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Julgamento de Nuremberg Trabalho

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Trabalho de Introdução ao Ensino do Direito
Direito
 
Aluna: Beatriz Moreira Federici
Turma: 1º Período Vespertino
	 
Qual é a relação do Julgamento de Nuremberg com o Direito Positivo?
Primeiramente, definiremos a diferença entre Direito Natural e Direito Positivo. 
O Direito Natural é uma parte do Direito que surgiu antes de qualquer tipo de Direito, é a definidora de toda e qualquer relação humana. Ele define o direito à alimentação e moradia por exemplo, sendo, assim, universal pois representa as necessidades humanas básicas. 
O Direito Positivo é o conjunto de regras e normas jurídicas que estão vigentes no país ou que ditam suas relações exterioras. Entende-se, então, que o Direito Positivo é fruto das vontades do soberano impostas aos seus consociados.
O Julgamento de Nuremberg foi considerado o precursor do Direito Internacional e da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Tais Códigos representam uma parte do Direito Positivo, logo, considera-se que o Julgamento de Nuremberg foi feito pautado em normas positivadas. E, neste caso, o soberano é o conjunto de países que, juntos, outorgaram as sentenças aos réus (e, posteriormente, cria-se a ONU, que passa a ser uma jurisdição internacional de fato). 
A obra “Teoria do Direito” escrita por Hans Kelsen legitimou o regime nazista? Por que?
Hans Kelsen não tinha pretensão de legitimar o regime Nazista. Cabe notar que Kelsen se preocupou em formular uma teoria do direito e não uma ideologia, desta forma, pode-se dizer que seu estudo era voltado a uma mera descrição do Direito (O ser) enquanto uma ideologia se preocuparia com o dever-ser. Ora, se Hans Kelsen tivesse legitimado o Nazismo, o seu estudo deveria abranger e anuir valorativamente com as atrocidades Nazistas. Evidentemente o autor não o fez, e se restringiu à formulação teórica das características e fundamentos formais do ordenamento jurídico. Em suma: afirmar a existência da juridicidade de regimes totalitários não é legitimar as perdas humanas deles decorrentes. 
Ademais o autor em questão tinha motivos pessoais para a negação da legitimidade do regime Nazista. Sua procedência era Austríaca e ele seguia o judaísmo, ou seja, era uma possível vítima dos ataques de Hitler inclusive sendo levado a se migrar para se resguardar das atrocidades Nazistas.
Porque os judeus foram submetidos ao regime Nazista?
Os judeus são povos que, desde a Antiguidade, por mais variados motivos, mudam de local de moradia. Desde seu primeiro êxodo, que foram escravizados por 400 anos no Egito, os judeus passaram pelos mais variados locais até se instalarem no Norte da Europa onde tiveram muita prosperidade econômica e começaram a ser rechaçados pelos outros povos europeus. Assim, quando Hitler chegou ao poder, por ter um poderio bélico maior que o dos judeus e como forma de Revanchismo à França (por perder a Alsácia e Lorena na Primeira Grande Guerra) ele aproveitou a oportunidade de tentar se livrar de dois povos “inimigos” alemães.
Qual era o fundamento legal, do ponto de vista do Direito, que autorizava a prática de tortura, apreensão e morte dos judeus?
As práticas de tortura e segregação dos judeus encontravam fundamento de validade no ordenamento jurídico da Alemanha, ou seja, em territórios na época controlados pelo soberano Alemão existia a permissão legal para práticas de tortura tão somente em razão da validade formal e jurídica. Portanto, o fundamento legal referido está voltado somente à forma do Direto, abstendo-se de juízo de valor quanto ao conteúdo dele.
Qual é a diferença de um governo legítimo e justo? 
Os termos propostos nesta questão podem ser definidos até mesmo com as noções do senso comum, visto que muitas pessoas questionam se “tal fato é justo, mesmo que seja legal”. Entende-se por legal, tudo aquilo que acata a uma estrutura positiva vigente, ou seja, que esteja em acordo com o código de leis de uma instituição, de um estado ou país, por exemplo. Por outro lado, a justiça seria entendida como um consenso de ideias, de crenças, valores e ideologias cujas noções existem muito antes nas consciências individuais, mesmo antes do surgimento do Direito e das leis positivadas.
Desta forma, podemos afirmar que um governo legítimo é um governo que está de acordo com a legislação vigente, que lhe serve de apoio e de justificação. Já o governo justo é aquele voltado às necessidades do povo do Estado. Como afirmou Aristóteles, o governo justo seria aquele voltado para a excelência moral, em que o que fosse bom para um também o seria para todos, na mesma medida, mas isso nem sempre é possível por não estar subsidiado por uma lei.
Nem sempre a legalidade caminha junto com a justiça, ou seja, nem sempre um governo legítimo é capaz de promover a justiça, de ser justo, embora isso seja possível e desejável. 
Beatriz Moreira Federici, 1 periodo Direito Puc Minas vespertino

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