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1 Pedogênese Processos gerais de formação do solo e diferenciação dos horizontes do solo. 2 Intemperismo das rochas e formação do solo “Definição de intemperismo” • O conjunto de processos que leva a degradação e decomposição das rochas e denominado de intemperismo. • Estes processos estão relacionados com dois fatores: a natureza da rocha e a condição ambiente. 3 A maioria das rochas forma-se em ambientes muito distintos das condições na superfície do planeta. Enquanto as rochas se formam em ambientes com temperatura e pressão elevadas e constantes, em ausência de luz, organismos e vento, quando são expostas na superfície do planeta, encontram condições bem diferentes: temperaturas e pressões menores, porem com grande variação ao longo do dia e noite e das estações do ano, presença 4 Intemperismo físico O intemperismo físico é composto pelos processos que levam a fragmentação da rocha, sem modificação significativa em sua estrutura química ou mineralógica. Estas quebras podem ocorrer por vários processos, como a variação de temperatura, crescimento de raízes, congelamento e precipitação de sais, onde os dois primeiros processos são os mais importantes para as condições climáticas do sul do Brasil. 5 A maior contribuição do intemperismo físico é o aumento de área superficial especifica para o avanço do intemperismo químico e a pedogênese. Área Superficial 6 Com a variação de temperatura, as rochas, que são compostas por diversos minerais, se dilatam e contraem de maneira diferenciada (coeficientes de dilatação e contração distintos), com direção e com intensidade diferentes, gerando tensões no corpo da rocha e levando a fadiga e fratura do material. 7 O processo de fadiga leva ao processo de esfoliação, no qual a rocha solta camadas, similarmente a uma cebola. Pode-se encontrar essas pedras em solos mais rasos, porem argilosos e vermelhos nas áreas mais declivosas do Rio Grande do Sul, onde o solo não e muito profundo. 8 Espécies pioneiras arbustivas e arbóreas podem exercer grandes pressões sobre as rochas, através do crescimento das raízes entre as fendas. Exemplos típicos desta forca são os danos causados pelas raízes de algumas árvores ao calcamento e as fundações das construções. 9 Fonte: Adaptado de Polomski & Kuhn (1998). Fatores genéticos, edáficos, competição. 10 Fonte: Adaptado de Gonçalves & Mello (2005). 27 11 Fonte: Schumacher (2008). Raízes longas e ramificadas = adapatações 12 SÍTIO Fonte: Schumacher (2008). = AUTOECOLOGIA = PRODUÇÃO 13 Localização do município de Cambará do Sul, RS. Fonte: Modificado de FEE, 2008. Organizador: Viera, M. (2008). Cambará do Sul A temperatura média anual 15 °C (8,5 ºC / 22 ºC ) O Clima: Cfb (temperado úmido) Precipitação média de 1700 a 1800 mm O solo Cambissolo Húmico alumínico típico Campos de Cima da Serra A altitude 980 m 23 14 Localização das áreas experimentais no povoamento de Pinus taeda L. e no campo adjacente. Cambará do Sul, RS. Fonte: Google Earth (2008). Fazenda Guabiroba – Cambará Celulose S/A Pinus taeda L. Campo 22 15 Histórico da área do estudo Povoamento de Pinus taeda L. Implantado no ano de 1993; Espaçamento de 3 m x 2 m; Mudas produzidas a partir de sementes; Preparo de solo e plantio manual; Roçada mecânica em 1994; Desramas em 1997 e 1999; Desbastes em 2003 e 2008. Queimadas que objetivam a limpeza e renovação da área; Pastejo da vegetação rasteira, a lotação é considerada baixa (0,3 cab. ha-1); Vegetação característica, sem a inserção de espécies forrageiras exóticas ou mesmo práticas de correção da fertilidade natural. Área de campo adjacente 16 Escavação dos monolitos 17 18 MATERIAL E MÉTODOS Umedecimento Pré-lavagem Lavagem, separação das raízes e solo 18 19 Distribuição das raízes em folhas brancas (A4) 20 Obtenção de imagens digitais 21 Quantificação do comprimento de raízes finas 22 Secagem (70 ºC) Pesagem 23 Tabela 1 – Densidade do solo e análise textural de amostras de solo das camadas de 0 - 10, 10 - 20, 20 - 30 e 30 - 40 cm, obtidas no Pinus e na área de campo adjacente, no município de Cambará do Sul, RS. Areia Grossa Fina Silte Argila Profundidade cm ----------------------------------(%)----------------------------------- Classe Textural Densidade do Solo 0 - 10 7,7 2,0 36,3 54,3 0,97 10 - 20 8,3 2,3 35,7 53,7 1,03 20 - 30 11,7 2,7 34,7 51,7 1,23 Pi nu s 30 - 40 22,3 6,0 28,0 44,3 Argiloso 1,39 0 - 10 14,7 2,3 32,7 50,3 0,97 10 - 20 14,7 2,7 31,3 51,7 1,06 20 - 30 15,7 2,7 32,7 49,7 1,26 Ca mp o 30 - 40 19,0 4,0 21,7 55,7 Argiloso 1,34 Densidade e caracterização textural do solo. 0,97 1,03 1,23 1,39 0,97 1,06 1,26 1,34 54,3 53,7 51,7 44,3 Argiloso 50,3 51,7 49,7 55,7 Argiloso 24 Tabela 2 - Análise química de amostras de solo das camadas de 0 - 10, 10 - 20, 20 - 30 e 30 - 40 cm, obtidas no Pinus e na área de campo adjacente, no município de Cambará do Sul. MO Al H + Al CTC efet. CTC pH 7 P K Ca Mg m V Profundidade cm (%) pH (H2O) cmolc dm -3 mg dm -3 cmolc dm -3 % 0 - 10 4,8 4,5 6,6 33,2 7,0 33,6 3,74 44,33 0,14 0,19 94,03 1,30 10 - 20 5,1 4,5 5,7 34,5 6,0 34,7 2,19 27,00 0,06 0,13 95,67 0,73 20 - 30 5,1 4,6 5,3 32,0 5,5 32,2 2,14 22,67 0,04 0,11 96,27 0,63 P i nu s 30 - 40 3,2 4,6 5,6 27,5 5,8 27,6 1,78 13,33 0,05 0,08 97,30 0,50 0 - 10 7,7 4,6 6,5 38,8 8,4 40,7 3,50 122,67 0,83 0,73 77,60 4,63 10 - 20 6,1 4,7 6,3 30,4 7,0 31,1 2,02 64,33 0,33 0,26 89,27 2,57 20 - 30 4,5 4,8 5,6 31,2 6,1 28,3 1,54 33,33 0,20 0,15 92,87 1,63 C a m p o 30 - 40 3,2 4,8 5,4 29,6 5,8 30,0 1,31 18,00 0,18 0,14 93,70 1,20 Resultados da análise química do solo 25 5836 b 9025 b 23910 a 16794 ab¹ 12847 ab 20946 c 28413 bc 74313 a 49878 b -40 -30 -20 -10 0 10 km ha -1 Pr of un di da de (c m ) Pinus Campo (1) Médias de comprimento nas diferentes profundidades no pinus e no campo, seguidas por mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a um nível de 5 % de erro. Serapilheria Comprimento (km ha-1) de raízes finas no perfil do solo para um povoamento de Pinus taeda L. e campo na região dos Campos de Cima da Serra, município de Cambará do Sul, RS. Comprimento de raízes finas (km ha-1) 26 Densidade de raízes finas (g cm-3) 27 Monolitos (kg ha -1 ) Profundidade (cm) A B C Média Desvio- padrão CV (%) Serapilheira 505,74 763,97 1100,48 790,06 b¹ 298,23 37,75 0 - 10 1518,80 1083,44 1634,46 1412,23 a 290,56 20,57 10 - 20 809,52 532,13 524,11 621,92 b 162,52 26,13 20 - 30 463,68 351,20 453,97 422,95 b 62,33 14,74 30 - 40 150,82 282,46 372,98 268,75 b 111,71 41,57 Pi nu s Total 3448,56 3013,20 4086,00 3515,92 539,56 15,35 0 - 10 2345,87 3369,73 3535,98 3083,86 a 644,50 20,90 10 - 20 1490,24 1168,16 1401,25 1353,22 b 166,33 12,29 20 - 30 689,23 980,26 536,29 735,26 b 225,53 30,67 30 - 40 416,34 582,48 370,75 456,52 b 111,44 24,41 Ca mp o Total 4941,68 6100,63 5844,27 5628,86 608,76 10,81 Tabela 3 - Valores médios, desvio-padrão e coeficiente de variação da biomassa de raízes finas (kg ha-1) nas diferentes profundidades do solo, em um povoamento de Pinus taeda L. e campo na região dos Campos de Cima da Serra, município de Cambará do Sul, RS. 0 - 10 3083,86 a 1412,23 a0 - 10 Biomassa de raízes finas (kg ha-1) 28Número usado Variável correspondente Número usado Variável correspondente 1 MO(%) 10 Mg (cmolc dm -3) 2 pH (H2O) 11 m (%) 3 Al (cmolc dm -3) 12 V (%) 4 H + Al (cmolc dm -3) 13 Areia (%) 5 CTC efet. (cmolc dm - 3) 14 Silte (%) 6 CTC pH 7 (cmolc dm - 3) 15 Argila (%) 7 P (mg dm-3) 16 Comprimento 8 K (mg dm-3) 17 Biomassa 9 Ca (cmolc dm -3) 18 Ds (g cm-3) Tabela 4 - Números utilizados na ACP em substituição ao nome original das variáveis analisadas. Análise Multivariada - Análise de Componentes Principais (ACP) 29 Análise de Componentes Principais (ACP) para o povoamento de Pinus. Mg K P Ca V Distribuição da nuvem de variáveis, no círculo de correlações e sua relação entre as componentes principais 1 e 2 da análise de componentes principais (ACP), discriminando os atributos físico-químicos do solo como variáveis explicativas e o comprimento e a biomassa de raízes como variável resposta (A); e as profundidades do solo em que foram coletadas as amostras, no Pinus, no município Cambará do Sul, RS (B). 