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Novembro de 2012 Magnetostática Abstract Magnetismo; força entre correntes; produção do campo magnético por cargas; lei de Biot-Savart; dipolo magnético; movimento de uma carga no campo magnético; lei de Ampère. Dirceu Portes Centro Federal de Educação Tecnológica -CEFET/RJ Contents 1 Interação magnética 1 1.1 Força entre correntes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2 O Campo Magnético 4 2.1 Campo produzido por corrente: Biot-Sarvat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2.2 Força induzida pelo campo magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3 Dipolo Magnético 8 3.1 Torque sobre dipolos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 4 Lei de Ampère 12 5 Problemas 14 5.1 Respostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 6 Apêndice: Integral de linha 17 1 Interação magnética A interação magnética pode ser observada nos corpos magnetizados, como nos imãs. Em um corpo magnetizado sempre haverá dois pólos, os quais se convencionou chamar de pólo norte (N) e de pólo sul (S). A interação entre tais pólos obedece a uma regra simples: pólos de mesma natureza se repelem e pólos de natureza diferente se atraem. Nos imãs naturais a magnetização é espontânea e permanente, mas não é só neles que se observa o fenômeno. Diversos outros minérios, como o ferro, cam magnetizados na presença de um imã e são atraídos pelo mesmo (é justamente isso que acontece no imã de geladeira). Esse fenômeno já era conhecido por civilizações antigas, tanto que o nome magnetismo vem de Magnésia, cidade antiga da Ásia Menor, onde o fenômeno foi observado pelos gregos. O campo magnético da Terra é outra manifestação do magnetismo conhecida desde a antiguidade. Acredita-se que os chineses tenham inventado a bússola há 4000 anos. Nos dias de hoje, a interação magnética está presente em um número in ndável de aplicações tecnológicas, quase todos os aparelhos elétricos que usamos no dia a dia necessitam da interação magnética para funcionar. Entendé-la, controlá-la e manipulá-la é uma conquista da humanidade. Quando se inicia o estudo do magnetismo, o primeiro fato que intriga é a impossibilidade de se isolar um dos pólos magnéticos. Não foram poucas as tentativas de se produzir ou descobrir o monopolo magnético uma espécie de imã com apenas com um dos pólos presente , mas nenhuma destas tentativas logrou êxito. Por conseguinte, as perguntas naturais são: O que produz a interação magnética? Por que os corpos magnetizados apresentam sempre o dipolo N e S? Ainda nesta seção iremos responder a essas perguntas. 1.1 Força entre correntes A manifestação do magnetismo é uma conseqüência do movimento das cargas elétricas. Note que a mesma carga elétrica que produz o campo elétrico também é responsável pelos fenômenos magnéticos, porém o fenômeno magnético só ocorre com a carga em movimento. Ora, a corrente elétrica é constituída pelo movimento de portadores de cargas, não é de se surpreender que exista uma importante relação entre a corrente elétrica e a interação magnética. 1 Suponha dois os condutores retilíneos e paralelos, de mesmo comprimento l, separados de uma distância r, percorridos por correntes elétricas i1 e i2. O campo magnético gerado pelas correntes resultara em uma força entres os condutores, dada por ~F1!2 = ��0i1i2 2� l r r^1!2; (1) sendo que �0 é a permissividade magnética no vácuo, �0 = 4� � 10�7 m kg C�2: Na eq.(1) adotamos a mesma notação já utilizada no estudo da eletrostática: ~F1!2 representa a força que o o de corrente i1 exerce sobre o o de corrente i2, e o unitário r^1!2; que é perpendicular aos os, está orientado no sentido de i1 para i2. O sinal negativo na eq.