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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Processos Químicos Ana Maria Furtado ana.furtado.sousa@gmail.com Definição de Processo Químico É um conjunto de etapas sequenciais, que através de mudanças químicas, físicas, mecânicas ou térmicas transformam matéria- prima em produto. Matéria Prima Produto Processo Químico Tipos de Processos Contínuo. Bateladas. Processo Contínuo Processo com fluxo constante de matérias-primas e de produtos em todos os equipamentos. Aplicação: Altos volumes de produção e baixa variedade de produtos (custo operacional alto para pequenas produções, mas que se diluem com o aumento do volume). Processo Contínuo Características: • Requer instrumentação de processo rigorosa, que controle e corrija automaticamente os desvios • Alto investimento. • Uniformidade do produto Ex.: refinarias, petroquímicos, fabricação de papel. Máquina Voith - Fabricação de papel jornal Velocidade: 2000m/min Largura: 10m Gramatura do papel jornal: 60g/m2 Fabricação de papel cargas, produtos químicos e aditivos (FORMULAÇÃO) Processo Descontínuo ou em Bateladas Fluxo de matérias-primas, produtos e parâmetros de processo (T, P, concentração, troca térmica etc.) variam com o tempo. Aplicação: • Produção de menor volume. • Plantas multipropósitos, que permitem a fabricação de diferentes produtos. • Produção de produtos perigosos (segurança). Processo Descontínuo ou em Bateladas Características: • Normalmente os equipamentos estão em melhores condições de uso, já que sofrem frequentes etapas de limpeza e/ou esterilização. • Processos economicamente viáveis para pequenos volumes de produção. Processo Descontínuo ou em Bateladas Características: • Processos mais flexíveis a variações de volume de venda (número de bateladas pode variar com oscilação que o produto tem no mercado). • Facilita o processo identificação e rastreabilidade dos lotes (principalmente importante para a indústria farmacêutica e alimentícia). Processo Descontínuo ou em Bateladas Maior Problema: Conformidade entre os lotes: Pequenas alterações no processo podem produzir diferenças significativas entre os lotes. Normalmente, produtos fabricados neste processo têm rígidas especificações de processo, de modo a minimizar a variações. Exemplo: polímeros, fármacos, corantes FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA ENTRE PROCESSO CONTÍNUO E BATELADA 1. VOLUME DE PRODUÇÃO Vantagens/desvantagens do Processo BATELADA Vantagens/desvantagens do Processo CONTÍNUO • Pequeno Volume favorece a escolha do processo em batelada. • Demanda (sazonal) de produto (ex. fertilizante) • Oferta sazonal de matéria- prima. Grande volume favorece a escolha do processo contínuo. Plantas de processo contínuo são projetadas para volume elevado e deve operar o ano todo. No caso de sazonalidade pode-se, quando aplicável, ter um estoque de MP, fabricar outro produto ou programar a manutenção. FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA ENTRE PROCESSO CONTÍNUO E BATELADA 2. VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE DO PRODUTO Vantagens/desvantagens do Processo BATELADA Vantagens/desvantagens do Processo CONTÍNUO • Quando a qualidade do produto deve ser certificada o processo em batelada é o preferido (principalmente para a indústria farmacêutica e alimentícia). • Se não é possível retrabalhar o produto fora de especificação, o processo deve ser projetado para pequenas bateladas. • Quando a qualidade do produto pode ser verificada continuamente ou periodicamente e o produto fora de especificação pode ser “misturado” ou retrabalhado o processo em contínuo pode ser escolhido. FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA ENTRE PROCESSO CONTÍNUO E BATELADA 3. FLEXIBILIDADE OPERACIONAL Vantagens/desvantagens do Processo BATELADA Vantagens/desvantagens do Processo CONTÍNUO Permitem que os equipamentos sejam usados em múltiplas operações, ou seja, um tanque agitado pode ser usado como misturador, em seguida como reator e também como um decantador para separação de liquido-líquido O uso de um equipamento em diferentes operações não é viável em processos contínuos. Em geral, processos contínuos são concebidos para fabricar um restrito número de produtos a partir de Matéria-prima especificadas. Se houver aumento na demanda ou restrição de Matéria-prima a planta deverá ser adaptada. FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA ENTRE PROCESSO CONTÍNUO E BATELADA 4. FABRICAÇÃO DE MULTIPLOS PRODUTOS Vantagens/desvantagens do Processo BATELADA Vantagens/desvantagens do Processo CONTÍNUO Processos em batelada podem ser facilmente modificados para produção de múltiplos produtos. Nota: neste tipo de planta é muito importante a programação da sequencia da produção. Não