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PEA REVISÃO

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Rubens Cândido Zimmermann
Fortaleza
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA
CURSO DE AGRONOMIA
Departamento de Fitotecnia
Disciplina: Princípios de Entomologia Agrícola
Aula de revisão: Morfologia externa, biologia geral e anatomia interna dos insetos
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Definições:
a) Insetos: são animais que possuem o corpo dividido, de forma bem visível, em três partes: cabeça, tórax e abdômen. Possuem três pares de pernas torácicas (hexápodes), dois pares de asas e um par de antenas. 
b) Quitina: substância de natureza córnea que reveste o exoesqueleto dos insetos, logo sua função é a de proteção aos os órgãos internos do corpo do inseto.
c) Metâmero ou Somito: são os segmentos que formam o corpo do inseto e que tem a forma de um anel.
d) Sutura: são as zonas de separação entre os metâmeros, podendo ocorrer sob a forma de uma linha, crista ou até mesmo sulco.
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Morfologia da Cabeça:
É a primeira região do corpo de um inseto, sendo considerado seu centro sensorial, pelo fato de que contem as antenas e as peças do aparelho bucal, além dos olhos compostos e simples.
Os seis segmentos que formam a cabeça são:
Ocular 
Antenal
Segundo Antenal
Mandibular
Maxilar
Labial
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Tipos de cabeça:
a) Prognada: quando as peças bucais são dirigidas para a frente e a cabeça faz um ângulo raso com os segmentos do corpo. Exemplo de insetos: serra-pau e saúva.
b) Hipognata: Quando as peças bucais são dirigidas para baixo, e o epicrânio corresponde, em posição do corpo em paralelo a estes. Exemplo de insetos: gafanhotos, esperanças, moscas.
c) Opistagnata: quando há uma deformação na região do rosto, tal que as peças bucais assumem uma posição postero-ventral e são dirigidas para baixo e para trás. Exemplo de inseto: todo inseto que possui o aparelho bucal sugador labial pungitivo (Hemipteros, Homopteros, Anopluras).
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2. Suturas: 
As principais suturas são:
- Epicranial: é uma sutura situada na região frontal da cabeça e tem a forma de um Y invertido.
- Post-frontal: é uma sutura encontrada em certos insetos, formando um arco sobre os olhos simples.
- Clipeal: é uma sutura situada sobre o clípeo, separando-o da fronte.
- Labro-clipeal: é uma sutura que separa o clípeo do lábio superior ou labrum.
- Sub-genais: são duas suturas, uma de cada lado da cabeça, que delimitam o bordo inferior das genas.
- Oculares: são duas suturas que servem como moldura para os olhos compostos
- Sub-oculares: são duas suturas, cada uma partindo da parte inferior de cada olho composto em direção à base das antenas.
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- Antenais: sal duas suturas, cada uma envolvendo a base de uma das antenas.
- Sub-antenais: são duas e cada uma inicia na base da antena e vai até a base da mandíbula.
- Ocipital: é uma sutura que se encontra na região posterior da cabeça, um pouco antes da sutura post-ocipital.
- Post-ocipital: sutura que marca o limite entre a cabeça e o tórax.
3. Áreas da cabeça: 
Fronte: é a região que fica situada entre as suturas frontais e a sutura clipeal
Parietal: abrange a parte superior da cabeça, onde se acham os olhos compostos, as antenas e a sutura metópica, a qual a divide em duas: parietal esquerdo e direito. Essa área vai desde as suturas frontais até a sutura ocipital.
Vértex: é a região dorsal dos parietais, que forma o topo da cabeça do inseto, ficando entre os olhos compostos.
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Genas: são duas áreas que se encontram uma de cada lado da cabeça, abrangendo uma porção que vai desde uma linha imaginária, horizontal, passando por baixo do olho composto, até a sutura sub-genal.
Clipeal: esta região corresponde ao clípeo.
Têmporas: são as regiões que ficam atrás dos olhos compostos, indo até o inicio da genas.
Epicrânio: é o crânio do inseto.
Labral: é a região que corresponde ao lábio superior ou labrum.
Ocipital: é a região compreendida entre as suturas ocipital e post-ocipital.
Cérvix: é o “pescoço dos insetos, é através deste que a cabeça se articula com o tórax.
Gula: é uma região que se encontra na parte postero-ventral da cabeça e recebe articulações do labium. 
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4. Olhos: 
Os olhos dos insetos são os órgãos da visão. São facilmente vistos e
localizados nele.
Olhos compostos: são os mais comumente vistos, também podem ser chamado de facetados, e são constituidos por pequenas áreas hexagonais chamadas de Omatidium.
Olhos simples: são áreas visuais encontradas sobre a cabeça dos insetos, também são chamado de ocelos.
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5. Antenas: 
São pares de extremidades segmentadas que se articulam a cabeça, em frente ou entre os olhos compostos. Suas funções são:
Tátil: reside nos pêlos sensoriais que cobrem as antenas.
