram a Síndrome de Zellweger, caracterizada pela perca celular da capacidade de transferir para os peroxissomos as suas enzimas sintetizadas. Há também os ribossomos, responsáveis pela síntese proteica, comumente encontrados livres no citoplasma ou no RER. Alterações nos componentes celulares podem causar doenças, como Escorbuto, se houver disfunção no RER, Doença de Kartagener, nos microtúbulos, ou as síndromes ligadas às disfunções cromossômicas, como a Síndrome de Down.
Além de organelas, a célula também é composta por macro e biomoléculas que são importantes para a formação da célula e dos componentes que conferem as características específicas dos seres vivos. Os açúcares, subunidades dos carboidratos, agem na sustentação mecânica da célula, além de também servirem como fonte de energia, como a glicose. Os açúcares mais simples são chamados de monossacarídeos, seguidos pelos dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. A união de oligossacarídeos e proteínas ou lipídeos formam glicoproteínas e glicolipídeos, respectivamente, sendo estes a base molecular para os grupos sanguíneos. Já os ácidos graxos, subunidades dos lipídeos, são armazenados no citoplasma em forma de triacilglicerol, e além de outras funções, participam da construção da membrana celular, e alguns de seus derivados, como os triglicerídeos, são reserva concentrada de alimento, visto que fornecem seis vezes mais energia utilizável do que a glicose. Os nucleotídeos, subunidades do DNA e RNA, são os responsáveis pelo armazenamento e disponibilização da informação biológica, e também podem atuar como carregadores de energia de curto prazo (ATP). Os nucleotídeos com base no açúcar ribose são chamados de ácido ribonucleicos (RNA), e contêm as bases Adenina, Citosina, Guanina e Uracila. Já os que tem a desoxirribose, são chamados de ácidos desoxirribonucleicos (DNA), e contêm as bases Adenina, Citosina, Guanina e Timina. As proteínas, que por sua vez são formadas por aminoácidos, executam praticamente todas as funções celulares, como carregar mensagens, servir de enzimas, componentes estruturais ou canais e bombas para a passagem de moléculas para dentro e fora da célula. As proteínas podem ser classificadas em muitas famílias, devido a duplicação ocasional dos genes, permitindo que uma das cópias evolua e desempenhe uma nova função. Por essa razão, o estudo a respeito das proteínas é muito vasto e essencial para a compreensão das mais diversas funções e estruturas do corpo.
Objetivo 2: Conhecer os marcos da história da medicina
A História da Medicina é muito vasta e extensa. Poderíamos citar aqui inúmeros grandes nomes que realizaram incríveis descobertas e assim trouxeram-na para o patamar de desenvolvimento em que se encontra hoje. Mas vamos focar nos primórdios dessa ciência, como ela era exercida na antiguidade, e em algumas descobertas essenciais para o que chamamos de Medicina Moderna.
Na Grécia Antiga, Asclépio era venerado como um deus, segundo o mito, ele era filho do deus Apolo e de uma ninfa mortal. Para muitos ainda hoje é considerado o Deus da Medicina, tanto que uma de suas principais insígnias (a serpente enrolada em um bastão) é o símbolo dessa ciência nos dias atuais. Nos tempos antigos Asclépio possuía seus próprios templos. Estes, eram grandes centros de cura, e os tratamentos eram sempre espirituais, pois se acreditava que a mente era a causa de toda e qualquer doença. Com o passar dos anos foram introduzidas técnicas cirúrgicas e de cura através de ervas, mas a cura integral era sempre fruto da metanóia. 
Nos dias atuais, apesar da difusão de informação e do grande avanço tecnológico, é possível observarmos algo parecido. “Charlatanismo Moderno” é o nome dado à prática de tratamentos que não foram comprovados eficientes pela medicina, mas que ainda arrastam muitas pessoas que buscam a cura para suas enfermidades.Ainda na Grécia Antiga podemos destacar o Corpus Hippocraticum, uma coletânea de 60 tratados médicos que englobam práticas, ideais, teorias, descobertas, hipóteses, consensos, leis, enfim, tudo o que envolvia a medicina naquela época. Em vários desses tratados podemos perceber a presença da Teoria dos Humores, segundo essa teoria existem quatro humores corporais. As doenças eram ocasionadas pelo desequilíbrio desses humores e a saúde pela estabilidade deles. Os tratamentos curativos segundo essa teoria consistiam na formulação de uma dieta com alimentos que regulassem a falta ou excesso dos mesmos. 
