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Apostila Gestao de Custos

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FACULDADE PITÁGORAS UBERLÂNDIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 GESTÃO DE CUSTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Introdução à Contabilidade 
 
Contabilidade como ferramenta de trabalho para o Gerente. 
 
 Os conceitos de Contabilidade são bem diversificados, mas todos convergem para um só 
ponto, de que ela é uma ciência que controla e registra fatos e atos acontecidos no patrimônio, 
estudando e praticando, tornando-se um instrumento gerencial de grande importância para a tomada 
de decisão. Contudo, para um entendimento perfeito da matéria contábil, é necessário mais que a 
fixação mental do seu conceito, sendo mais relevante o conhecimento científico, o domínio total das 
funções de débito e crédito e teoria das contas. 
 A Contabilidade no passado era tida apenas como uma maneira fácil e prática de se guardar 
papéis e livros de registros. Os Contadores eram apenas meros guarda-livros, pessoas sem qualquer 
iniciativa, totalmente alienados do processo, escondidos atrás de montanhas de papéis e livros, onde 
talvez o pó e o mofo não distinguissem o homem do papel que ali se fixavam. 
 Mas hoje se torna impossível a tomada de decisão de qualquer empresa sem antes o parecer 
do Contador e principalmente sem as demonstrações contábeis, onde são coletados os dados, para 
preparar os planos para investimentos futuros. 
 Com isso, torna-se imprescindível, para uma boa administração gerencial, ter um 
conhecimento amplo da Contabilidade, pois a partir das informações de natureza física, econômica, 
financeira e produtiva por ela fornecida, pode-se fazer uma avaliação da situação da entidade, num 
sentido estático, e assim prever tendências futuras. 
 
A Contabilidade 
 
 Conceito: Contabilidade é um instrumento que fornece um número muito de grande de 
informações úteis, para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muita antiga e sempre 
existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do tempo as autoridades 
governamentais, principalmente aquelas que têm a incumbência de propiciar arrecadação de tributos, 
começaram a utilizar-se dela para aumentar a arrecadação e torná-la obrigatória para a todas as 
empresas e pessoas físicas, quando seu movimento ultrapassar a limites estabelecidos pela 
Secretaria da Receita Federal. 
 É bom lembrar que a contabilidade não deve ser feita unicamente para atender a exigência 
do fisco e sim, para que ela sirva de instrumento seguro e confiável para o administrador tomar 
decisões. 
 A contabilidade tem a incumbência de registrar todas as operações da empresa, as quais, em 
certo momento, devem ser tabuladas e quantificadas monetariamente, para que em seguida, sejam 
elaborados os respectivos relatórios contábeis que são entregues aos interessados em conhecer a 
situação da empresa. Esses interessados, por meio dos relatórios contábeis, recordam os fatos 
acontecidos, analisam os resultados obtidos, as causas que levaram àqueles resultados e tomam 
decisões em relação ao futuro. Portando, a contabilidade é um instrumento retrospectivo para a 
tomada de decisões futuras. 
 Segundo o IBRACON, a contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e 
avaliação, destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, 
financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. 
Contabilidade: Vários são os conceitos existentes sobre Contabilidade, no entanto, apresentamos o 
seguinte: 
 Contabilidade é o conjunto das leis, normas e princípios, com a finalidade de ESTUDAR, 
REGISTRAR E CONTROLAR todos os atos e fatos do PATRIMONIO das Entidades com fins 
lucrativos ou não. 
 
2) Objeto, Objetivo e Finalidade da Contabilidade. 
 
Objeto de estudo da Contabilidade 
 
 Seu objeto de estudo é, pois, o Patrimônio, do qual é sua controladora, registrando e 
acusando todas as ocorrências verificadas e informar sobre sua constituição e sua variação, bem 
como sobre os resultados econômicos provenientes da administração da riqueza patrimonial. 
 
 
 
 
A finalidade da Contabilidade 
 
 A contabilidade tem por finalidade examinar, fiscalizar e controlar o patrimônio de uma 
determinada entidade, mediante registro e comentários dos fatos ocorridos. 
 A função econômica da contabilidade é apurar o lucro ou prejuízo. 
 
3) Patrimônio 
 
 Estudando-se o patrimônio sob o prisma contábil, pode-se defini-lo como sendo o conjunto de 
bens e direitos de um lado, contrapondo-se de outro, as obrigações. 
 Conclui-se, pois, que o patrimônio é o conjunto de riqueza (bens, valores, direitos e 
obrigações), pertencente a uma pessoa física ou jurídica. 
 O patrimônio também é objeto de estudo de outras ciências, por exemplo, da economia, da 
Administração e do Direito, que, entretanto, o estudam sob ângulos diversos daquele da 
contabilidade, que o estuda nos seus aspectos qualitativos e quantitativos. A contabilidade busca, 
primordialmente, apreender, no sentido mais amplo possível, e entender as mutações sofridas pelo 
patrimônio, tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis variações. 
 Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos elementos que o 
compõem, foi a maneira proposta pela escola Patrimonialista para se observar um patrimônio, no que 
diz respeito aos bens, direitos e obrigações. Ex.: dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em 
moedas, máquinas, estoque de materiais ou de mercadorias, etc. 
 A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de particularização que permita a 
perfeita compreensão do componente patrimonial. Assim, quando falamos em “maquinas”, ainda 
estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade, em 
determinadas análises. Mas, também com o qualitativo vai ser tratado de forma particular, cada item 
do patrimônio. 
 O atributo do aspecto quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em 
valores monetários, representado pelo Ativo (Bens e Direitos) e pelo Passivo (Obrigações).Ex.: 
Mercadorias $600,00 
Caixa $150,00 
Veículos $1.000,00 
Capital social $2.000,00 
Duplicatas a Pagar $5.000,00 
 
 
O conjunto patrimonial divide-se em duas partes: 
ATIVO: figura os bens e direitos; 
PASSIVO: figura as obrigações. 
 
Bens 
 Os bens são valores materiais de propriedade da empresa que estão em sua posse. Como 
exemplos, podemos citar: o dinheiro no cofre, as máquinas e ferramentas, as mercadorias no 
estoque, os veículos, etc. Podem ser divididos em: 
 
A) Bens corpóreos, materiais ou tangíveis, são aqueles representados por objetos de 
existência concreta, que a entidade possui, como: Veículos, mercadorias, imóveis, moveis, 
máquinas, etc. 
 
B) Bens incorpóreos, imateriais ou intangíveis, são aqueles que não têm seu valor traduzido 
em substancia material, como: marcas, patentes, ponto comercial. 
 
Direitos 
 São os valores de propriedade da empresa que estão na posse de terceiros, decorrentes de 
fornecimento de bens, serviços ou de numerário, tais como: títulos a receber, duplicatas a receber, 
dinheiro depositado em banco, etc. 
 
Obrigações 
 São os valores que estão na posse da empresa, mas que são propriedades de terceiros, 
como os empréstimos bancários, os impostos a pagar, os valores a pagar referentes a compras 
efetuadas a prazo, etc. 
 
 
 
4) A aplicação da Contabilidade 
 
 A Contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou em particular 
(aplicada em certo ramo de atividade ou setor da economia). Assim, no estudo da Contabilidade 
podemos enfocar, dentre outros, os seguintes ramos: 
 
Contabilidade Comercial e de Serviços; 
Contabilidade Industrial; 
Contabilidade Bancária; 
Contabilidade Hospitalar; 
Contabilidade Pública; 
Contabilidade Agropecuária; 
Contabilidade Securitária; 
Contabilidade de Transporte (rodoviário,marítimo, aéreo); 
Contabilidade das Pessoas Físicas -Atividade Rural; 
Contabilidade de Autônomos Livro Caixa. 
 
5) Os Usuários da Contabilidade 
 
 Compreendem todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham 
interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas 
individuais), sócios acionistas, administradores, governo (fisco), fornecedores, bancos, etc. 
 
6) Conceitos Básicos 
 
Empresa ou Entidade: é qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrimônio. Resulta da 
combinação de 3 fatores de produção: Natureza, Capital e Trabalho. 
 
Gestão: é o conjunto de eventos ocorridos na entidade, consentidos ou não pela administração. 
Gestão de natureza técnica: realiza o objetivo social da entidade, como a produção de bens e 
serviços. 
Gestão de natureza administrativa procura orientar a utilização dos recursos humanos disponíveis 
em busca dos objetivos sociais da entidade; 
 
Regime de Caixa: o regime de caixa caracteriza-se pela apuração do resultado do exercício 
mediante cômputo das despesas e receitas pagas e recebidas durante o período administrativo. 
Neste regime não são considerados, portanto, custos e receitas incorridas, a pagar e a receber em 
exercícios futuros, mas apenas o que foi pago e recebido. 
 
Regime de Competência: É aquele em que todos os custos, despesas e receitas incorridas, 
mesmas que não pagos ou recebidos em diferentes períodos são computados no exercício de sua 
competência (momento de sua realização). Esse regime obedece ao principio fundamental da 
contabilidade chamado princípio da competência de exercício. 
 
Capital Circulante líquido (CCL): É o Ativo Circulante menos o Passivo Circulante evidência o 
Capital Circulante Líquido (CCL), ou seja, a parte do Ativo Circulante que não está comprometida com 
obrigações do Passivo Circulante. O CCL é conhecido também como Capital de Giro Próprio. Veja a 
formula abaixo: 
 
CCL = Capital Circulante Líquido 
AC = Ativo Circulante 
PC = Passivo Circulante 
 
CCL = AC – PC 
 
 
 
 
O Profissional Contábil 
 
 Dentro da profissão contábil temos duas categorias: Técnicos em Contabilidade (categoria em 
extinção em virtude de não mais existir os Cursos ao nível de segundo grau) e os Contadores, que 
são os Bacharéis em Ciências Contábeis. Tanto o técnico em contabilidade como o contador é 
chamado de contabilistas, e ambos legalmente, podem ser responsáveis pela contabilidade das 
entidades. Entretanto, o contador está legalmente habilitado a exercer algumas atividades não 
cabíveis ao técnico em contabilidade. Essas atividades são: 
Auditoria: exame e verificação da exatidão dos procedimentos contábeis; 
Perícia Contábil: investigação contábil de pessoas físicas ou jurídicas, motivada por uma questão 
judicial (solicitada pela justiça); 
Professor de Contabilidade: o contador pode ser professor do curso superior de graduação. 
Normalmente exige-se pós-graduação. 
 
