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Estudos Orientados - Língua Portuguesa - Unidade I

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Prévia do material em texto

Unidade de Educação a Distância 
 
 
 
Estudos orientados - Língua Portuguesa 
 
 
 Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mírian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE / 2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade I 
 
Leitura e escrita no Ensino Superior 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mírian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
ESTRUTURA FORMAL DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
 
REITOR 
JOÃO PAULO BARROS BELDI 
 
VICE-REITORA 
JULIANA SALVADOR FERREIRA DE MELLO 
 
COORDENAÇÃO GERAL 
SINARA BADARÓ LEROY 
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 
FERNANDA MACEDO DE SOUZA ZÓLIO 
RIANE RAPHAELLA GONÇALVES GERVÁSIO 
 
AUXILIAR PEDAGÓGICO 
FABÍOLA MARIA FERREIRA 
MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA 
 
DESIGNER INSTRUCIONAL 
JUCÉLIA SOARES COELHO 
EQUIPE DE WEB DESIGNER 
FILIPE AFONSO CALICCHIO SOUZA 
LUCIANA REGINA VIEIRA 
 
REVISORA DE TEXTO 
MARIA DE LOURDES SOARES MONTEIRO RAMALHO 
 
SECRETARIA 
LUANA DOS SANTOS ROSSI 
MARIA LUIZA AYRES 
 
MONITORIA 
ELZA MARIA GOMES 
 
AUXILIAR ADMINISTRATIVO 
MARIANA TAVARES DIAS RIOGA 
THAYMON VASCONCELOS SOARES 
 
AUXILIAR DE TUTORIA 
FLÁVIA CRISTINA DE MORAIS 
MIRIÃ NERES PEREIRA 
VANESSA OLIVEIRA BARBOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mírian Lúcia Brandão Mendes 
 
 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
Legenda 
 
 
 
 
 
Nosso Tema 
 
 
 
 
 
Síntese 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais 
 
 
 
 
 
 
Reflexão 
 
 
 
 
Material complementar 
 
 
Atividade 
 
 
 
 
Dica 
 
 
 
 
 
Importante 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
Nosso Tema 
 
 
Prezado (a) aluno (a), 
Com o propósito de oferecer um Ensino Superior de qualidade, a Coordenação Geral dos Cursos de 
EaD do Centro Universitário Newton, com o apoio institucional, elaborou a disciplina “Estudos 
Orientados em EaD – Língua Portuguesa”, especialmente dirigida a você, que está ingressando no 
Ensino Superior, tendo em vista enriquecer seu desempenho nas atividades ligadas à Língua 
Portuguesa. 
 
Visa a uma formação mais coerente com as necessidades do mercado, pois, comunicar-se de forma 
precisa é fundamental nas mais diversas atividades, seja na elaboração e exposição de projetos, até 
mesmo na participação em processos seletivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você sabe, certamente, que as questões de Conhecimentos Gerais do Enade compreendem o 
conhecimento da nossa língua, além disso, mesmo na parte específica, as técnicas de interpretação, 
sumarização e redação auxiliam a compreensão das questões e, também, o desenvolvimento das 
respostas. 
 
Fique atento (a) para o que se segue. Nesta disciplina, como você vai perceber, as atividades 
ocorrerão por meio do Portal Universitário, são obrigatórias e serão avaliadas para que você sinta o 
seu progresso ao realizá-las. 
Queremos participar de seu sucesso, mas sabemos que não há receitas mágicas e conselhos 
infalíveis para a escrita de um bom texto. Entretanto, é fato que quem lê melhor aprende a pensar 
Clique no link a seguir e veja esta 
reportagem que mostra como 
candidatos perdem vagas por erros 
de português! 
 
http://g1.globo.com/bom-dia-
brasil/noticia/2012/04/pesquisa-revela-
que-candidados-perdem-vaga-por-erros-
de-portugues.html 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
melhor e a escrever com mais espontaneidade. Por isso acreditamos, também, que muito pode 
ser aperfeiçoado nesse sentido. Por essa razão, a nossa proposta é provocar você, jovem 
graduando, para uma reflexão sobre a leitura e o texto escrito. 
 
Contamos com você nesta caminhada. Estaremos sempre juntos e torcendo por seu sucesso ! 
Qualquer dúvida, entre em contato com a monitoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
 
 
Reflexão 
 
 
Para iniciar, gostaríamos que você refletisse sobre a leitura respondendo a algumas perguntas . 
 
 Como se deu a sua formação enquanto leitor? 
 Quanto do seu tempo é reservado para a leitura? 
 Você gosta de ler? 
 Qual é sua leitura preferida? Como você vê a leitura na sociedade? 
 Você acha que a leitura pode modificar a vida de alguém? 
 
