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ESTUDO SOBRE O CRESCENTE USO DE EXPLOSIVOS EM ARROMBAMENTOS BANCÁRIOS E A ATUAÇÃO DO AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA DIANTE DESTA RECENTE MODALIDADE CRIMINOSA

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ESTUDO SOBRE O CRESCENTE USO DE EXPLOSIVOS EM ARROMBAMENTOS 
BANCÁRIOS E A ATUAÇÃO DO AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA DIANTE 
DESTA RECENTE MODALIDADE CRIMINOSA 
 
Luís Paulo Penha Costa1 
 
RESUMO 
 
Este trabalho aborda eventos concretos do uso inadequado de artefatos explosivos por 
quadrilhas especializadas em arrombamentos bancários. Acrescente onda de violência deste 
tipo abre um questionamento sobre a preparação da Força de Segurança Pública e a 
desmistificação do assunto dentro da corporação. O objetivo pretendido é de cunho informativo 
e genérico, pois para uma abrangência técnica não atingiria o alvo principal, o agente de 
segurança comum. É sabido, porém que o assunto ainda é bem ignorado por autoridades, mas 
a alta dos índices chama atenção para uma urgente reestruturação de procedimentos 
operacionais em caso de possíveis ocorrência. Será abordado neste trabalho ainda tipos, usos e 
levantamentos de dados sobre explosivos no Estado do Maranhão, como também, o correto 
manuseio e as consequências em caso de má utilização. 
 
Palavras-chave: Explosivos. Dinamite. Arrombamento. Onda de Choque. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Diante dos fatos atuais envolvendo arrombamento a estabelecimentos bancários ou 
de valores com o uso de explosivos, a busca pela atualização no método de abordagem policial 
com agregação de novos conhecimentos sobre a matéria é de extrema necessidade, tendo em 
vista que o número desse tipo de ocorrência tem aumentado pondo populações inteiras de 
cidades pequenas em puro terror e afrontando o poder público em proporcionar segurança. 
Este artigo tem como finalidade trazer um informativo sobre EXPLOSIVOS, suas 
propriedades e principais utilizações. No meio policial militar não há muita empregabilidade 
porque a PM não trabalha com detonações em suas operações, ao menos não é usual. Mesmo 
não tendo emprego policial militar, quadrilhas vem, nos últimos anos, empregando o uso de 
EXPLOSIVOS em arrombamentos bancários ou a empresas de valores, com pouco 
conhecimento, ponto em risco a própria segurança e a das instalações. 
_______________ 
1 Graduando do segundo período do Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar em convênio com 
a Universidade Estadual do Maranhão. 
 
A falta de conhecimento por parte dos policiais poderá pôr em risco a segurança da 
guarnição durante o manuseio de artefatos falhados ou nos deixados para trás pelos bandidos. 
Forças de segurança, como os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande 
do Sul, possuem um corpo estruturado para ações antibomba, visto a necessidade crescente de 
tais conhecimentos frente ao uso indiscriminado por bandidos. A motivação principal desses 
Estados vem da forma como quadrilhas conseguem EXPLOSIVOS e as empregam em 
arrombamentos, muitas vezes deixando para trás artefatos falhados. Por enquanto o Estado do 
Maranhão não possui um esquadrão antibomba, enquanto que o uso de EXPLOSIVOS a 
assaltos a bancos cresceu, e a corporação necessita de uma reestruturação do seu corpo 
especializado no trato dessa nova modalidade criminosa. 
 
2 SURGIMENTO DOS EXPLOSIVOS 
 
Para iniciar este artigo, definamos alguma curiosidade acerca dos EXPLOSIVOS, 
pois apesar de ter milênios de sua descoberta, para fins diversos, hoje eles tomam uma terrível 
fama devido à sua utilização deturpada como arma para o crime. Como esta modalidade 
criminosa tem apenas algumas décadas e ganhar cunho nacional, as forças de segurança ainda 
detém pouco conhecimento sobre o assunto. 
O conhecimento sobre EXPLOSIVOS ainda não é tão difuso nas forças policiais 
do Brasil, devido ao pouco (ou nenhum) uso pratico nas atividades policiais, e ao uso ser voltado 
praticamente às questões comerciais. Porém nas últimas décadas, quadrilhas especializadas em 
assaltos a bancos ou a empresa de valores, tem utilizado com certa frequência o uso de 
EXPLOSIVOS em suas atividades criminosas. Como a pratica é recente, ainda não existem 
dados profundos sobre o modo de agir destes criminosos, o que existem são pesquisas isoladas, 
a níveis regionais, de mídias jornalísticas ou da polícia civil. 
Para falarmos sobre EXPLOSIVOS, voltemos à China do ano de 1000 d.C. com a 
descoberta da pólvora: uma mistura de carvão, enxofre e nitrato de potássio, muito utilizada em 
artifícios pirotécnicos. Agora como material bélico foi o frade alemão Berthold Schwarz, no 
século XIV, com a primeira arma de fogo. Este material ainda seria utilizado por mais 500 anos 
como fonte de propulsão até que o químico italiano Ascanio Sobrero, descobre a nitroglicerina, 
que segundo os químicos, é altamente instável. 
Em 1867, o químico sueco Alfred Nobel, inventa a DINAMITE, explosivo 
largamente usado em diversas atividades, e a mais famosa entre os arrombadores de bancos. 
Partindo da mistura da nitroglicerina com uma terra rica em fosseis, que a deu mais estabilidade, 
estes detonantes são muitos usados em demolições e escavações, por exemplo. 
Ainda no século XIX era descoberto o TNT (trinitrotolueno), explosivo 
principalmente usado por militares na fabricação de minas e granadas. Isto devido à sua maior 
segurança pois só é detonado em reação a duas outras substancias: azida de chumbo e fulminato 
de mercúrio. 
Outro poderoso explosivo é o óleo combustível nitrato de amônio, criado em 1950, 
decorre da reação do vapor desse óleo com o gás do nitrato de amônio e sua principal utilização 
é na mineração e na construção civil. 
 