Pilares da Contabilidade 
 
 Em contabilidade, temos três categorias para evidenciar as regras fundamentais que regem a 
ciência contábil: Os Postulados, Os Princípios e as Convenções. Os Postulados são chamados de 
Pilares da Contabilidade, pois sem um deles, não haveria contabilidade aplicada. Exemplo: Entidade, 
Continuidade. 
 
7) Técnicas Contábeis 
 
 Atualmente, é considerado como técnicas contábeis: 
 
Escrituração – é o instrumento que utilizamos para registrar os fatos que envolvem o Patrimônio; 
 
Demonstrações contábeis – (Exposição dos Fatos). Representam as demonstrações expositivas 
dos fatos ocorridos no Patrimônio. Ex.: 
Balanço Patrimonial; 
Balancetes; 
Demonstração de Apuração do Resultado do Exercício – DRE; 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR; 
Inventários; Etc. 
 
Análise de Balanço – é o instrumento utilizado para comparar e interpretar as demonstrações 
contábeis. 
 
Auditoria – é um conjunto de regras e processos, através dos quais os auditores revisam as 
atividades operacionais de uma entidade, examinando registros contábeis, demonstrativos, etc., a fim 
de salvaguardar os interesses de todos os elementos envolvidos, direta e indiretamente, nas 
atividades empresariais. 
 
8) Demonstrações Contábeis (Financeiras) 
 
 Conceito: Os dados coletados pela contabilidade são apresentados periodicamente aos 
interessados de maneira resumida e ordenada, formando, assim, os relatórios contábeis. 
 
Principais Demonstrações Financeiras 
 Os relatórios obrigatórios são previstos na Lei nº 6.404/76, art. 176, que assim os enumera: 
Balanço Patrimonial (BP); 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); 
Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos (DOAR). 
 
 Também serão elaboradas Notas Explicativas sobre as Demonstrações Financeiras. 
 
 
 
 
9) Estrutura do Balanço Patrimonial 
 
 Balanço Patrimonial é uma demonstração que relata os bens e direitos(Ativo), e as 
obrigações e a participação dos acionistas(Passivo) da empresa, dando, dessa forma, ao leitor, a 
posição patrimonial e financeira da empresa. 
 O termo balanço tem a ver com balança, pois os dois lados: ativo e passivo, devem estar em 
consonância, isto é, equilibrados com os mesmos totais. A isto chamamos de Equilíbrio Patrimonial, 
de onde resulta a seguinte Equação Patrimonial: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = Ativo – Passivo 
 
 
 
Ao final de um período, quando comparamos os valores do Ativo com os do Passivo, podemos 
obter três situações: 
 
A > P essa situação nos proporciona uma situação líquida positiva, pois os valores componentes 
do Ativo permitem solver as obrigações e ainda apresentam saldo. Essa diferença positiva é lançada 
contabilmente como Lucro do Exercício, no grupo contábil do Patrimônio Líquido; 
 
Equação Patrimonial A = P + PL 
 
A < P essa situação nos proporciona uma situação líquida negativa, pois os valores componentes 
do Ativo NÃO são suficientes para cobrir as obrigações. Essa diferença negativa, é lançada como 
Prejuízo do Exercício, no grupo contábil do Patrimônio Líquido. Quando ocorre essa situação, 
contabilmente dizemos que a empresa apresenta um Passivo a Descoberto. 
 
Equação Patrimonial A = P - PL 
 
A = P essa situação nos proporciona uma situação líquida nula, pois os valores do Ativo cobrem 
tão somente o montante das obrigações. 
 
Equação Patrimonial A = P 
 
TIVO ASSIVO+PL 
Ativo Passivo 
 Bens 
 E 
Direitos 
Obrigações 
Patrimônio 
Líquido 
 
 
 
10) Conta Contábil 
 
 Conta é a representação gráfica de débito e crédito de uma mesma natureza, resumidos sob 
o título representativo do valor de um bem, de um direito, de uma obrigação, receita ou despesa. 
 Portanto, contas são títulos que identificam e onde são controlados os elementos contábeis 
da mesma natureza, exercendo um papel de grande importância no processo contábil, por meio delas 
a contabilidade controla a movimentação de todos os componentes patrimoniais (contas patrimoniais) 
e das variações do Patrimônio (contas de resultado). 
 O nome conta guarda a identidade com os elementos que controla. 
 
Contas Patrimoniais: são as contas de ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 
Contas de Resultado: são as contas de RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS. Essas contas, ao final 
do exercício, são apuradas e transferidas para LUCRO ou PREJUIZOS. 
 
Contas de Ativo (DEVEDORA) 
 Os elementos que compõem o ativo figuram no lado ESQUERDO DO BALANÇO. Em 
coerência, as contas de ativo (Bens e Direitos) devem sempre apresentar saldo devedor. 
 Convém notar que uma empresa possui ou não bens e direitos, não existem bens negativos e 
tampouco direitos, portanto, as contas de ativo possuem SALDO DEVEDOR OUNULO. 
EX.: caixa, banco, moveis, títulos a receber, etc. 
 
Contas de Passivo (CREDORA) 
 Significa as OBRIGAÇÕES exigíveis da empresa, ou seja, as dividas que serão cobradas. 
Compõem o passivo e figuram o lado DIREITO DO BALANÇO. 
EX.: duplicatas a pagar, fornecedores, empréstimos bancários, etc. 
 
Contas de resultado 
 Não representam o patrimônio e sim os fatos que provocam VARIAÇÕES DO PARTIMÔNIO. 
E por meio destas contas, que a empresa no final do exercício ira apurar o seu RESULTADO = 
LUCRO ou PREJUIZO. 
 São dois tipos: 
 
Contas de Despesas (DEVEDORA) 
Corresponde ao consumo de bens ou serviços realizados pela entidade. Ex.: aluguel, água, luz, etc. 
 
Contas de Receitas (CREDORA) 
Correspondem as entradas dos elementos sob a forma de dinheiro ou direito a receber, 
correspondente normalmente a venda de mercadorias ou prestação de serviços. Uma receita também 
pode ser derivada de juros recebidos sobre aplicações ou outros ganhos eventuais. Ex.: juros ativos, 
receitas financeiras, venda a vista e a prazo, etc. 
 
Resumo da característica das Contas Contábeis 
 
 NATUREZA PARA O SALDO 
DAS CONTAS DO SALDO AUMENTAR DIMINUIR 
 ATIVO DÉBITO D C 
 PASSIVO CRÉDITO C D 
 PL CRÉDITO C D 
 RECEITA CRÉDITO C D 
 DESPESA DÉBITO D C 
 CUSTO DÉBITO D C 
 
 
 
 
11) Apuração do Resultado 
 
 Vimos que o Patrimônio Líquido sofre variações através de receitas e despesas. No final do 
exercício, o resultado dessas variações é apurado, utilizando-se uma conta que sintetiza todas as 
receitas e despesas ocorridas no exercício, dando-nos o resultado positivo (lucro) ou negativo 
(prejuízo) do período. 
 
 
Débito Crédito 
 
Custos Receitas 
Despesas 
 
 
 
Quando o total de receitas é maior que o somatório dos custos e despesas o resultado é positivo 
(LUCRO). 
 
 
Débito Crédito 
 
Custos Receitas 
Despesas 
 
 LUCRO 
 
 
 
Por outro lado, quando o total de receitas é menor que o somatório dos custos e despesas o 
resultado é negativo (PREJUIZO) 
 
 
Débito Crédito 
 
Custos Receitas 
Despesas 
 
PREJUIZO 
 
 
 
 
 
 
 
12) Plano de Contas 
 
 Plano de contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela 
contabilidade dentro de uma determinada empresa. Portanto, o elenco de contas é indispensável 
para que ocorra o registro contábil corretamente. 
 
Abaixo, segue um exemplo bem simples de uma estrutura de plano de contas em 4 níveis: 
 
1 ATIVO 
1.1 ATIVO CIRCULANTE 
1.1.1 Caixa 
1.1.1.01 Caixa Geral 
1.1.2 Bancos C/Movimento 
1.1.2.01 Banco Alfa 
1.1.3 Contas a Receber 
1.1.3.01 Clientes 
1.1.3.02 Outras Contas a Receber 
1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 
1.1.4 Estoques 
1.1.4.01 Mercadorias 
1.1.4.02 Produtos Acabados 
1.1.4.03 Insumos 
1.1.4.04 Outros 
 
1.2 NÃO CIRCULANTE 
1.2.1 Contas a Receber 
1.2.1.01 Clientes 
1.2.1.02 Outras Contas 
1.2.2 INVESTIMENTOS 
1.2.2.01 Participações Societárias 
1.2.3 IMOBILIZADO 
1.2.3.01 Terrenos 
1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 
1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 
1.2.3.04 Veículos 
1.2.3.05 Móveis 
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada 
1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada 
1.2.4 INTANGÍVEL 
1.2.4.01 Marcas 
1.2.4.02 Softwares 
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada 
 
2 PASSIVO 
2.1 CIRCULANTE 
2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher 
2.1.1.01 Simples a Recolher 
2.1.1.02 INSS 
2.1.1.03 FGTS 
2.1.2 Contas a Pagar 
2.1.2.01 Fornecedores 
2.1.2.02 Outras Contas 
2.1.3 Empréstimos Bancários 
2.1.3.01 Banco A - Operação X 
2.2 NÃO CIRCULANTE 
2.2.1 Empréstimos Bancários 
2.2.1.01 Banco A - Operação X 
2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
2.3.1 Capital Social 
2.3.2.01 Capital Social Subscrito 
2.3.2.02 Capital Social a Realizar 
2.3.2. Reservas 
2.3.2.01 Reservas de Capital 
2.3.2.02 Reservas de Lucros 
2.3.3 Prejuízos Acumulados 
2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios 
Anteriores 
2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual 
 
