Buscar

Aula Direito das Famílias

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Direito das Famílias
FELIPE FRANK
	Advogado; Mestrando em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com intercâmbio acadêmico pela Scuola di Specializzazione in Diritto Civile dell'Università di Camerino (UNICAM/ITÁLIA); Bacharel em Direito pela UFPR; Professor da Pós-Graduação em Direito Imobiliário da Universidade Positivo e da Graduação em Direito da Faculdade Opet.
felipefrank.adv@gmail.com
(41) 3538-5878 / 8866-6811
*
*
Metodologia
Aulas expositivas e aberta ao diálogo e às experiências profissionais e pessoais dos alunos (e-mail para contato);
Atividades de discussão de textos e de acórdãos em sala de aula (leitura prévia exigida);
Chamada e horário de aula;
Rigor quanto ao conteúdo e ao estudo;
Avaliações: 26/09 e 21/11; 
Final: 09/12 ou 12/12;
2ª Chamada: prova objetiva (conteúdo + textos).
*
*
Ementa
 Livro base: LÔBO, Paulo. Direito Civil – Famílias. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 1) Amplitude do conceito: a) Contextualização histórica e noções gerais sobre as famílias; b) Repersonalização e Constitucionalização; c) Multiplicidade de perfis da família contemporânea. 2) Princípios do Direito das Famílias: Famílias e Constituição. 
*
*
3) Conjugalidade e formação da família: a) Casamento e União Estável, semelhanças e diferenças; b) impedimentos matrimoniais, capacidade para casar e causas suspensivas do casamento; c) natureza jurídica do casamento e da união estável; d) efeitos patrimoniais do casamento (regimes de bens); e) dissolução da sociedade conjugal (divórcio, separação e separação de fato); f) constituição da união estável; g) efeitos pessoais da união estável; h) efeitos patrimoniais da união estável; i) uniões homoafetivas; j) famílias simultâneas.
*
*
4) Parentesco: a) conceito jurídico; b) paternidade, maternidade e filiação entre o dado biológico, a presunção pater is est e a socioafetividade; c) estabelecimento e reconhecimento de paternidade e maternidade; d) poder familiar; e) adoção. 5) Alimentos. 6) Tutela e Curatela. 7) Bem de Família.
*
*
AULA 2
 1) Amplitude do conceito: 
	a) Contextualização histórica e noções gerais
 Método de análise da história: não olhar para o passado com os olhos do presente
	 “Uma das missões principais do historiador do Direito - senão a principal - é possibilitar, pelo seu particular modo de observar a realidade jurídica, a relativização de conceitos que no nosso presente nos parecem absolutamente naturais.” FONSECA, Ricardo Marcelo.
*
*
AULA 2
 1) Amplitude do conceito: 
	a) Contextualização histórica e noções gerais
Os conceitos devem ser interpretados à luz do momento e do contexto histórico em que se encontram.
A conjuntura sócio-político-religiosa de qualquer sociedade não tem por responsável uma única causa, mas várias e complexas causas que se misturam e se confundem.
A família no Direito Romano, por exemplo, era muito mais ampla do que a nossa e o âmbito de domínio pleno do pater familias (patriarca maior), que tinha poder de vida e morte sobre todos da família, estendia-se a todos os seus descendentes, suas mulheres e servos (VILLEY, Michel).
*
*
AULA 2
 1 a) Contextualização histórica e noções gerais
A seu turno, na Alta Idade Média, a família não era compreendida como um âmbito privado, mas divino, no qual o poder era transmitido pela linhagem e se perpetuavam as relações de suserania e vassalagem. Entre os camponeses, uniões sem casamento eram frequentes (ARIÈS, Philippe). 
Na Baixa Idade Média, sobreleva a importância da Igreja Católica e sua vinculação à nobreza (o rei é o representante de Deus na Terra), aumentam os agrupamentos sociais e começam a se formar os primeiros núcleos urbanos destituídos de vínculos feudais.
*
*
AULA 2
 1 a) Contextualização histórica e noções gerais
Na Modernidade, preserva-se a importância da família como forma de tradição, cujo “título” ainda era algo muito importante para a passagem da propriedade e para a configuração do poder.
Com o tempo, a classe economicamente mais forte, a burguesia, passa a questionar o poder divino dos nobres e, sob o primado da “racionalidade”, promove uma ruptura política. Entretanto, a tradição e o título arraigados no conceito de família permanecem.
Essa família, consagrada no Côde francês de 1804, era una, nuclear, patrimonial, patriarcal e, a princípio, indissolúvel.
*
*
AULA 2
 1 a) Contextualização histórica e noções gerais
Permanecia, portanto, o caráter de transmissão do status e somava-se a questão da transmissão do patrimônio, tudo permeado pelos valores religiosos e sociais vigentes na época, com destaque para os valores e interesses daqueles que detinham o poder.
Foi esse o modelo europeu o replicado no Código Civil brasileiro de 1916 (GOMES, Orlando). 
Entretanto, não podemos nos esquecer da formação social do Brasil, que experimentou a máxima de que “não há pecado abaixo do equador” e uma miscigenação marcada pela relação Casagrande-Senzala (FREYRE, Gilberto).
*
*
AULA 2
 1 a) Contextualização histórica e noções gerais
Na primeira metade do século XX, o Brasil experimentou o privatismo doméstico, que protegia anacronicamente a família enquanto instituição, ignorando os interesses dos indivíduos. Em suma, era uma família (i) hierarquizada, (ii) matrimonializada e (iii) transpessoal.
