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01/12/2013 1 Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado do Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeiro Fenômenos de superfícieFenômenos de superfície �� Estado coloidalEstado coloidal Profa. Angela S. Rocha Bibliografia: Introduction to Colloid and Surface Cemistry, D Shaw Atkins, P. W., Physical Chemistry, Oxford University Press, Oxford, 5th ed., 1994. Adamson, A. W., Physical Chemistry of Surfaces, J. Wiley & Sons Inc, Nova York, 1976 Definição • Coloides são misturas heterogêneas em que um ou mais componentes tem pelo menos uma dimensão na faixa entre nanômetro (10-9 m) e micrômetro (10-6 m). 1 – 1000 nm • Comum encontrar a definição em termos de diâmetro das partículas do disperso. • Disperso ou soluto: substância presente em menor quantidade na mistura. • Dispersante ou solvente: substância presente em maior quantidade na mistura. 01/12/2013 2 Definição 1 1 µµµµµµµµmm 1010--33 µµµµµµµµmm Partículas Partículas coloidaiscoloidais Partículas emPartículas emsuspensãosuspensão Partículas Partículas dissolvidasdissolvidas (1 nm = 10-9 m) 1 a 1000 nm Ciência de colóides • Estudo destes sistemas de “macromoléculas” (moléculas grandes) ou de pequenas partículas. • Sistemas coloidais →→→→ sistemas micro- heterogêneos →→→→ os fenômenos de superfície são muito importantes. • Importantes numa ampla faixa de áreas das ciências dos materiais: agroquímica, cimentos, cosméticos, alimentos, tintas, farmacêutica, plásticos, espumas, solos, etc. 01/12/2013 3 O estado coloidal: começo... Thomas Grahan, químico escocês, foi o primeiro a estudar o estado coloidal. Em 1862 ele estabeleceu a distinção entre os solutos que se difundem rapidamente e os que o fazem com grande lentidão. Chamou os primeiros de CRISTALÓIDES, porque podiam ser obtidos em forma cristalina e os segundos de COLOIDES (do grego KOLLA) porque, assim como a cola, se apresentava em estado amorfo ou gelatinoso. Indica uma das principais propriedades dos coloides: sua tendência espontânea de se agregar ou formar coágulos. O estado coloidal Hoje se prefere falar em ESTADO COLOIDAL em vez de coloide, uma vez que, dependendo das condições do sistema, a mesma substância pode vir a constituir uma solução ou um coloide. Os coloides podem apresentar aspectos físicos diferenciados, predominando, geralmente, o estado físico do dispersante. A existência do estado coloidal pode ser desejável ou indesejável, dependendo do objetivo →→→→ importante estudar como gerá-lo e destruí-lo. 01/12/2013 4 Fatores que contribuem para a natureza dos sistemas coloidais •Tamanho da partícula (soluto). •Forma e flexibilidade da partícula. • Interação partícula-partícula. • Interação partícula-solvente. O estado coloidal •Tamanho da partícula (soluto). O estado coloidal A assimetria das partículas é um fator importante na determinação de muitas propriedades de sistemas coloidais, principalmente as propriedades mecânicas. Em geral, os sistemas coloidais são polidispersos, isto é, as partículas não têm todas o mesmo tamanho. A pressão osmótica depende da massa molar da partículas. 01/12/2013 5 •Forma e flexibilidade da partícula. Muitas moléculas de polímeros apresentam considerável flexibilidade devido a rotações das ligações. Em solução estas moléculas sofrem influência do movimento térmico sofrendo torções, o que interfere nas forças de atração partícula-partícula e partícula-solvente. O estado coloidal • Interação partícula-partícula. É necessário levar em consideração que partículas coloidais estão em geral solvatadas, o que interfere nas interações das partícula. O estado coloidal 01/12/2013 6 Classificação Existem algumas classificações (Shaw). •Dispersão coloidal: termodinamicamente instáveis devido à alta energia livre da superfície e são sistemas irreversíveis (não se reconstituem). •Soluções verdadeiras de macromoléculas (natural ou sintético): termodinamicamente estáveis e são facilmente reconstituídas após separação. •Associações coloidais: formação de micelas. Soluções de materiais