(1) indica que a força será atrativa quando as correntes tiverem o mesmo sentido, e repulsiva no caso contrário. A interação entre as correntes elétricas, que pode ser comprovada experimentalmente em um laboratório, é fundamental tanto do ponto de vista teórico quanto em aplicações práticas de Engenharia. De forma esquematizada teremos: corrente) força magnética) movimento mecânico Tal esquema está presente em aparelhos que transformam energia elétrica em energia mecânica: motor elétrico, ventilador, etc.. Contudo, aparentemente em uma primeira abordagem, a interação entre correntes elétricas não possui nenhuma relação com a interação magnética entre os pólos N e S de um corpo magne- tizado. De fato, existe uma relação entre os dois fenômenos, mais precisamente, são duas maneiras diferentes de observar o mesmo fenômeno. A de nição de pólos magnéticos surge de um circuito fechado contido em um plano (espira). Qualquer espira divide o espaço em duas partes, os quais vão corresponder aos dois pólos. Ou seja, a cada lado da espira associamos um dos pólos. A regra da mão direita fornece a orientação S ! N do dipolo, o que permite determinar qual lado é N e qual lado e S, veja gura (1). Estabelecida a noção de pólo magnético, vemos na gura (2a) que aproximar espiras com correntes de mesmo sentido equivale a aproximar os pólos de diferentes natureza, o que resulta 2 Figure 1: De nição dos polos magnéticos Figure 2: Interação entre espiras em uma força atrativa. Em contrário, vemos na gura (2b) que aproximar espiras com correntes de sentidos opostos equivale a aproximar pólos de mesma natureza, o que resulta em uma força repulsiva. Agora deve ter cado claro porque nunca se pode isolar um pólo magnético. A noção de pólos magnéticos é abstrata, eles não correspondem a uma partícula ou a um ponto de nido, pois não "existe carga magnética". Uma pergunta que poderia surgir é: onde está a corrente fechada em um imã? Resposta: na órbita dos elétrons em torno do núcleo atômico. O movimento orbital dos elétrons não deixa de ser uma corrente fechada. Por conseguinte, cada átomo pode ser visto como um minúsculo imã. Na maioria dos materiais, a orientação do dipolo S ! N em cada átomo é aleatória produzindo uma resultante global nula. Em um corpo magnetizado, ao contrário, existe um sentido privilegiado e o efeito de cada átomo se soma produzindo uma resultante global diferente de zero, o corpo 3 torna-se, então, um gigantesco dipolo, perceptível macroscopicamente. O fato de o campo magnético estar associado ao movimento da carga elétrica provoca di cul- dades conceituais, pois a noção de velocidade é relativa. Uma carga pode estar em repouso no laboratório, mas estará em movimento em relação a outros referenciais. Essa discussão nos levaria longe e não vamos fazer, porque fugiria aos objetivos do curso. 2 O Campo Magnético 2.1 Campo produzido por corrente: Biot-Sarvat A interação magnética entre correntes elétricas é mediada pelo campo magnético, da mesma forma que a interação eletrostática entre as cargas é mediada pelo campo elétrico. Desse modo, um condutor elétrico atravessado por uma corrente elétrica produz um campo magnético em torno de si. A lei de Biot-Savart Jean-Baptiste Biot (1774 a 1862) e Félix Savart (1791 a 1841) determina que a relação entre uma corrente elétrica i estacionária e o campo magnético ~B(~r) por ela gerado é dada por ~B(~r) = �0i 4� Z C d~l � r^ j~r � ~r0j2 ; (2) na qual C é o caminho percorrido pela corrente i; ~r0 é a posição do elemento in nitesimal d~l, e o unitário r^ mantém a de nição usual, r^ = ~r � ~r0 j~r � ~r0j : Como está se supondo que a corrente i não varia no tempo, o campo magnético também será estacionário magnetostática. A lei de Biot-Savart está para a magnetostática assim como a lei de Coulomb está para a eletrostática. A presença de um produto vetorial no integrando pode torna a eq.