E, como a lei é uma contingência social, apesar de ter demorado, foram sendo gradualmente reconhecidas as mudanças entre o modelo da teoria e os modelos da prática (ex: estatuto da mulher casada de 1962, lei do divórcio e da separação de 1977, reconhecimento de filhos adulterinos em 1988 e, por fim, a lei do divórcio de 2011).
*
*
AULA 2
 1 b) Contextualização histórica e noções gerais
Com a Constituição de 1988, passou-se a tutelar não apenas uma família, mas todas (art. 226, CF), não apenas mais um Deus ou uma religião, mas várias (art. 5º, VI, CF).
Eis que o âmbito jurídico acolhe a pluralidade dos fatos e da realidade social (FACHIN, Luiz Edson).
Trata-se da repersonalização das relações familiares e do Direito Civil em geral (LÔBO, Paulo).
A família passa a ser EUDEMONISTA (origem do termo em Aristóteles, mas em um contexto social completamente diferente), HORIZONTAL, INTERPESSOAL e PLURAL 
*
*
AULA 3
 2) Princípios do Direito das Famílias
 Famílias, entre o Público e o Privado
 Dignidade Humana – Família como âmbito de realização pessoal
 Igualdade e respeito à diferença
 Solidariedade familiar
 Melhor interesse da criança
 Eudemonismo
 Pluralidade
 Liberdade
 Convivência familiar – construção cotidiana
 Monogamia (?)
*
*
AULA 3
 2) Princípios do Direito das Famílias
 Igualdade e respeito à diferença
 Entre filhos, cônjuges e modelos familiares (art. 5º, I, CF)
 Igualdade formal vs. Igualdade substancial/material
 Art. 100, CPC – foro da mulher
 Art. 227, §§ 5º e 6º, CF – entre filhos
 Paternidade sócio afetiva = nome + tratamento + reputação social
 Igualdade entre modelos de família e inconstitucionalidade do art. 1790, CC
 Primazia do elemento pessoal com o devido reconhecimento dos efeitos patrimoniais
*
*
AULA 3
 2) Princípios do Direito das Famílias
 Solidariedade familiar
 Superação do individualismos sem incorrer no institucionalismo familiar
 Art. 3º, I, CF
 Art. 1513, 1618, 1630, 1566, 1567, 1694, 1700, 1707, CC
 Mas andou mal o legislador... 1572, 1573 e 1601, CC
*
*
AULA 3
 2) Princípios do Direito das Famílias
 Melhor interesse da criança
 Proteção Integral
 Art. 227, CF
 Art. 3º, 4º, 6º, 15, 18, ECA.
 Adoção não é busca pela família ideal, mas a família possível (realidade sobre abstração) 
 Eudemonismo
 Busca pela felicidade
 Art. 226, § 8º, CF
*
*
AULA 3
 2) Princípios do Direito das Famílias
 Pluralidade
 Não há mais unicidade do modelo familiar
 Monoparental (art. 226, § 4º, CF), união estável (§ 3º), casamento (§ 1º), homossexual (STF) e simultânea (STJ).
 Cuidado: família
unipessoal não existe! (erro na jurisprudência do STJ)
 Polêmica: hierarquia (§ 3º) – Ana Maria Luiza Maia Nevares
 Rol exemplificativo (STF)
*
*
AULA 3
 2) Princípios do Direito das Famílias
 Liberdade
 Liberdade formal vs. Liberdade positiva/material
 Escolher modelo atípico nunca foi crime, mas antes não tinha efeitos positivos
 Convivência familiar – construção cotidiana
 Questão da fidelidade
 Questão da filiação (seria direito disponível?)
 Busca pelo desenvolvimento da personalidade
 Primazia do real sobre o abstrato (modelos de fato)
 Monogamia (?)
*
*
AULA 4
 3) Conjugalidade
 Matrimônio/Casamento
 União Estável
 Uniões Homoafetivas
 Famílias Simultâneas
*
*
AULA 4
 3) Conjugalidade
 Matrimônio/Casamento (art. 1.511 e ss., CC)
 
Natureza Jurídica: Negócio jurídico solene, público e complexo, pois depende “de manifestações e declarações de vontade sucessivas, além da oficialidade de que é revestido, pois sua eficácia depende de atos estatais (habilitação, celebração, registro público)” LÔBO, Paulo.
*
*
AULA 4
 3) Conjugalidade
 Matrimônio/Casamento (art. 1.511 e ss., CC)
 Existência: a) antes se exigia diversidade de sexos (REsp 1.183.378/RS); b) celebração por juiz/indivíduo não revestido de autoridade.
 Validade: a) manifestações de vontade livres de ambos os consortes; b) declaração do juiz de direito de que estão casados (art. 1.514, CC); c) sujeito capaz, livre e desimpedido, ou autorizado por lei (arts. 1.517 e 1.520).
 Também afeta a validade do casamento, na qualidade do sujeito, o fato de um dos cônjuges ter casado previamente. Vale o registro público mais antigo.
*
*
AULA 4
 3) Conjugalidade
 Eficácia: A eficácia do casamento depende da implementação do requisito próprio do registro público, que é exclusivamente civil.
O registro não é meramente declaratório, pois integra o núcleo do suporte fático do casamento, tendo natureza constitutiva, ressalvando-se que, uma vez realizado o registro, os efeitos do casamento (eficácia) retroagem à data de sua celebração. 
O casamento por conversão de união estável não necessita de prévia habilitação (art. 1.726, CC).
Casamento religioso: art. 226, § 2º, CF, e 1.515, CC.