3 O QUE SÃO EXPLOSIVOS E O QUE ELES CONTÊM? 
 
Segunda reportagem publicada na revista SUPER INTERESSANTE, Edição 180ª 
de setembro de 2002, fala que “são substanciais inflamáveis que, uma vez incendiadas, liberam 
gases de alta temperatura com uma pressão violenta”, em outras palavras é uma violenta reação 
química devido à instabilidade molecular de suas substancias. Para explicar melhor sobre esta 
reação química, o Maj Eng Cabral Gomes, professor de Química de EXPLOSIVOS da 
Academia Militar, em seu artigo NOVAS TECNOLOGIAS NA INICIAÇÃO DE CARGAS 
EXPLOSIVAS, fala que: 
 “são substancias químicas que quando convenientemente iniciadas, provocam uma 
rápida reação e subsequente passagem ao estado gasoso. Esta reação é acompanhada 
de uma elevação brusca de temperatura, originando um aumento considerável de 
volume, que é acompanhado de uma forte produção de energia expansiva, energia esta 
que é a razão de toda destruição provocada pela explosão.” (GOMES, 200?) 
 
O Grupamento de Operações com Produtos Perigosos (GOPP) dos CBMERJ, 
elaborou um manual devido a necessidade dos CBM do Rio de Janeiro em padronizar 
procedimentos acerca de produtos controlados, entre eles o objeto deste trabalho. Este mesmo 
manual define explosivos como “substancias capazes de rapidamente se transformarem em 
gases, produzindo calor intenso e pressões elevada” observando os variados conceitos de 
autores distintos, todos remetem a uma só ideia de que o resultado final dos EXPLOSIVOS 
produzirá sempre “calor e pressão”. 
 
3.1 Decomposição química 
 
A decomposição dos EXPLOSIVOS ocorre de três maneiras distintas: combustão, 
deflagração e detonação. Na combustão o explosivo queima pela propagação da condutividade 
térmica; na deflagração ocorre uma combustão acelerada com aumento de temperatura e 
pressão; e na detonação, a mais violenta de todas, há um efeito de ruptura, com enorme pressão, 
ou onda de choque, com velocidade de transformação na ordem de 2 a 9 km/s. Para ilustrar 
melhor, segue um quadro demonstrativo: 
Processos e características da decomposição química dos explosivos 
Processo Características 
Velocidade de 
transformação 
Efeito 
Combustão 
A reação propaga-se pela 
condutividade térmica 
Moderada (daordem de cm/s) 
O explosivo queima 
Deflagração 
Combustão acelerada, com 
aumento local de 
temperatura e pressão 
Rápida (da ordem 
de 100 a 1000 m/s) 
O explosivo deflagra. 
Tem efeito de uma 
pressão progressiva 
Detonação 
Criação de uma onda de 
choque associada à reação 
química 
Muito rápida (da 
ordem de 2 a 9 
km/s) 
O explosivo detona. Tem 
um efeito de ruptura, com 
uma pressão muito 
grande, e de impacto 
(onda de choque) 
Fonte: Raul Gomes, 2000. 
Já o manual T9-1903 classifica o processo de decomposição química nos mesmo 
princípios, mas com as seguintes transformações: 
Queima ................Até 1000 m / s. 
Deflagração ..........De 1000 a 2000 m / s. 
Explosão ..............De 2000 a 3000 m / s. 
Detonação ............Acima de 4000 m / s. 
E sua velocidade de Transformação leva em consideração os seguintes Fatores de 
Dependência: Quantidade de explosivo, Condições e forma de emprego, e Pureza e estado de 
conservação. 
Quando a detonação de um alto explosivo é iniciada pelo choque ou calor, forma-
se uma onda, denominada ONDA DE CHOQUE, reage sobre as partículas da substância, 
fazendo com que a transformação ao estado gasoso se processe quase instantaneamente. A 
expansão da massa gasosa é contrariada por tudo que lhe oponha resistência e, em 
consequência, tudo será afastado ou se romperá. A violência da explosão depende da velocidade 
de detonação e da temperatura e volume dos gases produzidos. 
A maior parte dos EXPLOSIVOS usados em arrombamentos bancários ou afins, 
reagem por deflagração ou detonação devido à violência da onda de choque, infelizmente a 
imperícia desses meliantes põe em risco tanto a estrutura física do local a ser detonado como as 
adjacências como a própria vida e de vítimas. O paradigma de que só pondo a carga a ser 
detonada sem se preocupar com a preparação do ponto ou quantidade precisa ser quebrada, pois 
a onda de choque pode ser invisível e fatal. 
Em seu manual de campanha de EXPLOSIVOS e destruições, lançado em 1991, 
Marius Neto separa os EXPLOSIVOS que reagem por detonação em EXPLOSIVOS militares 
e comerciais. De maneira bem didática ele conta que os EXPLOSIVOS militares possuem uma 
velocidade de detonação variável de 6000 e 9000 m/s (alta); e os comerciais, devido ao seu 
emprego mais direcionado ao público civil, tem uma velocidade de propagação menor, de 3000 
a 7000 m/s. O que há de comum entre todos os EXPLOSIVOS é que, no momento de iniciação, 
a reação é rápida, “formando um grande volume de gás a altas temperaturas” (NETO, 1991). 
 