30 Análise de Componentes Principais (ACP) para o campo. Distribuição da nuvem de variáveis, no círculo de correlações e sua relação entre as componentes principais 1 e 2 da análise de componentes principais (ACP), discriminando os atributos físico-químicos do solo como variáveis explicativas e o comprimento e a biomassa de raízes como variável resposta (A); e as profundidades do solo em que foram coletadas as amostras, na área de campo, no município Cambará do Sul, RS (B). Mg K P Ca V 31 Intemperismo químico Na natureza, e praticamente impossível separar o intemperismo físico do intemperismo químico, já que ocorrem quase simultaneamente e devido a diferença de ambiente na formação da rocha em relação ao ambiente na formação do solo. As transformações e reações que ocorrem são no sentido do equilíbrio com o ambiente. 32 Intemperismo químico O intemperismo químico e o conjunto de reações que levam a modificação da estrutura dos minerais que compõem a rocha. O intemperismo químico aumenta a medida que o intemperismo físico avança, devido ao aumento de área superficial especifica dos minerais. 33 As principais reações químicas são a hidratação, solução, complexação, hidrólise e oxi-redução. As primeiras duas reações são típicas em solos mais jovens ou ambientes que propiciam menor transformação, a terceira ocorre na formação de horizonte Bhs (identificado pela iluviação expressiva de ferro e matéria orgânica) e as ultimas duas reações são fundamentais em clima mais chuvoso. Essas últimas duas serão abordadas em mais detalhe neste texto. 34 Hidrolise Vislumbrar reações químicas e, muitas vezes, difícil. Isso e particularmente verdadeiro com reações envolvendo minerais do solo, que tem estrutura bastante complexa. A reação da hidrolise de um mineral primário (isto é, formado na rocha), KAlSi3O8, para a formação de um mineral secundário (isto é, formado no solo): 35 O H+ e o OH- são resultantes da dissociação da água (H2O). Assim o H+ “ataca” (isto é, H+ substitui o metal K, nesse exemplo) o mineral, rompendo as ligações silício/metais da sua estrutura, colapsando-a e desintegrando- a. 36 Aprendemos nas aulas de química que a reação tenda a direita quando aumentamos os reagentes (lado esquerdo) ou diminuímos os produtos (lado direito das setas). No presente caso, quanto mais água passar pelo solo, maior a quantidade de H+ disponível para o ataque e mais água drenará pelo solo, levando os cátions básicos (K+, neste exemplo) junto com o OH-. Os destinos do K+ podem ser a lixiviação (ja comentado), a participação na formação de novos minerais (secundários) do solo ou ser absorvido pelas plantas. 37 Baseado na intensidade desta reação no solo, associado com a lixiviação, são propostos três estágios de dessilicação, relacionados com o grau de intemperismo: (a) quando a dessilicação e fraca, o que e típico de ambientes em que a precipitação e menor que a evaporação (como em regiões semi-áridas), com drenagem lenta a impedida ou quando ha aporte de silício por fluxos laterais. Os argilominerais predominantes são do tipo 2:1 expansivos e não expansivos. (b) No Rio Grande do Sul, ocorre na região da campanha, originando solos com características vérticas; 38 Horizonte vértico Horizonte subsuperficial que, devido a forte contração e expansão das argilas, apresenta feições pedológicas típicas, que são as superfícies de fricção ("slickenesides"). Apresentam também fendas em algum período do ano com pelo menos 1 cm de largura. 