Uma das obras do Corpus Hippocraticum é “O Juramento” escrito pelo próprio Hipócrates (o Pai da Medicina). Esta obra consiste em um discurso repleto de ética e sabedoria no qual o médico firma um compromisso, não só com os pacientes especificamente, mas também com a sociedade e com ele mesmo, de promover a saúde e de exercer a profissão de uma maneira incrivelmente bela e heroica. Até hoje, no ato de sua formatura, os estudantes de medicina proferem solenemente uma versão remodelada desse juramento. Apesar disso, infelizmente podemos observar que a maioria dos médicos da atualidade não cumprem com sua palavra. O juramento, mesmo remodelado, exalta o compromisso de preservar e promover a saúde dos pacientes e não o de apenas tratar as suas doenças. 
Um dos indivíduos mais importantes na História da Medicina é o médico-filósofo Cláudio Galeno. Viveu na época do Império Romano e se dedicou ao estudo do corpo humano realizando grandes descobertas. Suas investigações eram baseadas em macacos, uma vez que a dissecação de seres humanos era proibida. Dentre as respeitáveis habilidades de Galeno, se destacava a sua técnica cirúrgica. Esse incrível médico deixou um grande legado para a Medicina Ocidental. Até o século XIX suas técnicas e descobertas eram consideradas essenciais para a formação dos estudantes que ingressavam nessa ciência. E é claro que os seus erros também se perpetuaram pelos séculos, como por exemplo a Teoria das forças, a qual dizia que os órgãos realizavam suas funções próprias devido a uma ação de forças que atuavam sobre os mesmos. 
É importante destacarmos também um evento negativo marcante na história da Medicina. A Peste Negra. Apesar das consequências desastrosas, foi essencial para a conscientização da população em relação à higiene e ao saneamento básico, uma vez que a bactéria causadora da doença era transmitida pela pulga dos ratos pretos, que naquela época (Idade Média) viviam em pleno contato com os europeus. Nesse mesmo período podemos perceber uma lenta mas eficiente modificação no papel do hospitais. Antes os poucos que existiam eram na verdade as escolas médicas, onde os alunos atendiam alguns pacientes como parte do seu aprendizado. A partir da Epidemia de Peste foi notada a grande necessidade da criação de centros de saúde que atendessem a demanda. 
Para encerrar precisamos citar a Teoria dos Germes, desenvolvida por Louis Pasteur, um brilhante cientista francês que através da observação microscópica descobriu que todos os processos de fermentação e de decomposição orgânica são ocasionados pela ação de microrganismos. Para solucionar o problema, Pasteur criou uma maneira de matá-los e assim preservar os alimentos por mais tempo. Com o passar dos anos essa técnica foi denominada pasteurização. A partir daí Pasteur se dedicou ao estudo dos germes, que segundo ele são as causas de todas as doenças infecciosas, e em um jeito de combatê-los, descobrindo assim as vacinas que hoje são tão essenciais para a manutenção da saúde e prevenção das doenças.
Além de tudo o que foi citado ainda poderiam ser incluídos outros renomados nomes e várias descobertas, mas procuramos citar alguns fatos essenciais para a História da Medicina. 
Referências
“The 2016 Nobel Prize in Physiology or Medicine - Press Release". Nobelprize.org. Nobel Media AB 2014 Web. Disponível em: <http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/2016/press.html?ctkey=autophagy>
ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 5ª Edição. Ed. Artmed.
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchôa; CARNEIRO, José. Biologia celular e molecular. 8ª Edição. Ed. Guanabara Koogan.
GUYTON, A. C. e HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Ed. Guanabara Koogan.
QUEIROZ, M. de S. O paradigma mecanicista da medicina, ocidental moderna: uma perspectiva antropológica. Rev.Saúde públ., S.Paulo, 20:309-17, 1986.
AGUIAR, Eurico de. Medicina – Uma viagem ao longo do tempo. 2010.
MARTINS, L. Al¬C.P.; Silva, P.J.C. & Mutarelli, S.R.K. (2008). A teoria dos temperamentos: do corpus hippocraticum ao século XIX. Memorandum, 14, 09¬24 Disponível em: <http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a14/martisilmuta01.pdf>
NUTTON, Vivian. 1973. "The Chronology of Galen's Early Career". Classical Quarterly.
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 12: 51-55, 2011.

Continue navegando

Outros materiais