é recomendável. Os equipamentos do processo contínuo normalmente são projetados e otimizados para operarem com um condição de operação restrita. FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA ENTRE PROCESSO CONTÍNUO E BATELADA 5. EFICIÊNCIA DO PROCESSO Vantagens/desvantagens do Processo BATELADA Vantagens/desvantagens do Processo CONTÍNUO • Requer estrita programação (atendimento ao cliente). • Processo não pode ser otimizado para TODOS os produtos fabricados. • Integração energética nem sempre é possível (aumento no consumo de energia). • Reciclo de MP não é tão fácil como no processo contínuo. Geralmente, volume de produção, + eficiente é o processo. Ex. redução na perda de energia nos equipamentos (bombas, compressores); Reciclo de matéria-prima não reagida e integração energética são praticas comuns e facilmente implantadas. FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA ENTRE PROCESSO CONTÍNUO E BATELADA 6. CUSTO DE OPERAÇÃO Vantagens/desvantagens do Processo BATELADA Vantagens/desvantagens do Processo CONTÍNUO Alto custo de operação devido as etapas de limpeza e tempo de preparação. Para processos comparáveis, o custo de operação do processo contínuo é menor que o batelada. FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA ENTRE PROCESSO CONTÍNUO E BATELADA 7. INCRUSTAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS Vantagens/desvantagens do Processo BATELADA Vantagens/desvantagens do Processo CONTÍNUO Se existir elevada tendência, o processo em batelada é o recomendável. Projetar unidades em paralelo pode ser uma solução para este problema, no entanto há um aumento no custo capital Processo Contínuo Processo em Batelada velocidade de produção, pouco trabalho humano. Clara determinação da capacidade de produção. Uma rotina para todos os produtos. Baixa flexibilidade. Baixo valor agregado. Tempo de Parada: grande impacto. Número limitado de produtos. Pequeno número de etapas de produção. Tempo de lead time , muito trabalho humano. Capacidade de produção não é facilmente determinada. Diferentes configurações, rotinas complexas. Alta flexibilidade. Alto valor agregado. Tempo de parada: menor impacto. Maior número de produtos. Maior numero de etapas de produção. A representação gráfica: Fluxograma Definição: “É uma representação gráfica feita por meio de figuras, letras e palavras da estrutura, instalações e sequência de funcionamento de um processo”. “Indica pontos de entrada de matérias-primas e da energia necessária e os pontos de retirada dos produtos e subprodutos”. “São desenhos esquemáticos, sem escala, que mostram todo um sistema constituído por vários equipamentos”. Processo Químico FLUXOGRAMA DE PROCESSO Importância: Concepção de um projeto. Auxílio no desenvolvimento de balanços de massa e energia e operação da planta. Planejamento de recuperação e aproveitamento de energia Treinamento de operadores Gerenciamento da qualidade FLUXOGRAMA DE PROCESSO Os três principais tipos de fluxogramas usados para descrever os processo químicos são: Fluxograma ou Diagrama de Blocos (block flow diagrams – BFD) Diagrama de Fluxo de Processo (process flow diagram – PFD) Diagrama Tubulação e instrumentação (pipping and instrumentation diagram – P&ID) c o m p le x id a d e 1) Fluxograma ou Diagrama de Blocos Conceito básico do processo (visão geral clara). Útil para representar processo simples. Blocos ou retângulos podem representar um único equipamento ou uma etapa completa do processo. Linhas retas representam as correntes de fluxo do processo entre as unidades. 1) Fluxograma ou Diagrama de Blocos As vazões e composições das correntes podem ser descritas junto às linhas de corrente, ou em tabelas separadas quando houver muitas informações. Possuem pouca utilização em documentos de engenharia, pois não apresentam detalhes importantes do processo. Possuem uma finalidade mais didática. 1) Fluxograma ou Diagrama de Blocos Recomendações para elaboração de fluxogramas de blocos: Operações/processos unitários (misturadores, separadores, reatores, colunas de destilação etc.) são usualmente denotados por um bloco simples ou retângulo. As operações unitárias devem ser rotuladas Correntes de fluxo do processo são representadas por linhas retas que podem ser horizontais ou verticais. A direção do fluxo deve ser indicada por setas Quando possível, o diagrama deve ser arrumado de modo que o fluxo material ocorra da esquerda para a direita. 1) Fluxograma ou Diagrama de Blocos Blocos representa vários equipamentos. 1) Fluxograma ou Diagrama de Blocos 28% de oleum: 28% de SO3 e 72% de H2SO4 por peso. 2) Diagrama de Fluxo de Processo Todos os equipamentos principais do processo são representados no diagrama por um “símbolo gráfico” especifico. Cada equipamento terá um número exclusivo e um nome descritivo. Todas as correntes do processo serão mostradas e identificadas por um número. 