E, então, o que você concluiu? Veja: o indivíduo não pode ser completo quando ele não sabe ler e 
interpretar as situações que o rodeiam. Leitura não significa simplesmente decifrar o que os textos 
nos apresentam, é muito mais. Significa perceber tudo que acontece no nosso cotidiano: as 
conversas entre amigos, a fala do professor, a interpretação de um filme, entre várias outras 
situações. 
 
Pesquisas mostram que a pessoa que não possui o hábito da leitura, quando lê sente dificuldade 
para fazer uma análise, apresenta menos facilidade para se relacionar, para se expressar no 
convívio social e profissional, além de tornar-se pobre quanto ao vocabulário. Ainda que quanto mais 
pratiquemos a leitura mais informações estarão a nossa disposição , imperioso se faz continuar essa 
busca incessante pelo conhecimento, por abrir horizontes. A leitura deve tornar-se hábito, vício, 
deleite, e prazer, visto que ela favorece o pensar, o querer e o sentir. A leitura estimula, inspira e 
provoca a inteligência. 
 
A arte de ler e de escrever foi durante muitos anos 
monopólio sagrado de pequenas elites. Por volta de 
1750, no amanhecer da Revolução Industrial, haviam 
decorrido quase cinco mil anos sobre o aparecimento 
dos primeiros rudimentos da arte da escrita. Contudo, 
mais de 90% da população mundial não tinham acesso a 
essa arte. A leitura não era dominada por todas as 
pessoas, apenas uma minoria privilegiada podia 
desvendar o mistério dos símbolos que envolvem as 
letras e a escrita. 
Hoje, porém, a leitura é considerada um dos meios mais eficazes para o desenvolvimento da 
aprendizagem permitindo romper barreiras educacionais. 
Fonte: Disponível em: 
http://verdadeumfato.blogspot.com.br/2010/06/
verdade-sobre-biblia.html 
Acesso em: 29/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
O cidadão é alguém que chega à vida adulta capacitado a ler e entender manuais, embalagens de 
produtos, relatórios, poesias, formulários, gráficos, tabelas, artigos de jornal e todasas outras formas 
da escrita cotidiana. 
 
Que técnico não necessita ler um 
manual ao instalar uma máquina; a 
dona de casa, ao instalar um 
aparelho eletrônico; a criança, ao 
contato com o vídeo game? Existe até 
a necessidade de nos informarmos 
com as bulas contidas nos 
medicamentos. Assim, nada justifica a 
ausência de leitura, pois, em nosso 
cotidiano, ela está presente em todos 
os momentos. 
 
A Internet trouxe-nos uma oportunidade ímpar, pois ela faz com que naveguemos por diversos 
assuntos enriquecendo-nos e proporcionando-nos a capacidade de análise, comparações e 
conclusões. Com ela, a leitura chega mais facilmente a nossos lares, os livros estão mais acessíveis 
e as informações chegam mais rapidamente ao nosso conhecimento. 
 
As páginas que se seguem levarão você a perceber melhor a importância da leitura e da escrita. 
Então, vamos começar? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Disponível em: 
http://f.i.uol.com.br/folha/informatica/images/08351342.jpg 
Acesso em: 30/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
 
Unidade 1: Leitura e Escrita no Ensino Superior 
 
“Além de saber ler, é necessário saber o que se está lendo. [...] Cria-se um leitor quando, depois de 
aprender a ler o que está escrito, aprende a ler o não está.” 
(Marina Colasanti) 
1. Conteúdo Didático 
 
Nesta unidade, estudaremos a importância da Leitura e da Escrita no Ensino Superior. Veremos que 
a compreensão de sentido dependerá dos conhecimentos prévios que você tem sobre o assunto que 
está lendo. É sobre esse processo de produção de sentido na leitura que falaremos no item seguinte. 
Acompanhe. 
 
1.1 Leitura, inferências, apreensão e compreensão de sentido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sem dúvida, a leitura intensa e criativa põe em ação os sentimentos, a vontade, a memória, a 
imaginação e a inteligência, mas para adentrar em um universo de conhecimento é preciso 
concentrar-se, abrir o livro com dedicação e disposição para dedicar-se à leitura. No Ensino Superior, 
você irá entrar em contato com diversos textos científicos que exigirão uma boa dose de 
concentração e dedicação. Essas o (a) ajudarão a compreender e interpretar os mais diversos tipos 
de textos. 
Fonte: Disponível em: http://leiturarecomendada.blogspot.com 
Acesso em 17/07/2013 
 
Fonte: Disponível em: 
http://src.odiario.com/Imagem/2013/04/24/m_leitura-cartazaberto-4-
custon.jpg Acesso em:27/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
Entretanto, é importante que a leitura seja feita com um lápis ou uma caneta nas mãos. Tudo que não 
for bem decifrado, ou que agrade a você, merece ser sublinhado, enfatizado, anotado, pois anotar é 
guardar. Aquela citação que nos chama a atenção merece ser lembrada quando precisarmos das 
palavras certas para concordar ou discordar de algo. Além disso, anotar torna a leitura reflexiva e útil, 
pois, quando nos faltar a inspiração, bastará nos lembrarmos daquela passagem que foi devidamente 
destacada ou das boas ideias que foram registradas em nosso arquivo de anotações para aproveitá-
las. Se você procurar biografias de grandes pensadores e escritores, dificilmente encontrará algum 
que não tenha mantido um “diário de pesquisa” ou anotações. 
 