4 FISCALIZAÇÃO 
 
O maior responsável pela fiscalização das fabricantes de EXPLOSIVOS e estopins 
é o Exército Brasileiro, que exerce o direito, quando julgar necessário, fiscalizar, por meio de 
militares responsáveis ou agente técnico credenciado para tal fim. Estes fiscais possuem livre 
acesso às dependências da fábrica ou paióis como também às documentações relativas aos 
produtos EXPLOSIVOS em suas posses. 
Mas a função fiscalizadora não se restringe apenas às fabricas ou empresas 
utilizadoras dos EXPLOSIVOS, pois sabe-se que parte dos materiais EXPLOSIVOS que são 
utilizados em assaltos a bancos entram de maneira irregular através das fronteiras, que são de 
responsabilidades das Forças Federais. 
São observados, durante a inspeção, itens de segurança e um certificado onde conste 
que o produto fora fabricado e controlado em acordo com as determinações existentes na norma 
NEB/T E-293. 
Apesar de toda fiscalização ou forma de controle por parte dos órgãos responsáveis, 
existem duas formas básicas de obter EXPLOSIVOS: comprando o material nos países vizinhos 
ou roubo de empresas que utilizam os EXPLOSIVOS, este último é o método mais usual de 
obtenção do material no Maranhão. 
a) COMPRA DE EXPLOSIVOS: o principal meio de compra de EXPLOSIVOS de 
maneira ilícita vem das fronteiras. Nos países vizinhos onde a fiscalização de EXPLOSIVOS é 
deficiente, os EXPLOSIVOS são comprados como se fossem produtos qualquer, junto com a 
compra vem uma ‘explicação’ do vendedor quanto a correta utilização dos artefatos; 
b) ROUBO DE EXPLOSIVOS: os dados de roubo de EXPLOSIVOS no Brasil não 
são oficiais, mas segundo o Exército Brasileiro, no ano de 2012 foram registrados 60 casos de 
roubo de cargas explosivas, parece um número pequeno, porém em cada roubo a quantidade 
pode chegar a toneladas! Lugares com deficiência na segurança ou armazenagem são as 
preferidas das quadrilhas, como canteiros de obras e pedreiras, um exemplo foi o roubo de 
dinamites, em 2014, de uma pedreira em Parauapebas - PA, que segundo a Polícia Civil, em 
reportagem ao G1 MA à época, seria para assaltos a bancos nos Estados do Pará e Maranhão. 
No Brasil, a sanção penal prevista para quem usa de maneira ilegal os explosivos, 
é regida pela Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que possui a seguinte redação: 
 
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, 
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar 
arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar: 
 
 Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 
 [...] 
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; 
[...] 
 V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, 
munição ou explosivo a criança ou adolescente; e 
 VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer 
forma, munição ou explosivo. 
 
 
E o Código Penal brasileiro prever a seguinte pena: 
Art. 251 – Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante 
explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos 
análogos: 
 
Pena – reclusão de 3(três) a 6(seis) anos e multa. 
 
§ 1º - se a substância não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos: 
 
Pena – reclusão de 1(um) a 4(quatro) anos e multa. 
[...] 
 § 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a 
pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses 
a um ano 
 