*
*
AULA 5
 3) Conjugalidade
 Causas impeditivas (art. 1.521, CC): a) incesto em linha reta (vide também § 1º do art. 1.723, CC), b) bigamia (art. 235, CP), c) cônjuge do adotado pelo adotante; d) incesto entre colaterais até o 3º grau (vide art. 2º, DL 3200/1941); e) adotado e adotante; f) cônjuge sobrevivente com o condenado por tentativa de homicídio em face do consorte.
 As causas impeditivas atingem a validade do casamento.
*
*
AULA 5
 3) Conjugalidade
 Causas suspensivas (art. 1.523, CC): a) viuvez enquanto não feito o inventário e a partilha; b) “quarentena” de 10 meses para a viúva ou mulher cujo primeiro casamento tenha sido declarado nulo ou anulado; c) falta de partilha dos bens do anterior casamento quando um dos nubentes for divorciado (atenção para o art. 1.581, que admite o divórcio sem prévia partilha de bens); d) tutela ou curatela enquanto perdurar a situação.
 As causas suspensivas atingem a eficácia do casamento.
*
*
AULA 5
 3) Conjugalidade
 Habilitação para o casamento: art. 1.525 e ss., CC.
 Celebração: art. 1.533 e ss., CC.
 Casamentos em situações extremas (grave enfermidade): art. 1.539, CC.
 Casamento no estrangeiro: art. 1.544, CC e LINDB/LICC (art. 7º e art. 18)
*
*
AULA 6
 3) Conjugalidade
 Validade do Casamento: causas impeditivas + arts. 1.548 e seguintes do CC (apenas, pois não é possível aplicar as hipóteses de invalidade da parte geral do CC).
 A invalidade do casamento não pode ser declarada de ofício pelo juiz.
 A invalidade do casamento depende de decisão judicial.
 Legitimados: interessados e MP (art. 1.549, CC)
 Proteção de terceiros de boa-fé e casamento putativo.
 A invalidade pode gerar 2 efeitos: a nulidade ou a anulabilidade.
*
*
AULA 6
 3) Conjugalidade
Anulabilidade do casamento (arts. 1.550, 1.558 a 1.560): 
 I - de quem não completou a idade mínima para casar; 
 II - do menor em idade núbil não autorizado pelos pais;
 III - por vício da vontade (erro sobre a pessoa – arts. 1.556 a 1.558 do CC); 
 IV - do incapaz de consentir ou se manifestar; 
 V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; 
 VI - por incompetência da autoridade celebrante;
 VII – coação (temor reverencial dos pais não é coação!).
*
*
AULA 6
 3) Conjugalidade
 Casamento putativo (art. 1.561 a 1.564, CC): constituído com infringência dos impedimentos matrimoniais, nulo ou anulável, quando um ou ambos os cônjuges não tinham ciência do fato impeditivo ou suspensivo. 
 Eficácia do casamento: causas suspensivas + art. 1.565 e seguintes do CC.
 A eficácia abrange efeitos pessoais e patrimoniais.
 Os “deveres de fidelidade recíproca e coabitação e até mesmo o respeito e consideração mútuos são juridicamente inócuos, pois não há qualquer sanção jurídica para seu inadimplemento” (LÔBO, Paulo).
*
*
AULA 6
 3) Conjugalidade
 Formas de extinção da sociedade conjugal: art. 1.571, CC
 Divórcio: desde a colonização portuguesa até 1977 (Lei 6.515), prevaleceu a indissolubilidade do casamento.
 Com o desquite, separavam-se os corpos, dividia-se o patrimônio e se estabelecia a guarda dos filhos, ficando os cônjuges impedidos de casar uma segunda vez.
 O divórcio apenas foi possível com a EC nº 9 e a Lei 6.515/1977.
 Primeiro era necessária a separação por 2 anos para que, após, fosse feita sua conversão em divórcio.
 Lógica mantida na CF/88: art. 226, § 6º.
*
*
AULA 6
 3) Conjugalidade
 
 Somente após a Lei 11.441/2007 é que se tornou possível a dissolução da sociedade conjugal sem a necessidade de intervenção judicial.
 E foi somente com a EC nº 66/2010 que se tornou possível a dissolução da sociedade conjugal diretamente por meio do divórcio. 
 O CC/2002 manteve o absurdo rol das causas de “culpa” da dissolução conjugal nos seus arts. 1.572 e 1.573.
*
*
AULA 6
 3) Conjugalidade
 Separação de fato: não se confunde com abandono de lar (arts. 1.240-A e 1.573, IV, CC) nem com a medida cautelar de separação de corpos (art. 888, VI, CPC).
 Todo abandono de lar gera separação de fato, mas nem toda separação de fato gera abandono de lar.
 Efeitos da separação de fato: faz cessar os deveres conjugais (pode-se constituir outra união estável e persiste apenas mera causa suspensiva na hipótese de novo casamento); dá ensejo à demanda de alimentos; faz cessar os efeitos patrimoniais do casamento (comunhão de bens), persistindo o dever de partilha (arts. 1.581 e 1.523, III, CC). 
*
*
AULA 7
 3) Conjugalidade
 União Estável (art. 1.723 e ss., CC)
 
Natureza Jurídica: Ato jurídico complexo que depende da convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. A ação humana e a vontade dos sujeitos envolvidos é determinante para a prática deste ato, porém não há autonomia na escolha da estrutura eficacial – ressalvando-se que o pacto de convivência, assim como o pacto antenupcial, é um contrato que não se confunde com o ato jurídico principal e que permite a escolha do regime de bens.
*
*
AULA 7
 3) Conjugalidade
 União Estável (art. 1.723 e ss., CC)
 História no Direito brasileiro: na década de 60, para resolver a questão da partilha do patrimônio adquirido em relação concubinária, foi usado direito das obrigações para solucionar o problema, afastando-se o direito de família.