 
Mas como compreender melhor um livro ou um texto escrito? 
 
 
Compreender um livro, um texto ou um autor consiste em ler com tranquilidade captando os conceitos 
fundamentais. 
Leia o texto, a seguir, que lhe dará um passo a passo para você realizar uma leitura eficiente. 
 Em qualquer tipo de leitura, há por trás um propósito. 
Se você se depara com um texto acadêmico, seu objetivo é definido pelo seu 
propósito. Geralmente, um entendimento mais detalhado do texto lhe é exigido. 
 
Mas, em linhas gerais, há certas estratégias para se fazer uma leitura eficiente de 
qualquer texto. 
Definido o objetivo ou propósito da leitura, tente seguir estas indicações abaixo: 
 
1ª: VISÃO DE TODO - LEITURA CORRIDA/SUPERFICIAL 
 Observe o leiaute do texto, títulos, imagens, subtítulos, autoria, ou seja, 
elementos periféricos do texto, mas que têm importância para compreendê-
lo. 
 Tente ler o texto sem preocupações, com o simples objetivo de perceber a 
temática do texto. 
 Pergunte-se: "De que trata o texto? Ele é relevante para meus propósitos?" 
2ª: VISÃO DAS PARTES - LEITURA ANALÍTICA 
 Tente detectar as ideias chaves do texto: tese [ponto de vista do autor], 
objetivos, argumentos de defesa, exemplo. 
 Tente extrair as ideias principais de cada parágrafo, separando-as das 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
secundárias. 
 Sublinhe as partes principais. 
3ª: VISÃO SINTÉTICA - RECONSTRUÇÃO DA LEITURA 
 Releia as partes sublinhadas. Cada parte deve estar organizada de modo a 
constituir-se em uma unidade de sentido. 
 Monte um texto/resumo com as partes sublinhadas utilizando conectivos e 
acrescentando palavras coesivas para ligar cada ideia do texto. 
 (Re) Leia o seu texto/resumo e compare-o com o original. 
Obedecendo a essas três etapas de leitura, seu entendimento melhorará a cada dia. 
 
Fonte: Disponível em: http://aprendaaestudar.blogspot.com.br/2009/04/estrategias-para-um-leitura-eficiente.html Acesso em: 
26/07/2013 
 
Ajuda muito, também, a leitura de outros livros do mesmo autor, observando, na teoria, a linha de 
raciocínio que ele segue. A leitura conduz ao pensamento e o pensamento conduz à escrita. 
É preciso ler para compreender e, para que a compreensão ocorra, devemos ser capazes de 
estabelecer associações deste texto do momento com outros já lidos, por isso a compreensão é 
também um exercício de convivência sociocultural. Segundo Ângela Kleiman (2004, p. 14), 
A concepção hoje predominante nos estudos de leitura é a de leitura como 
prática social, que na linguística aplicada, é subsidiada teoricamente pelos 
estudos do letramento, nessa perspectiva, os usos da leitura estão ligados 
à situação; são determinados pelas histórias dos participantes, pelas 
características das instituições em que se encontram, pelo grau de 
formalidade ou de informalidade da situação, pelo objetivo da atividade de 
leitura, diferindo segundo o grupo social. 
 
 Por essa visão da autora, nota-se que, atualmente, a leitura vem sendo tratada em um novo contexto 
teórico que considera as práticas sob um aspecto crítico e voltado para atividades, sobretudo, 
sociointerativas. 
 
De maneira geral, podemos dizer que compreender é decodificar e inferir. Para compreender 
partimos dos conhecimentos trazidos pelo texto e dos conhecimentos pessoais para inferir um sentido 
como produto de nossa leitura. Compreender um texto é realizar inferências a partir das informações 
dadas no texto e situadas em contextos mais amplos. Desse modo, pode-se dizer que as inferências 
são aquelas informações que o leitor adiciona ao texto. Não podemos deixar de destacar a sua 
participação ativa, enquanto leitor, para que surja a compreensão do texto. 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão MendesUnidade de Educação a Distância | Newton 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É importante que você apure sua sensibilidade e sua inteligência de leitor para desenvolver a 
capacidade de escrever. Para isso é necessário: 
 ler identificando as ideias do texto; 
 ler percebendo o tipo de texto que está sendo lido e o modo como foi organizado; 
 ler estabelecendo relações entre o que se está lendo e o que se pensa; 
 ler tirando conclusões sobre o que se leu. 
Depois de ter aprendido alguns pontos chave para uma leitura eficiente, vamos falar sobre a 
escrita, acompanhe. 
 