5 MANUSEIO E DESTRUIÇÃO DE EXPLOSIVOS 
 
Em regras gerais, todo material explosivo, falhado ou não, deve ser destruído de 
imediato e no local onde estão alocadas, isto porque parte-se do pressuposto de que todo 
material explosivo tem poder de destruição, independentemente do tamanho ou material. Há 
um grande perigo aos policiais sem o treinamento específico para o manuseio de engenhos 
falhados, pela sensibilidade química dos seus componentes e que, se falharam, é porque houve 
uma interrupção desconhecida no processo de reação química; conforme recomenda-se no 
manual do Exército Brasileiro C5-37, o contato deve ser evitado. 
Este mesmo manual mencionado acima recomenda duas formas de destruição: 
destruição pelo fogo, seguindo os procedimentos previstos para queima de EXPLOSIVOS; e o 
que normalmente é usual, a destruição por explosão, que trata de aplicar uma outra carga de 
EXPLOSIVOS junta ao “engenho falhado” e proceder com a detonação das duas. 
Conforme orientações contidas na Nota de Aula Básico de explosivos - PCERJ, os 
procedimentos iniciais ao ser encontrado um objeto suspeito por algum civil ou PM, são: 
Informar com exatidão a localização do objeto, isolando a área; Desobstruir a área ao redor do 
objeto;Remoção, se for o caso, do objeto para uma área remota, usando técnica apropriada 
(apenas pessoal especializado); Evacuação total ou parcial do local; e Acionamento de equipe 
especializada para neutralizar, remover ou destruir no local. 
 
5.1 Remoção das falhas 
 
Segundo orientações contidas no Manual C 5-25, os procedimentos adotados para 
remoção de cargas falhadas procedem-se da seguinte forma: esperar no mínimo 30 minutos, 
para investigar a causa da falha e tomar qualquer ação. Se a carga não tiver enchimento, evitar 
manuseá-la; escorvar um petardo de 500 g de TNT ao lado da falha e acionar novamente; se o 
enchimento não for superior a 30 cm, procurar acionar a carga explodindo uma nova carga-
escorva de 1 kg de TNT sobre o enchimento; e se a carga falhada estiver enterrada é necessário 
remover cuidadosamente o enchimento. Estas ações não devem ser executadas com ferramentas 
metálicas, porque, por descuido, a ação da ferramenta sobre a carga poderá acioná-la. 
Em caso de EXPLOSIVOS não escorvados e haver necessidade e possibilidade de 
transportá-lo, deve-se observar as prescrições de segurança contidas no C 5-25 do Exército 
Brasileiro que seguem os seguintes princípios: os EXPLOSIVOS não devem ser transportados 
em reboque; não conduzir EXPLOSIVOS junto com espoletas ou detonadores; e identificar a 
viatura que está transportando. 
A Polícia Militar do Maranhão deveria, aos mesmos moldes ou adaptado à realidade 
da PM, criar uma equipe especializada na destruição de artefatos EXPLOSIVOS, como existe 
no Exército Brasileiro chamado de TULEDeF (Turma de Levantamento e destruição de 
Engenho Falhado). Órgãos de segurança pública como a Polícia Civil do Rio de Janeiro, 
disponibilizam vagas a militares de outras unidades da federação para especialização no EBE 
– Estagio Básico de Explosivo. 
 