Olfativa: reside em alguns pêlos olfativos e também em algumas áreas das antenas.
Auditiva: reside no órgão de Johnston, que é uma dilatação do segundo segmento da antena (pedicelo)
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Estrutura da antena:
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6. Tipos de antenas:
Setácea: é o tipo de antena em que os segmentos do flagelo vao diminuindo de tamanho e de diâmetro gradativamente para a base do ápice, lembrando muito a forma de uma seta. 
Filiforme: é o tipo de antena, em que os segmentos do flagelo são todos mais ou menos do mesmo tamanho e diametro, sendo ligeiramente alongado e fino, lembrando a forma de um fio. É chamada de antena primitiva.
Moniliforme: é um tipo de antena em que os segmentos do flagelo são todos semelhantes e tem uma forma esférica, como por exemplo as contas do rosário.
Serreada: é um tipo de antena em que os segmentos do flagelo tem em um dos lados expansões ponteagudas, lembrando os dentes de uma serra.
Pectinada: é um tipo de antena em que os segmentos do flagelo, tem em um dos lados, longas expansões, lembrando os dentes de um pente.
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Clavada: é um tipo de antena em que os segmentos do flagelo aumentam gradativamente seu diâmetro, lembrando a forma de uma clava.
Capitada: é o tipo de antena em que os segmentos do flagelo vão gradativamente aumentando seu diâmetro, porém na extremidade o ultimo ou os últimos aumentando bruscamente, dando um aspecto semelhante a uma cabeça. 
Lamelada: é um tipo de antena em que os últimos segmentos do flagelo, expandem-se lateralmente assumindo uma forma de lâmina.
Plumosa: é um tipo de antena em que os segmentos do flagelo emitem processos filiformes, um para cada lado, lembrando uma plumula das penas.
Aristada: é um tipo de antena em que o primeiro segmento do flagelo é avolumado e de grande diâmetro, e os outros formam uma estrutura setiforme, que recebe a denominação de arista, podendo esta ser plumosa ou não.
Geniculada: é um tipo de antena em que o flagelo forma um ângulo reto com o escapo, que neste caso fica alongado.
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Fusiforme: é um tipo de antena em que os segmentos do flagelo vão gradativamente aumentando de diâmetro até o meio do flagelo, onde este apresenta-se com o máximo do diâmetro possível, em seguida os segmentos vão gradativamente diminuindo de diâmetro.
Denteada: é um tipo de antena em que os segmentos dos artículos do flagelo tem em um dos lados expansões curtas, lembrando a forma de um dente. 
Estiliforme: é um tipo de antena em que o flagelo apresenta um pequeno estilete em sua extremidade, o qual pode ser reto ou curvo. Muitas vezes essa extremidade da o aspecto de um gancho.
Irregular: é um tipo de antena em que todos os segmentos do flagelo são diferentes entre si em forma e tamanho. Exemplo a barata d’ água.
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7. Aparelho bucal:
O aparelho bucal contem as seguintes peças: um labrum, um par de mandibulas, um par de maxilas, labium, hipofaringe e as vezes a epifaringe.
8. Tipos de aparelho bucal: 
Aparelho bucal Mastigador: é o tipo mais generalizado e mais primitivo, não há nenhuma alteração de nenhuma peça bucal. Podendo ser:
Mastigador-moedor: é o mastigador propriamente dito.
Mastigador-preensório: as mandíbulas são alongadas, curvas e providas de pontos para capturar
ou segurar as presas.
Mastigador-sugador: caracteriza-se por ter as mandíbulas compridas, delgadas e ponteagudas, para capturar ou perfurar a presa.
Mastigador-espatulado: tem as mandíbulas sem áreas molares, densamente coberta de pêlos fortes e espatuladas, próprias para moldar barro e excrementos.
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b) Aparelho bucal Sugador Labial: é chamado assim porque em sua constituição o labium é a peça mais aparente e que sofre modificações. Pode ser:
Pungitivo: os insetos que possuem esse aparelho bucal, alimentação exclusivamente de seiva ou sangue, pois conseguem perfurar os tecidos ou órgãos para realizar tal sucção. Podendo ser classificado em: Hemipteroide (Hemipteros), Dipteróide (Dipteros – Pernilongos), Dipteróide Especial (Mutuca ou mosca dos estábulos), Sifonapteróide (Pulgas), Anopluróide (Piolhos).
Não-pungintivo: os insetos que possuem esse tipo de aparelho bucal tem alimentação baseada em líquidos expostos ou substancias solidas que sejam solúveis pela sua saliva. Comum nos Dipteros em geral.