de elevada superfície ativa exibem propriedades físicas não usuais. Classificação • Micelares: as partículas dispersas são agregados de átomos, de molécula ou de íons. Ex.: enxofre em água. • Moleculares: as partículas dispersas são macromoléculas (moléculas grandes). Ex.: amido em água. • Iônicos: as partículas dispersas são íons gigantes. E.: proteína em água. 01/12/2013 7 Classificação • Reversíveis: são sistemas em que o disperso, num simples contato com o dispersante produz o estado coloidal. São facilmente reconstituídos após separação do solvente com o soluto. • Irreversíveis: são sistemas em que, uma vez separados, não são facilmente reconstituídos. • Os termos liofílico e liofóbico são usados para descrever a tendência da superfície ou grupo funcional de ser molhado ou solvatado. �Liofílico: amigo do líquido. �Hidrofilicos: amigo da água. �Liofóbicos: aversão ao solvente não há afinidade entre soluto e solvente. �Hidrofóbico: aversão por água. Classificação 01/12/2013 8 01/12/2013 9 Dispersões coloidais As partículas na dispersão são suficientemente grandes para definir superfícies de separação entre a partícula (fase dispersa) do meio em que está (meio de dispersão), formando duas fases. A natureza física da dispersão depende das características e das quantidades das fases que a constitui: Ex.: emulsão de óleo-em-água (O/A) e emulsão de água-em-óleo (A/O) apresentam propriedades físicas diferentes. Dispersões coloidais A interface soluto-solvente é muito importante para as características das dispersões coloidais, que envolve elevadas razões área/volume (partículas grandes). As propriedades físicas do sistema são determinadas pelas propriedades da interface, como efeitos de adsorção e da dupla camada elétrica. 01/12/2013 10 Tipos de dispersões coloidais • Dispersante: Gás • Disperso: Líquido • Conhecido: Aerossol líquido. • Exemplos: Nuvem, neblina, spray inseticida, perfume • Dispersante: Líquido • Disperso: Gás • Conhecido: Espuma. • Exemplos: Espuma de sabão, chantilly. Tipos de dispersões coloidais 01/12/2013 11 • Dispersante: Líquido • Disperso: Líquido • Conhecido: Emulsão. • Exemplos: Leite, maionese, cremes, sangue. Tipos de dispersões coloidais • Dispersante: Líquido • Disperso: Sólido • Conhecido: Sol. • Exemplos: Tintas, vidros coloridos. Tipos de dispersões coloidais 01/12/2013 12 • Dispersante: Sólido • Disperso: Gás • Conhecido: Espuma sólida. • Exemplos: Pedra-pomes. Tipos de dispersões coloidais • Dispersante: Sólido • Disperso: Líquido • Conhecido: Gel. • Exemplos: Gelatina, queijo, geléia. Tipos de dispersões coloidais 01/12/2013 13 • Dispersante: Sólido • Disperso: Sólido • Conhecido: Sol sólido. • Exemplos: Cristal de rubi, ligas metálicas. Tipos de dispersões coloidais Tipos de dispersões coloidais 01/12/2013 14 Os princípios relacionados com os diferentes sistemas coloidais baseiam-se em propriedades comuns a todos os coloides: tamanho e elevada relação área/volume de partículas . As partículas dispersas podem ter tamanhos diferentes e por isso o sistema coloidal é denominado polidisperso. Os sistemas com partículas de um mesmo tamanho são monodispersos. As macromoléculas de proteínas sintetizadas biologicamente têm todas um mesmo tamanho e massa molecular,por isso dão origem a coloides monodispersos. Propriedades de coloides Como a área de superfície da fase dispersa é elevada devido ao pequeno tamanho das partículas, as propriedades da interface entre as duas fases — dispersa e de dispersão — determinam o comportamento dos diferentes sistemas coloidais. Em soluções verdadeiras de macromoléculas ou em dispersões coloidais de partículas finas, o solvente pode ser retido pela configuração da cadeia macromolecular ou das partículas. Quando todo o solvente é imobilizado nesse processo, o coloide enrijece e é chamado de gel. Propriedades de coloides 01/12/2013 15 • O tamanho das partículas de um coloide pode atravessar um filtro, porém não uma membrana semi-permeável. • Essas partículas são suficientemente grandes para refletir e dispersar a luz e são suficientemente pequenas para terem suas trajetórias modificadas pelo solvente. • A superfície das partículas tem um excesso de energia associada a ela e muitas vezes pode ser carregada. Propriedades de coloides Propriedades de coloides • Efeito Tyndall: É observado quando a luz se dispersa (espalha) ao se chocar com as partículas do disperso. Cada partícula se comporta como um ponto luminoso. Ex.: Luz do farol numa noite de neblina. O efeito óptico provocado pela dispersão da luz nas partículas coloidais, confere um aspecto turvo. 