5.2 Equipamento de Proteção Individual 
 
Para desativação de artefatos explosivos (DAE), sigla usado pelo Exército 
Brasileiro ou artefatos não detonados (AND) nomenclatura usada pelas polícias civis e 
militares, utiliza-se roupas especiais. Essas roupas especiais são confeccionadas por materiais 
que vão desde placas de cerâmica a kevlar, o mesmo encontrado nos coletes balísticos. O tipo 
de roupa varia de acordo com a resistência e proteção requerida. 
Para se entender os danos a proteção à que a roupa especial antibomba é submetida, 
conceituaremos a seguir o que ocorre em uma explosão: onda de propulsão, ondas de choque, 
fragmentação, calor e rajada de vento. 
a) ONDA DE PROPULSÃO – durante uma explosão, tudo ao seu redor fica 
superpressurizado, ou seja, as partículas contidas no ar ficam comprimidas em uma velocidade 
semelhante ou superior à do som. A tendência dessa onda é de se dissipar por uma grande área 
em milésimos de segundos. A maior destruição da explosão vem dessa onda de propulsão inicial 
que Ao atingir algum obstáculo (estrutura ou pessoa), será visto a força da explosão, primeiro 
impacto, depois a destruição do obstáculo. 
b) ONDAS DE CHOQUE – o resultado da violência da onda de propulsão é a onda de choque, 
que são de alta velocidade, ou ondas de pressão, que possuem a característica peculiar de 
atravessar tecidos ou órgãos atrás da energia transportada pelo meio que a transportam, 
chegando a ser supersônica. As roupas especiais existentes ainda não possuem uma maneira 
eficaz de impedir que as ondas de choque as transpassem. Um exemplo de uma ocorrência do 
tipo foi um Tenente do Exército que veio a óbito, por parada cardíaca, durante a explosão de 
petardos em um campo de instrução no 23 Batalhão de Caçadores, Fortaleza – CE no ano de 
2010; ele foi atingido pela onda de choque que ocasionou a parada do coração sem danos aos 
tecidos. 
c) FRAGMENTAÇÃO – são os estilhaços resultantes da explosão. O deslocamento de ar da 
onda de propulsão carrega consigo materiais que podem ser nocivos ao material ou pessoal 
próximo da explosão. 
d) FOGO E CALOR – durante a explosão, a pressão sofrida gera calor elevado e o material 
constituinte do explosivo pode gerar fogo. 
e) RAJADA DE VENTO – é ocasionado pelo deslocamento de massa de ar durante a 
passagem da onda de propulsão. Porém esse deslocamento de ar pode sofrer deslocamento 
contrário devido ao vácuo que é produzido no local da explosão, puxando material de volta à 
origem da explosão. Esse evento é bem visível em uma grande explosão que forma o corpo de 
“cogumelo”, em que a massa de ar afasta-se da origem da explosão e depois suga tudo para a 
mesma origem. 
Entendido as reações da explosão a que a roupa especial antibomba é submetida, 
quando a mesma é atingida, a sua função é reduzir a força do impacto pelas fibras que a 
formam. essas fibras dispersam a energia da explosão por toda a roupa. A proteção balísticas 
tem a função de dissipar a energia e repelir os fragmentos da explosão. E quanto ao calor e ao 
fogo produzido, estas são neutralizadas pela característica antichamas do tecido. 
O tecido dessa roupa é constituído de Kevlar ou de aramida, fibras derivadas 
de polímeros. A relação resistência-peso desse tipo de tecido é ideal para roupas resistentes a 
explosões. Também pode ser acrescentada à roupa uma camada extra de espuma ou de outro 
enchimento para maior eficiência da proteção ao usuário, não apenas contra fragmentos, mas 
também para amortecimento de quedas do operador. 
Os componentes das roupas antibomba são: 
a) CAPACETE - resistente a explosões pode ser fabricado com um núcleo em aramida, algumas 
camadas externas protetoras e um cinto de suspensão. Há uma abertura frontal no capacete, o 
visor, transparente e balístico, e, de acordo com a necessidade dos usuários, fones e microfone 
embutidos para comunicação, além de câmeras, lanternas e um sistema de ventilação. 
b) COLARINHO - proteção do pescoço e se estende até o capacete. 
c) GALOCHAS – tipo de bota especial presa a roupa do operador. 
d) PLACAS - distribuídas por toda a roupa, protegem regiões sensíveis como pescoço, peito e 
virilha. Mas dependendo das especificações do comprador, podem vir em bolsos internos nos 
braços, pernas e costelas. 
e) FÁCIL SOLTURA – em caso de uma necessidade de socorro do operador e necessitar tirar 
a roupa, ela possui tirantes de soltura rápida. 
 f) REFRIGERAÇÃO – algumas roupas possuem um mecanismo de refrigeração interno 
constituído de uma bolsa de gelo e de tubos por onde circulam a agua fresca. 
Pela tecnologia empregada e ser um produto fabricado fora do país, o custo é 
elevadíssimo dissuadindo a compra de tais roupas por alguns governos ou não interessantes à 
segurança estadual. 
 
6 EXPLOSIVOS MILITARES 
 
Segundo o manual do Exército Brasileiro que trata sobre EXPLOSIVOS, Munições 
e Artifícios – T9-1903- EXPLOSIVOS “são substâncias que sob a ação de um excitante, se 
transformam em grande volume de gases, sob grande pressão, em um curto espaço de tempo e 
com grande produção de calor”. O material Excitante, de que trata esta definição, Sempre 
existirá, excetuando-se a pólvora Química de Base Dupla. 
Esmiuçando toda essa definição do manual T9-1903, fica mais fácil de entender o 
processo de iniciação. Segundo conta Cabral Gomes, o sistema de iniciação da reação química 
de um explosivo secundário é geralmente desencadeado por um detonante primário. Ou seja, 
essa carga facilmente encontrada de um dispositivo, denominado detonador. Este processo é 
chamado de INICIAÇÃO e acontece das seguintes maneiras: introduz-se um detonador direto 
no explosivo; ou usa-se o detonador ligado a um cordão detonante, este que, envolve o 
explosivo a ser detonado. 
 
6.1 Principais explosivos existentes no mercado brasileiro 
 
É de fundamental importância que haja umaequipe especializada no manejo e 
reconhecimento dos materiais EXPLOSIVOS por segurança das operações. Também é 
interessante lembrar que os EXPLOSIVOS são comercializados nos estados sólidos e líquidos 
além de poderem receber alguma outra substância em sua mistura. A atenção nos que são 
comercializados no estado liquido deve ser redobrado por serem extremamente sensíveis ao 
calor, fricção ou choque como as azida de chumbo, fulminato de mercúrio e a nitroglicerina. 
Além dos EXPLOSIVOS apresentados no início deste trabalho, segue abaixo alguns 
EXPLOSIVOS encontrados no mercado Brasileiro, extraídos do Caderno de Instrução 
Explosivos, Munições e Artifícios da Escola de Material Bélico do Exército, e os mais usuais 
por quadrilhas especializadas em arrombamentos com EXPLOSIVOS: 
 
NITROPENTA: 
É utilizado em detonadores, cordéis detonantes e espoletas. É também utilizado em 
composições explosivas com outros EXPLOSIVOS. Também conhecido como pentrita ou tetro 
nitrato de pentaeretrita, é extremamente sensível e um dos mais poderosos EXPLOSIVOS 
militares. É comparado, em força, à nitroglicerina e ao RDX. 
Emprego: reforçador e ruptura. 
Toxidez: pequenas doses: abaixa a pressão arterial; elevadas doses provocam dispneia e 
convulsões. 
Estabilidade: altamente estável devido a sua estrutura simétrica. 
Sensibilidade: choque, atrito e tiro de fuzil. 
Temperatura de explosão: 225º C. 
Calor de detonação: 1.385cal/g. 
Produto de detonação: calor: 1.385cal/g e Gases: 790 ml/g. 
 