 A união estável não se confunde com a sociedade de fato (Sum. 380, STF) nem com o concubinato (art. 1.727, CC)! 
 Sum. 380: “Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.”
*
*
AULA 7
 3) Conjugalidade
União Estável (art. 1.723 e ss., CC)
 
 História no Direito brasileiro (continuação): foi apenas com a Constituição de 1988 que a união estável foi reconhecida legislativamente. Após, as Leis 8.971/94 e 9.278/96 intentaram, ainda que de forma divergente, o dever de alimentos, a sucessão dos bens adquiridos pelos companheiros, o direito real de habitação, a conversão da união estável em casamento, direitos e deveres recíprocos, bem como a competência do juízo da Vara de Família para decidir a matéria. Após, o CC/02 resolveu a questão.
*
*
AULA 7
 3) Conjugalidade
 União Estável (art. 1.723 e ss., CC) 
 Requisitos: a) relação afetiva entre duas pessoas (ADI 4.277 e ADPF 123); b) convivência pública, contínua e duradoura; e c) objetivo de constituição de família (elemento volitivo).
 As causas de invalidade do casamento (nulidade e anulabilidade) não podem ser aplicáveis à união estável, porque esta, diferentemente daquele, não é um negócio jurídico nem, muito menos, formal.
 Distinção entre namoro e união estável: estabilidade; constituição de família; assistência moral e material.
*
*
AULA 7
 3) Conjugalidade
 União Estável (art. 1.723 e ss., CC) 
 Direitos e deveres: (i) filiação, reconhecimento dos filhos, adoção e demais formas de parentesco ; (ii) lealdade (diferente de fidelidade), respeito e assistência moral e material; (iii) nome (art. 57 da Lei 6.015 cf. art. 226 da CF) (há divergência); (iv) poder familiar e guarda dos filhos; (v) alimentos (art. 1.694, CC); (vi) herança (art. 1.790, CC – controvérsia quanto à sua constitucionalidade frente ao art. 1.829, CC).
 Regime de bens: é o da comunhão parcial de bens, facultada a eleição de outro regime; não se aplica o art 1641
*
*
AULA 7
 3) Conjugalidade
 União Estável (art. 1.723 e ss., CC) 
 Quando se inicia a união estável? Não há uma data certa, depende da averiguação dos elementos constitutivos, a serem avaliados posteriormente pelo juiz em cada caso concreto. 
 Quando se extingue a união estável? (i) conversão em casamento (art. 1.726, CC) (divergência quanto à retroação dos efeitos e reprodução implícita do regime de bens no ato da conversão em casamento); (ii) amigável (bilateral); (iii) litigiosa (bilateral ou unilateral); (iv) abandono de lar.
*
*
AULA 7
 3) Conjugalidade
 União Estável (art. 1.723 e ss., CC) 
 Uniões estáveis paralelas no STJ: (i) impossibilidade; (ii) concubinato impuro de longa duração (Resp 742685-RJ, 2005); (iii) união estável putativa (Resp 789.293-RJ, 2006); (iv) reconhecimento indireto por questão processual (uniões estáveis simultâneas e a súmula 283 do STF – Resp 979.562-RS, 2013).
*
*
AULA 8
 GUARDA E PROTEÇÃO DOS FILHOS
 Art. 227, CF, e art. 1583 a 1590, CC 
 A centralidade da tutela jurídico-familiar está no melhor interesse da pessoa da criança.
 A proteção dos filhos é mais ampla que a regulação de guarda e a fixação da obrigação alimentar.
 “A guarda consiste na atribuição a um dos pais separados ou a ambos dos encargos de cuidado, proteção, zelo e custódia do filho. Quando é exercida por um dos pais, diz-se exclusiva; quando por ambos, compartilhada.” Paulo Lôbo.
*
*
AULA 8
 GUARDA E PROTEÇÃO DOS FILHOS
 Art. 227, CF, e art. 1583 a 1590, CC 
 Para definir a guarda, o juiz deve buscar atender ao melhor interesse da criança
 Guarda Exclusiva: é atribuída pelo juiz a um dos pais. Antes da CF/1988, era atribuída a quem fosse considerado inocente no ato da separação. Hoje, após a CF/1988, à luz do melhor interesse da criança, pouco importa que o filho fique sob a guarda do pai culpado pela separação, desde que tenha as melhores condições para tanto (art. 1584, CC).
 Melhor condição é diferente de melhor situação financeira! Há o aspecto afetivo, educacional e psicológico!
*
*
AULA 8
 GUARDA E PROTEÇÃO DOS FILHOS
 Art. 227, CF, e art. 1583 a 1590, CC 
 Consequência da Guarda Exclusiva é o direito de visita e de convivência com o filho, que será fixado pelo juiz ou em acordo pelas partes (art. 1589, CC).
 “O direito de visita pode ser estendido aos avós e pessoas com as quais a criança ou adolescente mantenha vínculo afetivo, atendendo ao seu melhor interesse.” (Enunciado 333 da IV Jornada de Direito Civil da Justiça Federal).
 A negativa do direito de visita pode dar ensejo à pretensão indenizatória pelo pai preterido contra o guardião, por danos materiais e morais.
*
*
AULA 8
 GUARDA E PROTEÇÃO DOS FILHOS
 Art. 227, CF, e art. 1583 a 1590, CC 
 Guarda Compartilhada: é exercida em conjunto por ambos os pais separados, de modo a assegurar aos filhos a convivência e o acesso livre a ambos, permitindo sua ampla participação na vida do filho.