(2) trabalhosa de se resolver para um circuitoarbitrário, porém ela pode ser resolvida com relativa facilidade em alguns casos particulares. Por exemplo, em um anel de raio a percorrido por uma corrente i, o campo magnético 4 Figure 3: Campo magnético produzido por uma corrente retilínea para um ponto no eixo de simetria, distante z do centro do anel, é dado por ~B = �0i 2 a2 � z2 + a2 ��3=2 k^; (3) na qual k^ é o vetor unitário na direção do eixo de simetria, perpendicular ao plano que contém o anel. Também se pode determinar o campo magnético produzido por uma corrente i em um o retilíneo muito longo de comprimento l. Para um ponto distante r do o (r << l)), tem-se que ~B = �0i 2�r �^; (4) onde �^ representa o vetor unitário axial ao condutor retilíneo a direção é dita axial a um eixo quando é tangente a uma circunferência centrada no referido eixo, veja gura (3a). Vemos pela gura (3) que as linhas de campo magnético são circulares. Mesmo para sistemas mais complexos, as linhas de campo magnético sempre irão descrever caminhos fechados, não necessáriamente circunfêrencias. Essa é uma propriedade geral do campo magnético que decorre da inexistência de cargas magnéticas para fazerem o papel de fontes e sorvedouros, como ocorre no campo elétrico. Para se determinar o sentido de �^; que é o mesmo de ~B, usa-se a regra da mão direita: o polegar da mão direita indicando o sentido da corrente, e os outros dedos dão o sentido das linhas de campo magnético. O fato da corrente elétrica produzir campo magnético é bastante signi cativo. Não camos lim- itados a aplicações decorrentes do efeito Joule: chuveiro, ferro de passar roupa, lâmpada elétrica, 5 etc.. A interação magnética entre condutores percorridos por correntes abre possibilidades para diversas outras aplicações. 2.2 Força induzida pelo campo magnético O campo magnético induz uma força que atua exclusivamente sobre cargas em movimento. Por- tanto, uma carga em repouso na presença de um campo magnético não sofre ação de força alguma de origem magnética, porém, se a carga se movimentar, uma força induzida pelo campo magnético atuará sobre a mesma. Tal força é dada por ~F = q~v � ~B; (5) na qual ~B é o campo magnético atuando sobre uma carga q que se move com velocidade ~v. Se, além do campo magnético, a carga também estiver na presença de um campo elétrico ela irá sentir o efeito dos dois campos. Tem-se a força ~F = q � ~E + ~v � ~B � ; (6) chamada de força de Lorentz para um campo eletromagnético. O produto vetorial em (5) resulta em um vetor ortogonal, portanto a força magnética sempre será perpendicular à ~v: Sabemos, pelo nosso conhecimento de Mecânica (pelo menos deveríamos saber), que uma força normal à velocidade tem o efeito de mudar a sua direção sem mudar o seu módulo, produz uma curva. A força centrípeta é a resultante de todas as forças normais e obedece a relação ~Fcentr�{peta = m v2 R ; : (7) onde R é o raio da curvatura. Por conseguinte, uma partícula carregada sujeita apenas a ação do campo magnético irá descrever trajetórias circulares sem alterar o módulo de sua velocidade. A trajetória circular ca restrita ao plano perpendicular ao campo magnético, enquanto que na di- reção do campo a velocidade ca inalterada. Esse movimento resulta em uma trajetória helicoidal, gura (4). Em particular, quando ~v não tiver componente na direção ~B, F = qvB: 6 Figure 4: Trajetória helicoidal Se ~B for uniforme, F também será e o movimento será circular uniforme com a força magnética correspondendo à força centrípeta. Por eq.(7), qvB = m v2 R : donde R = mv qB : O campo magnético também induz força sobre os portadores de carga em uma corrente elétrica, o que resulta em uma força sobre o o condutor. Para um elemento in nitesimal do condutor d~l percorrido por uma corrente i, vale igualdade i d~l = dq ~v; (8) pois i d~l = dq dt d~l = dq d~l dt = dq ~v: Note que, na última equação, dq é carga em movimento contida no elemente d~l; e dt é o tempo que essa carga leva para percorrer d~l. Note também que d~l está orientado na mesma direção e sentido da corrente Substituindo eq.