 TNT (trinitrotolueno) 
Emprego: ruptura. 
Solubilidade: solúvel em acetona, álcool, éter, benzeno. Descontaminação com água quente. 
Efeito da luz solar e ultravioleta: sofre descoloração, decomposição, aumenta sua 
sensibilidade ao choque, caracterizando-se pelo aparecimento de manchas. 
Toxidez: pequena, porém os vapores provenientes da fusão, podem causar dor de cabeça e 
gosto amargo na boca. 
Sensibilidade: insensível ao choque, calor, atrito ou tiro de fuzil, quando sólido e em bom 
estado, sensível e aumenta sua detonação por simpatia quando no estado liquido. 
Estabilidade: bastante estável quando perfeitamente empaiolado segundo T9-1903 
Temperatura de detonação: 475º C. 
Obs.: Explosivo altamente destrutível com velocidade de reação de 6900 m/s, por ter tanta 
potência é classificado como alto explosivo; seu material químico por ser mais trabalhado dar-
lhe estabilidade ao choque e maior resistência ao tempo de armazenagem. 
 
 COMPOSTO C: 
Emprego: ruptura. 
Toxidez: produz alguns gases tóxicos semelhante a dinamite. 
Sensibilidade: choque, atrito e tiro de fuzil. 
Estabilidade: menor que a do TNT, armazenados em período de mais de 5 meses e a 65ºC, 
causa leve exsudação. 
Temperatura de detonação: 278ºC. 
Calor de detonação: 1,240 cal/g. 
 
 PENTOLITE: 
Emprego: ruptura. 
Velocidade de detonação: densidade: 1,65 - velocidade: 7.450 m/s. 
Toxidez: própria do TNT. 
Sensibilidade: choque. 
Estabilidade: menor que a da nitropenta, exsudação se armazenado a mais de 50ºC. 
Temperatura de detonação: 220ºC 
 
DINAMITES 
O mais usado por bandidos em arrombamentos e já abordado no início deste artigo no tópico 2 
SURGIMENTO DOS EXPLOSIVOS, são os mais comercializados e empregados por empresas 
mineradoras do Brasil. Elas explodem pela ação de espoletas e são muito sensíveis ao calor, 
choque e fricção. Os armazenamentos delas são feitos em bananas de 225g, 0,03m de diâmetro 
por 0,2m de comprimento (pequenas, mas destruidoras). 
Existem três tipos de dinamites, mas as características são praticamente as mesmas: 
a) DINAMITE COMUM – se distingue por ter a % e peso de nitroglicerina em cerca de 50%; 
b) DINAMITE AMONIA – características semelhantes a DINAMITE COMUM; 
c) DINAMITE GELATINA – explosivo plástico e potente, insolúvel na água. 
d) DINAMITE MILITAR - É um explosivo de velocidade média 6100 m/seg, composta de 
RDX (75%), Trotil (15%) e absorvente (10%). Ao contrário da dinamite comercial, não contém 
nitroglicerina, não ficando, assim, sujeita a congelamento em clima frio nem à exsudação nos 
climas quentes. 
Não possui odor forte e não absorve ou retém umidade. Em comparação com 60% 
das dinamites comuns, é relativamente insensível à: fricção, choques e impactos de projetis de 
armas portáteis. Pode ser utilizada em cargas subaquáticas desde que não haja um período de 
imersão superior a 24 horas. 
A dinamite militar é acondicionada em cartuchos (bananas) embrulhadas em papel 
encerado. Não é conveniente o seu uso em ambientes fechados, visto desprender gases 
venenosos em sua detonação. A dinamite militar tem como principal emprego substituir as 
dinamites comerciais nas construções militares e trabalhos de destruição. 
Abre-se uma observação que além dos explosivos apresentados acima, existe uma 
enorme gama de diversas procedências e finalidades. Apenas foram abordados neste artigo os 
mais encontrados no comercio e os preferidos por bandidos, portanto os mais fáceis de um 
policial se deparar em uma ocorrência desse tipo. 
 