 
 1.2. Escrita no Ensino Superior 
 
Sabemos que a escrita é fundamental para o 
exercício de várias profissões. Você já deve ter 
passado por alguma situação em que precisou 
elaborar uma redação no trabalho, ou se 
comunicar com outras empresas, a partir da 
modalidade escrita, de forma clara. 
 
 
No entanto, para muitos, o ato de escrever não é agradável, pois a pouca ou total ausência da escrita 
foi uma das lacunas deixadas pelos ensinos fundamental e médio. Contudo, no ensino superior, a 
produção de textos deve fazer parte da rotina acadêmica. Após a leitura de um poema, de um trecho 
Os conhecimentos prévios exercem uma influência muito 
grande para compreendermos um texto. São estes os 
conhecimentos responsáveis pela nossa compreensão: 
 Conhecimentos linguísticos; 
 Conhecimentos factuais (enciclopédicos); 
 Conhecimentos específicos (pessoais); 
 Conhecimentos de normas (institucionais, culturais, 
sociais); 
 Conhecimentos lógicos (processos). 
 
Fonte: Disponível em: 
http://blogassuntosdiversos.blogspot.com.br/2012/02
/escrevendo-so-por-escrever.html 
Acesso em: 30/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
de um romance, de um texto científico, de uma reportagem, ou de um debate, você deve se sentir 
estimulado a elaborar um texto sobre o tema sugerido. 
 
Escrever é parte inerente ao universitário e não costuma 
ser tarefa fácil para ninguém. Normalmente, as pessoas 
"sofrem" muito quando têm que colocar suas ideias no 
papel. 
 
Durante muitos anos, o ensino da língua não se destinou 
à produção, à leitura e à interpretação de textos, mas se 
limitou a exigir do aluno as nomenclaturas gramaticais, 
uma vez que essas são exigidas pelas provas e 
concursos em geral. O resultado de tal postura foi um 
universitário que, muitas vezes, mal sabe escrever e, o 
pior, que pode passar quatro anos na universidade sem 
sabê-lo. 
 
A sociedade exige do profissional, seja ele engenheiro, advogado, jornalista, dentista ou professor, a 
capacidade de passar para o papel os seus estudos, divulgando assim o seu trabalho. Escrever 
significa comunicar-se e todos sabem que, nas empresas e instituições, a comunicação se faz, muito 
mais, por meio da modalidade escrita do que da oral. Para isso, são necessários conhecimentos 
específicos da elaboração da redação, como veremos mais à frente na nossa disciplina. 
No Ensino Superior, além das leituras de textos científicos, você, também, produzirá textos 
acadêmicos (resenha, resumo, artigo científico, relatórios, entre outros), cada um com características 
próprias. Nas unidades que se seguem, falaremos sobre a construção e as particularidades desses 
textos. Para o momento, é importante você saber que, ao redigir um texto, é necessário considerar a 
intencionalidade, pois, de acordo com a intenção toda a estrutura do texto se modifica. 
 
Vamos saber mais sobre esse assunto no próximo item. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Disponível em: 
http://www.revistadigital.com.br/wp-
content/uploads/2012/06/vest.jpg 
Acesso em: 30/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
 1.2 Linguagem como manifestação do pensamento e os diferentes tipos de 
textos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A linguagem é a atividade humana que, nas representações de mundo que constrói, revela aspectos 
históricos, sociais e culturais. É por meio da linguagem que o ser humano organiza e dá forma às 
suas experiências. Não há ação sem pensamento, assim, a linguagem passa a ser encarada como 
forma de ação, ação sobre o mundo dotada de intencionalidade. O uso da linguagem ocorre na 
interação social e pressupõe a existência de interlocutores
1
, mas, além do intuito comunicativo, a 
linguagem deve dar conta, também, das necessidades subjetivas, que se expressam nas palavras, 
nos sentimentos, nas sensações, nas emoções. 
 
São exemplos de diferentes linguagens utilizadas pelo ser humano: as línguas, a pintura, a dança, os 
logotipos, os quadrinhos, os sistemas gestuais, entre outros. Toda produção cultural está fundada na 
linguagem e materializada sob a forma de texto. 
 
Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu conceito? 
Para entendê-lo, pense nas duas seguintes situações: 
 
1) Você foi visitar um amigo que está hospitalizado e, pelos corredores, você vê placas com 
a palavra "Silêncio". 
 