3 CUSTOS E DESPESAS 
3.1 Custos dos Produtos Vendidos 
3.1.1 Custos dos Materiais 
3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 
3.1.2 Custos da Mão-de-Obra 
3.1.2.01 Salários 
3.1.2.02 Encargos Sociais 
3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 
3.2.1 Custo das Mercadorias 
3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 
3.3 Custo dos Serviços Prestados 
3.3.1 Custo dos Serviços 
3.3.1.01 Materiais Aplicados 
3.3.1.02 Mão-de-Obra 
3.3.1.03 Encargos Sociais 
3.4 Despesas Operacionais 
3.4.1 Despesas Gerais 
3. 4.1.01 Mão-de-Obra 
3.4.1.02 Encargos Sociais 
3.4.1.03 Aluguéis 
3.5 Perdas de Capital 
3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante 
3.5.1.01 Custos de Alienação de 
Investimentos 
3.5.1.02 Custos de Alienação do Imobilizado 
 
4 RECEITAS 
4.1 Receita Líquida 
4.1.1 Receita Bruta de Vendas 
4.1.1.01 De Mercadorias 
4.1.1.02 De Produtos 
4.1.1.03 De Serviços Prestados 
4.1.2 Deduções da Receita Bruta 
4.1.2.01 Devoluções 
4.1.2.02 Serviços Cancelados 
4.2 Outras Receitas Operacionais 
4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes 
4.2.1.01 Receitas de Alienação de 
Investimentos 
4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado 
 
 
 
 
 
13) Balanço Patrimonial – Plano de Contas 
 
Grupo de Contas do Ativo 
 O ativo está disposto em grupos de contas homogêneas ou de mesmas características. Os itens do 
ativo são agrupados de acordo com a ordem decrescente de sua liquidez, isto é, de acordo com a rapidez 
com que podem ser convertidos em dinheiro. 
 
Ativo Circulante 
 O dinheiro que é o item mais líquido, e agrupado com outros itens que serão transformados em 
dinheiro, consumidos ou vendidos em curto prazo, ou seja, com realização inferior a 360 dias da data do 
BALANÇO, ou seja, que serão realizados no exercício social seguinte: Ex. : caixa, contas bancárias, contas 
a receber, estoque, etc. 
 
 Realizável a Longo Prazo 
 São classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza do Ativo Circulante que, 
todavia, tenham sua realização, certa ou provável, após o término do exercício seguinte, o que, 
normalmente, significa realização num prazo superior a um ano (acima de 12 meses), a partir do próprio 
Balanço. São ativos de menor liquidez (transformam-se em dinheiro mais lentamente), que o circulante. Ex. 
: Créditos de coligadas e controladas, Impostos a recuperar, Investimentos temporários, despesas 
antecipadas, etc 
 
Permanente 
 São aqueles ativos que dificilmente serão vendidos, pois sua característica básica é, não se 
destinarem à venda e são usados por vários anos (vida útil longa) e sua reposição é lenta. 
 O permanente subdivide-se em três grupos: 
 
Investimento: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não 
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou 
empresa; Ex.: obra de arte, etc. 
Imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da empresa. 
São incluídos neste grupo todos o bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal 
da sociedade e dos seus empreendimentos, tais como: instalações, veículos, máquinas, etc. 
Intangível: Os que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou 
exercidos com essa finalidade. 
Portanto, é composto exclusivamente por contas representativas de bens incorpóreos. Ex.: Direitos 
Autorais, Marcas e Patentes, Software, etc. 
 
Diferido: extinto por medida provisória 449/08. Caracterizam-se por serem ativos intangíveis, que serão 
amortizados por apropriação às despesas operacionais, no período de tempo em que estiverem 
contribuindo para a formação do resultado da empresa. 
 Compreendem despesas incorridas durante o período de desenvolvimento, construção e 
implantação de projetos, anterior ao seu inicio de operação, pesquisas e desenvolvimento de produtos, 
implantação de projetos.A amortização destes ativos deverá ser feita, segundo a Lei 6.404, em prazo não superior a 10 
anos, a partir do inicio de operação da empresa. Normalmente, a amortização é feita linearmente pelo 
tempo que se espera de benefício futuro, tais como: gasto com pré-operacionais, gastos de reorganização, 
pesquisas e desenvolvimento de produtos, etc. 
 
Grupo de Contas do Passivo 
 O passivo agrupará contas de acordo com seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão 
liquidadas mais rapidamente, como exigibilidade inferior a 360 dias. 
 
Passivo Circulante 
 São obrigações como exigibilidade inferior a 360 dias dentro do exercício social seguinte (curto 
prazo): Ex. : contas a pagar, fornecedores, impostos a pagar, etc. 
 
Exigível a Longo Prazo 
 São as obrigações da empresa que serão liquidadas com o prazo superior a um ano (360 dias), tais 
como: financiamentos, títulos a pagar, debêntures, etc. 
 
Patrimônio Líquido 
 O Patrimônio Líquido representa o investimento dos sócios ou proprietários mais o lucro acumulado. 
 
 
 
 
Demonstração do Plano de contas dentro do Balanço Patrimonial 
 
 A parte do Plano de Contas que entram no balanço patrimonial são as contas PATRIMONIAIS, que 
representam o ATIVO, PASSIVO e PATRIMONIO LÍQUIDO. 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo Circulante: São contas que estão 
constantemente em giro, em movimento, com 
conversão rápida para dinheiro. EX.: caixa, 
banco, contas a receber, estoque, etc. 
Passivo Circulante: São obrigações exigíveis, a 
curto prazo. EX.: contas a pagar, impostos a 
pagar, salários a pagar, etc. 
Realizável a Longo Prazo: São bens ou direitos 
que transformarão em dinheiro após 12meses. 
EX.: adiantamento a coligadas, contas a receber 
a longo prazo. 
Exigível a Longo Prazo: são obrigações 
exigíveis, com mais de 12 meses. EX.: 
Financiamento, contas a pagar a longo prazo, 
debêntures, etc. 
Ativo Permanente: São Bens e Direitos que não 
se destinam à venda, vida útil longa. Subdivide-
se em três grupos: 
Resultado de Exercícios Futuros: são receitas 
diminuídas dos respectivos custos e despesas a 
elas correspondentes. Extinto pela pela Lei nº 
11.638/07 e MP nº 449/08 
Investimento: São as inversões financeiras de 
caráter permanente que geram rendimentos, não 
esta ligada a principal atividade da empresa. 
EX.: Obra de Arte, investimento em coligadas e 
controladas, etc. 
Patrimônio Líquido: recurso dos sócios ou 
proprietário aplicados na empresa, mais seu 
rendimento, que pode ser LUCRO ou Prejuízo. 
OBS.: Quando fechar o ARE e a DRE o 
resultado final deverá ser transferido para este 
grupo como LUCRO ou PREJUIZO 
ACUMULADO. 
Imobilizado: São itens utilizados na manutenção 
da atividade básica da empresa. EX.: Imóvel 
para a fabrica, veículos, máquinas, 
equipamentos, etc. 
Intangível: Os que tenham por objeto bens 
incorpóreos destinados à manutenção da 
companhia ou exercidos com essa finalidade. 
Portanto, é composto exclusivamente por contas 
representativas de bens incorpóreos. Ex.: 
Direitos Autorais, Marcas e Patentes, Software, 
etc. 
 
Diferido: extinto por medida provisória 449/08. 
Total Ativo: Somatório de todas as contas do 
ATIVO. 
Total Passivo: Somatório de todas as contas do 
PASSIVO 
 
 
 
 
14) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
 
 A Demonstração do Resultado do Exercício é um dos demonstrativos contábeis que vamos 
conhecer agora. A DRE é um complemento do Balanço Patrimonial, pois apresenta as contas que não 
aparecem no mesmo. A DRE nos demonstra se a empresa teve lucro ou prejuízo em um determinado 
exercício. 
 No Balanço Patrimonial demonstramos as contas patrimoniais; 
 Na DRE são demonstradas as contas de Receitas, Custo e Despesa conhecidas também como 
contas transitórias, são zeradas a cada fim de exercício. 
 De acordo com a legislação na forma vigente, as empresas devem adotar a demonstração do 
resultado do exercício na forma dedutiva ou vertical, cujas características são as seguintes: 
 Desta deduz-se o custo dos produtos vendidos, obtendo-se o lucro bruto. 
 Do lucro bruto são subtraídas as despesas operacionais, que, em geral, dividem-se em quatro 
grandes grupos: 
 Despesas operacionais com vendas - representadas pelas comissões, fretes para entrega etc. 
 Despesas gerais e administrativas - salários e encargos do pessoal administrativo, depreciações 
etc. 
 Despesas financeiras - juros e variação monetária de empréstimos etc., deduzidas das receitas 
financeiras. Amortizações de despesas diferidas, obtendo-se o lucro operacional. 
 Somando-se ou subtraindo-se ao lucro operacional as receitas e despesas não operacionais, 
obtém-se o lucro antes do imposto de renda. 
 Desse valor, devemos deduzir o da provisão para imposto de renda obtendo, assim, o lucro antes 
das participações estatutárias. 
Finalmente, se existirem, serão excluídas as participações estatutárias devidas a empregados, diretores etc. 
 O saldo final é o que denominamos lucro líquido do exercício. 
 