7 USO DE EXPLOSIVOS NO MARANHÃO 
 
O uso indiscriminado de EXPLOSIVOS em assaltos a banco pelo Maranhão a fora 
mostra o despreparo das forças de segurança na identificação e neutralização dos agentes 
criminosos, além da ineficácia da segurança das empresas comercializadoras desses 
EXPLOSIVOS e do Exército em fiscalizar e controlar sua produção e comercialização. 
Outro ponto, o uso de EXPLOSIVOS mostra o poderio bélico dessas quadrilhas 
que além deste material possuem todo um armamento pesado fazendo frente às guarnições das 
localidades afetadas. Outro ponto deficiente é que essas quadrilhas especializadas escolhem 
cidades pequenas, normalmente guarnecidas por grupamentos pequenos de policiais, estes 
costumados a atenderem ocorrências de proporções menores e por consequência, destreinadas 
para este tipo de situação. 
Segundo dados disponíveis no sítio da Polícia Civil do Maranhão, consta que no 
ano de 2015 quase 80 pessoas foram presas envolvidas em arrombamentos bancários, e além 
das prisões, a Polícia Civil apreendeu 159 bananas de dinamite e outros explosivos que seriam 
utilizadas em ações criminosas, segundo o delegado Luís Jorge, titular do DCRIF. 
Esse total vem de um apanhado geral do ano, porém apenas em uma prisão efetuada 
pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) foram apreendidas cerca de 
120 bananas de dinamites, além de outros armamentos e munições. Pelas proporções tomadas 
nessa modalidade criminosa, apelidaram esse tipo de ocorrência de “novo cangaço”: explosão 
de caixas eletrônicos em pequenas cidades do interior, substituindo assaltos a carros fortes e 
ataques diretos a instituições financeiras. 
Uma desvantagem da Polícia Militar do Maranhão é que as “equipes 
especializadas” a este tipo de ocorrência se concentram na capital do Estado, devido ao tamanho 
do território, a mobilidade dessas tropas desencadeiam uma logística enorme para seu transporte 
e suporte no local do acontecido. Uma problemática dessas equipes especializadas referido no 
parágrafo anterior, são que elas não possuem um esquadrão antibomba montada ou uma equipe 
com curso específico, para gerenciarem o manuseio dos artefatos deixados no local, pondo em 
risco a segurança dos militares como também da população. 
Em levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários, consta que o Estado teve só 
no ano de 2015, 59 arrombamentos, número expressivamente alto em relação a anos anteriores: 
QUADRO COMPARATIVO DE OCORRÊNCIAS 2014/2015/2016 
TIPO 2014 2015 ATÉ FEV/2016 
Assaltos 19 11 05 
Arrombamentos 45 59 15 
Saidinhas Bancárias 11 12 02 
TOTAL 75 82 22 
Atenção: neste comparativo, não estãoincluídas as tentativas de assaltos, arrombamentos e saidinhas. 
As informações aqui registradas foram divulgadas pela imprensa. 
Fonte: Sítio do Sindicato dos Bancários do Maranhão, 2016. 
Já em levantamento mais atualizado colhido do Portal G1MA, consta que no Estado 
já ocorreram 21 arrombamentos bancários, número também considerado alarmante, conforme 
detalhado abaixo: 
Lista de arrombamento a bancos do Estado do Maranhão no ano de 2016: 
DATA CIDADE OCORRÊNCIA 
05 Jan Alto Alegre do Pindaré 
Na primeira Ação do ano os criminosos explodiram os 
caixas eletrônicos e quase toda a agência do banco do 
Bradesco. Iniciando o calendário anual das ações 
criminosas com utilização de EXPLOSIVOS 
06 Jan Igarapé Grande Oito criminosos roubam duas agências bancarias da 
cidade com utilização de EXPLOSIVOS 
08 Jan Bacuri 
Quatro bandidos fortemente armados invadem e 
explodem uma agência bancaria da cidade deixando a 
frente da agência parcialmente destruída. A ação ocorreu 
na madrugada. 
10 Jan Maracaçumé 
Dois bandidos invadem a agência do banco do Bradesco 
utilizando como ferramenta de arrombamento um 
maçarico. 
12 Jan Icatu 
Doze assaltantes fortemente armados invadem a agência 
do Bradesco levando consigo vários malotes de dinheiro 
do banco. 
12 Jan Grajaú 
Dez bandidos fortemente armados invadem uma agência 
bancaria da cidade, a ação dura cerca de 50 Min. O 
diferencial desse assalto foi a forma meticulosa no 
planejamento do assalto com fechamento das vias de 
acesso à cidade e a tomada de reféns. 
18 Jan Alcântara 
Cinco meliantes armados de pistolas renderam os 
funcionários do banco e assaltam o cofre da agência. Não 
houve utilização de EXPLOSIVOS. 
18 Jan Paulo Ramos 
Durante a madrugada, bandidos aproveitam de uma festa 
que ocorria na cidade para explodirem a agência do 
Banco do Bradesco, além do dinheiro levaram as armas 
do segurança da agência. 
19 Jan Paraibano 
Cinco bandidos invadem uma agência do banco do 
Bradesco. Renderam os funcionários e assaltaram o cofre 
da agência. 
25 Jan Araguanã Sete homens armados explodem a agência do banco do 
Bradesco. 
26 Jan Paraibano 
Durante a madrugada, quatro homens explodem os caixas 
eletrônicos do Banco do Brasil da cidade. Segundo 
assalto a banco na mesma cidade em menos de um mês. 
29 Jan Duque Bacelar 
Assalto de pequenas proporções. Três meliantes armados 
renderam os funcionários e levaram uma pequena quantia 
em dinheiro. 
1º Fev Tufilândia Com a utilização de EXPLOSIVOS, bandidos explodem 
uma agência do Bradesco. 
03 Fev Peri-Mirim Durante a madrugada, quadro bandidos explodiram uma 
agência do Banco do Bradesco, a única da cidade. 
15 Fev Colinas Considerado o arrombamento mais violento do ano, mais 
de dez homens fortemente armados conduzindo três 
veículos explodiram a agência do banco do Brasil 
fazendo uma vítima fatal que tentou fugir do local. Na 
fuga os bandidos utilizaram os reféns como escudo. 
06 Mar Nova Olinda 
Com a utilização de dinamite em sua ação, criminosos 
destruíram os caixas eletrônicos. A violência da explosão 
deixou comprometida a estrutura do prédio. 
06 Abr Santa Luzia do Tide 
Cerca de vinte bandidos armados bloquearam o acesso a 
cidade, explodiram o caixa eletrônico, fizeram reféns na 
fuga e trocaram tiros com a PM local. 
15 Abr Mata Roma 
Em síntese, cinco bandidos armados entraram no início 
do expediente do Banco do Bradesco e anunciaram o 
assalto. Houve troca de tiros com a polícia local em que 
um dos assaltantes veio a óbito. 
1º Mai Satubinha 
Segundo informações da Polícia Militar, quatro homens 
invadiram o posto bancário do Banco Bradesco 
explodindo-o com dinamite. 
2 Mai Amapá do Maranhão 
 Segundo informações do Portal G1MA, quatro homens 
explodiram o Banco Bradesco da cidade deixando para 
trás uma banana de dinamite falhada! 
8 Mai 
Centro Novo do 
Maranhão 
Seis homens tentaram roubar os caixas eletrônicos do 
Banco Bradesco da cidade. A tentativa saiu frustrada por 
não contarem com auxílio de materiais que arrombassem. 
Fontes: Site G1 MA, 2016. 
Nota-se o número de arrombamentos com utilização de EXPLOSIVOS na tabela 
acima, nota-se ainda a quase exclusividade de cidades interioranas e a incidência da escolha do 
Banco do Bradesco, tal escolhas devido à baixa segurança no município como da instituição 
financeira. No ano de 2015, segundo o Sindicato dos bancários do Maranhão, agências 
bancarias de 52 municípios dos 217 existentes no Estado sofreram arrombamentos com um 
total de 59 agências destruídas, número superior ao ano anterior com 15 agências a mais. 
 
8 CONCLUSÃO 
 
Este trabalho vem como uma explicação genérica do que é explosivo na tentativa 
de abranger todas suas circunstâncias possíveis, servindo como fonte de informação e consulta 
às forças policiais da importância da criação de uma equipe antibomba especializada, 
decorrente do frequente uso de EXPLOSIVOS em assaltos a bancos e da tropa convencional 
não ter as condições adequadas para o manuseio. 
É noticiado com certa frequência, nas mídias jornalísticas, de arrombamentos 
bancários no interior do Maranhão. O uso de EXPLOSIVOS é uma realidade assombrosa pois 
amedronta a população e aterroriza as guarnições que se deparam com o abismo da ignorância 
do assunto. 
Investimentos em cursos e equipamentos até dissuadem o Governo pelo valor 
altíssimo, mas a perda com o descrédito na imagem da segurança pública é imensurável, como 
também o custo a vida de policiais! 
O policial comum, voltado simplesmente às atividades de policiamento ostensivo 
rotineiro, não possui obrigação de conhecer todos os explosivos e sua manipulação, função esta 
de perito na área. Mas é de suma importância a inclusão no programa básico de instrução dos 
militares como também a criação de corpos especializados da detecção, manuseio e destruição 
de artefatos explosivos. Porém como dito no início deste artigo, este trabalho tem caráter 
informativo e instrutivo dos tipos de explosivos e suas consequências em caso de manuseio 
errado. Em outras palavras, apenas de esclarecimento sobre um assunto ainda obscuro, mas que, 
com a devida observância, poderá salvar vidas. 
 
ABSTRACT 
This paper addresses specific events for the inappropriate use of explosive devices by gangs 
specialized in bank burglaries. Add wave of such violence opens an inquiry into the preparation 
of the Public Security Force and the demystification of the subject within the corporation. The 
intended goal is informative and generic nature as for a technical scope not reach the primary 
target, the common security officer. It is known, however, that it is still quite ignored by 
authorities, but the high levels calls attention to an urgent restructuring of operational 
procedures in case of possible occurrence. It will be addressed in this work still types, uses and 
explosives on data surveys in the state of Maranhão, as well as the correct handling and the 
consequences in case of misuse. 
 
Keywords: Explosives. Dynamite. Burglary. Shock wave. 
 
 
 
 
 
 
 
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