Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HubertoHuberto JoséJosé KliemannKliemann Prof. Visitante NacionalProf. Visitante Nacional SeniorSenior –– CAPES/MECCAPES/MEC PalotinaPalotina, PR, abril 2013, PR, abril 2013 Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo HubertoHuberto JoséJosé KliemannKliemann Prof. Visitante NacionalProf. Visitante Nacional SeniorSenior –– CAPES/MECCAPES/MEC PalotinaPalotina, PR, abril 2013, PR, abril 2013 Composição química elementar dos solos Os solos são meios porosos criados na superfície da terra pelos processos de intemperismo, derivados de fenômenos biológicos, hidrológicos e geológicos. Os solos diferem da rocha meramente intemperizada porque mostram uma estratificação aproximadamente vertical (horizontes do solo) produzidos pela influência contínua da água percolante e dos organismos vivos. Do ponto de vista da química, os solos são sistemas multicomponentes, abertos, biogeoquímicos, contendo sólidos, líquidos e gases. o Os solos são sistemas abertos porque intercambiam tanto matéria quanto energia com a atmosfera, biosfera e hidrosfera circundantes. o Os fluxos de matéria e energia para ou do solo são variáveis no tempo e no espaço, mas são essencialmente fluxos que causam o desenvolvimento dos perfis do solo e governam os padrões de fertilidade do solo (Sposito, 1989). A ilustração do solo como um sistema aberto pode ser vista na Figura 1. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Composição química elementar dos solos Os solos são meios porosos criados na superfície da terra pelos processos de intemperismo, derivados de fenômenos biológicos, hidrológicos e geológicos. Os solos diferem da rocha meramente intemperizada porque mostram uma estratificação aproximadamente vertical (horizontes do solo) produzidos pela influência contínua da água percolante e dos organismos vivos. Do ponto de vista da química, os solos são sistemas multicomponentes, abertos, biogeoquímicos, contendo sólidos, líquidos e gases. o Os solos são sistemas abertos porque intercambiam tanto matéria quanto energia com a atmosfera, biosfera e hidrosfera circundantes. o Os fluxos de matéria e energia para ou do solo são variáveis no tempo e no espaço, mas são essencialmente fluxos que causam o desenvolvimento dos perfis do solo e governam os padrões de fertilidade do solo (Sposito, 1989). A ilustração do solo como um sistema aberto pode ser vista na Figura 1. Atmosfera AT AO Terra TA OA Oceano TR Rios RO Figura 1.1. Componentes de armazenamento (retângulos) e de transferência (círculos) no ciclo global de um elemento químico. Os solos são representados pelo componente de armazenamento (terra) e a hidrosfera pelos componentes rios e oceanos. o O transporte da matéria entre os quatros componentes de armazenamento são representado pelas setas rotuladas: transferências da atmosfera para a terra (AT), transferência da terra para os rios (TR), normalmente iguais a RO, e assim por diante. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Atmosfera AT AO Terra TA OA Oceano TR Rios RO Figura 1.1. Componentes de armazenamento (retângulos) e de transferência (círculos) no ciclo global de um elemento químico. Os solos são representados pelo componente de armazenamento (terra) e a hidrosfera pelos componentes rios e oceanos. o O transporte da matéria entre os quatros componentes de armazenamento são representado pelas setas rotuladas: transferências da atmosfera para a terra (AT), transferência da terra para os rios (TR), normalmente iguais a RO, e assim por diante. Composição química elementar dos solos (...) Os tamanhos desses componentes de transferência em uma escala global são estimadas na Tabela 1.1 para seis importantes elementos encontrados nos solos. Tabela 1.1. Componentes de transferência global de alguns importantes elementos nos solos. Elemento AT TA RO OA AO Oxigênio (1017 ano-1)a 1,00 0,70 0,30 3,70 3,40 Carbono (1014 ano-1)b,c 1,10 1,10 <0,001 1,60 0,93 Enxofre (1014 ano-1) b,c 0,70 1,60 2,10 1,60 2,60 Fósforo (1014 ano-1) d 3,20 4,70 19 0,30 1,40 Chumbo (109 ano-1) d 3,20 4,70 7,80 <0,01 1,40 Cobre (107 ano-1) d 6,20 7,10 632 <0,01 1,30 a Como água, R. J. Chorley (Introduction do Physical Hydrology), Methuen, London, 1971. b F. J. Stevenson, Cylces of Soil, Wyley, N. York, 1986. c B.Bolin & R. B. Cook. The Major Biogeochemical Cylces and Their Interactions. Wiley, N. York, 1971. d J. O. Nriagu. The Biogeochemistry of Lead in the Environment. Part A. Elsevier, Amstedam, 1978. e J. O. Nriagu. Copper int he Environment. Pat I. Wiley, N. York, 1979. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Composição química elementar dos solos (...) Os tamanhos desses componentes de transferência em uma escala global são estimadas na Tabela 1.1 para seis importantes elementos encontrados nos solos. Tabela 1.1. Componentes de transferência global de alguns importantes elementos nos solos. Elemento AT TA RO OA AO Oxigênio (1017 ano-1)a 1,00 0,70 0,30 3,70 3,40 Carbono (1014 ano-1)b,c 1,10 1,10 <0,001 1,60 0,93 Enxofre (1014 ano-1) b,c 0,70 1,60 2,10 1,60 2,60 Fósforo (1014 ano-1) d 3,20 4,70 19 0,30 1,40 Chumbo (109 ano-1) d 3,20 4,70 7,80 <0,01 1,40 Cobre (107 ano-1) d 6,20 7,10 632 <0,01 1,30 a Como água, R. J. Chorley (Introduction do Physical Hydrology), Methuen, London, 1971. b F. J. Stevenson, Cylces of Soil, Wyley, N. York, 1986. c B.Bolin & R. B. Cook. The Major Biogeochemical Cylces and Their Interactions. Wiley, N. York, 1971. d J. O. Nriagu. The Biogeochemistry of Lead in the Environment. Part A. Elsevier, Amstedam, 1978. e J. O. Nriagu. Copper int he Environment. Pat I. Wiley, N. York, 1979. Tabela 1.2. Conteúdo elementar médio (em mg kg-1) do solo e das rochas crustais e o fator de enriquecimento do solo (FE). Elemento Solo a,b Crostab FE Elemento Solo a,b Crostab FE Lítio – Li 24 20 1,2 Zinco – Zn 60 75 0,80 Berílio – Be 0,92 2,6 0,35 Gálio – Ga 17 18 0,94 Boro – B 33 10 3,3 Germânio – Ge 1,2 1,8 0,67 Carbono – C 25.000 480 52 Arsênico – As 7,2 1,5 4,80 Nitrogênio – N 2.000 25 80 Selênio – Se 0,39 0,005 7,80 Oxigênio – O 490.000 474.000 1,0 Bromo – Br 0,85 0,37 2,30 Flúor – F 950 430 2,2 Rubídio – Rb 67 90 0,74 Sódio – Na 12.000 23.000 0,52 Estrôncio – Sr 240 370 0,65 Magnésio – 9.000 23.000 0,39 Ítrio – Y 25 30 0,83 Alumínio – 72.000 82.000 0,88 Zircônio – Zr 230 190 1,20 Silício – Si 310.000 277.000 1,1 Nióbio – Nb 11 20 0,55 Fósforo – P 430 1.000 0,43 Molibdênio – Mo 0,97 1,5 0,65 Enxofre – S 1.600 260 6,2 Prata – Ag 0,05 0,07 0,71 Cloro – Cl 100 130 0,77 Cádmio – Cd 0,35 0,11 3,20 Potássio – K 15.000 21.000 0,71 Estanho – Sn 1,3 2,2 0,59 Cálcio – Ca 24.000 41.000 0,59 Antimônio – Sb 0,66 0,20 3,30 Escândio – Sc 8,9 16 0,56 Iodo – I 1,2 0,14 8,60 Titânio – Ti 2.900 5.600 0,52 Césio – Cs 4,0 3,0 1,30 Vanádio – V 80 160 0,50 Bário – Ba 580 500 1,20 Cromo – Cr 54 100 0,54 Lantânio – La 37 32 1,20 Manganês – Mn 550 950 0,58 Mercúrio – Hg 0,09 0,05 1,80 Ferro – Fe 26.000 41.000 0,63 Chumbo – Pb 19 14 1,40 Cobalto – Co 9,1 20 0,46 Neodímio – Nd 46 38 1,20 Níquel – Ni 19 80 0,24 Tório – Th 9,4 12 0,78 Cobre – Cu 25 50 0,50 Urânio – U 2,7 2,4 1,10 a H. T. Schaklette & J. G. Boerngen. Element concentrations in soils and surficial materials of the conterminous United States. U.S. Geological Service Prof. Paper 1270 (1984). b H. J. Bowen. Environmental Chemistry of the Elements. Academic Press, London, 1979. c FE = Conteúdo do solo/Conteúdo crustal (FE = Fator de enriquecimento). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Tabela 1.2. Conteúdo elementar médio (em mg kg-1) do solo e das rochas crustais e o fator de enriquecimento do solo (FE). Elemento Solo a,b Crostab FEElemento Solo a,b Crostab FE Lítio – Li 24 20 1,2 Zinco – Zn 60 75 0,80 Berílio – Be 0,92 2,6 0,35 Gálio – Ga 17 18 0,94 Boro – B 33 10 3,3 Germânio – Ge 1,2 1,8 0,67 Carbono – C 25.000 480 52 Arsênico – As 7,2 1,5 4,80 Nitrogênio – N 2.000 25 80 Selênio – Se 0,39 0,005 7,80 Oxigênio – O 490.000 474.000 1,0 Bromo – Br 0,85 0,37 2,30 Flúor – F 950 430 2,2 Rubídio – Rb 67 90 0,74 Sódio – Na 12.000 23.000 0,52 Estrôncio – Sr 240 370 0,65 Magnésio – 9.000 23.000 0,39 Ítrio – Y 25 30 0,83 Alumínio – 72.000 82.000 0,88 Zircônio – Zr 230 190 1,20 Silício – Si 310.000 277.000 1,1 Nióbio – Nb 11 20 0,55 Fósforo – P 430 1.000 0,43 Molibdênio – Mo 0,97 1,5 0,65 Enxofre – S 1.600 260 6,2 Prata – Ag 0,05 0,07 0,71 Cloro – Cl 100 130 0,77 Cádmio – Cd 0,35 0,11 3,20 Potássio – K 15.000 21.000 0,71 Estanho – Sn 1,3 2,2 0,59 Cálcio – Ca 24.000 41.000 0,59 Antimônio – Sb 0,66 0,20 3,30 Escândio – Sc 8,9 16 0,56 Iodo – I 1,2 0,14 8,60 Titânio – Ti 2.900 5.600 0,52 Césio – Cs 4,0 3,0 1,30 Vanádio – V 80 160 0,50 Bário – Ba 580 500 1,20 Cromo – Cr 54 100 0,54 Lantânio – La 37 32 1,20 Manganês – Mn 550 950 0,58 Mercúrio – Hg 0,09 0,05 1,80 Ferro – Fe 26.000 41.000 0,63 Chumbo – Pb 19 14 1,40 Cobalto – Co 9,1 20 0,46 Neodímio – Nd 46 38 1,20 Níquel – Ni 19 80 0,24 Tório – Th 9,4 12 0,78 Cobre – Cu 25 50 0,50 Urânio – U 2,7 2,4 1,10 a H. T. Schaklette & J. G. Boerngen. Element concentrations in soils and surficial materials of the conterminous United States. U.S. Geological Service Prof. Paper 1270 (1984). b H. J. Bowen. Environmental Chemistry of the Elements. Academic Press, London, 1979. c FE = Conteúdo do solo/Conteúdo crustal (FE = Fator de enriquecimento). Composição química elementar dos solos (...) O papel do solo como um reservatório dinâmico na ciclagem global de elementos químicos não se reflete totalmente na Figura 1, porque se omitiu a relação do solo com a rocha crustal, que muitas vezes serve de material de origem. Alguma idéia dessa relação pode ser obtida da Tabela 1.2. As concentrações referem-se a amostras tomadas a acerca de 0,2 m abaixo da superfície do terra de solos minerais não contaminados. Essas concentrações são comparáveis com cifras de composição elementar de solos coletados a nível mundial. Os valores médios da Tabela 1.2, todavia, muitas vezes desvios padrões elevados por causa da heterogeneidade espacial. A Figura 1.2 ilustra esse ponto por linhas verticais através de círculos cheios, que representam as composições médias nos solos superficiais. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Composição química elementar dos solos (...) O papel do solo como um reservatório dinâmico na ciclagem global de elementos químicos não se reflete totalmente na Figura 1, porque se omitiu a relação do solo com a rocha crustal, que muitas vezes serve de material de origem. Alguma idéia dessa relação pode ser obtida da Tabela 1.2. As concentrações referem-se a amostras tomadas a acerca de 0,2 m abaixo da superfície do terra de solos minerais não contaminados. Essas concentrações são comparáveis com cifras de composição elementar de solos coletados a nível mundial. Os valores médios da Tabela 1.2, todavia, muitas vezes desvios padrões elevados por causa da heterogeneidade espacial. A Figura 1.2 ilustra esse ponto por linhas verticais através de círculos cheios, que representam as composições médias nos solos superficiais. Figura 1.2. Concentrações médias (círculos cheios) e faixas (linhas verticais) de concentrações de metais traço nos solos superficiais comparadas com as concentrações médias crustais (In H. Sigel, Metal Ions in Biological Systems v. 20, Concepts on Metal Ion Toxicity, Marcel Dekker, N. York, 1986). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Figura 1.2. Concentrações médias (círculos cheios) e faixas (linhas verticais) de concentrações de metais traço nos solos superficiais comparadas com as concentrações médias crustais (In H. Sigel, Metal Ions in Biological Systems v. 20, Concepts on Metal Ion Toxicity, Marcel Dekker, N. York, 1986). Composição química elementar dos solos (...) Na Tabela 1.2 também se encontram os fatores de enriquecimento do solo (FE), definidos como a razão das conentrações do solo para as rochas crustais, ambas expressas nas mesmas unidades. o O FE é uma medida quantitativa do enriquecimento relativo (ou empobrecimento) de um elemento químico quando comparado com uma rocha. o Os valores de FE na faixa de 0,5 a 2,0 (ao redor de 1,0) devem provavelmente ser intepretados como indicadores de empobrecimento ou enriquecimento relativo não significativo; o Os valores de 2 e 10 indicam algum enriquecimento, e valores superiores a 10 indicam forte enriquecimento. De acordo com esses critérios, Be, Mg, Ni, e talvez P e Co são elementos empobrecidos; B, F, S, As, Se, Br, Cd, Sb e I estão de algum modo enriquecido; e C e N estariam fortemente enriquecidos nos solos, relativamente às rochas crustais. Para a maioria dos microelementos (Figura 1.2), existe uma estreita correspondência as concentrações do solo e da rocha crustal, e essa relação pode ser explicada pelas principais formas químicas destes elementos no solo ou na rocha. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Composição química elementar dos solos (...) Na Tabela 1.2 também se encontram os fatores de enriquecimento do solo (FE), definidos como a razão das conentrações do solo para as rochas crustais, ambas expressas nas mesmas unidades. o O FE é uma medida quantitativa do enriquecimento relativo (ou empobrecimento) de um elemento químico quando comparado com uma rocha. o Os valores de FE na faixa de 0,5 a 2,0 (ao redor de 1,0) devem provavelmente ser intepretados como indicadores de empobrecimento ou enriquecimento relativo não significativo; o Os valores de 2 e 10 indicam algum enriquecimento, e valores superiores a 10 indicam forte enriquecimento. De acordo com esses critérios, Be, Mg, Ni, e talvez P e Co são elementos empobrecidos; B, F, S, As, Se, Br, Cd, Sb e I estão de algum modo enriquecido; e C e N estariam fortemente enriquecidos nos solos, relativamente às rochas crustais. Para a maioria dos microelementos (Figura 1.2), existe uma estreita correspondência as concentrações do solo e da rocha crustal, e essa relação pode ser explicada pelas principais formas químicas destes elementos no solo ou na rocha. Composição química elementar dos solos (...) O forte enriquecimento do carbono e do nitrogênio nos solos também é resultado das principais formas químicas que estes elementos assumem, aqueles associados com a matéria orgânia e os organismos do solo. A razão C/N média de 13 nos solos, indicada nos dados da Tabela 1.2, é baixa e tendente à imobilização microbiológica, sugerindo adicionalmente o meio biológico ativo que distingue o solo da rocha crustal. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Composição química elementar dos solos (...) O forte enriquecimento do carbono e do nitrogênio nos solos também é resultado das principais formas químicas que estes elementos assumem, aqueles associados com a matéria orgânia e os organismos do solo. A razão C/N média de 13 nos solos, indicada nos dados da Tabela 1.2, é baixa e tendente à imobilização microbiológica, sugerindo adicionalmente o meio biológico ativo que distingue o solo da rocha crustal. Fases sólidas nos solos Acerca da metade até dois terços do volume é compreendido pela matéria sólida. o Deste material, tipicamente mais de 90% representa compostos orgânicos, o Excetuanm-se solos nos quais o material orgânica preenche mais de 50% da matéria sólida do solo. As fases inorgânicas sólidas nos solos muitas vezes não possuem uma estequiometria simples (i. e., razões molaressimples de um elemento para o outro) porque se encontram em estado metaestável de transição de uma estrutura atômica não homogênea, irregular para uma mais homogênea e regular, como resultado dos processos de intemperismo. No entanto, numerosas fases sólidas de composição relativamente uniforme (minerais) tem sido identificados nos solos. Os dois elementos mais abundantes na crosta terrestre e nos solos são o oxigênio, que se combinam, formando 15 silicatos comuns (Tabela 1.3.), com as suas respectivas fórmulas. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Fases sólidas nos solos Acerca da metade até dois terços do volume é compreendido pela matéria sólida. o Deste material, tipicamente mais de 90% representa compostos orgânicos, o Excetuanm-se solos nos quais o material orgânica preenche mais de 50% da matéria sólida do solo. As fases inorgânicas sólidas nos solos muitas vezes não possuem uma estequiometria simples (i. e., razões molares simples de um elemento para o outro) porque se encontram em estado metaestável de transição de uma estrutura atômica não homogênea, irregular para uma mais homogênea e regular, como resultado dos processos de intemperismo. No entanto, numerosas fases sólidas de composição relativamente uniforme (minerais) tem sido identificados nos solos. Os dois elementos mais abundantes na crosta terrestre e nos solos são o oxigênio, que se combinam, formando 15 silicatos comuns (Tabela 1.3.), com as suas respectivas fórmulas. Tabela 1.3. Minerais comuns nos solos. Mineral Fórmula química Importância Quartzo SiO2 Abundante na areia e no silte Feldspato (Na,K)AlO2[SiO2]3 CaAl2O4[SiO2]2 Abundante no solo não intensamente lixiviado Mica K2Al2O5[Si2O5]3Al4(OH)4 K2Al2O5[Si2O5]3(Mg,Fe)6(OH)4 Fonte de K na maioria dos solos de zona temperada Anfibolito (Ca,Na)2,3(Mg,Fe,Al)5(OH)2[(Si)4O11]2 Facilmente intemperizdo a minerais e óxidos Piroxênio (Ca,Mg,Fe,Ti,Al)(Si,Al)O3 Facilmente intemperizável Olivina (Mg,Fe)2SiO4 Facilmente intemperizável Epidoto Ca2(Al,Fe)3(OH)SiO12 Altamente resistentes ao intemperismo químico; são “minerais índices” usados em estudos pedológicos Turmalina NaMg3Al6B3Si6O27(OH,F)4 Zircônio ZrSiO4 Rutilo TiO2 Caulinita Si4Al4O14(OH)8 Abundantes na argila como produtos do intemperismo; fonte de cátions trocáveis nos solos Esmectita Vermiculita Clorita Mx(Si,Al)8(Al,Fe,Mg)4º20(OH)4, em que M = cátion intercamada Alofana Si3Al4O12.nH2O Abundantes em solos derivados de cinzas vulcânicasImogolita Si2Al4O10.5H2O Gibbsita Al(OH)3 Abundante em solos lixiviados Goethita FeO(OH) O mais abundante óxido de ferro Hematita Fe2O3 Abundante em regiões quentes Ferrihidrita Fe10O15.9H2O Abundante em horizontes orgânicos Birnessita (Na,Ca)Mn7O14.2,8H2O O mais abundante óxido de Mn Calcita CaCO3 O mais abundante carbonato Gesso CaSO4.2H2O Abundante em regiões áridas Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Tabela 1.3. Minerais comuns nos solos. Mineral Fórmula química Importância Quartzo SiO2 Abundante na areia e no silte Feldspato (Na,K)AlO2[SiO2]3 CaAl2O4[SiO2]2 Abundante no solo não intensamente lixiviado Mica K2Al2O5[Si2O5]3Al4(OH)4 K2Al2O5[Si2O5]3(Mg,Fe)6(OH)4 Fonte de K na maioria dos solos de zona temperada Anfibolito (Ca,Na)2,3(Mg,Fe,Al)5(OH)2[(Si)4O11]2 Facilmente intemperizdo a minerais e óxidos Piroxênio (Ca,Mg,Fe,Ti,Al)(Si,Al)O3 Facilmente intemperizável Olivina (Mg,Fe)2SiO4 Facilmente intemperizável Epidoto Ca2(Al,Fe)3(OH)SiO12 Altamente resistentes ao intemperismo químico; são “minerais índices” usados em estudos pedológicos