 
1 Interlocutor: cada um dos participantes de um diálogo. 
 
Fonte: Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/-LazZGve_m_U/TbEJ4-
ThGiI/AAAAAAAAACk/WICg6fvAAss/s1600/linguagem.jpg 
Acesso em: 30/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
2) Você está andando por uma rua e vê um pedaço de papel, jogado no chão, onde está 
escrito "Ouro". 
 
Em qual das situações uma única palavra pode constituir um texto? 
 
Na situação 1, a palavra "Silêncio" está dentro de um contexto significativo por meio do 
qual as pessoas interagem: você, como leitor das placas, e os administradores do hospital, 
que têm a intenção de comunicar a necessidade de haver silêncio naquele ambiente. Assim, 
a palavra "Silêncio" é um texto. 
 
Na situação 2, a palavra "Ouro" não é um texto. É apenas um pedaço de papel encontrado 
na rua por alguém. A palavra "Ouro", na circunstância em que está, quer dizer o quê? Não 
há como saber. 
 
Mas e se a palavra "Ouro" estiver escrita em um cartaz pendurado nas costas de um 
daqueles homens que ficam nas esquinas do centro das cidades grandes que anunciam a 
compra de ouro? Aí sim, nessa situação, a palavra "Ouro" constitui um texto, porque se 
encontra num contexto significativo em que alguém quer dizer algo para outra pessoa (no 
caso, vender/comprar ouro) e, então anuncia isso. 
 
Texto é, então, uma sequência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que 
tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação. 
 
O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de 
enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir. 
 
 
Fonte: Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/texto-voce-sabe-qual-o-conceito.htm Acesso em: 
26/07/2013 
 
 
O texto representa o resultado material do ato de comunicação e de escolhas conscientes (ou 
inconscientes) feitas pelo sujeito falante dentre as Categorias de língua e os Modos de organização 
do discurso. Esses modos de organização do discurso são princípios de organização domaterial 
linguístico, que se dá de acordo com certas finalidades. 
 
Apesar de os discursos se caracterizarem pela sua heterogeneidade, ou seja, a homogeneidade 
textual quase não existe, é possível classificar os textos de acordo com a predominância do discurso 
que eles apresentam. A situação de comunicação é que determina a organização e a estrutura das 
sequências linguísticas encontradas em cada texto. São quatro os modos principais de organização 
do discurso que contribuem para construir textos: 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com relação ao sujeito produtor do texto, podemos dizer que ele ocupa o centro de uma situação de 
comunicação que constitui um espaço de troca no qual ele se põe em relação com seu parceiro ou 
interlocutor. Em uma situação de comunicação, utiliza, estrategicamente, categorias de língua 
ordenadas nos modos de organização do discurso para produzir sentido, por meio da configuração de 
um texto. Cada um desses modos de organização tem uma finalidade discursiva e um princípio de 
organização. Agora, vamos analisar cada um deles: 
 
 
 
Modos de organização textual 
Modo enunciativo: 
 
Referente aos protagonistas, seres da fala, internos ao ato de 
linguagem. Essa categoria organiza a posição dos sujeitos da 
linguagem e testemunha a posição que o locutor mantém com seu 
interlocutor, com o que é dito em seu discurso e com a realidade 
exterior. 
 
Modo descritivo: 
Reconstrói e qualifica universos segundo códigos sociais e de 
acordo com a finalidade de comunicação na qual está inserida. 
Nomeação e qualificação são componentes da construção 
descritiva. 
 
Modo narrativo: 
Permite a construção de uma realidade a partir do desenrolar de 
ações sucessivas. A ordem narrativa é descrita em torno de 
relações conceituais entre tipos de fazer (do ponto de vista dos 
atores) e tipos de ser (de qualificação dos atores). 
 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
Modo argumentativo: 
É um processo intersubjetivo que envolve um sujeito que 
desenvolve uma posição e outro que é alvo dessa argumentação. 
Para que essa persuasão ocorra, é necessário que eles 
compartilhem representações socioculturais. Procedimentos 
semânticos e discursivos funcionam para validar a argumentação. A 
argumentação nos proporciona um momento de criticidade, ou seja, 
por ela podemos ser leitores e espectadores na defesa de pontos 
de vista e, a partir dessa análise, verificarmos com qual nos 
identificamos melhor. 
 
QUADRO 1 
Fonte: Própria autora 
 
Veja alguns exemplos desses tipos de texto para que você os conheça, caracterize e 
identifique. 
 
Exemplo de Texto Narrativo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de texto descritivo: 
 
 
“A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos. É cheia de cores, pois tem o 
marrom, o verde, o vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso 
com suas águas barrentas desliza lento por entre pedras polidas pelos ventos e gastas 
pelo tempo.” 
 
 
Exemplo de texto argumentativo: 
 
Uma nova ordem 
 
Nunca foi tão importante no país uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se 
sucedem, os escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos 
níveis da administração pública exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por 
que passa o país. 
 