39 40 (b) quando a dessilicação é média, o que e mais frequênte nos trópicos, formam-se solos com argilas 1:1 (solos cauliníticos), predominantes nos solos gaúchos usados para agricultura; 41 (c) quando a dessilicação e forte, a dessilicação e a lixiviação são intensas ou atuaram durante um longo tempo sem que houvesse um rejuvenescimento do solo por aporte de material. Os argilominerais predominantes são os óxidos de ferro (hematita e goetita) e de alumínio (gibsita). No Rio Grande do Sul, solos do Planalto contém uma proporção significativa desses minerais. 42 43 Oxidação e redução (oxi-redução) Quimicamente, refere-se ao processo de transferência de elétrons, onde o íon receptor de elétrons e reduzido (porque tem seu numero de oxidação diminuído) e o que doa o elétron e oxidado. 44 Em solos, a oxidação e a redução do ferro e a do manganês tem maior importância na gênese do solo, enquanto a do nitrogênio, para a fertilidade do solo. Assim, o Fe2+ (íon ferroso) e muitíssimo mais solúvel que o Fe3+ (íon férrico) e pode ser removido do ambiente por solução. Nos minerais primários, o ferro encontra-se geralmente reduzido (Fe2+) e sua oxidação pode causar a desestruturação do mineral. 45 Fatores de formação do solo Os fatores de formação de solos são elementos que estabelecem as condições ou estado do sistema ou, utilizando os conceitos da Unidade A, caracterizam as esferas (litosfera, atmosfera e biosfera) existentes na gênese de determinado solo. 46 Os principais fatores de formação de solos são o material de origem, o relevo, o clima, os organismos e o tempo, os quais são inter-relacionados entre si na natureza. Por exemplo, o relevo afeta o clima, seja alterando o padrão de chuvas ou afetando a temperatura. 47 Quando um fator varia de maneira muito mais acentuada que os outros (os quais são, então, considerados constantes), de modo que e possível avaliar seus efeitos. Assim, temos climossequências (variação climática), topossequências e litossequências (variação no material de origem) de solos. 48 Topossequência de tipos de solos na região da Depressão Central do Rio Grande do Sul. (Paisagem de Streck et al., 2002) 49 Material de origem O material de origem e o material do qual o solo se forma, podendo ser de natureza mineral (solos de origem mineral) ou orgânica (solos orgânicos). 50 Material de origem orgânica Os solos orgânicos estão geralmente associados a ambientes mal drenados ou muito frios. Formam-se pela adição pela superfície, resultando em material menos transformado próximo a superfície e mais transformado em profundidade (contrário da tendência dos solos minerais discutidos em mais detalhe a seguir). 51 52 Os solos orgânicos tem pouca expressão no Rio Grande do Sul, embora desempenhem uma função ecológica fundamental na regulação do ciclo hidrológico e disponibilidade de água, funcionando como uma esponja para o sistema. O uso predominante é como substrato para olericulturae floricultura. 53 Material de origem mineral A maioria dos solos com aptidão para usos agropecuários e florestais são de natureza mineral. Os materiais de origem mineral podem ser rochas, materiais retrabalhados ou mesmo outro solo. A rocha é fonte de minerais herdados no solo e de solutos para fase líquida do solo e, se a concentração for alta suficiente, para a formação de minerais secundários. 54 A intensidade da decomposição das rochas depende da condição da rocha e da intensidade e tipo do intemperismo. As características da rocha que podem influenciar seu intemperismo são: sua composição mineralógica, organização dos minerais na massa da rocha, cimentação, dureza, permeabilidade e a maneira como a rocha se desagrega (intemperismo físico). 55 A alteração também depende da intensidade do intemperismo, ou seja, do clima. Essencialmente, a temperatura e a umidade são os mais importantes, mas em certas regiões outros fatores como vento e gelo podem também ser relevantes. 