2) Diagrama de Fluxo de Processo A descrição das condições do processo e da composição química de cada corrente dever ser incluída. Estes dados podem ser mostrados diretamente no PFD ou incluídos em uma tabela. Todas as utilidades fornecidas aos equipamentos principais e que desempenham uma função no processo devem ser incluídas. Malhas de controle básico, ilustrando a estratégia de controle usada para operar o processo em condições normais de operação, também devem ser mostradas. Cada equipamento possui um “símbolo gráfico” específico (podem sofrer pequenas variações dependendo da empresa responsável pela confecção do PFD). EXEMPLOS: http://www.cadtechcorp.com/products.html 2) Diagrama de Fluxo de Processo EXEMPLOS: 2) Diagrama de Fluxo de Processo Diagrama de Fluxo de Processo 2) Diagrama de Fluxo de Processo 2) Diagrama de Fluxo de Processo 2) Diagrama de Fluxo de Processo Todos os equipamentos principais do processo são representados por um “símbolo gráfico” especifico. Cada equipamento tem número exclusivo e um nome descritivo. Todas as correntes do processo serão mostradas e identificadas por um número. A descrição das condições do processo e da composição química de cada corrente devem ser incluída. Estes dados podem ser mostrados diretamente no PFD ou incluídos em uma tabela. From R. Turton and J. A. Shaeiwitz 2008 2) Diagrama de Fluxo de Processo Numeração do equipamento Formato Geral: XX-YZZ A/B XX: Letras que identificam a classe do equipamento. C – Compressor ou turbina E – Trocador de calor H – Aquecedor a chama direta P – Bomba R – Reator T – Torre TK – Tanque de armazenagem V – Vaso 2) Diagrama de Fluxo de Processo Numeração do equipamento Formato Geral: XX-YZZ A/B Y: é a área dentro da planta. ZZ: é o número de designação de cada item dentro da classe de equipamento. A/B: identifica unidades paralelas ou unidades reserva não mostradas no PFD 2) Diagrama de Fluxo de Processo Exemplo: Equipamento P-102 A/B (Diagrama de fluxo da produção de Benzeno) P-102 A/B: O equipamento é uma bomba P-102 A/B: Bomba de número 02 na unidade 100, que neste exemplo é o processo de fabricação do benzeno P-102 A/B: Indica que existe uma bomba reserva instalada, ou seja, há duas bombas idênticas P-102A e P-102B. Uma bomba estará em operação enquanto a segunda ficará parada. 2) Diagrama de Fluxo de Processo Correntes do Processo Identificadas com números inseridos em losangos Setas representam a direção do fluxo. Quando possível, começar da esquerda para a direita. Linhas horizontais são dominantes 0 0 2) Diagrama de Fluxo de Processo Informações sobre as correntes do Processo Temperatura, pressão, composição e vazão: no próprio fluxograma (adjacente às linhas de corrente) ou em uma tabela separada. NOTA: Tentar manter o fluxograma mais simples possível para facilitar a interpretação, no entanto as informações críticas à segurança e operação da planta NÃO PODEM SER OMITIDAS (T/P do reator, vazões da alimentação e produto e T/P que sejam muito superiores ao restante do processo) 2) Diagrama de Fluxo de Processo Informações sobre as correntes do Processo Temperatura, pressão, composição e vazão: Exemplo de Tabela 2) Diagrama de Fluxo de Processo Informações sobre as correntes do Processo Continuação: 2) Diagrama de Fluxo de Processo Informações sobre as correntes do Processo Exemplo 2) Diagrama de Fluxo de Processo Correntes do Processo Nota: as correntes das utilidades também são incluídas. Ex.: eletricidade, ar comprimido, água de resfriamento, água refrigerada, vapor, retorno de condensado, gás inerte, etc. 2) Diagrama de Fluxo de Processo Correntes do Processo 2) Diagrama de Fluxo de Processo 2) Diagrama de Fluxo de Processo Malha de Controle - Básico Somente os sistema de controle do reator ou associados ao balanço de material podem ser incluídos no PFD. Fluxogramas de tubulação e instrumentação Contém toda informação do processo necessária para a construção e operação da planta. Estes dados incluem tamanho dos tubos (dimensionamento da tubulação elocalização de toda instrumentação para ambas as correntes de processo e de utilidades), incluindo a sequência física de ramificações, redutores, válvulas, equipamentos, instrumentação e controles. ISO 10628: Flow Diagrams For Process Plants - General Rules. ANSI Y32.11: Graphical Symbols For Process Flow Diagrams. SAA AS 1109: Graphical Symbols For Process Flow Diagrams For The Food Industry. Petrobras N-58: Símbolos Gráficos para Fluxogramas de Processo e de Engenharia. Petrobras N-381 - Execução de Desenho e Outros Documentos Técnicos em Geral. Petrobras N-1521 - Identificação de Equipamentos Industriais.
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