Conta a lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia e noite rezava 
e implorava para que o seu Santo o fizesse ganhar sozinho na loteria cujo valor do 
prêmio o faria realizar todos seus desejos e vontades. Assim passavam os dias, as 
semanas, os meses e anos. E nada acontecia. Até que, no dia do Santo, de tanto que 
seu fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu do nada e, numa voz de desespero 
e raiva, gritou: - Pelo menos, meu filho, compra o bilhete!! 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
 Mìrian Lúcia Brandão Mendes 
 
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O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos 
os males. As instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem 
em descrédito. Os governantes, eleitos pela expressão do voto, também engrossam a 
caldeira da descrença e, frágeis, acabam comprometendo seus programas de gestão. 
 
Para complicar, ainda, estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de 
trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de insatisfação e amargura. 
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que veem 
e sentem, procurem manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em 
branco. Convenhamos, nenhuma democracia floresce dessa maneira. 
 
A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública os 
condenará ao castigo da história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa 
acender uma pequena chama de esperança. O Brasil dos grandes valores, das grandes 
ideais, da fé e da crença, da esperança e do futuro necessita, urgentemente, da ação 
solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão comum, para instaurar uma nova 
ordem na ética e na moral. 
 Você sabia que os textos podem ser heterogêneos, como o romance, por exemplo, que é um texto 
narrativo com vários trechos descritivos? Veja o exemplo abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. 
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da 
graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. 
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como 
seu hálito perfumado. 
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde 
campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, 
alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. [...]” 
 
ALENCAR José de. Iracema.Rio de Janeiro: Ed. José Aguilar, 1959 
Fonte: Disponível em: http://cristhianoaguiar.com.br/blog/wp-
content/uploads/2012/10/iracema.jpg 
Acesso em: 29/07/2013 
Disciplina: Estudos Orientados – Língua Portuguesa 
Autoras: Gleides Ander Nonato 
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O trecho que você leu pertence a um dos mais belos romances da nossa literatura romântica, 
Iracema, de José de Alencar. Você deve ter percebido a presença das passagens narrativas e 
descritivas no romance, o que confirma a heterogeneidade do texto. Desse modo, podemos dizer que 
um mesmo texto pode conter passagens narrativas, descritivas e argumentativas. 
 
Já com relação à intenção de comunicação, pode-se dizer que ela pode ser configurada em diversos 
gêneros textuais: carta pessoal, e-mail, charge, publicidade, entre outras. Em nosso convívio social, 
deparamo-nos com esses vários gêneros textuais, cada um com suas particularidades, como você 
poderá perceber na Unidade 2. 
 
Chegamos ao final desta unidade, mas antes de avançar para a próxima, sugerimosque você visite 
as nossas seções “Teoria na prática” e “Síntese”. Aproveite este momento para avaliar o seu 
aprendizado e colocá-lo em prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Autoras: Gleides Ander Nonato 
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2. Teoria na Prática 
 
 
As questões que se seguem são referentes ao texto abaixo. Leia-o, com atenção, e responda 
corretamente: 
 
a) Qual é o tipo textual que predomina neste texto? 
b) Quais são as personagens presentes? 
c) O texto nos apresenta duas situações de comunicação com um interlocutor (personagem) 
comum às duas. Identifique-as. 
d) Qual o conteúdo da mensagem (oral e escrita) trocada entre os interlocutores na primeira 
situação de comunicação? 
e) Caracterize os elementos espaço-temporais dessa narrativa, isto é, onde se passam os 
acontecimentos da narrativa e por quanto tempo? 
O diretor do banco 
E o homem, empurrado, apenas sentiu o empurrão. Caminhava absorto, mas contente, espraiando a 
alma, desabado de cuidados e fastios. Era o diretor de banco, o que acabava de fazer a visita de 
pêsames ao Palha. Sentiu o empurrão, e não se zangou; consertou o sobretudo e a alma, e lá se foi 
andando tranquilamente. 
Convém dizer, para explicar a indiferença do homem, que ele tivera, no espaço de uma hora, 
comoções opostas. Fora primeiro à casa de um Ministro de Estado, tratar de requerimento de um 
irmão. O ministro, que acabava de jantar, fumava calado e pacífico. O diretor expôs atrapalhadamente 
o negócio, tornando atrás, saltando adiante, ligando e desligando as frases. Mal sentado, para não 
perder a linha do respeito, trazia na boca um sorriso constante e venerador; e curvava-se, pedia 
desculpas. O Ministro fez algumas perguntas; ele, animado, deu respostas longas, extremamente 
longas, e acabou entregando um memorial. Depois ergueu-se, agradeceu, apertou a mão ao Ministro, 
este acompanhou-o até à varanda. Aí fez o diretor duas cortesias, - uma em cheio, antes de descer a 
escada, - outra em vão, já embaixo, no jardim; em vez do ministro, viu só a porta de vidro fosco, e na 
varanda, pendente do teto, o lampião de gás. Enterrou o chapéu, e saiu. Saiu humilhado, vexado de si 
mesmo. Não era o negócio que o afligia, mas os cumprimentos que fez, as desculpas que pediu, as 
atitudes subalternas, um rosário de atos sem proveito. Foi assim que chegou à casa do Palha. 
Em dez minutos, tinha a alma espantada e restituída a si mesma, tais foram as mesuras do dono da 
casa, os “apoiados” de cabeça, e um raio de sorriso perene, não contando oferecimentos de chá e 
charutos. O diretor fez-se então severo, superior, frio, poucas palavras; chegou a arregaçar com 
desdém a venta esquerda, a propósito de uma ideia do Palha, que a recolheu logo, concordando que 
era absurda. Copiou do Ministro o gesto lento. Saindo, não foram dele as cortesias, mas do dono da 
casa. 
Estava outro, quando chegou à rua, daí o andar sossegado e satisfeito, o espraiar da alma devolvida a 
si própria, e a indiferença com que recebeu o embate do Rubião. Lá se ia a memória dos seus rapapés; 
agora o que ele rumina saborosamente são os rapapés de Cristiano Palha. 
 