 Guarda Compartilhada não se confunde com residência! É, inclusive, preferível que, apesar da guarda compartilhada, seja fixada uma residência (referência de lar) e uma rotina para a criança. 
*
*
AULA 8
 GUARDA E PROTEÇÃO DOS FILHOS
 Art. 227, CF, e art. 1583 a 1590, CC 
 Guarda Alternada: o tempo de convivência do filho é dividido entre os pais, passando a viver alternadamente de acordo com o que acordaram os pais ou decidiu o juiz.
 Pode ser deferida tanto a pais que moram em uma mesma cidade (ex: o filho passa uma semana com cada pai) quanto àqueles que moram em outra cidade (ex: passa o período letivo com um pai e, nas férias, com o outro).
 Trata-se de medida excepcional e bastante questionada pelos especialistas da área.
*
*
AULA 8
 PARENTESCO
 Art. 1591 e seguintes do Código Civil 
 “Parentesco é a relação jurídica estabelecida pela lei ou por decisão judicial entre uma pessoa e as demais que integram o grupo familiar.” Paulo Lôbo.
 Parentesco não se confunde com família!!!
 “O parentesco se organiza por linhas e graus. A linha é reta quando a relação se dá entre uma pessoa e seus ascendentes e descendentes. A linha é colateral quando os parentes se relacionam mediante um ancestral comum. O grau é a unidade de parentesco em cada linha, contada a partir de uma pessoa e seu parente mais próximo.” Lôbo.
*
*
AULA 8
 PARENTESCO
 Formas de parentesco (art. 1.593, CC): 
 a) natural ou biológico;
 b) civil: (i) por afinidade; (ii) por adoção; (iii) por socioafetividade (posse do estado de filho); (iv) derivado de inseminação heteróloga.
 Após a adoção, a inseminação heteróloga ou o reconhecimento judicial da filiação por socioafetividade, não persiste o parentesco de ordem biológica.
 Parentesco em Linha Reta: infinito.
 Parentesco Colateral: limitado, juridicamente, até 4º grau.
*
*
AULA 8
 PARENTESCO
 
Direitos e deveres: a) art. 134, CPC; b) art. 83, ECA; c) autorização para transplante de órgão, Lei 10.211/2001; d) art. 12, CC; e) art. 1.521, IV, CC; f) art. 1.697, CC; g) art. 1.839, CC; h) art. 1.768, CC.
 Forma de Contagem do parentesco: art. 1.594, CC.
 
 Parentesco por afinidade: art. 1.595, CC. 
 
Sogra é para a vida toda!!! Art. 1.595, § 2º, CC.
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 
 Filiação é a relação de parentesco em primeiro grau que se estabelece entre duas pessoas por meio: (i) de vínculo biológico; (ii) de adoção; (iii) de vínculo sócioafetivo (posse do estado de filho); (iv) por inseminação artificial heteróloga.
 Princípio da igualdade entre os filhos: art. 1.596, CC
 Crítica ao posicionamento do STJ quanto ao art. 1.841, CC.
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 
 Direito ao livre planejamento familiar: art. 1.597, CC, e art. 226, § 7º, CF.
 A Lei 9.263/1996, estabelece o direito ao livre planejamento familiar como um direito social.
 Presunções: a) “pai é o marido da mãe” (pater is est quem nuptia demonstrant): impede que a filiação seja discutida se o marido da mãe não a contestar (súmula 301, STJ); b) “mãe é sempre certa (é quem dá à luz)” (mater semper certa est): impede investigação de paternidade contra a mulher;
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 
 Presunções: c) pai é o companheiro da mãe; d) não se pode presumir a paternidade quando a mãe tiver relações
com mais de um homem no período provável da concepção (exceptio plurium concubentium); e) filhos havidos 180 dias após o início da convivência conjugal (art. 1.597, CC); f) filhos havidos até 300 dias após o término da convivência conjugal (art. 1.597, CC); g) fecundação por inseminação artificial homóloga; h) fecundação por inseminação artificial de embriões excedentários (espécie da anterior); i) inseminação artificial heteróloga.
 DNA vs. AFETO: a polêmica envolvendo a filiação biológica e a construção decorrente da convivência familiar. 
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 
 A) INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL HOMÓLOGA: feita com o óvulo da esposa (ou companheira) e o sêmen do marido (ou companheiro).
 Polêmica: possibilidade de fecundação após a morte (post mortem). Teria direito à herança? Art. 5º, XXX, CF vs. arts. 1.798, 1.799, I, e 1800, CC. 
 Notícia: “Decisão do juiz da 13ª Vara Cível de Curitiba (PR) concedeu liminar autorizando a professora Katia Lenerneier, 38, a tentar engravidar com sêmen congelado do marido, que morreu em fevereiro deste ano [2010].”
 DNA vs. AFETO: a polêmica envolvendo a filiação biológica e a construção decorrente da convivência familiar. 
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 
 Notícia (continuação): “O legislador brasileiro não proibiu nem autorização a prática da inseminação post mortem. O Conselho Federal de Medicina, por sua vez, restringiu-se a deliberar que "as clínicas, centros ou serviços podem criopreservar espermatozóides, óvulos e pré-embriões" (Resolução 1.358/92, item V.1), silenciando-se quanto ao demais.” 
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO 
 É vedada a utilização de embriões excedentários por homem e mulher que não sejam os pais genéticos ou pela mulher titular de entidade monoparental.
Polêmica: e se a vedação for descumprida e um filho for gerado?