(8) em eq.(5), obtém-se a força atuando sobre o elemento d~l d ~F = i d~l � ~B: 7 Sobre uma corrente que descreve um caminho C; a força resultante será obtida pela soma (integral) de todas as contribuções d~F ; ~F = i Z C d~l � ~B: (9) Em particular, para um o retilíneo de comprimento l sobre ação de um campo ~B uniforme ao longo do o; a integral simpli ca-se para ~F = i ~l � ~B: (10) Já foi visto que duas correntes retilíneas vão interagir com a força dada pela eq.(1). Essa força também deve ser obtida por ~F1!2 = i2 ~l � ~B1; onde ~B1 é o campo gerado por i1: Enfatizamos que uma corrente não interage com o campo magnético que ela mesma gerou, interage com o campo magnético exterior a ela, gerado pela outra corrente. Da eq.(4) resulta que ~F1!2 = �0i1i2 2�r ~l � �^: Como ~l � �^ = �r^1!2; recupera-se de imediato a eq.(1). 3 Dipolo Magnético O dipolo magnético é constituído por um circuito fechado contido em um plano (espira), percorrido por uma corrente. É um elemento fundamental no estudo do magnetismo que está presente em diversos fenômenos da natureza e em diversos equipamentos: motores elétricos, eletroímãs, etc. Em um simples átomo existe dipolo magnético, devido ao movimento dos elétrons em torno do núcleo. A própria Terra também funciona como um gigantesco dipolo magnético, devido à existência de correntes elétricas em seu núcleo. A gura (5) ilustra as linhas de força do campo magnético formado por um dipolo magnético. Observe que no dipolo magnético não existem dois polos formados por cargas, como ocorre no dipolo elétrico. 8 Figure 5: Dipolo Magnético Para um dipolo magnético de nimos o vetor momento de dipolo magnético ~� da seguinte forma: � módulo igual ao produto da corrente i pela área S delimitada pelo circuito, j~�j = iS; � direção perpendicular ao plano que contém o circuito fechado; � sentido determinado pela regra da mão direita. Considere um circuito circular de raio a e corrente i no plano xy; teremos ~� = i�a2k^: Substituindo a relação acima na equação (3), obteremos ~B = �0 2� � r2 + a2 ��3=2 ~� aplicando o limite a << r; teremos ~B = �0 2� ~� r3 : (11) De forma mais geral, pode-se provar que, para os pontos distantes do centro do dipolo (r >> a), o campo magnético será dado por ~B = �0 cos � 2� � r3 r^ + �0 sin � 4� � r3 �^; (12) 9 Figure 6: Campo magnético da Terra Lembramos que para o dipolo elétrico tinhamos ~E = cos � 2�"0 p r3 r^ + sin � 4�"0 p r3 �^ (13) Compare as equação (12) e (13); vemos que são análogas com as substituição 1="0 ! �0 e p! �: Isto signi ca que, para pontos mais afastados, o campo produzido pelo dipolo magnético é semelhante ao campo produzido pelo dipolo elétrico. Essa analogia não está restrita a equação (12); em muitos aspectos, o dipolo magnético assemelha-se ao dipolo elétrico, veja quadro comparativo ao nal da próxima seção. Interessante notar que o norte geográ co da Terra é na realidade o sul magnético e vice-versa, gura (6). Na visão exterior de um dipolo magnético, norte é de onde partem as linhas de força, assemelhando-se ao comportamento de uma carga elétrica positiva. 3.1 Torque sobre dipolos Considere um dipolo elétrico ~p na presença de um campo elétrico uniforme ~E. Devido à interação do campo com as cargas, duas forças de sentidos contrários irão atuar sobre o sistema, corre- spondentes às duas cargas de sinal opostos. Estas forças de mesmo módulo e sentidos contrário formarão um binário, o que tenderá a produzir uma rotação no dipolo. Agrandeza mecânica que 10 Figure 7: Amperímetro produz rotação é o torque, ~� : Pode-se provar que ~� = ~p� ~E: (14) O produto vetorial será nulo quando os vetores ~p e ~E estiverem na mesma direção, portanto um dipolo elétrico tende a alinhar-se com o campo elétrico externo. Resultado semelhante é obtido para o dipolo