 (Machado de Assis. Quincas Borba) 
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Autoras: Gleides Ander Nonato 
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Leia o texto (e/ou escute a música) e responda, em seguida, às questões: 
Cotidiano 
Chico Buarque 
Todo dia ela faz tudo sempre igual 
Me sacode às seis horas da manhã, 
Me sorri um sorriso pontual 
E me beija com a boca de hortelã. 
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar 
E essas coisas que diz toda mulher. 
Diz que está me esperando pro jantar 
E me beija com a boca de café. 
Todo dia eu só penso em poder parar; 
Meio-dia eu só penso em dizer não, 
Depois penso na vida pra levar 
E me calo com a boca de feijão. 
Seis da tarde, como era de se esperar, 
Ela pega e me espera no portão 
Diz que está muito louca pra beijar 
E me beija com a boca de paixão. 
Toda noite ela diz pra eu não me afastar; 
Meia-noite ela jura eterno amor 
E me aperta pra eu quase sufocar 
E me morde com a boca de pavor. 
Todo dia ela faz tudo sempre igual: 
Agora vejamos as possíveis respostas: 
a) O narrativo. 
b) Diretor do banco, Cristiano Palha, Ministro de Estado. 
c) As duas situações acontecem com o Diretor do Banco, primeiro quando visita o 
Ministro de Estado, onde foi não foi bem recebido, por isso saiu humilhado. A 
segunda situação acontece na casa de Cristiano Palha, onde foi recebido com 
cordialidades. Nessa segunda situação, as cortesias não foram do Ministro que tratou 
Cristiano Palha com a mesma frieza que fora tratado na casa do Ministro de Estado. 
d) O requerimento de um irmão, ou seja, assunto de negócios. 
e) Por 1 hora, na casa do Ministro de Estado, na casa de Cristiano Palha e na rua. 
 
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Me sacode às seis horas da manhã, 
Me sorri um sorriso pontual 
E me beija com a boca de hortelã. 
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar 
E essas coisas que diz toda mulher. 
Diz que está me esperando pro jantar 
E me beija com a boca de café. 
Todo dia eu só penso em poder parar; 
Meio-dia eu só penso em dizer não, 
Depois penso na vida pra levar 
E me calo com a boca de feijão. 
Seis da tarde, como era de se esperar, 
Ela pega e me espera no portão 
Diz que está muito louca pra beijar 
E me beija com a boca de paixão. 
Toda noite ela diz pra eu não me afastar; 
Meia-noite ela jura eterno amor 
E me aperta pra eu quase sufocar 
E me morde com a boca de pavor. 
Todo dia ela faz tudo sempre igual: 
Me sacode às seis horas da manhã, 
Me sorri um sorriso pontual 
E me beija com a boca de hortelã. 
(HOLLANDA, Chico Buarque de. “Cotidiano”. Construção, 1971, Philips, Faixa 2) 
 
a) Há duas pessoas neste texto: ela e eu. Quem é “ela”? Quem é o “eu”? 
b) Na terceira estrofe, o autor rompe um pouco com a estrutura que usou para todas as 
outras. Como ele faz isso? 
c) “Todo dia eu só penso em poder parar.” Parar o quê? Parar de quê? Parar por quê? 
d) “Meio-dia eu só penso em dizer não”. Dizer não para o quê? Dizer não por quê? 
e) “Depois penso na vida pra levar”. Que vida é essa? 
f) “E me calo com a boca de feijão”. Se cala por quê? 
g) Há uma refeição que as personagens não fazem juntas. Qual é? Que elementos do texto 
indicam isso? 
h) Neste texto, o autor usa a linguagem coloquial. Que elementos do texto nos permitem dizer 
isso? Por que ele faz uso dessa linguagem? 
i) Por que a última estrofe é a repetição da primeira? 
j) O que esse texto quer dizer? Qual parece ter sido a intenção do autor? 
 
 
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Agora veja as possíveis respostas: 
 
a) O texto fala do dia a dia de um casal ainda jovem de classe média bem tradicional. O homem 
(ele) é quem trabalha para dar conforto à família, enquanto a mulher (ela) fica em casa 
cuidando dos afazeres domésticos. 
 
b) Em todas as estrofes, o pensamento da personagem gira em torno da sua rotinacom sua 
esposa, mas na terceira estrofe, ele pensa no seu trabalho, ele pensa sozinho na sua vida 
profissional. Em todas as estrofes ela fala “dela”. Somente na terceira ele usa explicitamente 
o pronome “eu”. 
 
c) O homem parece estar cansado da vida maçante que leva, de todos os dias fazer a mesma 
coisa no trabalho. Interessante notar que ele, nas outras estrofes, fala com carinho da mulher 
e do que ela faz. Já no trabalho, ele pensa em parar e dizer não para a rotina entediante. Mas 
logo ele se lembra de que precisa do dinheiro do seu trabalho para levar a vida, para 
continuar vivendo e se resigna, se conforma. 
 
d) Para sua vida sem lazer, sem direitos. Vida de proletário, de trabalhador assalariado. Dizer 
não talvez porque ele não se sinta feliz e acredita que merece uma vida melhor, com mais 
oportunidades, com mais cultura, com mais bens. 
 
e) É sua vida junto da esposa, pois é ele que paga as despesas da casa e quem deve dar boas 
condições de vida para sua mulher e, provavelmente, planeja ter filhos e quer dar a eles o 
melhor que puder. 
 
f) A refeição que as personagens não fazem juntas é o almoço. A mulher diz que espera o 
marido para jantar e o beija com a boca de café, indicando que a ação se passa pela manhã. 
Seis da tarde ela o espera no portão, de onde se pode concluir que ele, como todo 
 
g) trabalhador comum, só volta para casa nesse horário e que eles passarão o horário do jantar 
juntos. 
 
h) A linguagem coloquial se faz notar pelo uso do pronome para começar a frase (me beija, me 
sacode); no uso do “pra” no lugar de “para”; no uso de expressões coloquiais como “ela 
pega”, “vida pra levar” e o pleonasmo “sorri um sorriso”. 
 
i) A última estrofe é a repetição da primeira para mostrar que a história se repete todos os dias. 
Para, junto com o título, dizer que a vida da personagem, que por sua vez representa uma 
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camada da nossa sociedade, é repetir sempre a mesma rotina, sem perspectivas de 
mudanças. 
 
i) A intenção do autor parece ser denunciar uma faceta perversa da nossa sociedade, que é o 
trabalho e a rotina entediante, sem tempo e nem dinheiro para o lazer e a cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 3. Síntese 
 
 
Querido (a) aluno (a), 
 
Nesta unidade, buscamos entender melhor a importância da leitura e da escrita no Ensino Superior. 
 
Vimos que compreender um livro, um texto ou um autor consiste em ler com tranquilidade captando 
conceitos fundamentais. 
 
Aprendemos, também, que a situação de comunicação é que determina a organização e a estrutura 
das sequências linguísticas encontradas em cada texto. 
 
Chegamos ao final da primeira unidade. Esperamos que o estudo desta unidade possa ajudar você 
nas suas atividades de leitura e que seja colocado em prática na produção dos textos. 
 
Vamos em frente, pois, ainda, temos muito que aprender sobre “Os gêneros textuais” na Unidade 2. 
 
Até breve! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Referências 
 
 
 
 
 
ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de texto: Interlocução e 
gêneros. São Paulo: Moderna, 2007. 
 
CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em Construção: a escritura do texto. São Paulo: Moderna, 
1997. 
 
EMEDIATO, Wander. A fórmula do texto: redação, argumentação e leitura. São Paulo: Geração 
Editoria, 2007. 
 
FIORIN, J. L. ; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto. 5. ed. São Paulo: Ática, 1997. 
 
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 14 ed. Rio de Janeiro: FGV, 1988. 
 
HUHNE, L.M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000. pp.64-65. 
 
KLEIMAN, Ângela. Abordagens da leitura. Belo Horizonte: Sripta, 2004. 
 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 2003. 270p. 
 
MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Comunicação Empresarial. 3.ed. São Paulo: Atlas, 
2010. 
 
MOYSÉS, Carlos Alberto: Língua Portuguesa: atividades de leitura e produção de textos. São Paulo: 
Saraiva, 2005.

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