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Aula de Direito Constitucional 1 (15)

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05-03-2017
Hermenêutica (continuação)
Métodos clássicos ou elementos tradicionais de interpretação 
Os métodos clássicos de interpretação também são utilizados na interpretação constitucional. Parte-se da premissa de que a constituição é uma lei e, portanto, os elementos tradicionais de interpretação jurídica podem ser utilizados para revelar os seus significados.
Os métodos clássicos remontam à escola histórica de direito de Savigny, no século IXX.
Método Gramatical
O primeiro método clássico é o gramatical ou literal, no qual o intérprete leva em consideração os conceitos e a literalidade dos elementos semânticos contidos no preceito constitucional.
Não há necessidade de maior esforço argumentativo do intérprete para identificar o sentido e o alcance da norma, pois o seu relato em abstrato tem alta carga de normatividade e objetividade.
Por exemplo, o artigo 40 §1º II CF dispõe que os servidores públicos devem se aposentar compulsoriamente aos 70 anos de idade. O artigo 101 da CF estabelece que o STF se compõe de 11 ministros escolhidos entre cidadãos com mais de 35 anos e menos de 65 anos. 
A interpretação gramatical é um ponto de partida do intérprete e funciona como limite semântico a sua atividade criativa. 
Este método de interpretação não é o mais adequado para resolver problemas de interpretação constitucional, porem em determinadas situações será suficiente.
Método Histórico 
Significa que o intérprete, ao buscar o significado de uma norma constitucional, leva em consideração os trabalhos legislativos e as interpretações legislativas utilizados preteritamente pelo legislador. 
A interpretação histórica também não é muito recomendada e tem poucos exemplos na jurisprudência do STF.
Existe, entretanto, caso paradigmático no qual o STF reconheceu a inconstitucionalidade de lei que tentou instituir contribuição previdenciária de servidores inativos, sob o fundamento de que o legislador, durante a tramitação da emenda constitucional 20 de 98, já havia suprimido do seu texto o artigo que instituiria a taxação dos inativos.
Método teleológico 
Neste método clássico, o intérprete leva em consideração a finalidade da norma.
O direito positivo brasileiro prevê expressamente a interpretação teleológica no artigo 5º da LINDB, segundo o qual “na aplicação da lei, o juiz (intérprete) atenderá os fins sociais a que ela se dirige.
O Art. 3º da CF, que enuncia os objetivos fundamentais da república, também é fonte normativa qualificada para a interpretação teleológica, isto é, na interpretação constitucional e das demais normas, o intérprete deve atender às finalidades descritas neste artigo, como por exemplo, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (ver inciso IV)
Método Sistemático 
A interpretação sistemática é a mais recomendada entre os métodos clássicos para a interpretação constitucional. Neste método, o pressuposto é o de que a constituição compõe um sistema de normas dotadas de unidade e harmonia. 
Sendo assim, seus preceitos normativos devem dialogar, isto é, devem ser analisados em conjunto pelo intérprete, o qual deve evitar leituras isoladas dos dispositivos constitucionais, de modo a evitar incoerências no sistema e injustiças.
O STF vem flexibilizando a imunidade formal para a prisão dos parlamentares, prevista no artigo 53 §2º da CF.
§ 2º - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
A interpretação literal deste artigo leva à conclusão de que após a diplomação, deputados e senadores só podem ser presos em flagrante pela prática de crime inafiançável, porém utilizando interpretação sistemática do dispositivo, conjuntamente com os princípios republicanos e moralidade, além da gravidade dos fatos, o STF vem admitindo a prisão de parlamentares por ordem judicial fundamentada.

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