 Gestação por substituição (“barriga de aluguel”): cessão temporária do útero, sem fins lucrativos, desde que a cedente seja parente colateral até o segundo grau (Resolução n. 1.358/1992 do CFM).
 Ver também a Lei de Biossegurança: 11.105/2005, que veda a manipulação genética (arts. 24 e ss.).
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 B) INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL HETERÓLOGA: utiliza o sêmen de outro homem e/ou o óvulo de outra mulher.
 Não se exige a comprovação de infertilidade, mas tão somente a manifestação por escrito do cônjuge/ companheiro. 
 O consentimento é irrevogável e a paternidade jamais poderá ser impugnada pelo marido (Enunciado 258 da III Jornada de Direito Civil da Justiça Federal).
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 B) INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL HETERÓLOGA: utiliza o sêmen de outro homem e/ou o óvulo de outra mulher.
 Não se exige a comprovação de infertilidade, mas tão somente a manifestação por escrito do cônjuge/ companheiro. 
 O consentimento é irrevogável e a paternidade jamais poderá ser impugnada pelo marido (Enunciado 258 da III Jornada de Direito Civil da Justiça Federal).
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 Presunções de filiação na união estável: apesar de certa divergência, a doutrina majoritária entende que as presunções válidas para o casamento valem também para a união estável (art. 1.597, CC).
 Polêmica (aparente): não há na união estável dever de fidelidade.
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 Prova da filiação (genérica): feita mediante a certidão do registro de nascimento (art. 1.603, CC). Ela não é absoluta, pois admite a prova da posse do estado de filho (art. 1.605), sendo, ainda, passível de invalidação (art. 1.604) e consequente averbação ou retificação do registro público (Lei 6.015 de 1973).
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 Posse de Estado de Filho: “situação fática em que uma pessoa desfruta do status de filho em relação a outra pessoa.” (Paulo Lôbo).
 Esta espécie de filiação se estabelece por meio da convivência familiar e do afeto.
 As hipóteses mais comuns giram em torno da ausência ou do falecimento dos pais sem ter consumado o registro, mas nada impede que seja estabelecida posteriormente, desde que seja extinto (ou ao menos mitigado) o primeiro vínculo de paternidade.
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 A Posse do Estado de Filho tem dupla sede constitucional: no atendimento ao melhor interesse da criança e do adolescente (art. 227) e no reconhecimento de entidades familiares atípicas (pluralidade – art. 226).
 Requisitos: (i) tractatus (trato contínuo como se filho fosse); (ii) fama (imagem social notória de paternidade); (iii) nomen (portar o sobrenome da família socioafetiva). Não é necessário, a depender da análise do caso concreto, a presença destes três requisitos simultaneamente. (Luiz Edson Fachin e Paulo Lôbo).
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 
 DNA vs. AFETO: a polêmica envolvendo a filiação biológica e a construção decorrente da convivência familiar.
 Direito à IDENTIDADE GENÉTICA do filho (Resolução 1.358/92 do CFM) vs. Direito à INTIMIDADE dos pais e/ou doadores: choque de direitos fundamentais (dignidade e privacidade de ambos) que não admite uma resposta reducionista e unilateral.
 Distinção e polêmica envolvendo o Estado de Filiação e o Direito da Personalidade ao conhecimento da origem genética (e.f. HC 71.373, STF; c.o.g. 140.665, STJ).
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 
 Validade e eficácia do registro de nascimento: art. 1.604, CC; arts. 26 e 27, ECA.
 A validade do registro pode ser impugnada nas hipóteses de ERRO e FALSIDADE. O erro se refere ao erro do próprio registro, imputável ao oficial de registro (art. 52, Lei 6.015). Já a falsidade é a declaração intencionalmente contrária à verdade do nascimento, o que, inclusive, caracteriza crime (art. 241, CP), ressalvando-se que o juiz pode deixar de aplicar a pena se este for praticado por “motivo nobre” (art. 242, CP).
*
*
AULA 9
 FILIAÇÃO
 Apesar de haver divergência doutrinária e jurisprudencial sobre o tema – em atendimento aos princípios da dignidade da pessoa humana, do melhor interesse da criança e do adolescente e da pluralidade familiar (no tocante à possibilidade de filiação socioafetiva) –, entende-se que nenhum dos pais pode solicitar a negatória de paternidade após ter firmado a paternidade socioafetiva, esteja ele de boa-fé ou não em relação à falsidade do registro.
 Se estiver de má-fé, é pacífico que a negatória de paternidade não poderá ser concedida (venire contra factum proprium; vedação ao benefício da própria torpeza).
*
*
AULA 10
 DÚVIDAS E IMPUGNAÇÃO DA FILIAÇÃO
 1) Novas núpcias da mulher (art. 1.598, CC): (i) até 10 meses após o falecimento do marido; (ii) 180 dias após a convivência conjugal; (iii) 300 dias após a dissolução do casamento. As presunções são relativas!!!
 2) Impotência para gerar (art. 1.599, CC): (i) orgânica; (ii) fisiopática (causas neuro-glandulares); (iii) psíquica.
 3) Adultério da mãe (art. 1.600 e 1.601, CC): críticas à imprescritibilidade e filiação socioafetiva.
 Critérios doutrinários: (i) não ter havido parto; (ii) troca de bebês; (iii) erro dolo ou fraude no registro.
 Adoção à brasileira: o crime nobre.
*
*
AULA 10
 RECONHECIMENTO DE FILHO
 Classificação na teoria do fato: ato jurídico stricto sensu.
 Pode ser voluntário ou forçado: art. 1.606 e ss., CC.
 Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente. 