magnético ~� = ~�� ~B: (15) De forma análoga o dipolo magnético tende a alinhar-se com o campo magnético externo. A equação (15) possui diversas aplicações práticas: por exemplo no funcionamento de um amperímetro, gura (7). As equações (14) e (15) novamente apresentam um paralelismo entre o dipolo elétrico e o dipolo 11 magnético. Para resumir e facilitar o entendimento deste paralelismo, veja a tabela a seguir. Dipolo elétrico Dipolo magnético momento de dipolo ~p momento de dipolo ~� j~pj = 2aq j~�j = iS carga positiva e carga negativa polo norte e polo sul sentido de ~p : negativo para o positivo sentido de ~� : sul para o norte ~E = cos �2�"0 p r3 r^ + sin � 4�"0 p r3 �^ ~B = �0 cos �2� � r3 r^ + �0 sin � 4� � r3 �^ ~� = ~p� ~E ~� = ~�� ~B 4 Lei de Ampère No estudo da eletrostática vimos que a integral de linha do campo elétrico estava associada ao po- tencial elétrico. Tal associação só foi possível de ser feita porque o campo elétrico era conservativo, isto é, I C ~E � d~l = 0: O campo magnético não é conservativo, portanto não podemos associar a ele um potencial, daí não falarmos aqui em potencial magnético. Tem-se que I C ~B � d~l 6= 0: A lei de Ampère está justamente associada ao integral de linha do campo magnético em um caminho fechado e fornecerá o valor da integral acima. Imagine uma superfície aberta S. Para esta superfície podemos associar uma corrente elétrica, correspondente ao uxo de cargas através desta superfície, i = Z S �! j � d�!S : Podemos, também, associar a esta superfície uma curva fechada C, correspondente ao contorno desta superfície. A lei de Ampère a rma que a integral de linha do campo magnético ao longo deste caminho fechado C será diretamente proporcional à corrente que atravessa S. Em linguagem 12 Figure 8: Solenóide matemática, I C �! B � d�!l = �0i ; (16) ou I c �! B � d�!l = �0 Z S �! j � d�!S : Para aplicarmos corretamente a lei de Ampère, deve car bem claro a relação entre a corrente i (lado direito da equação (16)) e o caminho fechado C (lado esquerdo da equação (16)). A lei de Ampère é bastante geral, se aplica para qualquer superfície aberta que imaginarmos. No entanto, na prática, para a resolução de problemas, a lei de Ampère é aplicada diretamente quando a a integral de linha puder ser calculada com facilidade. Justamente, este é o caso no cálculo do campo magnético produzido por um o retilíneo longo percorrido por uma corrente i. O fato de o o ser longo garante a simetria cilíndrica, o que permite facilmente obter a integral de linha para um caminho circular a uma distância r do centro do o. Neste caso, temos queI c �! B � d�!l = Bl = B2�r: Substituindo a resultado acima na equação (16), teremos B = �0i 2�r : Outro exemplo clássico de aplicação da lei de Ampère é o cálculo do campo magnético no interior de um solenóide, veja gura (8). Desprezando-se os efeitos da borda, o campo pode ser considero 13 Figure 9: Corte de um solenóide uniforme no interior do solenóide e aproximadamente zero na região exterior. Considerando um caminho retangular, mostrado na gura (9), com facilidade obtemos I c �! B � d�!l = Bl: Como a corrente que atravessa a área delimitada pela superfície é Ni; aplicando a lei de Ampère, teremos B = �0i N l = �0in ; onde n = N=l é a densidade de espiras no solenóide: 5 Problemas 2.1) Na gura abaixo o o é portador de uma corrente i = 7; 5 A: A deformação do semicírculo tem raio igual a 6; 0 cm: Calcule o campo no centro do semicírculo (ponto que xa o compasso). 2.2) Usando Bio-Savart, deduza as equações (3) e (4). 14 2.3) Uma pedra de granizo de 2g, com carga �7 � 10�12C cai verticalmente com velocidade de 80m=s. Na região há campos gravitacionais, elétrico e magnético de módulos g = 9; 8m=s2, E = 120 N=C e B = 40 �T , respectivamente. Os campos ~g e ~E são dirigidos verticalmente para baixo enquanto a direção de ~B é para o norte. Determine o módulo e a direção da força exercida por cada um desses campos sobre a pedra de granizo. 