Turmalina NaMg3Al6B3Si6O27(OH,F)4 Zircônio ZrSiO4 Rutilo TiO2 Caulinita Si4Al4O14(OH)8 Abundantes na argila como produtos do intemperismo; fonte de cátions trocáveis nos solos Esmectita Vermiculita Clorita Mx(Si,Al)8(Al,Fe,Mg)4º20(OH)4, em que M = cátion intercamada Alofana Si3Al4O12.nH2O Abundantes em solos derivados de cinzas vulcânicasImogolita Si2Al4O10.5H2O Gibbsita Al(OH)3 Abundante em solos lixiviados Goethita FeO(OH) O mais abundante óxido de ferro Hematita Fe2O3 Abundante em regiões quentes Ferrihidrita Fe10O15.9H2O Abundante em horizontes orgânicos Birnessita (Na,Ca)Mn7O14.2,8H2O O mais abundante óxido de Mn Calcita CaCO3 O mais abundante carbonato Gesso CaSO4.2H2O Abundante em regiões áridas Fase sólida do solo (Tabela 1.3) Os seis primeiros silicatos são chamados de minerais primários, porque são tipicamente herdados dos materiais de origem, ao contrário daqueles precipitados por meio dos processos de intemperismo. Os minerais epidoto, turmalina e rutilo são considerados altamente resistentes ao intemperismo em ambiente de solo. o Partindo-se da suposição de material de origem uniforme, a variação medida no número relativo de grãos isolados destes minerais nas frações de areia fina ou de silte grosseiro de um perfil de solo podem servir como indicadores das mudanças de massa nos horizontes de solo produzidos pelo intemperismo. Os minerais caulinita até gesso são denominados de minerais secundários, e muitas vezes são do tamanho da argila, mostrando uma estrutura atômica pobremente ordenada. Os silicatos secundários, esmectitas e vermiculita, geram carga líquida nas suas superfícies, principalmente por causa de sua variabilidade na composição. Os óxidos metálicos, como a gibbsita e a goethita, tendem a persistir no ambiente de solo por tempo mais longo Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Fase sólida do solo (Tabela 1.3) Os seis primeiros silicatos são chamados de minerais primários, porque são tipicamente herdados dos materiais de origem, ao contrário daqueles precipitados por meio dos processos de intemperismo. Os minerais epidoto, turmalina e rutilo são considerados altamente resistentes ao intemperismo em ambiente de solo. o Partindo-se da suposição de material de origem uniforme, a variação medida no número relativo de grãos isolados destes minerais nas frações de areia fina ou de silte grosseiro de um perfil de solo podem servir como indicadores das mudanças de massa nos horizontes de solo produzidos pelo intemperismo. Os minerais caulinita até gesso são denominados de minerais secundários, e muitas vezes são do tamanho da argila, mostrando uma estrutura atômica pobremente ordenada. Os silicatos secundários, esmectitas e vermiculita, geram carga líquida nas suas superfícies, principalmente por causa de sua variabilidade na composição. Os óxidos metálicos, como a gibbsita e a goethita, tendem a persistir no ambiente de solo por tempo mais longo Fase sólida do solo A matéria orgânica é, em si, um importante constituinte da porção sólida dos solos. o A complexidade estrutural dos compostos orgânicos dos solos não permite fazer uma listagem simples de compostos, porém as mais complexas, como as substâncias húmicas (escuras e microbiologicamente modificadas), persistem no perfil do solo ao longo do desenvolvimento do perfil. o Os dois principais componentes das substâncias húmicas possuem a seguinte composição média: o C187H186O89N9S (nos ácidos húmicos) e o C187H186O89N9S (nos ácidos fúlvicos). Essas fórmulas químicas médias podem ser comparadas com a razão molar média C/N/P/S da matéria orgânica no solo, que é de 278:17:1:1 o Relativamente à MOS como um todo, os ácidos húmicos e fúlvicos são empobrecidos em N, mas enriquecidos em S. A sua razão molar C/N é cerca de 50% do que a da matéria orgânica, indicando a sua maior resistência a mineralização microbiológica líquida. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Fase sólida do solo A matéria orgânica é, em si, um importante constituinte da porção sólida dos solos. o A complexidade estrutural dos compostos orgânicos dos solos não permite fazeruma listagem simples de compostos, porém as mais complexas, como as substâncias húmicas (escuras e microbiologicamente modificadas), persistem no perfil do solo ao longo do desenvolvimento do perfil. o Os dois principais componentes das substâncias húmicas possuem a seguinte composição média: o C187H186O89N9S (nos ácidos húmicos) e o C187H186O89N9S (nos ácidos fúlvicos). Essas fórmulas químicas médias podem ser comparadas com a razão molar média C/N/P/S da matéria orgânica no solo, que é de 278:17:1:1 o Relativamente à MOS como um todo, os ácidos húmicos e fúlvicos são empobrecidos em N, mas enriquecidos em S. A sua razão molar C/N é cerca de 50% do que a da matéria orgânica, indicando a sua maior resistência a mineralização microbiológica líquida. Fase sólida do solo A matéria orgânica é, em si, um importante constituinte da porção sólida dos solos. o A complexidade estrutural dos compostos orgânicos dos solos não permite fazer uma listagem simples de compostos, porém as mais complexas, como as substâncias húmicas (escuras e microbiologicamente modificadas), persistem no perfil do solo ao longo do desenvolvimento do perfil. o Os dois principais componentes das substâncias húmicas possuem a seguinte composição média: o C187H186O89N9S (nos ácidos húmicos) e o C187H186O89N9S (nos ácidos fúlvicos). Essas fórmulas químicas médias podem ser comparadas com a razão molar média C/N/P/S da matéria orgânica no solo, que é de 278:17:1:1 o Relativamente à MOS como um todo, os ácidos húmicos e fúlvicos são empobrecidos em N, mas enriquecidos em S. A sua razão molar C/N é cerca de 50% do que a da matéria orgânica, indicando a sua maior resistência a mineralização microbiológica líquida. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Fase sólida do solo A matéria orgânica é, em si, um importante constituinte da porção sólida dos solos. o A complexidade estrutural dos compostos orgânicos dos solos não permite fazer uma listagem simples de compostos, porém as mais complexas, como as substâncias húmicas (escuras e microbiologicamente modificadas), persistem no perfil do solo ao longo do desenvolvimento do perfil. o Os dois principais componentes das substâncias húmicas possuem a seguinte composição média: o C187H186O89N9S (nos ácidos húmicos) e o C187H186O89N9S (nos ácidos fúlvicos). Essas fórmulas químicas médias podem ser comparadas com a razão molar média C/N/P/S da matéria orgânica no solo, que é de 278:17:1:1 o Relativamente à MOS como um todo, os ácidos húmicos e fúlvicos são empobrecidos em N, mas enriquecidos em S. A sua razão molar C/N é cerca de 50% do que a da matéria orgânica, indicando a sua maior resistência a mineralização microbiológica líquida. COHH CH NH C=O CH CH NH O O H O O O O N COOH OH OH OH R COOH N (açúcar) (Peptídeo) OH R O O H O OH O O CH2CH OH COOH COOH C=OH H H C OH)4 C=O Figura 3. Estrutura hipotética do ácido húmico (Mordvedt et al., 1972). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo COHH CH NH C=O CH CH NH O O H O O O O N COOH OH OH OH R COOH N (açúcar) (Peptídeo) OH R O O H O OH O O CH2CH OH COOH COOH C=OH H H C OH)4 C=O Figura 3. Estrutura hipotética do ácido húmico (Mordvedt et al., 1972). HÚMUS Ácidos Húmicos Ácidos Fúlvicos extração com álcalis (NaOH) Humina (insolúvel) Solúvel Tratado com ácido Ácido Himatomelânico extração com álcool (precipitados) (não precipitados) redissolvido em base, adiciona-se eletrólito Ácido Húmico Cinzento Ácido Húmico Bruno(precipitado) (não precipitado) Figura 4. Esquema de fracionamento das substâncias húmicas (Waksman, 1936). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo HÚMUS Ácidos Húmicos Ácidos Fúlvicos extração com álcalis (NaOH) Humina (insolúvel) Solúvel Tratado com ácido Ácido Himatomelânico extração com álcool (precipitados) (não precipitados) redissolvido em base, adiciona-se eletrólito Ácido Húmico Cinzento Ácido Húmico Bruno(precipitado) (não precipitado) Figura 4. Esquema de fracionamento das substâncias húmicas (Waksman, 1936). Lignina Aldeídos e ácidos polifenólicos Utilização posterior pelos microorganismos e oxidação a gás carbônico Resíduo Ácidos Húmicos Ácidos Fúlvicos Ataque pelos microorganismos Utilização pelos microorganismos Fragmentação para moléculas menores Celulose e outros substratos não-lignina Polifenóis Quinonas Compostos amino Compostos amino Figura 8. Representação esquemática da teoria polifenólica de formação do húmus (Flaig, 1966; Kononova, 1966). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Lignina Aldeídos e ácidos polifenólicos Utilização posterior pelos microorganismos e oxidação a gás carbônico Resíduo Ácidos Húmicos Ácidos Fúlvicos Ataque pelos microorganismos Utilização pelos microorganismos Fragmentação para moléculas menores Celulose e outros substratos não-lignina Polifenóis Quinonas Compostos amino Compostos amino Figura 8. Representação esquemática da teoria polifenólica de formação do húmus (Flaig, 1966; Kononova, 1966). R ', R C O O R 'OÉ ste r R C O R 'C H 2R C H 2 OÉterN HIm inoC H N HN H , R H CImina R OO CO R ' O C O O H O R CC e to á c idoR 'C e ton a R CR CAnidrido , R C O O - O O R CÍon carboxilatoO , R C O O H H R CAldeído O HR C H 2ÁlcoolN H 2R C O Amida H N H 2 H R CAmina Figura 10. Grupos funcionais da matéria orgânica no solo Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo R ', R C O O R 'OÉ ste r R C O R 'C H 2R C H 2 OÉterN HIm inoC H N HN H , R H CImina R OO CO R ' O C O O H O R CC e to á c idoR 'C e ton a R CR CAnidrido , R C O O - O O R CÍon carboxilatoO , R C O O H H R CAldeído O HR C H 2ÁlcoolN H 2R C O Amida H N H 2 H R CAmina Q uinona O O Hidroxiquinona O O O H O H O O C O O H HR C H N OH R H N H C C Peptídeo Figura 10. Grupos funcionais da matéria orgânica no solo Elementos traço nos minerais de solos Um dos mais importantes aspectos da variabilidade na composição dos minerais do solo é o seu conteúdo em elementos traço. Segundo Sposito, “Um elemento traço é qualquer elemento químico cuja concentração em massa na fase sólida é 100 mg kg”. Os minerais de solo são reservatórios para esses elementos, liberando-os lentamente na solução do solo pelo intemperismo. As principais formas nas quais importantes elementos traço ocorrem nos minerais primários e secundários de solo (Tabela 1.4 e 1.5.) o A Tabela 1.5 também indica os elementos traço encontrados tipicamente em associação com a matéria orgânica. O fenômeno químico que ocorre é a coprecipitação, cujos tipos mais extensos de co-precipitação são inclusão, adsorção e formação de solução sólida. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Elementos traço nos minerais de solos Um dos mais importantes aspectos da variabilidade na composição dos minerais do solo é o seu conteúdo em elementos traço. Segundo Sposito, “Um elemento traço é qualquer elemento químico cuja concentração em massa na fase sólida é 100 mg kg”. Os minerais de solo são reservatórios para esses elementos, liberando-os lentamente na solução do solo pelo intemperismo. As principais formas nas quais importantes elementos traço ocorrem nos minerais primários e secundáriosde solo (Tabela 1.4 e 1.5.) o A Tabela 1.5 também indica os elementos traço encontrados tipicamente em associação com a matéria orgânica. O fenômeno químico que ocorre é a coprecipitação, cujos tipos mais extensos de co-precipitação são inclusão, adsorção e formação de solução sólida. Elementos traço nos minerais de solos Tabela 1.4. Ocorrência de elementos em minerais primários Elemento Principais modos de ocorrência em minerais primários B Turmalina (NaMg3Al6B3Si6O27(OH,F)4; substituição isomórfica por Si em micas Ti Rutilo (TiO2) e ilmenita FeTiO3); inclusão de óxidos em silicatos V Substituição isomórfica por Fe em piroxênios e anfibólios e por Al em micas; substituição por Fe em micas Cr Cromita (FeCr2O4); substituição isomórfica por Fe e Al em outros minerais do grupo “spinel” Co Substituição isomórfica por Mn em óxidos e por Fe em piroxênios, anfibólios e micas Ni Inclusão de sulfetos em silicatos; substituição isomórfica por Fe em olivinas, piroxênios, anfibólios, micas e acículas (“spinels” – Mg2Al2O4) Cu Inclusão de sulfetos em silicatos; substituição isomórfica por Fe e Mg em olivinas, piroxênios, anfibólios, e micas, e por Ca, K ou Na em feldspatos Zn Inclusão de sulfetos em silicatos; substituição isomórfica por Fe e Mg em olivinas, piroxênios, anfibólios, e micas, e por Fe e Mn em óxidos As Minerais de arsenato: FeAsO4.2H2O, Mn(AsO4)2, etc. Se Minerais de selenito: substituição isomórfica por S em sulfetos; selenito de ferro Mo Molibdenita (MoS2); substituição isomórfica por Fe emóxidos Cd Inclusão de sulfetos e substiuição isomórfica por Cu, Zn, Hg e Pb em sulfetos Pb Inclusões de sulfeto e fofato; substiuição isomórfica por K em feldspatos e micas, por Ca em feldspatos, piroxênios, e fosfatos, e por Fe e Mn em óxidos Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Elementos traço nos minerais de solos Tabela 1.4. Ocorrência de elementos em minerais primários Elemento Principais modos de ocorrência em minerais primários B Turmalina (NaMg3Al6B3Si6O27(OH,F)4; substituição isomórfica por Si em micas Ti Rutilo (TiO2) e ilmenita FeTiO3); inclusão de óxidos em silicatos V Substituição isomórfica por Fe em piroxênios e anfibólios e por Al em micas; substituição por Fe em micas Cr Cromita (FeCr2O4); substituição isomórfica por Fe e Al em outros minerais do grupo “spinel” Co Substituição isomórfica por Mn em óxidos e por Fe em piroxênios, anfibólios e micas Ni Inclusão de sulfetos em silicatos; substituição isomórfica por Fe em olivinas, piroxênios, anfibólios, micas e acículas (“spinels” – Mg2Al2O4) Cu Inclusão de sulfetos em silicatos; substituição isomórfica por Fe e Mg em olivinas, piroxênios, anfibólios, e micas, e por Ca, K ou Na em feldspatos Zn Inclusão de sulfetos em silicatos; substituição isomórfica por Fe e Mg em olivinas, piroxênios, anfibólios, e micas, e por Fe e Mn em óxidos As Minerais de arsenato: FeAsO4.2H2O, Mn(AsO4)2, etc. Se Minerais de selenito: substituição isomórfica por S em sulfetos; selenito de ferro Mo Molibdenita (MoS2); substituição isomórfica por Fe emóxidos Cd Inclusão de sulfetos e substiuição isomórfica por Cu, Zn, Hg e Pb em sulfetos Pb Inclusões de sulfeto e fofato; substiuição isomórfica por K em feldspatos e micas, por Ca em feldspatos, piroxênios, e fosfatos, e por Fe e Mn em óxidos Elementos traços nos solos Tabela 1.5. Elementos traço co-precipitados com minerais secundários de solo e matéria orgânica do solo. Sólido Elementos traço co-precipitados Òxidos de Fe e Al B, P, V, Mn, Ni, Cu, Zn, MO, As, Se Óxidos de Mn P, Fe, Co, Ni, Zn, Mo, As, Se, Pb Carbonatos de Ca P, V, Mn, Fe, Co, Cd Ilitas B, V, Ni, Co, Cr, Cu, Zn, Mo, As, Se, Pb Esmectitas B, Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, NI, Cu, Zn, Pb Vermiculitas Ti, Mn, Fe Matéria orgânica Al, V, Cr, Mn, Fe, NI, Cu, Zn, Cd, Pb Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Elementos traços nos solos Tabela 1.5. Elementos traço co-precipitados com minerais secundários de solo e matéria orgânica do solo. Sólido Elementos traço co-precipitados Òxidos de Fe e Al B, P, V, Mn, Ni, Cu, Zn, MO, As, Se Óxidos de Mn P, Fe, Co, Ni, Zn, Mo, As, Se, Pb Carbonatos de Ca P, V, Mn, Fe, Co, Cd Ilitas B, V, Ni, Co, Cr, Cu, Zn, Mo, As, Se, Pb Esmectitas B, Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, NI, Cu, Zn, Pb Vermiculitas Ti, Mn, Fe Matéria orgânica Al, V, Cr, Mn, Fe, NI, Cu, Zn, Cd, Pb Minerais do solo Sólidos iônicos e ligações químicas Os elementos químicos podem ser divididos em dois grupos baseados na tendência de ceder ou atrair elétrons. Aqueles do lado esquerdo da tabela periódica (metais alcalinos, Na e K, e metais alcalinos terroos, Ca e Mg) possuem orbitais eletrônicos que são largamente vazios. Esses elementos doam elétrons para adquirir uma configuração de gás nobre e tornam-se mais estáveis. Aqueles elementos do lado direito da tabela periódica (halógenos, F, Cl, Br, I) são aceitadores de elétrons porque possuem um orbital eletrônico que está quase cheio. Esses elementos aceitam um elétron para adquirir uma configuração de gás nobre e tornam-se mais estáveis. Os elementos entre os metais alcalinos e os halógenos na tabela periódica variam nas suas tendências em aceitadores ou receptores de elétrons, dependem da sua tendência em esvaziar ou preencher seus orbitais com elétrons. o Os elementos que são doadores de elétrons são denominados metais; o Os elementos que são receptores de elétrons são denominados de não metálicos. Quando a transferência se efetiva, o metal (doador de elétrons) torna-se um cátion (uma espécie positivamente carregada) e o não metal (aceitador de elétrons) torna-se um ânion (uma espécie negativamente carregada). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais do solo Sólidos iônicos e ligações químicas Os elementos químicos podem ser divididos em dois grupos baseados na tendência de ceder ou atrair elétrons. Aqueles do lado esquerdo da tabela periódica (metais alcalinos, Na e K, e metais alcalinos terroos, Ca e Mg) possuem orbitais eletrônicos que são largamente vazios. Esses elementos doam elétrons para adquirir uma configuração de gás nobre e tornam-se mais estáveis. Aqueles elementos do lado direito da tabela periódica (halógenos, F, Cl, Br, I) são aceitadores de elétrons porque possuem um orbital eletrônico que está quase cheio. Esses elementos aceitam um elétron para adquirir uma configuração de gás nobre e tornam-se mais estáveis. Os elementos entre os metais alcalinos e os halógenos na tabela periódica variam nas suas tendências em aceitadores ou receptores de elétrons, dependem da sua tendência em esvaziar ou preencher seus orbitais com elétrons. o Os elementos que são doadores de elétrons são denominados metais; o Os elementos que são receptores de elétrons são denominados de não metálicos. Quando a transferência se efetiva, o metal (doador de elétrons) torna-se um cátion (uma espécie positivamente carregada) e o não metal (aceitador de elétrons) torna-se um ânion (uma espécie negativamente carregada). Minerais dos solos Os elementos químicos que formam os minerais do solo ocorrem tipicamente como espécies iônicas, cuja configuração eletrônica é única e permanece a mesma, não importando quais íons que possam ocorrer na estrutura do mineral. A interação entre um íon e outro de carga oposta na estrutura, no entanto, é suficientemente forte para formar uma ligação química, chamada de ligação iônica. o A predominânica da ligação iônica são comuns entre elementos tendo caráter metal e não metal vastamente diferentes, como Na+ e Cl- no haleto, conhecido como sal de cozinha. Quando dois elementos de caráter metal e não metal similar interagem, tais como N e O no NO3-, os elétrons podem ser compartilhados (mas não transferidos) pelos átomosformando uma ligação com predominância do caráter covalente. o O caráter covalente de uma ligação aumenta na em que medida que os átomos se tornam mais iguais para atrair elétrons. Isto leva a dois pontos: nenhuma ligação é 100% iônica; as ligações 100% covalentes são encontradas nas moléculas formadas pelo mesmo elemento (e. g., N2, O2, H2). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos Os elementos químicos que formam os minerais do solo ocorrem tipicamente como espécies iônicas, cuja configuração eletrônica é única e permanece a mesma, não importando quais íons que possam ocorrer na estrutura do mineral. A interação entre um íon e outro de carga oposta na estrutura, no entanto, é suficientemente forte para formar uma ligação química, chamada de ligação iônica. o A predominânica da ligação iônica são comuns entre elementos tendo caráter metal e não metal vastamente diferentes, como Na+ e Cl- no haleto, conhecido como sal de cozinha. Quando dois elementos de caráter metal e não metal similar interagem, tais como N e O no NO3-, os elétrons podem ser compartilhados (mas não transferidos) pelos átomos formando uma ligação com predominância do caráter covalente. o O caráter covalente de uma ligação aumenta na em que medida que os átomos se tornam mais iguais para atrair elétrons. Isto leva a dois pontos: nenhuma ligação é 100% iônica; as ligações 100% covalentes são encontradas nas moléculas formadas pelo mesmo elemento (e. g., N2, O2, H2). Minerais dos solos Os elementos químicos que formam os minerais do solo ocorrem tipicamente como espécies iônicas, cuja configuração eletrônica é única e permanece a mesma, não importando quais íons que possam ocorrer na estrutura do mineral. A interação entre um íon e outro de carga oposta na estrutura, no entanto, é suficientemente forte para formar uma ligação química, chamada de ligação iônica. o A predominânica da ligação iônica são comuns entre elementos tendo caráter metal e não metal vastamente diferentes, como Na+ e Cl- no haleto, conhecido como sal de cozinha. Quando dois elementos de caráter metal e não metal similar interagem, tais como N e O no NO3-, os elétrons podem ser compartilhados (mas não transferidos) pelos átomos formando uma ligação com predominância do caráter covalente. o O caráter covalente de uma ligação aumenta na em que medida que os átomos se tornam mais iguais para atrair elétrons. Isto leva a dois pontos: nenhuma ligação é 100% iônica; as ligações 100% covalentes são encontradas nas moléculas formadas pelo mesmo elemento (e. g., N2, O2, H2). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos Os elementos químicos que formam os minerais do solo ocorrem tipicamente como espécies iônicas, cuja configuração eletrônica é única e permanece a mesma, não importando quais íons que possam ocorrer na estrutura do mineral. A interação entre um íon e outro de carga oposta na estrutura, no entanto, é suficientemente forte para formar uma ligação química, chamada de ligação iônica. o A predominânica da ligação iônica são comuns entre elementos tendo caráter metal e não metal vastamente diferentes, como Na+ e Cl- no haleto, conhecido como sal de cozinha. Quando dois elementos de caráter metal e não metal similar interagem, tais como N e O no NO3-, os elétrons podem ser compartilhados (mas não transferidos) pelos átomos formando uma ligação com predominância do caráter covalente. o O caráter covalente de uma ligação aumenta na em que medida que os átomos se tornam mais iguais para atrair elétrons. Isto leva a dois pontos: nenhuma ligação é 100% iônica; as ligações 100% covalentes são encontradas nas moléculas formadas pelo mesmo elemento (e. g., N2, O2, H2). Minerais dos solos (...) Além das ligações iônicas e das covalentes existem ainda: Ligações de hidrogênio – ocorre entre hidrogênio e dois átomos de alta eletronegatividade, tais como F, O e N. o A ligação de hidrogênio é essencialmente, uma ligação eletrostática fraca, mas é, no entanto, importante nas estruturas cristalinas de óxi-compostos, como os silicatos em camadas. Somadas sobre muitos átomos, as individualmente fracas ligações de hidrogênio podem ligar fortemente estruturas adjacentes. Ligações de van de Waals – são a força eletrostática fraca entre cargas residuais em moléculas. o As cargas podem ser provenientes de dipolos naturais de moléculas não simétricas, dipolos de polarização ou dipolos vibracionais. o As forças de van der Waals são geralmente obscurecidas pelas mais fortes ligações iônicas e covalentes, mas podem dominar as propriedades de algumas moléculas. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Além das ligações iônicas e das covalentes existem ainda: Ligações de hidrogênio – ocorre entre hidrogênio e dois átomos de alta eletronegatividade, tais como F, O e N. o A ligação de hidrogênio é essencialmente, uma ligação eletrostática fraca, mas é, no entanto, importante nas estruturas cristalinas de óxi-compostos, como os silicatos em camadas. Somadas sobre muitos átomos, as individualmente fracas ligações de hidrogênio podem ligar fortemente estruturas adjacentes. Ligações de van de Waals – são a força eletrostática fraca entre cargas residuais em moléculas. o As cargas podem ser provenientes de dipolos naturais de moléculas não simétricas, dipolos de polarização ou dipolos vibracionais. o As forças de van der Waals são geralmente obscurecidas pelas mais fortes ligações iônicas e covalentes, mas podem dominar as propriedades de algumas moléculas. Minerais dos solos (...) O caráter real da ligação formada entre dois elementos é predito pela diferença nos seus valores de EN (EN). o Elementos com EN similar formam ligações covalentes principalmente, com pequeno caráter de ligação iônica. o Ao contrário, dois elementos com valores EN diferentes formam uma ligação cujo caráter iônico é proporcional à magnitude de EN. o A relação do caráter de ligação para os valores EN é apresentada na Figura 2.1, usando EN e os valores constantes na Tabela 2.1 e a equação da percentagem do caráter de ligação iônica: desenvolvida por Linus Pauling para descrever a natureza da ligação química (Figura 2.1). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) O caráter real da ligação formada entre dois elementos é predito pela diferença nos seus valores de EN (EN). o Elementos com EN similar formam ligações covalentes principalmente, com pequeno caráter de ligação iônica. o Ao contrário, dois elementos com valores EN diferentes formam uma ligação cujo caráter iônico é proporcional à magnitude de EN. o A relação do caráter de ligação para os valores EN é apresentada na Figura 2.1, usando EN e os valores constantes na Tabela 2.1 e a equação da percentagem do caráter de ligação iônica: 2EN0,25x-e-1100xiônicocaráterde% desenvolvida por Linus Pauling para descrever a natureza da ligação química (Figura 2.1). Minerais dos solos (...) Tabela 2.1. Caráter iônico de diversas ligações oxigênio–metal em relação à diferença na eltronegatividade (EN) entre metais e oxigênio. Elemento EN Ligação Composto EN % iônico O 3,5 N 3,0 N–O NO3- 0,5 6 C 2,5 C–O CO32- 1,0 22 S 2,5 S–O SO42- 1,0 22 P 2,2 P–O PO43- 1,3 35 H 2,1 H–O H2O 1,4 39 Si 1,8 Si–O SiO2 1,7 51 Al 1,5 Al–O Al(OH)3 2,0 63 Mg 1,2 Mg–O MgSO4 2,3 74 Ca 1,0 Ca–O CaCO3 2,5 79 Na 0,9 NA–O NaNO3 2,6 82 K 0,8 K–O KNO3 2,7 84 Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Tabela 2.1. Caráter iônico de diversas ligações oxigênio–metal em relação à diferença na eltronegatividade (EN)entre metais e oxigênio. Elemento EN Ligação Composto EN % iônico O 3,5 N 3,0 N–O NO3- 0,5 6 C 2,5 C–O CO32- 1,0 22 S 2,5 S–O SO42- 1,0 22 P 2,2 P–O PO43- 1,3 35 H 2,1 H–O H2O 1,4 39 Si 1,8 Si–O SiO2 1,7 51 Al 1,5 Al–O Al(OH)3 2,0 63 Mg 1,2 Mg–O MgSO4 2,3 74 Ca 1,0 Ca–O CaCO3 2,5 79 Na 0,9 NA–O NaNO3 2,6 82 K 0,8 K–O KNO3 2,7 84 Minerais dos solos (...) Quando o valor de EN é maior que aproximadamente 1,7 ( 50% de caráter iônico), a ligação é identificada como uma ligação iônica. Exempos notáveis de ligações iônicas são as ligações cátion básico–oxigênio (e.g., K–O, Na–O, Ca–O e Mg–O), a ligação Al–O e a Si–O. o Os valores de EN que variam na faixa de 0,6 a 1,7 são indicativos de uma ligação polar covalente. Nesse tipo de ligação, o átommo com maior EN tem uma proporção maior de densidade eletrônica compartilhada, tornando-se levemente negativo. O átomo com menor EN possui menor proporção de densidade eletrônica compartilhada, e torna-se levemente positivo. As ligações C–O, S–O, P–O e H–O são exemplos do tipo de ligação polar covalente (é tipo de ligação que confere propriedades únicas à água e à ligação de hidrogênio. Quando EN é menor do que 0,7, como na ligação N–O, a ligação é não polar covalente. Nesse tipo de ligações a valência dos elétrons quase que unicamente com as espécies mais eletronegativas. Moléculas diatômicas, como H2, O2 e N2, e materais que consistem de um único elemento, tal como o diamante, contêm ligações covalentes puras (EN = 0), com igual compartilhamento de valência de elétrons. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Quando o valor de EN é maior que aproximadamente 1,7 ( 50% de caráter iônico), a ligação é identificada como uma ligação iônica. Exempos notáveis de ligações iônicas são as ligações cátion básico–oxigênio (e.g., K–O, Na–O, Ca–O e Mg–O), a ligação Al–O e a Si–O. o Os valores de EN que variam na faixa de 0,6 a 1,7 são indicativos de uma ligação polar covalente. Nesse tipo de ligação, o átommo com maior EN tem uma proporção maior de densidade eletrônica compartilhada, tornando-se levemente negativo. O átomo com menor EN possui menor proporção de densidade eletrônica compartilhada, e torna-se levemente positivo. As ligações C–O, S–O, P–O e H–O são exemplos do tipo de ligação polar covalente (é tipo de ligação que confere propriedades únicas à água e à ligação de hidrogênio. Quando EN é menor do que 0,7, como na ligação N–O, a ligação é não polar covalente. Nesse tipo de ligações a valência dos elétrons quase que unicamente com as espécies mais eletronegativas. Moléculas diatômicas, como H2, O2 e N2, e materais que consistem de um único elemento, tal como o diamante, contêm ligações covalentes puras (EN = 0), com igual compartilhamento de valência de elétrons. Figura 2.1. Caráter iônico e covalente das ligações metal–oxigênio como função da diferença absoluta as eletronegatividades (EN) entre um metal e oxigênio. A curva representa a equação do caráter iônico, desenvolvida por Linus Pauling para descrever o caráter de ligação. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Figura 2.1. Caráter iônico e covalente das ligações metal–oxigênio como função da diferença absoluta as eletronegatividades (EN) entre um metal e oxigênio. A curva representa a equação do caráter iônico, desenvolvida por Linus Pauling para descrever o caráter de ligação. Minerais dos solos (...) A ligação de hidrogênio é responsável por propriedades únicas da água líquida e é um signifcante tipo de ligação nos minerais do solo. A caulinita, por exemplo, é um mineral de solo composto de lâminas alternadas de hidróxido de alumínio e de silicato (Figura 2.2.). Figura 2.2. Estrutura de ligação na caulinita. As ligações Si–O nos tetraedros de Si são 49% covalentes. Os átomos de oxigênio do Si tetraédrico apical são compartilhados na coordenação octaédrica (37% de ligação covalente). A unidade resultante, a lâmina planar tetraédrica de Si e a lâmina octaédrica de Al, formam a base estrutural 1:1 unitária da caulinita. As unidades 1:1 são coenctadas por ligações de hidrogênio entre átomos de oxigênio do Si basal e por ligações Al-hidroxila. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) A ligação de hidrogênio é responsável por propriedades únicas da água líquida e é um signifcante tipo de ligação nos minerais do solo. A caulinita, por exemplo, é um mineral de solo composto de lâminas alternadas de hidróxido de alumínio e de silicato (Figura 2.2.). Figura 2.2. Estrutura de ligação na caulinita. As ligações Si–O nos tetraedros de Si são 49% covalentes. Os átomos de oxigênio do Si tetraédrico apical são compartilhados na coordenação octaédrica (37% de ligação covalente). A unidade resultante, a lâmina planar tetraédrica de Si e a lâmina octaédrica de Al, formam a base estrutural 1:1 unitária da caulinita. As unidades 1:1 são coenctadas por ligações de hidrogênio entre átomos de oxigênio do Si basal e por ligações Al-hidroxila. Minerais dos solos (...) A estabilidade relativa de um mineral é determinada pela interação iônica, cujo comportamento pode ser entendido com base na eletrostática clássica e na lei de Coulomb. o Properiedades atômicas mais importantes dos elementos metálicos: valência e raio iônicos. A valência é simplesmente a razão entre a carga elétrica de uma espécie iônica para a carga do próton. Entretanto, o raio iônico é um conceito menos direto porque o raio de um íon isolado num sólido não pode ser medido, sendo uma quantidade definida, cuja cálculo é baseado nos seguintes pressupostos: o O raio do íon oxigênio em todos os minerais é 0,40 nm o A soma dos raios do cátion e do ânion é iguala-se à distância interatômica entre dois íons; o O raio iônico depende do número de coordenação (= número de ânions que são os mais próximos vizinhos de um cátion na estrutura de um mineral). Na Tabela 2.3 encontram-se os raios iônicos calculados sob essas suposições a partir de dados cristalográficos. Dependem da valência (Z), do número de coordenção (NC) do cátion metálico, aumentando à medida que a valência decresce, mas aumenta com o número de coordenação para uma valência constante. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) A estabilidade relativa de um mineral é determinada pela interação iônica, cujo comportamento pode ser entendido com base na eletrostática clássica e na lei de Coulomb. o Properiedades atômicas mais importantes dos elementos metálicos: valência e raio iônicos. A valência é simplesmente a razão entre a carga elétrica de uma espécie iônica para a carga do próton. Entretanto, o raio iônico é um conceito menos direto porque o raio de um íon isolado num sólido não pode ser medido, sendo uma quantidade definida, cuja cálculo é baseado nos seguintes pressupostos: o O raio do íon oxigênio em todos os minerais é 0,40 nm o A soma dos raios do cátion e do ânion é iguala-se à distância interatômica entre dois íons; o O raio iônico depende do número de coordenação (= número de ânions que são os mais próximos vizinhos de um cátion na estrutura de um mineral). Na Tabela 2.3 encontram-se os raios iônicos calculados sob essas suposições a partir de dados cristalográficos. Dependem da valência (Z), do número de coordenção (NC) do cátion metálico, aumentando à medida que a valência decresce, mas aumenta com o número de coordenação para uma valência constante. Minerais dos solos (...) Tabela 2.2. Raio iônico (RI), número de coordenação (NC) e valência (Z) de cátions metálicos.a Metal Z CN RI (nm) Metal Z CN RI (nm) Metal Z CN RI (nm) Li 1 4 0,059 Mn 2 6 0,083 Sr 2 6 0,118 1 6 0,076 3 6 0,065 Zr 4 8 0,084 Na 1 6 0,102 46 0,053 Ag 1 6 0,115 Mg 2 6 0,072 Fe 2 6 0,078 Cd 2 6 0,075 Al 3 4 0,039 3 6 0,065 Cs 1 6 0,167 3 6 0,054 Co 2 6 0,075 12 0,188 K 1 6 0,138 3 6 0,061 Ba 2 6 0,135 1 8 0,151 Ni 2 6 0,069 Hg 1 6 0,119 1 12 0,164 Cu 2 4 0,057 2 6 0,102 Ca 2 8 0,100 2 6 0,073 Pb 2 6 0,119 2 6 0,112 Zn 1 6 0,074 2 6 0,078 Ti 4 4 0,061 Rb 1 6 0,152 0,083 1 12 0,172 a R. D. Shannon. In Revised effective ionic radii and systematic studies of inter atomic distances in halides and chalcogenides, Acta Cryst., A32:751-76. 1976. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Tabela 2.2. Raio iônico (RI), número de coordenação (NC) e valência (Z) de cátions metálicos.a Metal Z CN RI (nm) Metal Z CN RI (nm) Metal Z CN RI (nm) Li 1 4 0,059 Mn 2 6 0,083 Sr 2 6 0,118 1 6 0,076 3 6 0,065 Zr 4 8 0,084 Na 1 6 0,102 4 6 0,053 Ag 1 6 0,115 Mg 2 6 0,072 Fe 2 6 0,078 Cd 2 6 0,075 Al 3 4 0,039 3 6 0,065 Cs 1 6 0,167 3 6 0,054 Co 2 6 0,075 12 0,188 K 1 6 0,138 3 6 0,061 Ba 2 6 0,135 1 8 0,151 Ni 2 6 0,069 Hg 1 6 0,119 1 12 0,164 Cu 2 4 0,057 2 6 0,102 Ca 2 8 0,100 2 6 0,073 Pb 2 6 0,119 2 6 0,112 Zn 1 6 0,074 2 6 0,078 Ti 4 4 0,061 Rb 1 6 0,152 0,083 1 12 0,172 a R. D. Shannon. In Revised effective ionic radii and systematic studies of inter atomic distances in halides and chalcogenides, Acta Cryst., A32:751-76. 1976. Minerais dos solos (...) Os números de coordenação preditos e observados do ânion oxigênio com os cátions mais comuns são dados na Tabela 2.3. O íon Si4+ geralmente ocorre em coordenação tetraédrica. O alumínio geralmente ocorre em coordenação octaédrica, mas também pode ocorrer em coordenação quádrupla ou tetraédrica. Altas temperaturas de cristalização geralmente favorecem baixos números de coordenação. Em altas temperaturas os minerais de Al3+ tendem a assumir a coordenação quádrupla e a substituir o Si. Em baixas temperaturas o Al3+ tende a ocorrer em coordenação sêxtupla. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Os números de coordenação preditos e observados do ânion oxigênio com os cátions mais comuns são dados na Tabela 2.3. O íon Si4+ geralmente ocorre em coordenação tetraédrica. O alumínio geralmente ocorre em coordenação octaédrica, mas também pode ocorrer em coordenação quádrupla ou tetraédrica. Altas temperaturas de cristalização geralmente favorecem baixos números de coordenação. Em altas temperaturas os minerais de Al3+ tendem a assumir a coordenação quádrupla e a substituir o Si. Em baixas temperaturas o Al3+ tende a ocorrer em coordenação sêxtupla. Silício Oxigênio Alumínio, magnésio, ferro Oxidrila (a) (b) (c) Silício Oxigênio Figura 1. Diagramas de (a) tetraedro de silício, (b) octaedro de alumínio (magnésio ou ferro) e (c) posição e tamanho relativo dos átomos de oxigênio e silício. Minerais dos solos (...) A estrutura octaédrica básica (Figura 1b) consiste de grupos de seis OH- coordenados ao redor de um cátion central. A força de ligação eletrostática é 1/2 ou 1/3 , dependendo da carga do íon central. A coordenação sêxtupla resulta em uma estrutura de oito faces, donde o nome de octaedro. O buraco entre os ligantes de O2- nessa configuração tem um raio teórico de cerca de 0,061 nm. Íons comumente encontrados na coordenação octaédrica nos silicatos em camadas incluem o Al3+ (com raio de 0,051 nm, nessa coordenação), Mg2+ (0,066 nm) e Fe2+ (0,074 nm). Na Figura 1 (a) (b) o tamanho do oxigênio é grandemente reduzido para enfatizar as posições relativas de cada íon, mas em (c) tem-se um representação mais precisa do tetraedro de silício. Os minerais variam muito em sua composição. A substituição de um elemento por outro na estrutura do mineral é mais regra do que exceção. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) A estrutura octaédrica básica (Figura 1b) consiste de grupos de seis OH- coordenados ao redor de um cátion central. A força de ligação eletrostática é 1/2 ou 1/3 , dependendo da carga do íon central. A coordenação sêxtupla resulta em uma estrutura de oito faces, donde o nome de octaedro. O buraco entre os ligantes de O2- nessa configuração tem um raio teórico de cerca de 0,061 nm. Íons comumente encontrados na coordenação octaédrica nos silicatos em camadas incluem o Al3+ (com raio de 0,051 nm, nessa coordenação), Mg2+ (0,066 nm) e Fe2+ (0,074 nm). Na Figura 1 (a) (b) o tamanho do oxigênio é grandemente reduzido para enfatizar as posições relativas de cada íon, mas em (c) tem-se um representação mais precisa do tetraedro de silício. Os minerais variam muito em sua composição. A substituição de um elemento por outro na estrutura do mineral é mais regra do que exceção. Minerais dos solos (...) Os termos substituição isomórfica, isomorfismo, substituição atômica ou solução sólida referem-se à substituição de um elemento por outro nos cristais iônicos sem mudanças na estrutura do cristal. Essa substituição ocorre durante o intemperismo. Célula unitária é definida em termos de suas dimensões repetidas ao longo dos eixos horizontais a e b e vertical c, como mostra a Figura 2. c b a Figura 2. Esquema tridimensional de uma célula unitária. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Os termos substituição isomórfica, isomorfismo, substituição atômica ou solução sólida referem-se à substituição de um elemento por outro nos cristais iônicos sem mudanças na estrutura do cristal. Essa substituição ocorre durante o intemperismo. Célula unitária é definida em termos de suas dimensões repetidas ao longo dos eixos horizontais a e b e vertical c, como mostra a Figura 2. c b a Figura 2. Esquema tridimensional de uma célula unitária. Minerais dos solos (...) Para silicatos em camadas expansíveis, a dimensão c (espaçamento c) é variável, mas as dimensões a e b são constantes para um dado mineral. O plano basal é o plano entre células unitárias adjacentes paralelas ao plano a-b. As substituições mais comuns as estruturas silicatadas são: o Al3+ por Si4- na coordenação tetraédrica de Mg2+, Fe2+ o ou Fe3+ por Al3+ na coordenação octaédrica. Substituições entre íons de carga desigual deixam excesso de carga negativa ou positiva dentro do cristal. As substituições comumente encontradas em solos produzem carga líquida negativa e contribuem para a capacidade de troca de cátions dos solos. Um cristal é um arranjamento de íons ou átomos que é repetido em intervalos regulares nas três dimensões. A menor unidade, repetida tridimensionalmente é chamada de célula unitária. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Para silicatos em camadas expansíveis, a dimensão c (espaçamento c) é variável, mas as dimensões a e b são constantes para um dado mineral. O plano basal é o plano entre células unitárias adjacentes paralelas ao plano a-b. As substituições mais comuns as estruturas silicatadas são: o Al3+ por Si4- na coordenação tetraédrica de Mg2+, Fe2+ o ou Fe3+ por Al3+ na coordenação octaédrica. Substituições entre íons de carga desigual deixam excesso de carga negativa ou positiva dentro do cristal. As substituições comumente encontradas em solos produzem carga líquida negativa e contribuem para a capacidade de troca de cátions dos solos. Um cristal é um arranjamento de íons ou átomos que é repetido em intervalos regulares nas três dimensões. A menor unidade, repetida tridimensionalmente é chamada de célula unitária. Características dos silicatos em camadas Os silicatos em camadas diferenciam-se pelo número e seqüência de camadas te- traédricas e octaédricas, pela carga de camada por célula unitária, tipos de ligações in-ter-camadas e cátions inter-camadas, cátions de camada octaédrica, tipo de empilha- mento na dimensão c. Assim, temos os seguintes principais silicatos em camadas. Nas Fi- guras 3 e 4 encontram-se as estruturas esquemáticas da caulinita e da montmorilonita. a) Caulinita – caracteriza-se pela superposição de uma camada tetraédri- ca por outra octaédrica. A caulinita é formada por cristais hexagonais e pos- sui diâmetro efetivo de 0,2 a 2 m. As ligações de pontes de H entre unidades de camadas previne a expansão do mineral. Possui espaçamento basal fixo de 0,72 nm. A área de superfície (superfície específica) é limitadas às superfícies externas dos cristais, que está ao redor de 10 a 20 m2 g-1. A caulinita é considerada é considerada ar- gila grossa, de baixa atividade química, baixa plasticidade e coesão, etc. As cargas elétricas (expressas pela CTC) da caulinita são provenientes essenci- almente da dissociação de –OH- das arestas dos cristais, chamadas de ligações partidas, não havendo contribuição significativa da substituição isomórfica. A capacidade de tro- ca de cátions (CTC) varia de 1 a 10 cmolc kg-1., que é altamente dependente do pH do meio. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Características dos silicatos em camadas Os silicatos em camadas diferenciam-se pelo número e seqüência de camadas te- traédricas e octaédricas, pela carga de camada por célula unitária, tipos de ligações in- ter-camadas e cátions inter-camadas, cátions de camada octaédrica, tipo de empilha- mento na dimensão c. Assim, temos os seguintes principais silicatos em camadas. Nas Fi- guras 3 e 4 encontram-se as estruturas esquemáticas da caulinita e da montmorilonita. a) Caulinita – caracteriza-se pela superposição de uma camada tetraédri- ca por outra octaédrica. A caulinita é formada por cristais hexagonais e pos- sui diâmetro efetivo de 0,2 a 2 m. As ligações de pontes de H entre unidades de camadas previne a expansão do mineral. Possui espaçamento basal fixo de 0,72 nm. A área de superfície (superfície específica) é limitadas às superfícies externas dos cristais, que está ao redor de 10 a 20 m2 g-1. A caulinita é considerada é considerada ar- gila grossa, de baixa atividade química, baixa plasticidade e coesão, etc. As cargas elétricas (expressas pela CTC) da caulinita são provenientes essenci- almente da dissociação de –OH- das arestas dos cristais, chamadas de ligações partidas, não havendo contribuição significativa da substituição isomórfica. A capacidade de tro- ca de cátions (CTC) varia de 1 a 10 cmolc kg-1., que é altamente dependente do pH do meio. Ligações-H entre planos basais Caulinita - Al 2Si 2O 5(OH) 4 O OH Al O, OH Si O espaçamento-c 0,72 nm Figura 3. Estrutura esquemática da caulinita (segundo Bear, 1964). Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Ligações-H entre planos basais Caulinita - Al 2Si 2O 5(OH) 4 O OH Al O, OH Si O espaçamento-c 0,72 nm Figura 3. Estrutura esquemática da caulinita (segundo Bear, 1964). Minerais dos solos (...) Esmectitas – são os silicatos de camadas tipo 2:1 (2 tetraedros para 1 oc- taedro). Possuem baixa carga por camada e são levemente expansivas. O espaçamento c varia com o cátion trocável e o grau de solvatação inter-camadas. A substituição do cátion predominante e em que camada se dá substituição isomórfica determi- na o tipo de esmectita, por montmorilonita. As esmectitas são argilas típicas de solos pouco intemperizados, como os vertissolos. A CTC da montmorilonita varia entre 80 e 120 cmolc kg-1, praticamente não de- pende do pH, é composta de cristais finos e irregulares, com diâmetro efetivo de 0,01 a 1 m. A expansibilidade do mineral, com espaçamento basal c variando e 0,98 a 1,8 nm, faz com que 80% da superfície específica, variável de 600 a 800 m2 g-1, seja devida à superfície interna. Vermiculitas – são minerais que resultam da alteração hidrotermal das micas, com CTC variável de 120 a 150 cmolc kg-1, com carga fracamente depen- dente de pH. A expansão é menor do que na montmorilonita, por causa da menor carga de camada. O mineral é não expansivo, com espaçamento basal c de 1,0 nm, quan- do saturado com K+ ou NH4+, que não podem ser intercambiados com soluções salinas. A superfície específica da vermiculita, quando não saturada com K+ ou NH4+ varia de 600 a 800 m2 g-1. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Esmectitas – são os silicatos de camadas tipo 2:1 (2 tetraedros para 1 oc- taedro). Possuem baixa carga por camada e são levemente expansivas. O espaçamento c varia com o cátion trocável e o grau de solvatação inter-camadas. A substituição do cátion predominante e em que camada se dá substituição isomórfica determi- na o tipo de esmectita, por montmorilonita. As esmectitas são argilas típicas de solos pouco intemperizados, como os vertissolos. A CTC da montmorilonita varia entre 80 e 120 cmolc kg-1, praticamente não de- pende do pH, é composta de cristais finos e irregulares, com diâmetro efetivo de 0,01 a 1 m. A expansibilidade do mineral, com espaçamento basal c variando e 0,98 a 1,8 nm, faz com que 80% da superfície específica, variável de 600 a 800 m2 g-1, seja devida à superfície interna. Vermiculitas – são minerais que resultam da alteração hidrotermal das micas, com CTC variável de 120 a 150 cmolc kg-1, com carga fracamente depen- dente de pH. A expansão é menor do que na montmorilonita, por causa da menor carga de camada. O mineral é não expansivo, com espaçamento basal c de 1,0 nm, quan- do saturado com K+ ou NH4+, que não podem ser intercambiados com soluções salinas. A superfície específica da vermiculita, quando não saturada com K+ ou NH4+ varia de 600 a 800 m2 g-1. Figura 3. Estrutura esquemática imagem (TEM) da montmorilonita (Bear, 1964). Montmorilonita - Na x (Al 2-x Mg) Si 4O 10 (OH) 2 Si Al, Mg O, OH Si O espaçamento-c de 0,96 a 1,80 nm ou mais Si O Na O, OH O Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Figura 3. Estrutura esquemática imagem (TEM) da montmorilonita (Bear, 1964). Montmorilonita - Na x (Al 2-x Mg) Si 4O 10 (OH) 2 Si Al, Mg O, OH Si O espaçamento-c de 0,96 a 1,80 nm ou mais Si O Na O, OH O Minerais dos solos (...) Características dos silicatos em camadas Micas – são minerais 2:1, com substituição isomórfica nas camadas tetraédrica e octaédrica, próxima à unidade de camada de superfície. Há forte retenção de íons K+, que não é intercambiado por determinações padrão de CTC. A carga de camada é relativamente alta (cerca de –1 para a mica). o A CTC varia de 40 a 80 cmolc kg-1. o A superfície específica das micas é de cerca de 70 a 120 m2 g-1, os minerais não são expansivos e moderadamente plásticos. As micas são uma fonte nativa de potássio nativo. Cloritas – são minerais do tipo 2:1:1, com substituição isomórfica e carga positiva na camada tetraédrica, tipo “brucita”, ensanduichada entre camadas tipo mica (com carga negativa), o que restringe a expansão e reduz a CTC, que varia de 10 a 40 cmolc kg-1. o A superfície específica varia de 70 a 150 m2 g-1. A composição elementar das cloritas varia muito, podendo ocorrer elementos tóxicos, como Ni e Cr, principalmente nas cloritas máficas (com altos teores de Fe e Mg). Os solos derivados de serpentinitos contém cloritas, que muitas vezes são inférteis pelos elevados teores de magnésio e baixos de Ca. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Características dos silicatos em camadas Micas – são minerais 2:1, com substituição isomórfica nas camadas tetraédrica e octaédrica, próxima à unidadede camada de superfície. Há forte retenção de íons K+, que não é intercambiado por determinações padrão de CTC. A carga de camada é relativamente alta (cerca de –1 para a mica). o A CTC varia de 40 a 80 cmolc kg-1. o A superfície específica das micas é de cerca de 70 a 120 m2 g-1, os minerais não são expansivos e moderadamente plásticos. As micas são uma fonte nativa de potássio nativo. Cloritas – são minerais do tipo 2:1:1, com substituição isomórfica e carga positiva na camada tetraédrica, tipo “brucita”, ensanduichada entre camadas tipo mica (com carga negativa), o que restringe a expansão e reduz a CTC, que varia de 10 a 40 cmolc kg-1. o A superfície específica varia de 70 a 150 m2 g-1. A composição elementar das cloritas varia muito, podendo ocorrer elementos tóxicos, como Ni e Cr, principalmente nas cloritas máficas (com altos teores de Fe e Mg). Os solos derivados de serpentinitos contém cloritas, que muitas vezes são inférteis pelos elevados teores de magnésio e baixos de Ca. Minerais dos solos (...) Algumas partículas extremamente finas podem aparecer amorfos em muitos testes de cristalinidade, sendo então chamados de criptocristalinos. As alofanas são gels amorfos de aluminossilicatos, de composição variável em óxidos hidratados de ferro e alumínio e de silício, com a presença de menores quantidades de cálcio, magnésio, potássio e sódio. o A superfície específica das alofanas varia de 70 a 300 m2 g-1, em função do maior ou menor grau de cristalinidade e do pH. o Foram inicialmente detectadas em solos de cinzas vulcânicas, mas devem existir na maioria dos solos como um produto intermediário do intemperismo. o A CTC é em soluções neutras a fracamente alcalinas, da ordem de 150 cmolc kg-1, dependendo do pH e do grau de hidratação. Os cátions trocáveis em tais condições são fracamente adsorvidos e sujeitos à intensa lixiviação. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Algumas partículas extremamente finas podem aparecer amorfos em muitos testes de cristalinidade, sendo então chamados de criptocristalinos. As alofanas são gels amorfos de aluminossilicatos, de composição variável em óxidos hidratados de ferro e alumínio e de silício, com a presença de menores quantidades de cálcio, magnésio, potássio e sódio. o A superfície específica das alofanas varia de 70 a 300 m2 g-1, em função do maior ou menor grau de cristalinidade e do pH. o Foram inicialmente detectadas em solos de cinzas vulcânicas, mas devem existir na maioria dos solos como um produto intermediário do intemperismo. o A CTC é em soluções neutras a fracamente alcalinas, da ordem de 150 cmolc kg-1, dependendo do pH e do grau de hidratação. Os cátions trocáveis em tais condições são fracamente adsorvidos e sujeitos à intensa lixiviação. Minerais dos solos (...) Os principais minerais acessórios de alumínio e ferro (óxidos livres) são: o Gibbsita cristalina [Al2(OH)2]– é o mais abundante dos hidróxidos livre de alumínio e a forma mais estável de hidróxido de Al em baixa temperatura. Ocorre em solos altamente intemperizados; o Boehmita [AlOOH] – é um hidróxi-óxido de Al e ocorre em solos altamente intemperizados e lixiviados. Pode ser formado a partir por aquecimento a 1300C; o Hematita [Fe2O3] – ocorre em solos altamente intemperizados e tem cor rósea e vermelho vivo; o Goethita [FeOOH] – é um hidroxi-óxido de ferro, que também ocorre em solos altamente intemperizados e apresenta cor marrom a amarelo-bruno escuro. A hematita e a goethita ocorrem como “coatings” amorfos de partículas de muitos solos. A cristalização desses compostos amorfos de ferro é a responsável pelo endurecimento irreversível de materiais plínticos por secagem prolongado, transformando-os em petroplintitas. Magnetita [Fe2O4] – é o ferro magnético diretamente herdado do material de origem. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Minerais dos solos (...) Os principais minerais acessórios de alumínio e ferro (óxidos livres) são: o Gibbsita cristalina [Al2(OH)2]– é o mais abundante dos hidróxidos livre de alumínio e a forma mais estável de hidróxido de Al em baixa temperatura. Ocorre em solos altamente intemperizados; o Boehmita [AlOOH] – é um hidróxi-óxido de Al e ocorre em solos altamente intemperizados e lixiviados. Pode ser formado a partir por aquecimento a 1300C; o Hematita [Fe2O3] – ocorre em solos altamente intemperizados e tem cor rósea e vermelho vivo; o Goethita [FeOOH] – é um hidroxi-óxido de ferro, que também ocorre em solos altamente intemperizados e apresenta cor marrom a amarelo-bruno escuro. A hematita e a goethita ocorrem como “coatings” amorfos de partículas de muitos solos. A cristalização desses compostos amorfos de ferro é a responsável pelo endurecimento irreversível de materiais plínticos por secagem prolongado, transformando-os em petroplintitas. Magnetita [Fe2O4] – é o ferro magnético diretamente herdado do material de origem. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo o (a) Gibbsita cristalina [Al2(OH)2]– é o mais abundante dos hidróxidos livre de alumínio e a forma mais estável de hidróxido de Al em baixa temperatura. Ocorre em solos altamente intemperizados; o (b) Goethita [FeOOH] – é um hidroxi-óxido de ferro, que também ocorre em solos altamente intemperizados e apresenta cor marrom a amarelo-bruno escuro; oBoehmita [AlOOH] – é um hidróxi-óxido de Al e ocorre em solos altamente intemperizados e lixiviados. Pode ser formado a partir por aquecimento a 1300C; Mineralogia de argilas Análise de difração de raios-X (DRX) Ferramenta para a identificação direta dos minerais cristalinos de solo. As propriedades dos cristais que permitem difração de raios-X para fornecer informação definitiva são: o (1) as locações dos átomos na estrutura são fixas no espaço tridimensional; o (2) o arranjamento dos átomos é repetitivo (é o conceito de célula unitária); o (3) cada mineral é estruturalmente único. As duas primeiras características levam à viabilidade de uso da difração de raios-X como ferramenta, enquanto que a terceira característica leva à identificação inambígua dos minerais cristalinos. Como cada mineral é único, cada mineral irá produzir um padrão único de difração, tal como uma impressão digital. Química e mineralogia do solo aplicada à Pedologia e Fertilidade do Solo Mineralogia de argilas Análise de difração de raios-X (DRX) Ferramenta para a identificação direta dos minerais cristalinos de solo. As propriedades dos cristais que permitem difração de raios-X para fornecer informação definitiva são: o (1) as locações dos átomos na estrutura são fixas no espaço tridimensional; o (2) o arranjamento dos átomos é repetitivo (é o conceito de célula unitária); o (3) cada mineral é estruturalmente único. As duas primeiras características levam à viabilidade de uso da difração de raios-X como ferramenta, enquanto que a terceira característica leva à identificação inambígua dos minerais cristalinos. Como cada mineral é único, cada mineral irá produzir um padrão único de difração, tal como uma impressão digital. Mineralogia de argilas Análise de difração de raios-X (DRX) Princípios A difração de raios-X é produzida bombardeando uma lâmina delgada metálica (mais comumente uma lâmina de Cu, mas outros metais também são empregados) com elétrons. Os elétrons bombardeantes colidem com os elétrons que residem nos orbitais eletrônicos da lâmina de metal, deslocando os elétrons orbitais e deixando vacâncias nos orbitais. A resultante configuração eletrônica instável é imediatamente estabilizada pelos elétrons da coroa externa que decaem (em energia e locação) para preenher as vacâncias. A energia perdida pelo deslocamento de elétrons
Compartilhar