(i) reconhecimento havido no próprio registro de nascimento; (ii) Lei 8.560/1992: se a mãe registrar sozinha o filho em nome do pai haverá investigação oficiosa; (iii) reconhecimento indireto (por razões de foro íntimo, o autor do reconhecimento é feito sem, entretanto, consumar o registro de imediato – art. 1.609, III, CC); (iv) por testamento (art. 1862, CC); (v) incidental (perante um juiz).
*
*
AULA 10
 RECONHECIMENTO DE FILHO
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito: I - no registro do nascimento; II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; IV - por manifestação direta
e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém. Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes. 
*
*
AULA 10
 RECONHECIMENTO DE FILHO
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento. 
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro. 
 Crítica fundada sobre o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente
 Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor. 
*
*
AULA 10
 RECONHECIMENTO DE FILHO
Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho. 
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação. 
Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de investigação de paternidade, ou maternidade. 
 Crítica no caso de irmãos socioafetivos que buscam negar a paternidade para ficar com a integralidade da herança. 
*
*
AULA 10
 RECONHECIMENTO DE FILHO
Art. 1.616. A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade. (alimentos: art. 7º, L. 8560)
Art. 1.617. A filiação materna ou paterna pode resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem as condições do putativo.
 “O estado de filiação supõe a convivência familiar, considerada prioridade absoluta da criança pelo art. 227, CF.” Paulo Lôbo.
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 Princípio da igualdade entre filhos (art. 227, § 6º, CF).
 “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.”
 O vínculo familiar de origem se apaga no momento da adoção (questão da possibilidade de o adotado investigar sua origem biológica e da impossibilidade de promover investigação de paternidade).
 A condição de filho jamais poderá ser impugnada pelo pai e pela mãe que o adotaram.
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 A adoção é ato jurídico em sentido estrito, que depende de decisão judicial para produzir efeitos, não sendo passível de revogação, nem tampouco de ser feita mediante procuração (art. 39, ECA).
 É preferível que a criança seja adotada o quanto antes, para não sentir os efeitos do abandono. Além disso, Rodrigo da Cunha Pereira aponta para a necessidade de se dizer à criança que ela é adotada a partir dos 3 anos.
 IPEA: 87% das crianças de abrigo têm família
 Motivos do abandono: 24% falta de recursos; 19% abandono; 12% violência doméstica. E as drogas?
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. 
 Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. 
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
Art. 41 § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. 
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 Legitimados para adotar: capazes com mais de 18 anos, independentemente do estado civil (art. 42, ECA)
 § 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. 
 § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
 
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 Art. 42 § 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
 § 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.
 § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar. 
 § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento.
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso.
 Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. 
 Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
 Questões polêmicas envolvendo alimentos e herança e choque com os direitos fundamentais dos pais do adotado.
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais.
 Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. 
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público. 
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29. (ambiente familiar desequilibrado) 
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. 
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
 § 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. 
 §5º ao §10º: questões de organização estrutural.
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
§ 10. A adoção internacional somente será deferida se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, não for encontrado interessado com residência
permanente no Brasil. 
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento familiar. 
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: 
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé.
*
*
AULA 11
 ADOÇÃO
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: 
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé.
*
*
AULA 12
 FAMÍLIA SUBSTITUTA E PODER FAMILIAR
ECA, Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
 § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência.
 § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.
*
*
AULA 12
 FAMÍLIA SUBSTITUTA E PODER FAMILIAR
ECA, Art. 28. § 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
 Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
*
*
AULA 12
 FAMÍLIA SUBSTITUTA E PODER FAMILIAR
 Poder familiar não se confunde com tutela e curatela!!!
 Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. 
 Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
*
*
AULA 12
Art. 1634, CC: Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores: I - dirigir-lhes a criação e educação; II - tê-los em sua companhia e guarda; III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; IV - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se não puder exercer o poder familiar; V - representá-los, até aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; VI - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; VII - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. 
*
*
AULA 12
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: I - pela morte dos pais ou do filho; II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único; III - pela maioridade; IV - pela adoção; V - por decisão judicial
 Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.
*
*
AULA 12
 Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
 Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
*
*
AULA 12
 Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho em abandono; III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
 Procedimento: ECA, art. 155 e ss.
 O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias e a sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente.
*
*
AULA 13
 RESPONSABILIDADE CIVIL E DIREITO DE FAMÍLIA
 Requisitos da Responsabilidade Civil: a) ato ilícito (art. 186 e 187, CC); b) dano; c) nexo de causalidade; d) quando a responsabilidade não for objetiva, exige-se a demonstração da culpa do agente (negligência, imprudência ou imperícia).
 Abandono afetivo: pagar alimentos não significa conviver com o filho!
 Alienação parental
 Responsabilidade civil objetiva dos pais: art. 932, CC
*
*
AULA 14
 BEM DE FAMÍLIA
 Proteção à pessoa humana, e não, propriamente, à família entendida como entidade abstrata.
 Princípios: Dignidade, Moradia, Solidariedade, Mínimo Existencial.
 Espécies: Legal (Lei 8.009/1990) e Voluntário (art. 1.711 e ss.).
 Polêmica envolvendo a (in)constitucionalidade do art. 3º, VII, Lei 8.009/1990 nos Recursos Extraordinários 407688 e 612360 (há fundamentos constitucionais não considerados nas decisões – crítica).
*
*
AULA 15
 ALIMENTOS – art. 1694, Código Civil
São valores, bens ou serviços devidos, em função de parentesco ou extinção do vínculo conjugal, à pessoa que não pode prover, com seu próprio trabalho ou rendimento, a própria mantença, respeitado o padrão de vida anterior ou do alimentante.