Modelo de DRE 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
Período do Exercício 
Nome da Empresa 
 
Receita de Vendas ou Receita Bruta 
(-) Deduções 
 (-) IPI 
 (-) ICMS 
 (-) PIS 
 (-) COFINS 
 (-) Devoluções 
(=) Receita Líquida 
(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (CPV) 
(-) Custo dos Serviços Prestados (CSP) 
(=) Lucro Bruto 
(-) Despesas Operacionais 
 (-) de Vendas 
 (-) Administrativas 
 (-) Financeiras 
(=) Lucro Operacional 
(-) Despesas não Operacionais 
(+) Receitas não Operacional 
(=) Lucro Antes do Imposto de Renda 
(-) Imposto de Renda 
(=) Lucro Depois do imposto de Renda 
(-) Participações 
 (-) Empregados 
 (-) Administradores 
(=) Lucro Líquido (Prejuízo ou Lucro) 
 
 
 
Encerramento das Contas de Resultado 
 
 Conforme exigência legal, ao final de cada exercício social ou período menor para atender às 
exigências do fisco federal (SRF), as empresas estão obrigadas a encerrar todas as contas de resultado. 
Esse encerramento ocorre no momento do confronto da Receita com a Despesa, para apurar o resultado do 
período. 
 Com o encerramento das contas de Receitas e Despesas, todas as contas de resultado ficam com 
saldo zero para o início do próximo exercício social. Assim, no novo exercício, começa-se a acumular 
receitas e despesas que ao final também serão encerradas. 
 
15) Balancete de Verificação 
 
 Conceito: É o instrumento contábil que apresenta, de forma agrupada, todas as contas que tiveram 
movimentação em determinado período. Este levantamento é feito através do livro razão das respectivas 
contas. O balancete é uma prévia do balanço patrimonial, porém de forma não definitiva. 
 O objetivo deste demonstrativo é nos dar uma visão preliminar das situações das contas e sua 
movimentação, sendo de grande importância para constatação de possíveis erros de classificação e 
escrituração. 
 Geralmente é emitido ao fim de cada período ( mês, bimestre, semestre, ano, etc.), e é composto 
dos seguintes campos: 
- data do evento; 
- nome da conta; 
coluna de saldo inicial; - coluna de débito; - coluna de crédito; - coluna de saldo final. 
 
Balancete de verificação Empresa Time Ltda. Em 30/01/200x 
Nome da Conta Saldo Inicial Débito Crédito Saldo Final 
ATIVO 
ATIVO CIRCULANTE 
DISPONÍVEL 
Caixa 
Bancos Conta Movimento 
Aplicações Financeiras 
CRÉDITOS REALIZÁVEIS 
Duplicatas a Receber 
(-) Duplicatas Descontadas 
Impostos a recuperar - ICMS 
Impostos a recuperar - IPI 
ESTOQUES 
Produtos em Elaboração 
Produtos Acabados 
Matérias Primas 
DESPESAS ANTECIPADAS 
Prêmios de Seguros 
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
Créditos de Controladas / Coligadas 
Empréstimos Compuls. s/ Combustíveis 
DESPESAS ANTECIPADAS 
Prêmiosde Seguros 
ATIVO PERMANENTE 
INVESTIMENTOS 
Participações em Control. e Coligadas 
 
 
 
Obras de Arte 
Imóveis não de uso (para renda) 
IMOBILIZADO 
Máquinas e Equipamentos 
Veículos 
Móveis e Utensílios 
(-) Depreciação Acumulada Imóveis 
(-) Depreciação Acumulada Máq./Equip. 
(-) Depreciação Acumulada Veículos 
(-) Depreciação Acumulada Móv./Utens. 
DIFERIDO 
Gastos de Implant. e Pré-Operacionais 
Pesquisa e Desenv. de Produto 
PASSIVO 
PASSIVO CIRCULANTE 
Fornecedores 
Empréstimos e Financiamentos 
Obrigações Fiscais - ICMS a Recolher 
Obrigações Fiscais - IPI a Recolher 
Contribuição Social - PIS a Recolher 
Contribuição Social - COFINS a Recolher 
Contribuição Social - IRPJ a Pagar 
Ordenados e Salários a Pagar 
Encargos Sociais a Pagar 
FGTS a Recolher 
Títulos a Pagar 
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
Empréstimos e Financiamentos 
Títulos a Pagar 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital Social Subscrito 
Capital Social a Integralizar 
RESERVAS DE LUCRO 
Reserva Legal 
Reserva Estatutária 
Reserva para Contingências 
LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 
 
 
 
Lucros Acumulados 
Prejuízos Acumulados 
 
Nome da Conta Saldo Inicial Débito Crédito Saldo Final 
CONTAS DE RESULTADO 
DESPESAS 
DESPESAS ADMINISTRATIVAS 
Energia 
Telefone 
Telegramas, Correios e Portes 
Água 
Combustível e Lubrificantes 
Conservação e Manutenção 
Impressos e Materiais de Escritório 
DESPESAS COM PESSOAL 
Honorários 
Salários e Ordenados 
Férias 
13º Salários 
DESPESAS COM VENDAS 
Viagens 
Comissões s/ Vendas 
DESPESAS FINANCEIRAS 
Juros Passivos (Concedidos) 
Descontos Concedidos 
Despesas, Juros e Comissões Bancárias 
 
CUSTOS 
Custos de Produtos Vendidos 
Custos de Mercadorias Vendidas 
Custos de Serviços Prestados 
 
RECEITAS 
RECEITAS COM VENDAS 
Vendas 
Outras 
RECEITAS FINANCEIRAS 
Juros Ativos (Recebidos) 
Descontos Obtidos 
 
 
 
 
16) Contabilidade versus gestão de custos 
 
 A contabilidade consiste no processo sistemático e ordenado de registrar as alterações ocorridas no 
patrimônio de uma entidade. Todavia, a depender do usuário e do tipo de informação requerida, a 
contabilidade pode assumir diferentes formas, apresentadas como: 
 Contabilidade financeira: condicionada às imposições legais e requisitos fiscais; 
 Contabilidade gerencial: voltada à administração de empresas, não se condiciona às imposições 
legais, tem o objetivo de gerar informações úteis para a tomada de decisões; 
 Contabilidade de custos: voltada à analise dos gastos realizados pela entidade no decorrer de 
suas operações. 
 A contabilidade financeira preocupa-se com as leis e normas e é obrigatória para as entidades 
legalmente estabelecidas. Seu objetivo maior está associado ao passado, e seus atos e práticas são 
estabelecidos por meio de regras normativas que, muitas vezes, comprometem a tomada de decisões. 
Algumas dessas “regras” recebem a denominação de princípios fundamentais da contabilidade, podemos 
mencionar: 
 Competência (da Realização): a receita é reconhecida apenas quando realizada, momento em 
que há a troca de mercadorias, bens ou serviços, por elementos do ativo, o lucro ou prejuízo 
somente se realiza no ato da venda; 
 Uniformidade (Consistência): o processo para registro contábil não deve ser mudado com 
frequência, para que os resultados contábeis não fiquem prejudicados. 
 Prudência (Conservadorismo): entre duas alternativas para o registro de um ativo, deve-se 
escolher entre o custo e o valor de mercado, dos dois o menor. O mesmo raciocínio deve ser 
seguido pelo contador no registro dos gastos que provocam dúvida de classificação ente custo de 
produção ou despesa do período, devendo prevalecer a escolha que representa redução imediata 
do resultado. 
 
 A contabilidade gerencial pode ser caracterizada como um enfoque especial conferido a várias 
técnicas e procedimentos contábeis empregados na contabilidade financeira e de custos, com objetivos 
diferentes, maior detalhamento, ou com forma de apresentação e classificação diferenciada a fim de auxiliar 
os gestores da entidade em seu processo decisório. Genericamente, enquanto a contabilidade financeira 
preocupa-se com os registros do patrimônio, segundo as normas, convenções e princípios contábeis, a 
contabilidade gerencial preocupa-se com o processo decisorial e de tomada de decisões. 
 
17) Contabilidade de Custos 
 
 A contabilidade de custos pode ser definida como o processo ordenado de usar os princípios da 
contabilidade geral para registrar os custos de operação deu um negócio. Destinada ao controle dos custos 
operacionais de uma empresa de finalidades industriais. Todavia, ela se aplica também a outras empresas 
que determinam o custo de suas operações, como custos administrativos, custos de entrega, custos de 
serviços etc. Dessa forma, com informações coletadas das operações e das vendas, a administração pode 
empregar os dados contábeis e financeiros para estabelecer os custos de produção e distribuição, unitários 
ou totais, para um ou para todos os produtos fabricados ou serviços prestados, além dos custos das outras 
diversas funções do negócio, objetivando alcançar uma operação racional, eficiente e lucrativa. 
 O nascimento da contabilidade de custo decorreu da necessidade de maiores e mais precisas 
informações, que permitissem uma tomada de decisão correta após o advento da Revolução Industrial. 
Anteriormente à Revolução Industrial, a contabilidade de custos praticamente não existia, já que as 
operações resumiam-se basicamente em comercialização de mercadorias. Nessa época, os estoques eram 
registrados e avaliados por seu custo real de aquisição. 
 Com a Revolução Industrial, as empresas passaram a adquirir matéria-prima para transformar em 
novos produtos. O novo bem criado era resultante da agregação de diferentes materiais e esforços de 
produção, constituindo o que se convencionou chamar de custo de produção ou fabricação. 
 A contabilidade de custos desempenha um papel relevante na identificação da estrutura de custos 
da empresa, pois esta contribui para a estratégia da empresa, sendo fator diferencial de competitividade 
entre as empresas. Identificar e quantificar as atividades que compõem o processo de produção na 
organização é função da contabilidade de custos. 
 As funções básicas da contabilidade de custos devem buscar atender a três razões primárias: 
a) Determinação do lucro: empregando dados originários dos registros convencionais contábeis, ou 
processando-os de maneira diferente, tornando-os mais úteis à administração; 
b) Controle das operações: e demais recursos produtivos, como os estoques, com a manutenção de 
padrões e orçamentos, comparações entre previsto e realizado; 
c) Tomada de decisões: o que envolve produção (o que, quanto, como e quando fabricar), formações 
de preços, escolha entre fabricação própria ou terceirizada. 
 
 
 
 
Objetivos da Contabilidade de Custos 
 
 A Contabilidade de custos foi inicialmente desenvolvida para fornecer dados de custos apropriados 
às demonstrações contábeis segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade, porém teve uma 
importante evolução nas últimas décadas, tornando-se um instrumento da Contabilidade Gerencial. 
 Em termos amplos é possível relatar o objetivo da Contabilidade de Custo como: 
A apreensão, classificação, registro, análise e interpretação dos valores físicos e monetários das variaçõespatrimoniais – ocorridas, projetadas ou simuladas – pertencentes ao ciclo operacional da entidade, com 
vistas à tomada de decisões de cunho administrativo, nos seus diversos níveis de comando. 
 
Especificamente a Contabilidade de Custos objetiva a (o): 
a) avaliação de estoques; 
b) atendimento das exigências ficais; 
c) determinação do resultado; 
d) planejamento; 
e) formação do preço de venda; 
f) controle gerencial; 
g) avaliação de desempenho; 
h) controle operacional; 
i) análise de alternativas; 
j) estabelecimento de parâmetros; 
k) obtenção de dados para orçamentos; 
l) tomada de decisão 
 
18) Definições Básicas 
 
 Para poder discutir o processo de formação dos custos e preços, alguns temos técnicos são 
empregados. Muitos desses termos mais comuns são empregados na contabilidade geral e desta última 
são trazidos para a contabilidade de custos. Alguns dos principais termos são: 
 
 Receita: corresponde, em geral, a vendas de mercadorias ou prestação de serviços. Ela aparece 
(reflete) no Balanço Patrimonial através da entrada de dinheiro no caixa ou conta corrente (a vista) 
ou contas a receber (a prazo); 
 Gasto ou (Dispêndio): consiste em todo sacrifício para aquisição de um bem ou serviço com 
pagamento à vista ou a prazo. Num primeiro momento, todo sacrifício para aquisição de bem ou 
serviço é um gasto. Segundo a contabilidade, serão em ultima instancia classificados como custos 
ou despesas, a depender de sua importância na elaboração do produto ou serviço. Alguns gastos 
podem ser temporariamente classificados como investimentos e, à medida que forem consumidos, 
receberão a classificação de custos ou despesas; 
 Investimento: é a aplicação de algum tipo de recurso, com a expectativa de receber algum retorno 
futuro, superior ao aplicado. Ex.; matéria-prima, máquinas para a fábrica, etc; 
 Custo: Gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Portanto, 
é associado ao produto ou serviço produzido pela entidade. Ele também é um gasto, só que 
reconhecido como custo no momento da fabricação de um produto ou execução de um serviço. 
Todo o gasto no processo de industrialização, que contribuem com a transformação da matéria-
prima, entendeu como custo. Ex.: mão-de-obra, matéria-prima, depreciação, embalagens, etc; 
 Despesa: corresponde a todo consumo bens ou serviços, direta ou indiretamente para obtenção de 
receita. Não está associado à produção de um produto ou serviço. É exatamente aqui que despesa 
se diferencia de perda, pois a perda não gera receita. Ex.: Comissões de vendas, etc; 
 Desembolso: representa a saída de recursos financeiros do caixa da entidade, para pagamento. 
Na verdade, em algum momento o gasto será um desembolso. Todavia, nem todo desembolso é 
um gasto. Não se deve confundir despesa com desembolso. Ex.: amortização ou aquisição de 
empréstimo bancário é um desembolso, mas não é um gasto; 
 Perda: representa bens ou serviços consumidos de uma forma involuntário, anormal, extraordinário. 
Consiste em (i) um gasto não intencional decorrente de fatores externos extraordinários ou (ii) 
atividade produtiva normal da empresa. Na primeira situação, devem ser considerados como 
despesas e lançados diretamente contra o resultado do período. Na segunda situação, devem ser 
classificados como custo de produção do período. Ex.: greves, incêndio, quebra de produtos, etc; 
 Desperdício: é o esforço econômico que não agrega valor ao produto da empresa e nem serve 
para suportar diretamente o trabalho efetivo. Esse conceito é mais abrangente do que o anterior, 
pois, além das perdas anormais, engloba, também, as ineficiências normais do processo; 
 Recebimentos: correspondem aos ingressos de recursos no caixa da empresa; 
 
 
 
 
19) Diferença contábil entre custos e despesas 
 
 Possivelmente, a primeira polemica na terminologia da contabilidade de custos refere-se à distinção 
entre custos e despesas. De modo geral, os custos “vão para as prateleiras”, sendo armazenados nos 
estoques – são consumidos pelos produtos ou serviços durante seu processo de elaboração. Já as 
despesas estão associadas ao período – não repercutem, diretamente, na elaboração dos produtos ou 
serviços prestados. 
 Custos estão diretamente relacionados ao processo de produção de bens ou serviços. Diz-se que 
os custos vão para as prateleiras: enquanto os produtos ficam estocados, os custos são ativados na conta 
“Estoques” do Balanço Patrimonial. Somente farão parte do calculo do lucro ou prejuízo, dentro da 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), quando for realizada sua venda. 
 Despesas estão associadas a gastos administrativos, com vendas e incidência de juros (despesas 
financeiras) etc. Possuem natureza não fabril, integrando a Demonstração do Resultado do Exercício, no 
momento em que incorrem. Diz-se que as despesas estão associadas ao momento de seu consumo ou 
ocorrência. 
 Pela Lei das Sociedades por Ações, depois de subtrair as deduções, chegando-se à Receita 
Líquida, subtraem-se os Custos dos Produtos Vendidos – CPV (Industria), os Custos das Mercadorias 
Vendidas – CMV (Comercio) ou os Custos dos Serviços Prestados – CSP (Prestação de serviços). Neste 
momento, encontra-se o Lucro Bruto. 
 Só aí a lei vai falar de despesas, denominando-se Despesas Operacionais. 
 As despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e 
financiar as operações. Enfim, são todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade 
operacional da empresa. Exemplo: despesas de Vendas, Despesas Administrativas, Despesas Financeiras, 
etc. 
 
20) Classificação de custos 
 
 A depender do interesse e da metodologia empregada, diferentes são as classificações empregadas 
na contabilidade de custos. 
 Em relação à forma de associação dos custos com os produtos fabricados, os primeiros podem ser 
classificados de diferentes formas quanto à aplicabilidade em: 
 
 Custos Diretos ou primários: são aqueles vinculados diretamente incluídos no cálculo dos 
produtos. Consistem nos materiais diretos usados na fabricação do produto e mão de obra direta. 
Apresentam a propriedade de serem perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Esses variam 
com a quantidade produzida. Sem ele o produto não existiria. Sua apropriação pode ser direta (sem 
rateio), bastando que exista uma medida de consumo, como Quilogramas, Horas-Máquina, Horas-
Homem trabalhadas, etc. Exemplos: matéria prima, aço para fabricar chapas, mão de obra direta, 
etc. 
 Custos Indiretos: são aqueles que não podem ser apropriados diretamente a cada tipo de bem, no 
momento de sua ocorrência, mas sim ao conjunto do processo produtivo. Para serem incorporados 
aos produtos, obedecem a uma mecânica de apropriação, de um processo de rateio. Ex.: 
Depreciação de equipamentos, salários de supervisores linha de produção, aluguel da fábrica, etc. 
 Custos de Transformação: igualmente denominados custos de conversão ou de custos de 
agregação. Consistem no esforço agregado pela empresa na obtenção do produto. Exemplos: mão 
de obra direta e custos indiretos de fabricação. 
 
 O comportamento dos custos em relação ao volume permite analisar as variações nos custos totais 
e unitários em relação a diferentes volumes de produção. 
 Os custos podem ser genericamente classificados quanto à variabilidade em: 
 Custos Fixos: são custos que, em determinado período de tempo e em certa capacidade instalada, 
não variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa. Existem mesmo que não haja 
produção. Podem ser agrupados em: custo fixo de capacidade – custo relativo às instalações da 
empresa, refletindo a capacidade instalada da empresa, como depreciação, amortização etc.; custo 
fixo operacional – relativo à operação das instalações da empresa, como seguro, imposto predial 
etc. Exemplos clássicos de custos fixos podem serapresentados por meio dos gastos com aluguéis 
e depreciação, independente dos volumes produzidos, os valores registrados com ambos os gastos 
serão os mesmos. Os custos fixos possuem uma característica interessante: são variáveis quando 
calculados unitariamente em função das economias de escala. Ex.: Aluguel da fábrica, seguros, 
imposto predial, etc; 
 Custos Variáveis: seu valor altera-se diretamente em função das atividades da empresa. Quanto 
maior a produção, maiores serão os custos variáveis. Assim como os custos fixos, os custos 
 
 
 
variáveis possuem uma característica: são genericamente tratados como fixos em sua forma 
unitária. Exemplos matérias-primas, embalagens etc; 
 Custos semifixos: são aqueles que não alteram com a variação da quantidade produzida em 
determinado patamar, passando desse torna-se variáveis, ate estabilizar novamente. Ex.: Aluguel 
da fábrica, agua, seguros, impostos predial, etc; 
 Custos Semivariáveis: correspondem a custos variáveis que não acompanham linearmente a 
variação da produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de certos limites. Exemplo energia 
elétrica que é fixo até um determinado consumo, atingindo este limite, torna-se variável. 
 
 
 
Valor Valor 
 
 
 
 
 
 
 Qtidade Produzida Qtidade Produzida 
 
 Custos Fixos Custos Variáveis 
 Ex.: Aluguel Ex.: Materiais Diretos 
 
 
 
Valor Valor 
 
 
 
 
 
 
 Qtidade Produzida Qtidade Produzida 
 
 Custos Semivariáveis Custos Semifixos 
 Ex.: Copiadora Ex.: Conta de água 
 
 
De forma similar aos custos, as despesas também podem receber esta classificação: 
 Despesas Fixas: não variam em função do volume de vendas. Exemplo: aluguel e seguro das 
lojas; 
 Despesas Variáveis: variam de acordo com as vendas. Exemplo: comissões de vendedores, 
gastos com fretes. 
 
De acordo com sua controlabilidade, ou seja, quanto ao fato de a decisão poder ou não afetar os custos, 
estes podem ser: 
 Controláveis: quando podem ser controlados por uma pessoa, dentro de uma escala hierárquica 
predefinida. A pessoa responsável poderá se cobrada de eventuais desvios não previstos; 
 Não controláveis: quando fogem ao controle do responsável pelo departamento. Por exemplo, 
rateio do aluguel. Em uma escala hierárquica superior, todos os custos são controláveis. 
 
A depender da situação analisada, os custos podem se agrupados em diferentes categorias, em função da 
necessidade de tomada de decisões especiais: 
 Incrementais: também denominados diferenciais ou marginais. Custos incorridos adicionalmente 
em função de uma decisão tomada; 
 De oportunidade: benefício relegado em decorrência da escolha de outra alternativa; 
 Evitáveis: custos que serão eliminados se a empresa deixar de executar alguma atividade; 
 Inevitáveis: independentemente da decisão a ser tomada, os custos continuarão existindo; 
 Empatados: também denominados sunk costs ou custos afundados ou enterrados. Por já serem 
sido incorridos e sacramentados no passado, não devem influir em decisões para o futuro, por 
serem irrelevantes. São custos irrecuperáveis. 
 
 
 
 
 Em relação à base monetária empregada na análise ou estimativa de custos, estes podem ser 
classificados da seguinte forma: 
 Históricos: custos em valores originais da época em que ocorreu a compra, de acordo com a Nota 
Fiscal; 
 Históricos corrigidos: custos históricos acrescidos de correção monetária, trazidos para o valor 
monetário atual; 
 Correntes: também denominados custos de reposição. Representam o custo necessário para repor 
um item no total; 
 Estimados: custos previstos para o futuro; 
 Padrão: custo estimado presumindo-se maior eficiência técnica e financeira. Corresponde a um 
valor ideal a ser alcançado pela empresa; 
 Objetivo ou meta: também denominado target cost. Representam metas de valores a serem 
obtidos em negociações ou no futuro. 
 
Os custos podem também ser classificados quanto à responsabilidade. Nesse caso, os custos são alocados 
em componentes organizacionais com decisões hierárquicas diferenciadas. 
 
21) Classificações de sistemas de custeio 
 
 Os sistemas de custeio referem-se às formas como os custos são registrados e transferidos 
internamente dentro da entidade. Identificam os custos dos estoques de produção em andamento e de 
produtos acabados. De forma similar aos custos, os sistemas de custeio também podem receber diferentes 
classificações. 
 
Característica Classificação 
Mecânica de 
acumulação 
Ordem específica: quando são transferidos para determinadas solicitações de 
fabricação. Adequado para empresas que produzem bens ou serviços sob encomenda, 
apresentam demanda intermitente ou fabricação de lotes com características próprias. 
 
Processo: quando a empresa é caracterizada por apresentar produção continua, com 
produtos apresentados em unidades idênticas, produção em massa e demanda 
constante. 
Grau de 
absorção 
Por absorção: quando os custos indiretos são transferidos aos produtos e serviços. 
 
Direto: quando, no calculo do custo dos produtos ou serviços produzidos, apenas os 
custos diretos – isto é, os que estão associados de forma clara aos produtos – são 
incorporados. Custos indiretos são considerados periódicos e lançados diretamente no 
demonstrativo de Resultado do Exercício, não sendo incorporados ao cálculo do custo 
dos produtos e serviços. 
Momento de 
apuração 
Pós-calculados: equivalem aos custos reais apurados no final do período. 
 
Pré-calculados: representam o custo alocado ao produto mediante taxas 
predeterminada de CIF, elaborados com base na média dos CIFs passados, em 
possíveis mudanças futuras e no volume de produção. 
 
Padrão: custo cientificamente predeterminado, constituindo base para avaliação do 
desempenho efetivo. Representa o quanto o produto deviera custar 
 
22) Elementos de custos 
 
 Os principais elementos que influenciam no resultado de qualquer entidade são representados por 
meio das receitas auferidas, dos custos, diretos ou indiretos, e despesas incorridas. 
 Enquanto os custos diretos podem ser facilmente associados aos produtos fabricados, os custos 
indiretos precisam passar por etapa intermediaria, denominada rateio, para, a partir daí, serem incorporados 
aos produtos. Na ótica contábil, receitas e despesas são confrontadas diretamente no momento de 
apuração do resultado. 
 Em relação ao custo da produção, sob a ótica contábil este poderia ser expresso por meio de uma 
composição formada por três elementos básicos, descritos como: 
 Material direto (MD): todo material que pode ser identificado como uma unidade do produto: - que 
esta sendo fabricado; e – que são da fábrica incorporado ao produto ou utilizado como embalagem; 
 Mão de obra direta (MOD): são aqueles diretamente relacionados com os trabalhadores em 
atividades de confecção do produto, isto é, todo salário devido ao operário que trabalha diretamente 
no produto, cujo tempo pode ser identificado com a unidade que esta sendo produzida; 
 
 
 
 Custos indiretos de fabricação (CIF): todos os custos relacionados com a fabricação que não 
podem ser economicamente identificados com as unidades que estão sendo produzidas. Ex.: 
aluguel da fábrica, materiais indiretos, mão de obra indireta, seguro, impostos, depreciação, etc. 
 
 Outros gastos significativos, porém não classificados com custos, são agrupados como: 
 Despesas diversas: não podem ser alocadas ao produto final. Ex.: despesas com vendas, 
salários pessoal administrativo, agua e luz do escritório. 
 Em relação à associação com as unidades produzidas, outras terminologias podem ser utilizadas na 
classificação dos custos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em relação a sua associação ao produto ou serviço elaborado, os custos podem ser representados,vejamos algumas das principais classificações: 
 Custos primários ou diretos (CD): estão associados diretamente à produção, equivalendo à 
soma do material direto com a mão de obra direta; 
 Custos de transformação ou de conversão (CT): representam o esforço da própria empresa 
para transformar o material adquirido do fornecedor em produto acabado. Equivalem à soma da 
mão de obra direta mais os custos indiretos de fabricação, exceto a matéria prima; 
 Custo fabril (CF): representa a soma dos três elementos do custo: material direto ou matéria 
prima (MP), mão de obra direta (MOD) e custos indiretos de fabricação (CIF). São incorridos 
durante o processo de fabricação e incorporados aos estoques de produtos em processo. 
Quando os itens são finalizados, estes, custos e estoques, são transferidos para o estoque de 
produtos acabados; 
 Custos de Fabricação = MP + MOD + CIF 
 
 Custos das mercadorias vendidas (CMV): representam a saída dos estoques da entidade 
para o comprador. Podem ser denominados CMV, quando a operação é mercantil, CPV (Custo 
dos produtos vendidos), quando a operação é industrial, ou CSP ou CSV (custos dos serviços 
prestados ou vendidos), quando estiverem associados a operação de serviços. Consistem na 
última etapa do processo de formação de custos. São os valores retirados dos estoques e 
entregues aos clientes. Como estão associados ao período, podem ser vistos, na verdade, 
como despesas – já que saem dos estoques e estão associados a um consumo temporal – e 
não como custos – que estão associados ao processo de formação de estoques; 
 Custos integrais ou plenos ou gastos totais: correspondem à soma de todos os valores 
consumidos pela empresa para a elaboração do produto ou prestação de serviço, incluindo 
custos e despesas. 
 Custos irrecuperáveis ou afundados: correspondem a custos sem recuperação possível. Ex.: 
quando uma empresa opta por realizar uma pesquisa de mercado para estimar a viabilidade do 
lançamento futuro de um novo produto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Custo primário ou direto 
 Custo de transformação 
 
 
 
 
 Custo total, contábil ou fabril 
 
 
 
 
 Gastos totais ou custo integral ou custo pleno 
MD 
Materiais Diretos 
Matéria-Prima 
Embalagem 
MOD 
Mão de obra Direta 
Mensuração e identificação 
de forma direta 
CIF 
Custos Indiretos 
Custos que não são 
MD nem MOD 
Despesas 
Gastos não 
associados à 
produção 
 
 
 
 Custos de oportunidade: são os custos associados a uma alternativa abandonada ou 
preterida. Ex.: empresa resolve aproveitar um resíduo industrial de seu processo produtivo na 
elaboração de um novo produto. A alternativa de venda do resíduo foi preterida para uso na 
elaboração do novo produto. 
 
23) Princípios e Métodos de Custeio 
 
 A analise de um sistema de custos pode ser efetuada sob dois pontos de vista. Primeiro, podemos 
ver se o tipo de informação gerada é adequado às necessidades da empresa e quais seriam as informações 
importantes que deveriam ser fornecidas. Essa discussão está inteiramente relacionada com os objetivos do 
sistema, pois a relevância das informações depende de sua finalidade. Assim, o que é importante para uma 
decisão pode não ser válido para outra. À analise do sistema, sob este enfoque, será dada a denominação 
principio de custeio. 
 A outra visão no estudo do sistema diz respeito à parte operacional do mesmo, ou seja, a como os 
dados são processados para a obtenção das informações. A expressão método de custeio será 
empregada para se referir ao sistema encarado sob este prisma. 
 De um modo mais geral, o sistema de custos vai, primeiramente, decidir o que dever ser 
considerado (qual informação é importante) para, em seguida, analisar como a informação será obtida (de 
que forma será a operacionalização do sistema). 
 
 Insumos Produtos 
 (Custos) 
 
24) Sistema de Custeio 
 
 Os sistemas de custeio referem-se às formas como os custos são registrados e transferidos 
internamente dentro da entidade. É o fundamento da Contabilidade de Custos ligado à decisão de como 
deve ser mensurado o custo do produto. Então, podemos dizer que é o método de custeio um modelo para 
a decisão, mensuração e informação. 
 A mensuração da receita dos produtos e serviços, recursos, atividades e da empresa tem como o 
fundamento o preço de mercado. Custeio significa método de Apropriação de Custos. Assim, existe Custeio 
por Absorção, Custeio Direto, Custeio Padrão, Marginal, ABC, RKW e etc. 
 
 Kliemann e Antunes (apud MARTINS, 1997) afirmam que o Sistema de Custeio “deverá ser capaz 
de incentivar melhorias contínuas no gerenciamento da empresa, tanto a nível dos processos produtivos 
como da concepção dos artigos a serem fabricados”. 
 Para Martins (1998, p.22) “a contabilidade de custos tem duas funções relevantes: auxílio ao 
controle e na ajuda às tomadas de decisões”. 
 Kaplan e Cooper (2000, p.13), identificam que as empresas precisam de sistemas de custeio para 
realizar, os seguintes objetivos: 
 Avaliar estoques e medir o custo dos bens vendidos para a geração de relatórios financeiros; 
 Estimar as despesas operacionais, produtos, serviços e clientes; 
 Oferecer feedback econômico sobre a eficiência do processo a gerentes e operadores. 
 O primeiro objetivo atende as necessidades dos usuários externos, através de relatórios auditáveis 
e que satisfaça os princípios contábeis geralmente aceitos. O segundo e terceiro objetivos surgem das 
necessidades de compreensão e aperfeiçoamentos por parte dos gerentes, dos aspectos às suas 
operações, com vistas no aperfeiçoamento das mesmas. 
 
25) Formação do Custo de Produção 
 
Custo de Produção ou Custo de Fabricação é o valor dos insumos usados na fabricação dos produtos 
da empresa. Sendo normalmente divididos em: 
 Materiais Diretos; 
 Mão de obra direta; 
 Custos indiretos de Fabricação (CIF). 
 
Processo Produtivo 
 
 
 
Materiais Diretos 
 
 O material direto, ou simplesmente, MD, é formado pelas matérias primas, embalagens, 
componentes adquiridos prontos e ou materiais utilizados no processo de fabricação, que podem ser 
associados diretamente aos produtos, ou seja, são aqueles que integram fisicamente o produto, e que 
representam a parte “visível” do custo. 
 De modo geral, a gestão de materiais diretos costuma envolver problemas relacionados a três 
campos: 
 Avaliação: qual o montante a atribuir quando várias unidades são compradas por preços diferentes, 
como contabilizar sucatas, etc.; 
 Controle: como distribuir as funções de compra, pedido, recepção e uso, como organizar o kardex 
de controle, como inspecionar para verificar o efetivo consumo; 
 Programação: quando comprar, como comprar, fixação de lotes econômicos de aquisição, 
definição de estoques mínimos de segurança etc. 
 
Composição do Custo dos Materiais Diretos 
 
 Ao adquirir materiais, geralmente a empresa incorre em outros gastos que não somente o valor 
pago ao fornecedor. Pode o comprador ser o responsável pelo frete, seguro, armazenagens e outros gastos 
e, se o material for importado, pelo frete marítimo ou aéreo, despesas aduaneiras e outros gastos conforme 
Martins (1998) todos os gastos incorridos para colocação do ativo em condições de uso. 
 
 O valor do material pode ser obtido mediante a aplicação da sequência de cálculos. 
 = valor pago ao fornecedor 
 (-) IPI (se houver recuperação) 
 (-) ICMS (se houver recuperação) 
 (+) frete (se houver) 
 (-) ICMS (se houver sobre o Frete) 
 (+) seguro (se houver ) 
 (+) armazenagem e outros gastos 
 = valor do material 
 
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados 
ICMS - Imposto sobre Circulação de mercadorias 
 
 Se o material integrar a politica de estoques da empresa, esse será o custo do material a ser 
ativado. Se for adquirido para aplicação especificaem um produto, esse será o custo apropriado a ele. 
 
O IPI e ICMS incidentes nas compras 
 
 Os impostos incidentes na aquisição dos materiais destinados à produção merecem atenção 
especial. Para exemplificar, consideremos apenas o IPI (imposto sobre produtos industrializados) e o ICMS 
(imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços). Esses impostos são “pagos” somente uma vez, 
pelo consumidor final. 
 O processo funciona assim: 
 Uma empresa vende seu produto e cobra os impostos do cliente, recolhendo-os para o governo. 
Portanto, esses impostos não integram sua receita. 
 A empresa compradora utiliza o material na fabricação de seu produto, que também será vendido. 
Ao vendê-lo, cobra os impostos de seu cliente. 
 Se, nessa segunda operação de vendas, a empresa vendedora recolher os valores dos impostos 
recebidos, o governo receberá os impostos duas vezes (relativos à primeira e à segunda operação 
de vendas). Isso, no entanto, não ocorre, isto é, não há incidência em cascata desses impostos. 
Eles são compensados pelo cliente/consumidor seguinte até atingir o consumidor final, que não terá 
como repassá-lo; desse modo, constitui custo seu, por não compensá-lo. 
 
 Caso a indústria não possua nenhum tipo de isenção ou suspensão do IPI nas suas matérias 
primas, mas os tem nos produtos acabados, acaba por ter nesse imposto um acréscimo do próprio material 
adquirido. Ex.: a indústria alimentícia, onde se paga IPI na aquisição das embalagens, porém todos os seus 
produtos estão isentos dele. Não há possibilidade de recuperação do imposto pago nas embalagens, acaba 
arcando com eles como sacrifício seu. O IPI deve ser agregado ao custo das embalagens, como se fizesse 
parte integrante de seu valor. 
 Uma outra realidade existe onde a empresa paga IPI na compra de seus materiais e também tem 
seus produtos tributados. Ela funciona como intermediária entre o pagador final do imposto e o Governo 
 
 
 
Federal. Não possui receita quando cobra IPI de seu cliente, e não tem nenhuma despesa ou custo quando 
paga o encargo a seu fornecedor. 
 Segundo Martins (1998) O ICMS tem as mesmas características que o IPI. Cada real pago na 
compra de materiais representa um adiantamento feito pela empresa; ao efetuar suas vendas, recebe dos 
clientes uma parcela a título desse imposto, e, após se ressarcir do que havia adiantado, recolhe o 
excedente ao governo estadual. Não é, portanto, nem receita o que recebe nem despesa ou custo o que 
paga. 
 Vejamos um exemplo desta operação: 
 Supomos, por exemplo, que a matéria-prima V seja transformada no produto X pela empresa Alfa. 
Esse produto X volta a ser matéria-prima no produto Y quando transformado pela empresa Beta. O 
produto Y, por sua vez, volta a ser matéria-prima quando aplicado no produto Z pela empresa Gama, que 
o venderá a um consumidor final. 
 Suponhamos também que o fabricante de X vende a matéria-prima por $2.200,00, valor no qual 
estariam inclusos 10% de IPI (200,00) e 18% de ICMS (360,00). O fabricante de Y adquire e utiliza a 
matéria-prima em seu produto, que é vendido por $22.000,00, valor que inclui 10% de IPI ($2.000,00) e 18% 
de ICMS ($3.600,00). O fabricante de Z adquire e utiliza a matéria-prima em seu produto, que é vendido 
por $110.000,00, valor que inclui 10% de IPI ($10.000,00) e 18% de ICMS ($18.000,00). 
 Ocorreram três transações, e em suas notas fiscais de vendas os fabricantes discriminaram, no 
total, $12.200,00 de IPI e $21.960,00 de ICMS. Entretanto, não seriam esses os valores recolhidos para o 
governo, pois os impostos não constituem custo nem receita para as empresas. Representam para elas, na 
compra, um adiantamento para o governo dos impostos que são compensados quando da venda de seus 
produtos, ocasião em que tais impostos são cobrados novamente. As empresas funcionam como 
intermediárias entre o governo e o cliente. 
 No exemplo acima, seriam recolhidos ao governo os seguintes valores: 
 
Fabricante de X 
Valor bruto de venda ---------------------------------$2.200,00 
(-)IPI incluso (10%)------------------------------------$ 200,00 
(-)ICMS incluso (18%)--------------------------------$ 360,00 
(=)Receita líquida da venda-------------------------$1.640,00 
 
Esse fabricante recolheria $200,00 de IPI para o governo federal e $360,00 de ICMS para o governo 
estadual. 
 
Fabricante de Y 
Valor pago ao fabricante de X --------------------$2.200,00 
(-)Crédito de IPI (10%)--------------------------------$ 200,00 
(-)Crédito de ICMS (18%)----------------------------$ 360,00 
(=)Custo da matéria-prima---------------------------$1.640,00 
 
Valor bruto de venda ---------------------------------$22.200,00 
(-)IPI incluso (10%)------------------------------------$ 2.000,00 
(-)ICMS incluso (18%)--------------------------------$ 3.600,00 
(=)Receita líquida da venda-------------------------$16.600,00 
 
Esse fabricante recolheria $1.800,00 ($2.000,00 - $200,00) de IPI para o governo federal e $3.240,00 
($3.600,00-$360,00) de ICMS para o governo estadual. 
 
Fabricante de Z 
Valor pago ao fabricante de Y --------------------$22.000,00 
(-)Crédito de IPI (10%)--------------------------------$ 2.000,00 
(-)Crédito de ICMS (18%)----------------------------$ 3.600,00 
(=)Custo da matéria-prima---------------------------$16.600,00 
 
Valor bruto de venda ---------------------------------$110.000,00 
(-)IPI incluso (10%)------------------------------------$ 10.000,00 
(-)ICMS incluso (18%)--------------------------------$ 18.000,00 
(=)Receita líquida da venda-------------------------$ 82.000,00 
 
Esse fabricante recolheria $8.000,00 ($10.000,00 - $2.000,00) de IPI para o governo federal e $14.400,00 
($18.000,00 - $3.600,00) de ICMS para o governo estadual. 
 
 
 
 
 
 
 
IPI 
Do Produto X $ 200,00 
Do Produto Y $ 1.800,00 
Do Produto Z $ 8.000,00 
Total $10.000,00 
 
 
ICMS 
Do Produto X $ 360,00 
Do Produto Y $ 3.240,00 
Do Produto Z $14.400,00 
Total $18.000,00 
 
A soma dos impostos recolhidos equivale ao valor dos impostos destacados em nota fiscal pelo fabricante 
do produto Z, dessa forma, não ocorre incidência em cascata. Será custo para o consumidor final, pelo fato 
de ele não ter como compensá-lo. 
 
26) Avaliação de materiais diretos: Principais critérios 
 
 Sistema de inventário periódico: quando a empresa não mantem um controle contínuo dos 
estoques. O consumo só pode ser verificado após os inventários (contagem física dos estoques), em geral 
quando do fechamento do Balanço patrimonial, e posterior avaliação de acordo com critérios legais. O 
consumo pode ser calculado em uma empresa industrial mediante o emprego da seguinte equação: 
Consumo de material direto = estoque inicial + compras – estoque final 
 
 Sistema de inventario permanente: existe o controle contínuo da movimentação do estoque do 
estoque. Solicitações de produção e vendas são controladas individualmente. Estoque e CPV podem ser 
calculados em qualquer momento pela contabilidade. Periodicamente, a contagem física pode ser feita para 
fins de auditoria e controle interno. Encontrando eventuais sobras ou faltas, novos ajustes devem ser feitos 
nos registros contábeis. 
 
 Para uma empresa que aplica um sistema de inventario permanente, a apuração dos custos pode 
ser feita pela contagem e tabulação das requisições ao estoque ou almoxarifado. No entanto, uma empresa 
que controla seus estoques por meio de inventários periódicos precisará aplicar a equação anterior. 
 
27) Métodos de Avaliação dos Estoques 
 
 As empresas efetuam compras de materiais de acordo com suas necessidades, geralmente em 
conformidade com políticas de estoque. Alguns materiais são adquiridos com frequência; porém, como eles 
podem ser comprados em diferentes datas e de diferentes fornecedores, os preços e as condições de 
pagamento podem variar em função defatores como frete e seguro, por exemplo, que ora são pagos pelo 
fornecedor, ora pelo comprador. 
 Considerando essa diversidade de situações, é provável que no estoque existam várias unidades do 
mesmo material com custos de aquisição diferentes. Então, quando requisitarmos um material para 
consumo, qual custo deverá considerar: o mais recente, o mais antigo ou uma média? Enfim, qual custo 
deverá ser atribuído à requisição? Qual será o custo do saldo remanescente no estoque? 
 Segundo Martins (1998) “se a matéria prima for adquirida para uso em uma determinada ordem de 
produção ou encomenda, não haverá dúvidas no reconhecimento do quanto lhe atribuir: será seu preço de 
aquisição”. As empresas, no entanto adquirem diversos materiais com frequência, porém de diversos 
fornecedores com preços e condições diferentes. Dessa forma tem-se o mesmo material por valores 
diferentes. Então quando se requisita um material para consumo, qual o custo a ser considerado? Qual o 
saldo remanescente no estoque? 
 Para resolver essas questões, foram criados alguns métodos de avaliação de estoque, dos quais os 
mais utilizados são: 
 
 UEPS (Ultimo a entrar, primeiro a sair) ou LIFO (Last-in, first-out): as quantidades requisitadas 
são valorizadas pelo custo da aquisição mais recente, desde que haja saldo dessa aquisição no 
estoque. Quando o saldo for esgotado, deve-se passar à anterior, e assim sucessivamente. Havendo nova 
compra, esta passará a ser a última entrada. A requisição seguinte será valorizada pelo custo da última 
compra, até que seu saldo se esgote. Então se utilizará a entrada anterior que ainda tiver saldo. A 
legislação fiscal brasileira não permite o emprego desse critério em decorrência da “antecipação” dos 
benefícios fiscais, decorrentes do cálculo de custos maiores, especialmente em épocas de altas taxas de 
inflação. 
 
 PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair) ou FIFO (First-in, first-out): o custo a ser contabilizado 
em decorrência de consumo no processo produtivo. São baixados, em primeiro lugar, os materiais diretos 
adquiridos há mais tempo e, depois, os mais novos, nesta ordem. Quando o saldo for esgotado, deve-se 
passar à seguinte, e assim sucessivamente. 
 
 
 
 
 Custo médio ponderado: pode ser móvel ou fixo. O custo a ser contabilizado representa uma 
média dos custos de aquisição. 
 
 Conforme exposto, algumas das vantagens e desvantagens de cada um dos métodos podem ser 
descritas no quadro seguinte, especialmente em períodos de alta volatilidade de preços. 
 
Métodos Estoque Lucro Imposto de Renda 
UEPS Menos estoque Menos lucro Menos Imposto de Renda 
Custo Médio Meio termo entre UEPS e 
PEPS 
Meio termo entre UEPS e 
PEPS 
Meio termo entre UEPS e 
PEPS 
PEPS Mais Estoque Mais lucro Mais Imposto de Renda 
 
 É importante destacar que o controle financeiro de movimentação de estoques com base nos 
critérios PEPS ou UEPS não implica o mesmo controle, ou sistemática do controle físico, dos itens 
controlados. Itens de grande relevância, como eletroeletrônicos ou automóveis, podem ser controlados 
físicos similares aos financeiros, como o primeiro que entra o primeiro que sai. Todavia, produtos 
comprados ou armazenados a granel, como combustível ou substâncias químicas, terão um controle 
individualizado impossível. 
 
28) Alternativas de Avaliação 
 
 No custo histórico os ativos são mensurados pelo seu valor na data de aquisição e tem-se como 
variantes deste princípio: médias ponderadas fixa e móvel, PEPS e UEPS, sendo, aceitas pelo Fisco 
somente o PEPS e a Média Ponderada Móvel (Martins, 1998). 
 Algumas vantagens no custo histórico são ressaltadas da sua utilização: a objetividade e a 
verificabilidade dos valores envolvidos na transação; como limitações tem-se que ele não considera a 
variação do valor do ativo no tempo, devido à variação do preço do bem, de sua obsolescência ou perda de 
potencial de geração de benefícios, não reconhece perdas e ganhos econômicos ocorridos, embora não 
realizados, somente registrando-os após sua realização. 
 
 O custo histórico corrigido elimina as distorções ocasionadas pela inflação, medida através de 
um índice médio ou específico de perda do poder aquisitivo da moeda, restaurando os custos incorridos em 
transações passadas. Possui, portanto, uma vantagem adicional em relação ao custo histórico, facilitando a 
comparabilidade de ativos adquiridos ou construídos, em diferentes datas. 
 
 O custo corrente é equivalente ao custo histórico na data de aquisição, significando que, em 
qualquer outra data, o custo corrente é o custo de se adquirir ou produzir um bem nas mesmas condições 
que o original, por outro lado, o custo de reposição de um bem é o custo de se adquirir ou produzir um bem 
que garanta um fluxo de serviços equivalentes ao ativo objeto de análise, embora possa possuir 
características tecnológicas diferenciadas. Nesse critério, como vantagens são ressaltadas: o 
reconhecimento de ganhos e perdas pela manutenção de ativos e que os ativos avaliados por esse método 
representam o seu valor aproximado do mercado. Como limitações à sua aplicabilidade têm a gradual perda 
de objetividade quando o objeto de avaliação não tem similar no mercado, como também ativos que serão 
substituídos em virtude de mudanças tecnológicas ou de produção. 
 
 Segundo Iudícibus (1997) seguem algumas vantagens consideradas pelos autores que defendem o 
uso de custos correntes de reposição: 
 
 Permitem o confronto de receitas correntes com despesas correntes; 
 É possível identificar as perdas ou ganhos pela manutenção de estoques; 
 Superam as falhas dos custos históricos, que se tornam defasados com o decorrer do tempo; 
 Se os preços correntes tiverem sido obtidos de cotações correntes de compra, os valores são 
verificáveis e relativamente objetivos; 
 Dispensam recorrer a alguma base presumida de fluxo físico dos bens, necessária nos métodos 
mais tradicionais, como PEPS, UEPS e Média Ponderada. 
 
 Para Iudícibus (1997), o custo corrente de reposição, principalmente na apuração do resultado em 
vendas, fornece material informativo quase ideal para a gerência, porque se confrontam receitas e 
despesas definidas no mesmo lapso de tempo. De certa forma o resultado corrente em vendas e o 
resultado operacional total refletem o valor agregado aos fatores de produção pela atividade de produção da 
entidade. 
 
 
 
 
29) Sobras de Materiais 
 
Na produção pode haver sobras de material decorrentes de: 
 Material requisitado em excesso: são sobras que podem resultar de erros de cálculo da quantidade 
de material necessária para a produção ou que ocorrem em consequência da precaução dos 
funcionários da fábrica, para evitar que um material com saldo baixo de estoque seja requisitado 
para outro produto. Devolve-se a sobra ao estoque, creditando-se o produto e debitando-se o 
estoque. 
 Material requisitado indevidamente: nesse caso, basta devolver o material ao estoque, creditando o 
produto e debitando o estoque. 
 Compra de segurança: é considerada uma reserva técnica feita para evitar interrupções na 
produção, caso ocorra defeito, quebra ou outro tipo de problema com o material no momento do 
uso. Adquirem-se unidades a mais de um material para determinado produto, a título de segurança. 
Então se requisita o lote comprado, apropriando seu custo ao produto. Caso não haja problemas, as 
unidades não utilizadas permanecem no estoque com custo zero, integrando um grupo de sobras 
eventualmente aproveitáveis, ou têm outro destino, como, por exemplo, entrega ao cliente como 
material sobressalente. 
 
 Caso seja requisitada quantidade de material superior à necessária, o excesso deve ser devolvido 
ao estoque pelo mesmo custo da requisição, de acordo com o método de avaliação empregado. 
 
30) Mão-de-Obra Direta 
 
 A mão-de-obra direta ou, simplesmente, MOD diz respeito aos

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