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c) Aparelho bucal Lambedor: nesse tipo de aparelho bucal o labrum e as mandíbulas são do tipo mastigador, mas as maxilas e o lábium são alongados e unidos em forma de língua lambedora. [
d) Aparelho bucal Raspador-sugador: esse tipo de aparelho bucal é intermediário entre o mastigador e o sugador labial, pois exerce duas funções: a de raspar e posteriormente sugar a seiva das plantas. 
e) Aparelho bucal Sugador-maxilar: nesse tipo de aparelho bucal as maxilas são modificadas, tornando-se alongadas e unidas, formando a chamada espirotromba.
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Morfologia do Tórax:
É a segunda região do corpo dos insetos, também chamada de região mediana, sendo considerado o centro a locomoção do inseto, pois é nesta área do corpo que estão localizadas as asas e as pernas dos insetos. Dividida em três partes:
Protórax: é o primeiro metâmero do tórax, onde se localiza o primeiro par de pernas.
Mesotórax: é o segundo metâmero do tórax, possuindo o segundo par de pernas e o primeiro par de asas
Metatórax: é o terceiro e último metâmero do tórax, detêm o terceiro par de pernas e o segundo par de asas. 
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Estrutura da perna
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Tipos de pernas: 
Ambulatórias: são pernas nas quais não há nenhuma modificação especial em nenhum dos segmentos, sendo considerada como a pata primitiva.
Saltatória: as pernas são adaptadas para saltar, localizada nas pernas metatoracicas, sendo o fêmur a peça mais modificada, tornando-se mais robusto e musculoso.
Natatórias: são pernas adaptadas para a natação, encontrada em insetos de habitat aquático, essa adaptação normalmente é localizada nas pernas meso e metatorácicas. As modificações ficam nas tíbias e nos tarsos, estes passam a adquirir pêlos.
Preensora: são pernas adaptadas para apreensão de pequenos animais, o fêmur é bem desenvolvido e provido de um sulco na sua borda, sendo encontrado na perna protorácica.
Raptatórias: são adaptadas ao rapto de pequenos animais, ficam localizadas no protórax, as peças são alongadas, inclusive a coxa, sendo que o fêmur e a tíbia são providos de fortes espinhos.
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Tipos de pernas: 
c) Fossoriais: são patas adaptadas para cavar o solo, localizadas no protórax, sendo que todos os segmentos da perna são curtos e largos, e a tíbia é transformada em uma “cavadeira”.
Escansoriais: são encontradas nos piolhos, e é encontrada em todos os três segmentos do tórax. Nesse tipo de perna a tíbia é modificada tendo uma forma semelhante a um polegar. 
Coletoras: são patas que ocorrem no metatórax e apresenta o primeiro tarsomero bastante desenvolvido. 
Adesiva: nesse tipo de perna os primeiros tarsomeros são mais largos e formam uma estrutura que apresenta uma concavidade na face inferior. Utilizadas para a fixação do inseto, localizadas no protórax.
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2. Tipos de asas: 
Membranosas: podem ser nuas ou escamosas. Nuas – são asas finas e transparentes que apresentam as nervuras bem distintas, praticamente quase todos os insetos tem um par de asas desse tipo. Escamosa – são asas que possuem em sua superfície escamas, normalmente coloridas. 
Tégminas: são asas espessadas, com nervuras visiveis ou parcialmente visiveis.
Élitros: são asas córneas, duras, escuras e esclerotizadas, não transparentes e sem nervuras visiveis. 
Hemiélitros: são asas nas quais a metade basal é córnea, dura e semelhante ao élitro e a metade apical é membranosa e com nervuras visiveis. 
Halteres: são as asas do metatórax dos Dipteros.
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3. Classificação dos insetos quanto as asas: 
Apteros: são individuos que não possuem asas. Podem ser: 
Apteros primários: quando descendem de ancestrais apteros. 
Apteros secundários: quando descendem de ancestrais alados, mas adquiriram a condição de apteros por adaptação.
Alados: são insetos que possuem asas. Podem ser
Tetrapteros: quando apresentam quatro asas normais e desenvolvidas.
Dipteros: quando apresentam apenas duas asas normais e desenvolvidas. 
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Estruturas de eficiência do voo:
Hamuli: é uma série de pequenos ganchos, existentes na margem costal das asas posteriores, os quais se prendem uma dobra da margem anal das asas anteriores. Pertence a ordem Hymenoptera.
Frenulum: é um espinho forte ou um grupo de peles que existe no ângulo humeral das asas posteriores. Presente na ordem Lepidoptera.
Jugum: é uma área da asa que serve para ligar as duas asas.
Pterostigma: é uma mancha espessada que existe perto da margem costal na parte distal da asa de muitos insetos, exemplo Odonata.
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5. Tipos de abdomen:
Séssil: quando se liga ao tórax em toda a sua largura, exemplo: gafanhotos.
Livre: quando a ligação é mais constrangida que no caso anterior e a base do abdomen é mais estreita que o metatórax, exemplo: Coleopteros.
Pedunculado: quando o abdomen apresenta uma forte constrição em seu ponto de ligação com o tórax, exemplo: Hymenopteros.
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