01/12/2013 16 Propriedades dos coloides •Movimento browniano: As partículas do solvente (principalmente quando este se encontra na fase gasosa ou líquido) estão constantemente se chocando com as partículas do disperso. Este choques fazem com que as partículas do disperso adquiram um movimento de zigue-zague desordenado e ininterrupto. Propriedades dos coloides O movimento Browniano é uma consequência da teoria cinética. Na ausência de forças externas, todas as partículas têm a mesma energia cinética translacional média: Mas: A velocidade aumenta com a diminuição da massa da partícula. eixocadadelongoaoou kTkT 2 1 2 3 m energiakT dt dx m 1 2 1 2 1 2 ∝⇒= 01/12/2013 17 Propriedades dos coloides Tratando o movimento Browniano para um deslocamento em 3D, o deslocamento médio de cada partícula a partir de sua posição original ao longo de um eixo (x) após um tempo t é dado pela equação de Einstein: Sendo D o coeficiente de difusão dado pela lei de Einstein da difusão em termos do coeficiente de fricção f : Para partículas esféricas: •Propriedades elétricas Normalmente, as partículas dispersas (micelas) apresentam cargas elétricas de mesmo sinal. Essa carga elétrica depende da quantidade de cátions (íon de carga positiva) e ânions (íon de carga negativa) no sistema. Ou seja, quando há excesso de cátion, as micelas ficam positivas, e quando há excesso de ânions, as micelas ficam negativas. Propriedades dos coloides 01/12/2013 18 Quando um coloide é preparado em meio ácido (excesso de cátions), as micelas adquirem carga elétrica positiva, e quando são preparados em meio básico (excesso de ânions), as micelas adquirem carga elétrica negativa. Portanto é possível converter a carga elétrica de uma micela modificando a quantidade de cátions e ânions presentes nessas partículas. Em determinado momento dessa conversão, as micelas ficarão eletricamente neutras, nesse momento o sistema atinge o ponto isoelétrico. ELETROFORESE O fenômeno da eletroforese ocorre quando um coloide é submetido a um campo elétrico, e todas as micelas migram para o mesmo eletrodo. Quando as micelas forem positivas, elas migrarão para o cátodo (polo negativo, para onde vão os cátions), este fenômeno é denominado cataforese. Quando as micelas forem negativas, elas migrarão para o ânodo (polo positivo, para onde vão os ânions), este fenômeno é denominado anaforese. 01/12/2013 19 Uma das propriedades mais importante de uma dispersão coloidal é a tendência de formar agregados. Partículas se encontram frequentemente e, dependendo das interações entre elas , pode haver atração e agregação. A principal causa de agregação são as forças atrativas de van der Walls. A solvatação pode ajudar na estabilização das partículas coloidais. Preparação de coloides Dispersão coloidal → degradação de um material “bulk” → agregação de moléculas ou íons A dispersão de material mássico pode ser feita usando-se um diluente inerte ou por moagem ou usando-se ultrassom. Degradação → extensiva subdivisão → tendência de partículas pequenas para se reunir. Evitar aglutinação → diluente inerte ou moagem na presença de outro material. Ex.: Obtenção de sol de enxofre → moagem de S + glicose → dispersão em água → remoção da glicose por diálise. 