56 Mesmo minerais facilmente intemperizáveis podem ser encontrados praticamente inalterados em ambientes desérticos, por exemplo. A presença de fendas, poros e fraturas, pela maior infiltração de água, e a cor escura, pela maior absorção de calor maior dilatação, podem acelerar o intemperismo. 57 O domínio das rochas magmáticas extrusivas (Formação Serra Geral), com predomínio do basalto, cobre praticamente toda porção Norte do Rio Grande do Sul, ocorrendo em algumas porções o diabásio e arenitos (em Tupanciretã). Nessa região, as diferenças entre os solos estão mais associadas ao clima. Assim, na parte sudoeste do Rio Grande do Sul onde o clima e mais seco, temos solos menos desenvolvidos, e na porção norte, solos profundos, intemperizados e bastante argilosos. 58 O domínio dos pacotes sedimentares (Bacia do Paraná), conhecida como Depressão Central gaúcha, margeia a formação anterior. Essas formações possuem muita variação em suas características de cor (presença ou ausência, quantidade e tipo de óxidos e outros minerais constituintes) e textura (argilitos, siltitos, arenitos finos, arenitos grosseiros, etc.), originando vários tipos de solos. Como e uma região geologicamente mais antiga que a anterior, seus vales foram suavizados ha muito pela ação erosiva dos rios, que atualmente correm ao longo de extensas planícies, entulhadas de sedimentos recentes (quaternário), conhecidas regionalmente como várzeas, e intensivamente cultivadas com arroz, base econômica de muitos dos municípios da região. 59 O Escudo Sul Riograndense, a província geológica mais antiga do estado, encontra-se mais a Sudeste. Devido a sua constituição predominante de rochas intrusivas (ou plutônicas, como o granito) e suas correspondentes metamórficas (como o gnaisse), extremamente resistentes, essa região ainda se mantém em um nível mais elevado na paisagem, em relação a Depressão Central. Os solos dessa região são geralmente pobres, devido a natureza acida da maioria das rochas existentes. Entretanto, devido a grande variedade e complexidade geológica dessa região, existem varias exceções a regra. 60 A Planície Costeira e o domínio dos sedimentos marinhos depositados pelas sucessivas transgressões e regressões marinhas e de pouca importância agrícola. 61 Os quatro principais domínios dos tipos de rocha que ocorrem no Rio Grande do Sul ? 62 Relevo • O relevo afeta a formação de solos por redistribuir a energia, advinda da radiação solar, e os materiais água (movimento na superfície e na subsuperfície) e colúvio (material -Solo ou fragmentos rochosos- transportados por gravidade). 63 A influência do relevo ocorre em duas escalas. Para grandes regiões, o relevo pode afetar o clima, como foi exemplificado para os Campos de Cima da Serra no Rio Grande do Sul (efeito orográfico). Para áreas menores, a importância do relevo ocorre através da redistribuição da água no corpo do solo, a qual e fundamental para a continuidade das reações químicas que, por sua vez, contribuem na evolução dos solos. 64 A divisão do relevo do Rio Grande do Sul leva em conta a altitude e o material geológico: (a) Planalto e composto pelo extenso planalto basáltico que ocupa a metade norte do estado, domínio das rochas extrusivas básicas, 65 66 (b) Depressão Central e a região situada entre o Planalto e a Serra do Sudeste. As altitudes variam de 200m a leste ate 40m ou menos a oeste. O relevo se constitui de grandes planícies aluviais e coxilhas suaves, 67 68 (c) Serra do Sudeste e a região com altitudes variando de 100 a 400m onde se encontram as rochas intrusivas (coincide com o Escudo Sul Riograndense). O Relevo é bastante movimentado, mas em área onde apresenta coberturas sedimentares é suavizado; 69 70 (d) Campanha e situada na porção Oeste do estado, e formada por relevos suaves e altitudes baixas (200 a 300m). 71 72 (e) Litoral é uma planície estreita que se estende ao longo de quase toda faixa litorânea do estado, com cotas inferiores a 40 m, com predomínio das dunas. 73 74
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