2.4) Suponha que dois os longos, retilíneos, estejam separados por 15 mm e que a força atrativa por unidade de comprimento seja de 7; 11� 10�6N=m quando existe uma corrente i em ambos os os. a) Determine i b) As correntes estão no mesmo sentido, ou sentidos contrários? 2.5) Uma bobina de 1200 voltas tem seção transversal quadrada de lado 12mm e transporta uma corrente de 150mA em um campo magnético uniforme e de módulo 1; 2T . Determine o módulo máximo do torque magnético sobre essa bobina. 2.6) Considere uma partícula com massa m, carga q e velocidade v, na presença de um campo magnético B, uniforme, e perpendicular à v. Supondo que não haja nenhuma outra força at- uando sobre a partícula, além da magnética e, portanto, que ela descreva um movimento circular uniforme; calcule a velocidade angular do movimento. 2.7) Um dipolo magnético é constituído por uma espira quadrada de lado igual a 10 cm, portadora de uma corrente de 30A no sentido horário. A espira está contida no plano cartesiano xy, com seu centro no ponto (0; 0; 0). a) calcule o vetor momento de dipolo. A espira é imersa em um campo magnético uniforme ~B = (0; 8 T ) {^ b) Calcule a força resultante em cada lado da espira. c) Calcule o torque na espira. 2.8) Em um cabo circular de raio R, a densidade de corrente ~j é perpendicular à seção reta do o. Calcule o campo magnético no interior do cabo. 15 a) Considere que o módulo de j é uniforme; b) Considere que o módulo de j não é uniforme e varia de acordo com a expressão j = Cr (r � R). 2.9) Dois longos os paralelos, de raios desprezíveis, encontram-se separados pela distância d = 50cm . Existe uma corrente i = 3A em cada um deles, em sentidos opostos. Calcule o módulo da força entre os os e especi que se ela é atrativa ou repulsiva. 2.10) O toróide é uma bobina em forma de câmara de ar com N voltas de o enrolado em torno dela. Para um toróide ideal, o campo magnético só existe dentro do toro, mas o campo não é uniforme sobre a seção transversal. Calcule o campo magnético no interior do toróide com uma corrente i, para um ponto a uma distância radial r do eixo central: 2.11) A gura abaixo mostra um corte transversal de um condutor longo de um tipo denom- inado cabo co-axial. Seus raios a; b; c são mostrados na gura. Correntes i iguais, mas opostas, existem nos dois condutores. Calcule o campo magnético para a) (r � c); b) (c � r � b); c) (b � r � a); d) (a � r): 5.1 Respostas 2:1) B = 7; 9� 10�5 T 2:3) Fg = 0; 02N ; FE = 8� 10�10N ; FB = 2� 10�14N: 16 2:4 a) i = 0:53 A; b) Mesmo sentido 2:5) � = 0; 031Nm 2:6) ! = q m B 2:7a) � = � �0; 3 Am2� k^ 2:7b) (2; 4 N) k^; 0;� (2; 4 N) k^; 0 (A contar do ponto (5 cm, 5 cm) no sentido horário) 2:7c) ~� = (0:24 Nm) |^ 2:8 a) B = 1 2 �0 j r; b) B = 1 3 �0Cr 2 2:9) F l = 3: 6� 10�6N=m (repulsiva) 2:10) B = �0Ni 2�r 2:11 a) B = �0i 2�c2 r; b) B = �0i 2�r ; c) B = �0i 2�r � a2 � r2 a2 � b2 � ; d) B = 0 6 Apêndice: Integral de linha Duas importantes leis do eletromagnetismo a lei de Ampère e a lei de Faraday são escritas em termos de integrais de linha. Considere uma curva c qualquer, contida em um campo vetorial�!v . Podemos dividir a curva em partes muitas pequenas, de modo que cada parte podeser considerada um segmento in nitesimal retilíneo de comprimento d �! l : Observe que d �! l é sempre tangente à curva. A integral de linha é obtida pela soma do produto escalar �!v � d�!l ao longo da curva. 17 Na prática, a integral de linha é enormemente simpli cada quando há simetria, ou seja, o valor de �!v � d�!l é o mesmo ao longo de uma curva. Neste caso, Z c ~v � d~l = v l cos � ; onde v é o módulo do campo (o mesmo ao longo de todo o caminho), l é o comprimento da linha e � é o angulo entre os vetores �!v e d�!l . 18
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