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Crimes Contra a Administração Pública

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Crimes Contra a Administração Pública 
para TJ/SP 2017 
 
Os artigos que serão estudados (312 a 319) são crimes praticados por funcionários 
públicos contra a Administração Pública, senda esta portanto, o bem jurídico protegido. Por se 
tratarem de crimes que somente são cometidos por funcionários públicos, são crimes 
funcionais, que por sua vez estão inseridos na categoria de crimes próprios (exigindo uma 
característica específica do agente). Crimes funcionais são divididos em: 
Funcionais impróprios: ausência de condição de funcionário público. Por ex.: o crime de 
peculato-apropriação (art. 312, CP), torna-se apropriação indébita caso cometido por 
particular. 
Funcionais próprios: a condição de funcionário público é essencial para configuração do 
crime, sendo que sem essa condição, o fato será atípico. Ex.: prevaricação (art. 319, CP). 
 
Quem é o funcionário público? 
Nos termos do art. 327, CP “Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, 
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública”. 
Transitoriamente ou sem remuneração: jurados do Tribunal do Júri e mesários nas 
eleições são considerados funcionários públicos, embora não sejam remunerados. Há que se 
verificar a natureza da função pública em questão – o síndico, o inventariante dativo, o 
advogado, dentre outros que exercem atividades atípicas, não são funcionários públicos. 
Cargo público: é criado por lei e regulado por ela, que definem direitos e deveres dos 
servidores. Ex.: Presidente da República, Prefeitos, Juízes, Delegados, escreventes, Defensores 
Públicos, promotores etc. 
Emprego público: diferentemente, empregados públicos, são regulados pela CLT e 
subsidiariamente pelo regimento interno da entidade. Ex.: diaristas, encanador, servente etc. 
Função pública: são contratados temporariamente (art. 37, IX da CF) para exercer função 
pública sem que ela se corresponda cargo ou emprego, ou a função de confiança, na qual o 
servidor que ocupe cargo de provimento efetivo exerce atribuições de direção, chefia e 
assessoramento¹. Por ex.: jurados do Tribunal do Júri, mesários etc. 
Quem são os funcionários públicos por equiparação? 
Segundo o §1º do art. 327, CP “equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, 
emprego ou função pública em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviços contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública”. 
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Portanto, quem exerce atividades em autarquias (INSS), sociedades de economia mista 
(BB), empresas públicas (Correios), fundações instituídas pelo Poder Público (FUNAI) é 
considerado funcionário público para fins penais. 
Pessoal contratado ou conveniado somente é equiparado a funcionário público desde que 
exerça atividade típica da Administração. 
Observação: “Nos termos da nova redação atribuída ao § 1º do art. 327 do Código Penal, 
equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para 
a execução de atividade típica da Administração Pública. Os médicos e administradores de 
hospitais particulares participantes do Sistema Único de Saúde exercem atividades típicas 
da Administração Pública, mediante contrato de direito público ou convênio, nos termos 
do § 1º do art. 199 da Constituição da República, equiparando-se, pois, a funcionário 
público para fins penais, nos termos do § 1º do art. 327 do Código Penal. Recurso especial 
provido” (STJ — 6ª Turma — Resp. 331.055-RS — Rel. Min. Paulo Medina — j. 26.06.2003 — v.u. 
— DJU 25.08.2003) 
“O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma 
remunerada em defesa dos agraciados com o benefício da Justiça Pública, enquadra-se no 
conceito de funcionário público para fins penais. (Precedente). Recurso desprovido” (STJ — 5ª 
Turma — RHC 17.321-SP — Rel. Min. Felix Fischer — j. 28.06.2005 — v.u. — DJU 22.08.2005, p. 
304). 
Há aumento de pena para alguns casos 
Conforme previsto no §2º, do art. 327 do CP “ A pena será aumentada da terça parte 
quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em 
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo Poder Público”. 
Cargo em comissão é o cargo de confiança, sem necessidade de concurso público. Mas não 
esquecer que a pena não aumenta só para este, mas também para os que atuem em função de 
direção (Governadores) ou assessoramento de órgão (secretários municipais etc.) 
 
Quando o particular participa 
O particular pode ser coautor ou partícipe, ou seja, ajuda que o funcionário público cometa 
o crime, ele responde pelo mesmo crime que o funcionário público se enquadrar. Pois segundo 
o art. 30 do CP, as circunstancias de caráter pessoal, quando elementares do crime, se 
comunicam a todos os demais. 
 
 
 
 
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Mapas mentais 
 
 
Crimes funcionais 
(aqueles cometidos 
somente por funcionários 
públicos)
próprios
caracteristica de 
funcionário público é 
essencial para configurar 
o crime funcional
improprio
ha ausencia da condição 
de funcionário público
Funcionario 
público é aquele 
que exerce
AINDA QUE 
transitoriamente e 
sem remuneração
Cargo Público
Função Pública
Emprego Público
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Grifados em rosa: título/cabeçalho 
Grifados em azul: palavras-chave 
Grifados em verde: vocabulário 
Grifados em amarelo: definição do vocábulo 
Grifados em cinza: tópicos/subtítulos 
Grifados em vermelho: coisas importantes como prazos, pena, atenuantes, agravantes etc. 
Funcionario público por equiparação 
exerce atividades típicas da ADM em
autarquias
sociedades de 
economia mista
empresas públicas
fundações
contratações
convenios 
aumento da terça 
parte da pena para 
crimes cometidos por 
agentes de cargo 
comissionado, direção 
ou assessoramento

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