01/12/2013 20 Preparação de coloides Em geral, para obter alto grau de dispersão usa-se agregação. Método de agregação → formação de solução supersaturada molecularmente dispersa → precipitação adequada. Ex.: Obtenção de sol de S → solução saturada de S em álcool ou acetona e água abaixo do ponto de ebulição → vaporiza-se o álcool ou acetona → o S insolúvel em água precipita. A formação de uma nova fase durante a precipitação envolve dois estágios: • nucleação → formação de centros de cristalização • crescimento de cristais → relacionado com estabilidade ↑↑↑↑ Grau de dispersão ↑↑↑↑ Taxa de nucleação ↓↓↓↓ Taxa de crescimento taxa inicial depende do grau de supersaturação depende da quantidade de material, viscosidade, adsorção de impurezas, agregação entre partículas Dependência entre o tamanho de partícula e a concentração do reagente. 01/12/2013 21 Para obtenção de sol poli ou monodisperso é necessário controlar as condições em que a nucleação é realizada, deve ser restrita para apenas um período certo no início da formação do sol. Coloides macromoleculares: Campo largo da química macromolecular, inclui: • Polímeros naturais (proteínas, celulose, borracha) • Derivados de polímeros (carboximetil celulose de Na) • Polímeros sintéticos ( polietileno, Teflon, poliestireno) Para sintetizar estes materiais usa-se as técnicas de polimerização. Preparação de coloides Preparação de coloides Associação coloidal → formação de micelas As propriedades físicas destas soluções são não usuais, uma vez que as superfícies das partículas são muito ativas. Micelas → agregados organizados de íons surfactantes. Surfactantes → moléculas com uma cadeia de hidrocarboneto lipofílica e uma “cabeça” polar hidrofílica. 01/12/2013 22 01/12/2013 23 Preparação de coloides A concentração na qual a micela se forma é chamada de concentração micelar crítica (c.m.c.) e depende do surfactante e do solvente. As micelas podem ter estrutura esférica (típica em uma larga faixa de c.m.c.), laminar e cilíndrica. 01/12/2013 24 • Nos sistemas coloidais o disperso só se deposita sob sedimentação forçada em ultracentrífugas. • Ultracentrifugação: Aparelho com alta rotação para separar partículas de grande porte ou de tamanhos diferentes. Purificação dos coloides Purificação dos Colóides • Ultrafiltração: Utiliza-se uma membrana para separar íons ou moléculas cujo tamanho do soluto é menor que 1000 nm. • As partículas coloidais ficam retidas no ultrafiltro. • Muitas vezes está associado às condições elétricas do colóide e da membrana. 01/12/2013 25 Purificação de coloides • Diálise: Utiliza-se um dialisador para separar impurezas altamente solúveis no dispersante. Baseia-se na diferença de velocidade que ocorre a difusão de uma solução e de um coloide através de uma membrana permeável. • Eletrodiálise: Aplica um campo elétrico no dialisador para retirar impurezas de natureza iônica. 01/12/2013 26 As diferentes interaçõesentre as fases dispersa e a de dispersão constituem um dos pontos críticos do comportamento e da estabilidade dos coloides. As propriedades físicas e químicas de ambas as fases controlam essas interações (coulombianas de repulsão eletrostática, as de atração de van der Waals, as de repulsão estérica e as de solvatação). Esses sistemas precisam de um modelo sistematizado para explicar a influência das interações na estabilidade cinética e termodinâmica do coloide. Estabilidade de coloides 01/12/2013 27 A aglomeração das micelas provoca a precipitação do coloide. Existem dois fatores que mantêm o coloide estável. São eles: a) as micelas possuem a mesma carga elétrica e, portanto, sofrem repulsão, evitando a aglomeração e consequentemente a precipitação do coloide. Estabilidade de coloides 01/12/2013 28 b) a camada de solvatação, que encontra-se ao redor da micela nos coloide liofílicos, impede o contato direto entre as micelas. Essa camada é formada pelas moléculas do dispersante. Estabilidade de coloides Peptização é um processo no qual a dispersão é conseguida (pouca agitação) pelamudança da composição do meio dispersante (evaporação adição de co-íons). Estado sol: ocorre quando as moléculas dispersantes afastam as partículas dispersas umas das outras. Estado gel: ocorre quando as partículas dispersas encontram-se extremamente unidas, muito próximas umas das outras. 01/12/2013 29
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