 Não há dever de alimentos durante a convivência familiar.
 Princípios: Dignidade, Mínimo Existencial e Solidariedade.
*
*
AULA 15
 ALIMENTOS – art. 1694, Código Civil
 Legislação: a) Constituição (arts. 5º, LXVII, 226 e 227); b) Código Civil (arts. 1694 a 1710); c) ECA (art. 22); d) Estatuto do Idoso (arts. 11 a 14, Lei 10741/2003); e) Lei de Alimentos (5478/1968).
 Natureza personalíssima dos alimentos: não pode ser objeto de cessão, compensação ou penhora (art. 1707, CC).
 A indisponibilidade não é ilimitada, havendo amplo espaço de transação e conciliação. Entretanto, a renúncia é inadmissível.
 Alimentos são irrepetíveis (não pode ‘pedir de volta’)
*
*
AULA 15
 ALIMENTOS – art. 1694, Código Civil
 Espécies: a) provisionais (fixados pelo juiz); b) transitórios (por determinado tempo); c) permanentes (enquanto perdurar sua condição); d) gravídicos (devidos à mulher grávida em função do filho, independentemente de qualquer relação de conjugalidade).
 Requisitos (art. 1694, CC): a) necessidade do alimentado; b) possibilidade do alimentante; c) atendimento ao padrão de vida anterior ou do alimentante (rendimentos reais).
*
*
AULA 15
 ALIMENTOS – art. 1694, Código Civil
 Obrigação solidária ou subsidiária? Subsidiária (art. 1696, CC), à exceção do estabelecido no art. 12 do Estatuto do Idoso (“a obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores”).
 O papel da culpa no quantum: art. 1702, CC, limita os alimento ao indispensável à sobrevivência quando houver culpa do alimentando na separação.
 Alimentos ao cônjuge ou compenheiro são devidos até ulterior casamento ou união estável (arts. 1694, § 2º e 1702,
CC) – criticável caráter moral-sancionatório.
*
*
AULA 15
 ALIMENTOS – art. 1694, Código Civil
 Embora a Constituição vede a vinculação do salário mínimo para qualquer fim (art. 7º, IV, CF), a jurisprudência entende que, em face do caráter alimentar desse débito, a fixação de alimentos pode estar vinculada ao salário mínimo.
 Atualização e revisão dos alimentos: a fixação de alimentos não se reveste de coisa julgada, sendo admitida sua revisão por outra decisão (art. 15, Lei 5478/1968). Pode se dar tanto pela redução da possibilidade quanto pelo aumento da necessidade.
*
*
AULA 15
 ALIMENTOS – art. 1694, Código Civil
 Extinção: a) morte; b) extinção da necessidade (18 anos – art. 1701, CC – ou 24 anos se estiver cursando curso superior – art. 4º, V, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional + jurisprudência); c) casamento ou união estável com outra pessoa.
 Prisão Civil do Devedor: art. 5º, LXVII, CF.
 Limite da prisão civil: 2 meses em regime aberto (art. 19, Lei 5478/1968).
 Os alimentos vencidos há mais de três meses perdem a natureza alimentar e não justificam a prisão civil (Súmula 309, STJ).
*
*
AULA 16
 REGIME MATRIMONIAL DE BENS
 Regula as relações patrimoniais entre cônjuges (art. 1639 e ss., CC)
 A escolha do regime matrimonial de bens é feita por pacto antenupcial, a ser feito por escritura pública no ato da habilitação.
 Se não houver pacto antenupcial, o regime legal é o da comunhão parcial (art. 1640, CC).
 Há plena liberdade de estruturação do regime de bens (não é numerus clausus).
 É possível alterar o regime de bens depois de casado (art. 1639, § 2º, CC).
*
*
AULA 16
 REGIME MATRIMONIAL DE BENS
 Para modificar o regime de bens após o casamento é preciso (art. 1641, CC): a) autorização judicial; b) motivação relevante; c) ressalva dos direitos de terceiros.
 O pedido deve ser dirigido ao juiz e a alteração terá efeito a partir da decisão judicial.
 Não há prazo mínimo para requerer a mudança do regime.
*
*
AULA 16
 REGIME MATRIMONIAL DE BENS
 Na separação obrigatória os bens adquiridos na constância do casamento devem ser considerados comuns, máxime quando houve participação direta ou indireta do outro cônjuge na aquisição (Súmula 377, STF).
 Regime Legal Dispositivo: comunhão parcial.
 Regime Legal Obrigatório: separação total por imposição da lei (ex: pessoa maior de 70 anos).
*
*
AULA 16
 REGIME MATRIMONIAL DE BENS
 Atos proibidos ao cônjuge sem a autorização do outro – Art. 1.647, CC: Ressalvado o disposto no art. 1.648 [autorização judicial], nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. 
*
*
AULA 16
 REGIME MATRIMONIAL DE BENS
 Pacto Antenupcial: “negócio jurídico bilateral de direito de família mediante o qual os nubentes têm autonomia para estruturarem, antes do casamento, o regime de bens distinto do regime da comunhão parcial (...) e como serão reguladas suas relações patrimoniais.” (Paulo Lôbo).
*
*
AULA 16
 REGIME MATRIMONIAL DE BENS
 Do Pacto Antenupcial 
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. 
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. 
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei. 
*
*
AULA 16
 REGIME MATRIMONIAL DE BENS
 Do Pacto Antenupcial 
 Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aqüestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares. 
Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.
*
*
Críticas ou sugestões?
Entre em contato!
felipefrank.adv@gmail.com
(41) 3538-5878 / 8866-6811
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando