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Apostila_de_Administrao_de_Custos_02_2020

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IFF – INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA 
CURSO SUPERIOR EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS 
 
Professores: ANELIA FRANCELI STEINBRENNER e 
 
 
 
 
Discente: ______________________________________________________ 
 
 
 
 
 
SANTA ROSA 
OUTUBRO, 2020.
 
 
 
 
3 
SUMÁRIO 
1 CONTABILIDADE FINANCEIRA E CONTABILIDADE DE CUSTOS ............................................................ 4 
1.1 CONTABILIDADE FINANCEIRA ....................................................................................................................................... 4 
1.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ....................................................................................................................................... 5 
1.3 TERMINOLOGIAS EM CUSTOS INDUSTRIAIS .................................................................................................................... 6 
1.4 CONTABILIDADE DE CUSTOS ......................................................................................................................................... 9 
1.5 ALGUNS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE APLICADOS AOS CUSTOS ............................................................................... 12 
1.6 MÉTODOS DE CUSTEIO E REGRAS A SEREM OBSERVADAS ............................................................................................. 13 
1.6.1 Métodos de Custeio ............................................................................................................................................ 13 
1.6.2 O Problema Específico dos Encargos Financeiros .............................................................................................. 13 
1.6.3 A Difícil Separação, na Prática, de Custos e Despesas ........................................................................................ 14 
1.6.4 Onde Terminam os Custos de Produção .............................................................................................................. 14 
1.6.5 Os Gastos de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Novos ............................................................................ 15 
1.6.6 Gastos Dentro da Produção que não são Custos ................................................................................................. 15 
RESUMO .......................................................................................................................................................................... 15 
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO DOS CONTEÚDOS ............................................................................................... 15 
2 CLASSIFICAÇÕES E NOMENCLATURAS DE CUSTOS .............................................................................. 18 
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ...................................................................................................................................... 18 
2.1.1 Custos Diretos e Indiretos - em relação aos produtos ......................................................................................... 18 
2.1.2 Custos Fixos e Variáveis em relação ao Volume de Produção ............................................................................. 19 
2.1.3 Outras Nomenclaturas de Custos ........................................................................................................................ 20 
3 ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ............................................................................ 30 
4 CUSTOS - DEPARTAMENTALIZAÇÃO ........................................................................................................ 47 
4.1 QUE É DEPARTAMENTO E COMO SE CLASSIFICA ........................................................................................................... 48 
4.2 DEPARTAMENTO E CENTRO DE CUSTOS ....................................................................................................................... 49 
4.3 CUSTOS DOS DEPARTAMENTOS DE SERVIÇOS ............................................................................................................... 49 
4.4 ESQUEMA COMPLETO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS................................................................................................. 51 
4.5 SÍNTESE DO ESQUEMA BÁSICO COMPLETO................................................................................................................... 53 
4.6 CRITÉRIOS DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS ............................................................................................................ 54 
RESUMO .......................................................................................................................................................................... 56 
5 CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA A GESTÃO ...................................................................................... 62 
5.1 PRINCIPAIS MÉTODOS DE CUSTEIO .............................................................................................................................. 62 
OS PRINCIPAIS MÉTODOS DE CUSTEIO, CONFORME JÁ COMENTADO NOS CAPÍTULOS ANTERIORES SÃO: 62 
5.1.1 Custeio por Absorção ........................................................................................................................................ 62 
5.1.2 Custeio Variável ................................................................................................................................................ 62 
6 CUSTOS PARA DECISÃO .............................................................................................................................. 70 
6.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ....................................................................................................................................... 70 
6.2 O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PREÇOS ...................................................................................................................... 76 
6.2.1 Formação do mark-Up ....................................................................................................................................... 78 
6.2.2 Condições Que Conduzem À Formação Dos Preços ............................................................................................ 79 
6.3 PONTO DE EQUILÍBRIO ................................................................................................................................................. 80 
6.4 MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL...................................................................................................................... 84 
6.5 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, CUSTOS FIXOS E RETORNO SOBRE INVESTIMENTO .......................................................... 84 
7 CUSTOS COM PESSOAL, CUSTOS PATRIMONIAIS E CUSTOS COM MATERIAIS ................................. 90 
7.1 FOLHA DE PAGAMENTO ....................................................................................................................................... 90 
Obrigatoriedade.......................................................................................................................................................... 90 
Remuneração e Salários .............................................................................................................................................. 90 
Horas Extras ............................................................................................................................................................... 90 
Adicional Noturno ....................................................................................................................................................... 91 
Adicional de Periculosidade ........................................................................................................................................ 91 
Adicional de Insalubridade..........................................................................................................................................91 
Salário Família ........................................................................................................................................................... 91 
Descontos na Folha de Pagamento .............................................................................................................................. 91 
Contribuição Sindical ................................................................................................................................................. 92 
INSS ........................................................................................................................................................................... 92 
IRRF ........................................................................................................................................................................... 92 
FGTS: FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO ......................................................................................... 93 
VALE TRANSPORTE .................................................................................................................................................. 93 
7.2. MÃO DE OBRA DIRETA (MOD) ............................................................................................................................ 96 
RESUMO ........................................................................................................................................................................ 100 
7.3 CUSTOS PATRIMONIAIS: DEPRECIAÇÃO ......................................................................................................... 105 
7.4 MATERIAIS DIRETOS ........................................................................................................................................... 107 
 
 
4 
1 CONTABILIDADE FINANCEIRA E CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 Contabilidade é a ciência voltada para o estudo do patrimônio das aziendas, com a finalidade de controlar seu 
patrimônio, apurar o rédito de suas atividades e prestar informações às pessoas que tenham interesse na avaliação da situação 
patrimonial e do desempenho dessas atividades. 
Azienda: agregado de pessoas e de coisas impessoais com atividade permanente que visa suprir objetivos traçados pelo 
homem, com marcante presença da sociedade contemporânea. 
Os serviços de Contabilidade utilizam de metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir 
e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este pessoa 
física, entidade de finalidades não lucrativas, empresa, ou mesmo pessoa de Direito Público, tais como: Estado, Município, 
União, Autarquia, etc. 
 A função da contabilidade é prestar informações que são de fundamental importância para que os administradores 
possam tomar suas decisões estratégicas ou operacionais, embasados em informações contábeis e confiáveis. 
 O objeto de estudo da ciência contábil é o patrimônio das entidades, sejam pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem 
fins lucrativos. Patrimônio é entendido como conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à uma entidade econômico-
administrativa. 
 A contabilidade da empresa, é realizada para atender a diversos interesses, sejam próprios ou de terceiros, como o 
governo, bancos, fornecedores. Para atender estes interesses de forma adequada é fundamental que exista um controle das 
atividades empresariais e informações sejam apresentadas na forma de relatórios contábeis gerenciais e pelas Demonstrações 
Contábeis. 
As demonstrações Contábeis têm por fim proporcionar entendimento da situação econômica, financeira e estrutural da 
empresa e verificação do equilíbrio de suas atividades. A partir das informações contábeis é possível para o administrador tomar 
decisões no sentido de identificar e corrigir eventuais problemas e definir estratégias no intuito de atingir melhores resultados. 
 A partir de uma estrutura contábil bem definida, é possível (e necessário) o planejamento das atividades da empresa 
para curto, médio ou longo prazo, com a definição de metas a serem atingidas dentro de um período de tempo determinado. Estas 
metas, apresentadas na forma de padrões e orçamentos, servem como balizamento para as atividades empresariais, além de 
constituírem peça fundamental na função de controle da empresa. Pode-se dizer que as funções de planejamento e controle estão 
intimamente relacionadas, uma vez que não se pode controlar aquilo que não foi planejado. Por outro lado de nada adianta 
planejar se não existe controle. 
 Dentre os vários usuários ou pessoas que têm interesse na informação contábil se destacam os Sócios, Acionistas e 
Proprietários de Quotas da Sociedade; Administradores, Diretores e Executivos dos mais variados escalões; Bancos, Factoring, 
emprestadores de dinheiro; Governo e economistas governamentais; Pessoas físicas. 
 
1.1 Contabilidade Financeira 
Grande parte dos textos a seguir apresentados são baseados no Livro do Professor Eliseu Martins, e também são 
fundamentados com outros autores que constam nas referências. 
Conforme Martins (2008) até a Revolução Industrial (século XVIII), quase só existia a Contabilidade Financeira (ou 
Geral) que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as empresas comerciais. Para a apuração do 
resultado de cada período, bem como para o levantamento do balanço em seu final, era realizado o levantamento dos estoques 
em termos físicos, já que sua medida em valores monetários era extremamente simples: o Contador verificava o montante pago 
por cada item estocado, e dessa maneira valorava as mercadorias. Fazendo então o cálculo do Custo da Mercadoria Vendida do 
ano basicamente por diferença, computando o quanto possuía de estoques iniciais, adicionando as compras do período e 
comparando com o que ainda se mantinha, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, na clássica disposição: 
 
 Estoques Iniciais (+) Compras (-) Estoques Finais (=) Custo das Mercadorias Vendidas 
 
Confrontando esse montante com as receitas líquidas obtidas na venda desses bens, chegava-se ao lucro bruto, do qual 
bastava deduzir as despesas necessárias à manutenção da entidade durante o período e o financiamento de suas atividades. Daí 
o aparecimento da também clássica Demonstração de Resultados da empresa comercial: 
 Vendas Líquidas XXXXX 
 (-) Custo das Mercadorias Vendidas 
 Estoques Iniciais XXXXXX 
 (+) Compras XXXXXX 
 (-) Estoques Finais (XXXXXX ) (XXXXXX) 
 (=) Lucro Bruto XXXXXXX 
 (-) Despesas 
 Comerciais (Vendas) XXXXXX 
 Administrativas XXXXXX 
 Financeiras XXXXXX (XXXXXX) 
 Resultado Antes do Imposto de Renda XXXXXX 
Naquela época, os bens eram quase todos produzidos por pessoas ou grupos de pessoas que poucas vezes se 
constituíam entidades jurídicas. As empresas propriamente ditas viviam basicamente do comércio e não da fabricação (havia 
também as agencias financiamento). Dessa, forma, era bastante fácil o conhecimento e a verificação do valor de compra dos 
bens existentes, bastando para isso, a simples consulta aos documentos de sua aquisição. 
Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa para levantamento do balanço e apuração do resultado, não 
dispunha-se tão facilmente dos dados para poder atribuir valor aos estoques: o valor de "Compras" na empresa comercial estava 
agora substituído por uma série de valores pagos pelos diferentes fatores de produção utilizados. Na empresa comercial, no 
 
 
5 
balanço final, permaneciam como valores de estoque no Ativo, apenas os valores sacrificados pela compra dos bens que ainda 
permaneciam na empresa. Outros valores como os relativos a juros ou encargos financeiros, ou dos honorários dos proprietários 
e administradores, ou dos salários dos funcionários não eram ativados, ou seja, todosestes gastos eram automaticamente 
considerados como despesas do período. Começou então a adaptação, dentro do mesmo raciocínio administrativo, contábil e 
econômico, com a formação dos critérios de avaliação de estoques no caso de atividade industrial. 
A Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, pela necessidade de avaliar os estoques na atividade 
industrial, tarefa essa que era bem mais simples e fácil na empresa típica da era do mercantilismo. Seus princípios derivam dessa 
finalidade primeira e, por isso, nem sempre consegue atender completamente a suas outras duas mais recentes e provavelmente 
mais importantes tarefas: o controle e a decisão. 
 
1.2 Demonstrações Contábeis 
A Lei 6.404/76 que regulamenta a organização e funcionamento das Sociedades por Ações e que também se aplica as 
demais entidades, foi recente e amplamente alterada pela Lei 11.638/2008, estabelece as demonstrações contábeis que são 
obrigatórias: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração Mutações do 
Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração do Valor Adicionado (DVA), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e ainda as 
Notas Explicativas (NE). 
Dentre os principais relatórios contábeis, para fins deste estudo foca-se o BP e a DRE. A seguir apresenta-se um modelo 
com o intuito de focar o reflexo do sistema de custos no BP e DRE 
 
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/201x DA CIA ABC 
APLICAÇÕES FONTES 
 CIRCULANTE 89.200,00 CIRCULANTE 126.263,90 
 Caixa 2.600,00 Fornecedores (Dupl. a Pagar) 41.276,00 
 Banco conta corrente 5.500,00 Empréstimos a Pagar CP 
 
 22.000,00 
 Contas a Pagar 4.634,11 
 Clientes (Duplicatas a Receber) 29.800,00 
 
 Salários a Pagar 4.300,00 
 (-) Duplicatas Descontadas Pró-labore a Pagar 1.500,00 
 Adiantamento a Fornecedores INSS a Recolher 2.150,00 
 Estoques 
 51.300,00 
 FGTS a Recolher 344,00 
 Mercadorias para revenda Pis a Recolher 2.749,50 
 Matéria-prima 
 
 Cofins a Recolher 12.690,00 
 Produtos Prontos /Acabados ICMS a Recolher 29.610,00 
 Produtos em elaboração CSLL a Pagar 3.131,52 
 IRPJ a Pagar 1.878,77 
 
NÃO CIRCULANTE 295.975,00 NÃO CIRCULANTE 25.000,00 
 REALIZÁVEL A PRAZO - Emprést e Financiam a LP 25.000,00 
 Créditos com Pessoas Ligadas - LP 
 INVESTIMENTO TOTAL DO PASSIVO 151.263,90 
 Ações de Coligadas - 
 Participações Societárias 
 IMOBILIZADO 260.975,00 
 Máquinas e Equipamentos 
 Veículos 24.800,00 
 Ferramentas 68.000,00 
 Móveis e utensílios 7.900,00 PATRIMONIO LÍQUIDO 233.911,10 
 Prédio 120.000,00 
 (-) Depreciação Acumulada (54.725,00) Capital Social 45.000,00 
 Terrenos 95.000,00 Reservas de Capital 25.000,00 
 INTAGÍVEL 35.000,00 Reservas de Lucros 14.900,00 
 Marcas e Patentes 35.000,00 Lucros Acumulados 133.145,69 
 Direitos Autorais Lucro do Exercício 15.865,41 
 TOTAL ATIVO 385.175,00 TOTAL PASSIVO E PL 385.175,00 
 
Estude o Balanço Patrimonial e responda: 
a) Quanto representa em percentuais, respectivamente o AC e o ANC sobre o Ativo Total? 
b) Quem financia esse patrimônio e qual sua participação percentual em relação as Fontes Totais? 
c) Quanto representa em percentuais, respectivamente o PC e o PNC sobre o Ativo? 
d) Qual a participação percentual do Capital Próprio no ANC? 
 
 
6 
e) Qual o montante do Capital Circulante Líquido? 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DE 201x DA CIA ABC 
 Contas X1 
 RECEITA OPERACIONAL BRUTA 445.000,00 
 Vendas De Mercadorias 415.000,00 
 Prestação De Serviços 30.000,00 
 (-) DEDUÇÕES DA RECEITA 88.195,50 
 Descontos Concedidos 846,00 
 IPI 42.300,00 
 COFINS 12.690,00 
 ICMS 29.610,00 
 PIS 2.749,50 
 (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 356.804,50 
 (-) CMV: CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 
OU CPV: CUSTO PROD VEND 
 266.000,00 
 (=) LUCRO BRUTO 90.804,50 
 (-) DESPESAS OPERACIONAIS 69.929,00 
 GERAIS E ADMINISTRATIVAS 67.084,00 
 Pró-labore 21.500,00 
 Despesas de Salários e Ordenados 14.300,00 
 Despesas com INSS 2.150,00 
 Despesas com FGTS 344,00 
 Despesas Material Expediente 300,00 
 Despesas de Seguros 1.300,00 
 Despesas Multas Tributárias 3.800,00 
 Despesa com energia Elétrica 1.450,00 
 Despesa com telefone 540,00 
 Despesa manutenção imobilizado 400,00 
 Despesas com depreciação 21.000,00 
 IMPOSTOS E TAXAS 1.250,00 
 Despesas impostos taxas diversas 180,00 
 Despesas com IPTU 420,00 
 Despesa IPVA 650,00 
 DESPESAS COM VENDAS 1.245,00 
 Despesa Comissões Vendedores 1.245,00 
 DESPESAS - RECEITAS FINANCEIRAS 350,00 
 Despesas com Juros Passivos 350,00 
 (=) LUCRO ANTES DO IRPJ E CSSL 20.875,50 
 IRPJ 3.131,32 
 CSLL 1.878,77 
 (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 15.865,41 
 
Responda: 
Qual a participação percentual do Lucro Bruto sobre o faturamento da Empresa e da Receita Operacional Líquida 
(ROL)? 
 
Quanto as despesas Operacionais representam do Faturamento da Empresa e da ROL? 
 
Quanto representa o Lucro Líquido do faturamento e da ROL? 
 
1.3 Terminologias em Custos Industriais 
 
Desde que duas pessoas resolvam comunicar-se, é absolutamente necessário que passem a dar aos objetos e 
ideias o mesmo conceito, sob pena de, no mínimo, reduzir-se o nível de entendimento. O que comumente se denomina 
de “mero problema de terminologia” talvez fosse melhor se tratado como “magno problema de terminologia”. 
 
 
7 
Infelizmente, encontramos em todas as áreas, principalmente nas sociais (administrativas, contábeis e 
econômicas, em particular) uma profusão de nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma 
única palavra. 
Sem que se tenha pretensão de resolver o impasse ou de conseguir generalizar a terminologia de Custos, 
adota-se a nomenclatura e a conceituação a seguir, principalmente por sua maior correção do ponto de vista técnico 
contábil (mesmo que às vezes não sejam as mais usuais nas circunstâncias). 
Custos e despesas não são sinônimos, têm sentido próprios, assim como investimentos, gastos, perdas e 
outros. Assim a utilização de uma terminologia homogênea simplifica o entendimento e a comunicação. 
Despesas com Matéria-prima ou Custos de Matéria-prima? 
Gastos ou Despesas de Fabricação? 
Gastos ou Custos de Materiais Diretos? 
Despesas ou Gastos com Imobilização? 
Custos ou Despesas de Depreciação? 
Gastos,Custos e Despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos diferentes? 
 Confundem-se com Desembolso? 
E Investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos? 
 
No meio desse emaranhado todo de nomes e conceitos, normalmente o principiante se vê perdido, e às vezes 
o experiente, embaraçado, por isso, é importante conhecer as nomenclaturas. 
 
a) Gasto: Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade 
(desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). 
Conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e serviços adquiridos, assim, temos Gastos 
com a compra de matérias-primas, Gastos com mão de obra, tanto na produção como na distribuição, Gastos com 
honorários da diretoria, Gastos na compra de um imobilizado etc. Só existe gasto no ato da passagem para a 
propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida 
assumida ou da redução do ativo dado em pagamento. 
Não estão aqui incluídos todos os sacrifícios com que a entidade acaba por arcar, pois não são incluídos o 
custo de oportunidade ou os juros sobre o capital próprio, uma vez que estes não implicam a entrega de ativos. Note 
que o gasto implica desembolso, mas esses são conceitos distintos. 
 
b) Desembolso: Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após 
a entrada da utilidade comprada, portanto defasado ou não do momento do gasto. 
 
c) Investimento: Valor ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos. 
Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são registrados nos Ativos da empresa 
para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização 
são especificamente chamados de investimentos. 
Podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a matéria-prima é um gasto contabilizado 
temporariamente como investimento no ativo circulante; uma máquina é um gasto que se transforma num 
investimento (permanente) registrado no ativo não circulante; as ações adquiridas de outras empresas são gastos 
classificados como investimentos no ativo circulante ou não circulante, dependendo da intenção que levou a 
sociedade àquela aquisição. 
 
d) Custo: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O Custo é 
também um gasto, só que reconhecido como custo, no momento da utilização como fatores de produção (bens e 
serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. 
 
A matéria-prima foi um gasto quando de sua aquisição que imediatamente se tornou investimento registrado 
no ativo circulante como estoque, e assim ficou durante o tempo de sua Estocagem. No momento de sua transferência 
e utilização na fabricação de um bem, passa a ser um Custo de matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. 
Por sua vez, quando esse novo produto estiver pronto é de novo um investimento que é transferido e registrado como 
um ativo circulante como produto acabado em Estoque, e que fica ativado até sua venda. 
A energia elétrica da fábrica é um gasto no ato da aquisição, que passa imediatamente para custo (por sua 
utilização) sem transitar pela fase de investimento. Uma máquina provoca um gasto em sua compra, tornado 
investimento (ativo não circulante) e parceladamente é transformado em custo, via Depreciação, à medida que é 
utilizada no processo de produção. 
 
 
 
8 
e) Despesa: Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. A comissão do 
vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma despesa. 
O equipamento usado na fábrica, que fora gasto transformado em investimento e posteriormente considerado 
parcialmente como custo, e que como integrante do custo do produto pronto retornou ao Estoque de produto acabado, 
torna-se, quando de sua venda do produto feito, uma despesa. 
Já o microcomputador da secretária do diretor financeiro, que fora transformado em investimento, tem uma 
parcela reconhecida como despesa (depreciação), sem transitar por custo, isso por não estar envolvido no processo 
de produção. 
Observa-se que as despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de 
representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. 
Toda a mercadoria ou produto que for vendido e todo serviço ou utilidade transferidos provocam uma 
despesa. Costuma-se chamá-los de Despesas com o Custo da Mercadoria Vendida (CMV) ou Custo do Produto 
Vendido (CPV) ou Custo do Serviço Prestado (CSP) e assim aparecem na Demonstração do Resultado do Exercício. 
Cada componente que fora custo no processo de produção, quando de sua venda e baixa do Estoque, torna-se despesa. 
Na Demonstração do Resultado existem Receitas e Despesas, as vezes Ganhos e Perdas, mas não 
Custos. 
A mercadoria adquirida pela loja comercial provoca um gasto (genericamente), um investimento 
(especificamente), que se transforma numa despesa no momento do reconhecimento da receita trazida pela venda, 
sem passar pela fase de custo. 
A denominação de Custo das Mercadorias Vendidas não é tecnicamente correto, pois, na realidade são 
Despesas com o Custo da Mercadoria Vendida. Logo, todas as despesas são ou foram gastos. Porém, alguns gastos 
muitas vezes não se transformam em despesas (por exemplo, terrenos, que não são depreciados) ou só se transformam 
quando de sua venda. 
Todos os custos que são ou foram gastos se transformam em despesas quando da entrega dos bens ou serviços 
a que se referem. Muitos gastos são automaticamente transformados em despesas, outros passam primeiro pela fase 
de custos e outros ainda fazem a via-sacra completa, passando por investimento, custo e despesa. 
 
f) Perda: Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Não se confunde com a despesa 
(muito menos com o custo), exatamente por sua característica de ser anormal e involuntária, isto é, não é um sacrifício 
feito com intenção de obtenção de receita. 
Ocorre perda com incêndios, vendavais ou com o obsoletismo de estoques. As perdas são registradas 
diretamente em contas de Resultados, assim como as despesas, mas não representam sacrifícios normais ou derivados 
de forma voluntária das atividades destinadas à obtenção da receita. 
É comum o uso da expressão Perdas ou sobras de material no processo de produção de bens e serviços, 
entretanto, a quase totalidade dessas “perdas” é, na realidade, um custo, já que são valores sacrificados de maneira 
normal no processo de produção, fazendo parte de um sacrifício já conhecido até por antecipação para a obtenção do 
produto ou serviço e da receita almejada. 
O gasto com mão de obra durante um período de greve, por exemplo, é uma perda, não um custo de produção. 
O material deteriorado por um defeito anormal e raro de um equipamento provoca uma perda, e não um custo. Não 
haveria mesmo lógica em apropriar-se como custo essas anormalidades, pois, não se justificaria ativar um valor dessa 
natureza. 
Cabe aqui ressaltar que inúmeras perdas de pequeníssimo valor são, na prática, comumente consideradas 
dentro dos custos ou das despesas, sem sua separação, e isso é permitido devido à irrelevância do valor envolvido. 
No caso de montantes apreciáveis, esse tratamento não é correto. 
 
g) Ganho: É o resultado líquido favorável resultante de transações ou eventos não relacionados com as 
operações normais da entidade. 
 
h) Lucro/Prejuízo: Diferença positiva e/ou negativa entre receita e despesa/custo, ganhos e perdas. 
 
i) Custeio: É o método para apropriação dos custos, diretos e indiretos, aos produtos. 
 
j) Custear: Significa coletar, acumular, organizar, analisar, interpretar e informar custos e dados de custos, 
com o objetivo de auxiliar a gerência da empresa.Em Entidades não Industriais a terminologia, de custos pode ser a mesma daquela de uma empresa industrial. 
Sabendo-se da origem histórica, e que se generalizou a ideia de que a Contabilidade de Custos se volta 
 
 
9 
predominantemente para a indústria é normal, pois é lá que existe a produção de bens e onde a necessidade de seu 
custeamento se torna presença obrigatória. 
No entanto, em inúmeras empresas de serviços, todavia, passou-se a utilizar seus princípios e suas técnicas 
de maneira apropriada em função da absoluta similaridade de situação, principalmente nas entidades em que se 
trabalha por projeto, como em empresas de engenharia, em escritórios de auditoria, de planejamento. Já em muitas 
outras empresas, tais como as entidades comerciais e financeiras, utiliza-se a mesma expressão Contabilidade de 
Custos, quando, à primeira vista, só existem despesas. 
Mas é fácil entender que a generalização dessa terminologia se deve não só ao uso das técnicas daquela 
disciplina, como talvez principalmente com a ideia de que tais entidades são produtoras de utilidades, e assim 
possuem custos. São custos que imediatamente se transformam em despesas, sem que haja a fase de Estocagem, 
como no caso da indústria de bens, mas de qualquer forma não deixa de ser apropriada a terminologia. 
Portanto, é perfeitamente idêntica a terminologia nessas empresas. Por exemplo, o serviço de câmbio de um 
Banco, faz aparecer gastos que se transformam em custo de um serviço que se torna imediatamente uma despesa, 
mas essa informação é relevante para a gestão. 
Assim, há nessas situações certa sofisticação e refinamento na separação das diversas fases. A palavra custo 
também pode significar o preço original de aquisição de um bem ou serviço, daí se falar em custo de uma obra, custo 
de um automóvel adquirido, custo de uma consulta. 
Contudo, quando se fala em Contabilidade de Custos, se esta referindo apenas aos bens ou serviços 
utilizados na produção de outros bens e serviços. Diante desses conceitos se fará uso aqui dos conceitos vistos 
anteriormente e só se usará a palavra Custo para o gasto relativo a um consumo na produção. 
Gastos que se destinam às áreas de administração, de vendas e financiamento serão chamados de 
Despesas. 
Far-se-á menção a exemplos de empresas não industriais ou a situações em que a atenção recaia sobre valores 
que não custos e isso é devido ao fato da necessidade de mostrar a ampla possibilidade de uso das técnicas 
desenvolvidas pela Contabilidade de Custos. 
Custo e Despesa não são sinônimos, têm sentido próprio, assim como Investimento, Gasto e Perda. Para 
atender as finalidades contábeis Custo só se refere a sacrifício na produção, salvo quando expressamente alertada a 
modificação da terminologia utilizada. Logo, temos Custos de Produção e Despesas de Administração, de Vendas e 
Financeiras. 
 
1.4 Contabilidade de Custos 
 
A Contabilidade de custos foi inicialmente desenvolvida para fornecer dados de custos apropriados às 
demonstrações contábeis segundo os Princípios de Contabilidade, porém teve uma importante evolução nas últimas 
décadas, tornando-se um instrumento da Contabilidade Gerencial. 
Em termos amplos é possível relatar o objetivo da Contabilidade de Custo como: A apreensão, classificação, 
registro, análise e interpretação dos valores físicos e monetários das variações patrimoniais – ocorridas, projetadas 
ou simuladas – pertencentes ao ciclo operacional da entidade, com vistas à tomada de decisões de cunho 
administrativo, nos seus diversos níveis de comando. 
Especificamente a Contabilidade de Custos objetiva: 
a) a avaliação de estoques; 
b) o atendimento das exigências fiscais; 
c) a determinação do resultado; 
d) o planejamento; 
e) a formação do preço de venda; 
f) o controle gerencial; 
g) a avaliação de desempenho; 
h) o controle operacional; 
i) a análise de alternativas; 
j) o estabelecimento de parâmetros; 
k) a obtenção de dados para orçamentos; 
l) a tomada de decisão. 
 
Sendo um dos objetivos da Contabilidade de Custos a avaliação do estoque é importante observar o que traz 
a legislação brasileira (Lei nº 6.404/76 e 11.941) 
“Os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos de comércio da companhia, assim como matérias-
primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, serão avaliados pelo custo de aquisição ou produção, 
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior”. 
 
 
10 
Assim, a base elementar da contabilização dos estoques é o custo, de aquisição ou de produção. 
Seguindo o que propõe a legislação, o custo é a base, mas quando houver a perda de utilidade ou a redução 
no preço de venda ou de reposição de um item que reduza o seu valor recuperável, ou seja, de mercado, a um nível 
abaixo do custo, deve-se então assumir com base final de avaliação tal preço de mercado inferior ao custo (custo ou 
mercado, dos dois o menor), mediante uma previsão (previsão para desvalorização de estoques), mantendo-se os 
controles de estoques ao valor original de custo. 
Como visto a Administração de Custos tem vários objetivos básicos. Por sua vez, a aplicação do pensamento 
sistêmico explora e procura demonstrar a ligação entre os objetivos ideais e os reais de uma organização, podendo 
em alguns casos tais objetivos serem determinados por ações e não o contrário, como se imagina ser ideal. 
Assim, é possível interpretar que muitos objetivos são estabelecidos de acordo com a finalidade a que se 
propõe a entidade, ou seja, quais as necessidades que este sistema tenderá a anular, podendo ser elas genericamente 
de três ordens: Contábil, Administrativa e Gerencial. 
 
a) Finalidade Contábil: O sistema de custos tem sua estrutura formulada para encontrar o custo do estoque 
a ser contabilizado e como consequência o Custo da Mercadoria Vendida - CMV ou o Custo do Produto Vendido - 
CPV ou o Custo do Serviço Prestado - CSP, determinantes na apuração do redito empresarial. 
Para atender esta finalidade é importante frisar que todos os procedimentos devem ser efetivados segundo os 
Princípios e Norma de Contabilidade. 
 
b) Finalidade Administrativa: O sistema de custos que procura atender a finalidade administrativa tem com 
intuito principal estabelecer maneiras de controle, utilizando na grande maioria dos casos o sistema de custo 
padrão, podendo o administrador gerenciar seu sistema operativo. 
 
c) Finalidade Gerencial: O sistema tem como base o cálculo do custo atual, do custo futuro, do custo de 
reposição, entre outros, buscando subsídios para gerenciar seu sistema produtivo, na visão de curto e longo prazo, 
estabelecendo metas, preços de venda e estratégias. 
 
Os objetivos principais do sistema de custo gerencial são: 
 
- suprir a administração de informação para a tomada de decisão. 
- servir como ponto de orientação quanto a medidas de correção. 
- acompanhar distorções de valores, níveis de eficiência de produção e qualidade dos padrões estabelecidos. 
- identificar, entre outros aspectos, a contribuição por produto, linhas deficitárias... 
 
 
 
 
11 
Atividade de Fixação de Conteúdos 
1 - Classificar os eventos abaixo, relativos a uma indústria de 
manufatura, como Investimento (I), Custo (C), Despesa (D) ou 
Perda (P), seguindo a terminologia contábil: 
( ) Compra de matéria-prima. 
( ) Consumo de energia elétrica da fábrica. 
( ) Gastos com mão de obra da indústria. 
( ) Consumo de lubrificantes da produção. 
( ) Gastos com pessoal do Faturamento (salário). 
( ) Depreciação de máquinas da fábrica. 
( ) Comissões proporcionais às vendas. 
( ) Remuneração do pessoal da Contabilidade Geral (salários). 
( ) Depreciação do prédio da Sede da Empresa. 
( ) Aquisição de embalagens para os produtos produzidos. 
( ) Consumo de matéria-prima. 
( ) Aquisição de máquinas para utilizar no processo de produção. 
( ) Deterioraçãodo estoque de matéria-prima por enchente. 
( ) Geração de sucata no processo produtivo. 
( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material. 
( ) Reconhecimento de duplicata como não recebível. 
( ) Gastos com desenvolvimento de novos produtos e processos. 
( ) Remuneração do tempo do pessoal em greve. 
( ) Consumo de embalagens dos produtos produzidos. 
( ) Gastos com seguro contra incêndio da Fábrica. 
 
2. Classificar os itens a seguir em: 
Investimento (I), Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P), seguindo a 
terminologia aplicada a contabilidade de custos. 
( ) Estoque de farinha em uma panificadora industrial 
( ) Consumo de matéria-prima, em uma indústria de Móveis 
( ) Embalagens utilizadas na venda de mercadorias em um 
supermercado 
( ) Lote de material danificado acidentalmente em uma operação 
industrial 
( ) Consumo de energia elétrica, em uma metalúrgica 
A alternativa correta é: 
( ) I; D; C; P; C ( ) C; D; D, P, I ( ) I; P; D; I; C 
( ) I, C, D, P, C 
 
3. Assinalar F para Falso ou V para Verdadeiro à luz da 
terminologia contábil: 
( ) Ao comprar matéria-prima, há uma despesa; 
( ) Gasto é o sacrifício financeiro com que uma entidade arca 
para a obtenção de bens e serviços; 
( ) Custo é incorrido em função da vida útil ou de benefícios 
atribuídos a futuros períodos aos bens e aos serviços 
produzidos; 
( ) O custo é incorrido no momento da utilização, consumo 
ou transformação dos fatores de produção. 
( ) Perdas são bens e serviços consumidos de forma anormal 
e involuntária. 
( ) Gastos com folha de salários da mão de obra, durante um 
período de greve prolongada, são custos de produção do 
período contábil em questão. 
( ) Não se confunde perda com despesa, uma vez que a 
primeira envolve os conceitos de imprevisibilidade e 
involuntariedade. 
( ) Perdas são itens debitados diretamente ao resultado do 
período contábil em que ocorrem. 
 
4- Dados os seguintes eventos ocorridos em determinada 
empresa no mês de abril classifique-os em Gastos, 
Desembolsos, Investimentos, Custos, Despesas, Perdas e 
calcular o valor de cada qual: 
a. Compra de matéria-prima no valor de $ 10.000,00 a pagar 
no mês seguinte. 
b. Pagamento, em cheque, dos salários relativos ao mês de 
março: $ 5.000,00. 
c. Utilização de mão de obra, a pagar em maio, sendo: pessoal 
da produção $ 8.000,00 e da administração $ 3.000,00. 
d. Contabilização da depreciação do mês, sendo: dos 
equipamentos de produção $ 7.500,00; dos veículos de uso da 
diretoria, $ 2.500,00. 
e. Consumo de parte da matéria-prima adquirido no item 1, 
sendo: na produção $ 3.800,00 e na administração $ 1.000,00. 
f. Perda normal de material na produção $ 200,00. 
g. Energia elétrica adquirida e consumida no mês, a pagar no 
mês seguinte $ 8.000,00. Uma quarta parte desse total cabe à 
área administrativa e comercial da empresa e o restante à de 
produção. 
h. Compra de uma máquina para a área de produção, por $ 
50.000,00 a pagar em duas parcelas iguais, sem juros, tendo 
sido a primeira paga no ato da compra. Entrará em operação 
no mês seguinte. 
i. Uma enchente inesperada destruiu parte do estoque de 
matéria-prima $ 2.000,00. 
j. Baixa pela venda de produtos cujo custo é composto pelos 
recursos consumidos, utilizados ou transformados em abril no 
processo produtivo. 
itens Gasto Desembolso Investimento Custo Despesa Perda 
a 
b 
c 
d 
e 
f 
g 
h 
i 
j 
Totais 
 
5. Relacione as duas colunas e marque a alternativa correta: 
a) Custo ( ) Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade, sacrifício esse representado por entrega ou 
promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Ex. Compra de Matéria Prima. 
b) Gasto ( ) Representa o valor total obtido pelo preço de venda unitário de um produto multiplicado pela quantidade vendida. 
c) Perda ( ) Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro (s) período (s), ex: Matéria prima em estoque. 
d) Receita ( ) Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Ex: Matéria prima que vai para a produção. 
e) Investimentos ( ) Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. 
 
a) E;A;D;B;C b) B;D;E;A;C c) B;E,D:A:C d) C;D;E;A;B e) D;B;E;C;A 
 
 
12 
1.5 Alguns Princípios de Contabilidade Aplicados aos Custos 
 Na interpretação e registro dos fatos administrativos caracterizados também como fatos contábeis o profissional 
da contabilidade tem sua ação disciplinada e limitada por alguns princípios que são aplicados na operacionalização da 
contabilidade. 
a) Princípio da realização da receita 
Determina este princípio o reconhecimento contábil do resultado (lucro ou prejuízo) quando da realização da 
receita. Ocorre a realização da receita, em regra, quando da transferência do bem ou do serviço para terceiros. 
Do ponto de vista dos estudos econômicos (PIB), o lucro já surge durante a elaboração do produto, pois há 
agregação de valores nessa fase, inclusive do próprio resultado, mesmo que ainda numa forma potencial, sem se 
concretizar em dinheiro, direitos a recebimento futuro ou outros ativos. 
Este princípio é o responsável por uma das grandes diferenças entre os conceitos de lucro na Economia e na 
Contabilidade. Contabilmente, já que a receita só será reconhecida futuramente, os valores agregados de gastos, relativos 
a fatores utilizados no processo de produção, são acumulados e ativados na forma de estoques. Somente serão 
considerados como despesas futuramente, ou seja, quando de sua venda. 
b) Princípio da competência ou da confrontação entre despesas e receitas 
Esse aspecto da Teoria Contábil é de extrema importância para Custos e diz respeito basicamente ao momento 
do reconhecimento das despesas. Pela realização, fica definido o momento do reconhecimento da receita. Após isso, pela 
competência ou confrontação temos o reconhecimento das despesas. A regra é teoricamente simples: após o 
reconhecimento da receita, deduzem-se dela todos os valores representativos dos esforços para sua consecução (despesas). 
Como esses esforços podem ser subdivididos em dois grupos, também existem praticamente dois grandes grupos de 
despesas: i) despesas especificamente incorridas para a consecução daquelas receitas que estão sendo reconhecidas; ii) 
despesas incorridas para a obtenção de receitas genéricas, e não necessariamente daquelas que agora estão sendo 
contabilizadas. 
Um exemplo das despesas do primeiro grupo é a própria despesa relativa a quanto foi o custo de produção do 
bem ora vendido (que estava registrado em estoque), ou então a despesa de comissão relativa a sua venda. Como exemplo 
das do segundo grupo encontramos as despesas de administração, as de propaganda, que representam gastos com a 
finalidade de obtenção de receitas, mas não só das apropriadas ao período. 
c) Princípio do custo histórico como base de valor 
Desse princípio decorrem consequências várias. Os ativos são registrados contabilmente por seu valor original 
de entrada, ou seja, histórico, mas em alguns casos admite-se a atualização de valores em função de desatualização de 
preços. Quando há problemas de inflação, o uso de valores históricos deixa muito a desejar. Ao se somar todos os custos 
de produção de determinado item, estocá-lo e levá-lo a balanço pelo valor original, tem-se um ativo que diz quanto custou 
produzi-lo na época em que foi elaborado. Esse valor pode nada ter a ver com o valor atual de reposição do estoque, nem 
com o valor histórico inflacionado (deflacionado) e muito menos ainda com seu valor de venda. 
Os estoques são avaliados em função do custo histórico de sua obtenção, sem correção por inflação ou por valores 
de reposição, dos dois o menor. 
d) Consistência ou uniformidade 
Quando existem diversasalternativas para o registro contábil de um mesmo evento, todas válidas dentro dos 
princípios, a empresa deve adotar uma delas de forma consistente. Isto significa que a alternativa adotada deve ser 
utilizada sempre, não podendo a entidade mudar o critério em cada período. 
Quando houver interesse ou necessidade dessa mudança de procedimento, deve a empresa reportar o fato e o 
valor da diferença no lucro com relação ao que seria obtido se não houvesse a quebra de consistência. 
Assim, para a apropriação de inúmeros custos de industrialização, há a necessidade de adoção de critérios 
escolhidos entre várias alternativas diferentes. Por exemplo, a empresa pode distribuir os custos de manutenção em função 
de horas-máquina, valor do equipamento ou média passada. Todos são métodos aceitos, mas não podem ser utilizados 
indiscriminadamente em cada período. Após a adoção de um deles, deve haver consistência em seu uso, pois a mudança 
pode provocar alterações nos valores dos estoques e nos resultados. Esse é um dos aspectos que a Auditoria Independente 
mais procura verificar, pois tem interferência direta e às vezes relevante no BP e DRE. 
e) Conservadorismo ou Prudência 
Quase que uma regra comportamental, o Conservadorismo obriga a adoção de um espírito de precaução. Por 
exemplo, sendo duvidoso o recebimento de um direito ativado, este deve ser baixado para o resultado (diretamente ou por 
meio da constituição de uma provisão). Ou, então, se um estoque, avaliado pelo custo de aquisição (mercadoria) ou de 
fabricação (produto), estiver ativado por um valor que exceda seu valor de mercado, deve ser reduzido ao montante deste 
último (Custo ou Mercado - dos dois o menor). Complementarmente, se existirem dúvidas sobre contabilizar um item 
como parte do Patrimônio Líquido ou das dívidas, deve também ser adotada a alternativa mais conservadora, isto é, a que 
avaliar pela forma mais precavida o Patrimônio Líquido. 
f) Materialidade ou relevância 
Essa outra regra contábil é de extrema importância para Custos. Ela desobriga de um tratamento mais rigoroso 
aqueles itens cujo valor monetário é pequeno dentro dos gastos totais. 
Alguns pequenos materiais de consumo industrial, por exemplo, precisariam ir sendo tratados como custo na 
proporção de sua efetiva utilização, mas, por consistirem em valores irrisórios, costumeiramente são englobados e 
totalmente considerados como custo no período de sua aquisição, simplificando o procedimento por se evitar seu controle 
e baixa por diversos períodos. 
 
 
13 
1.6 Métodos de Custeio e Regras a serem observadas 
 
 Ao Contador ou Gestor/Administrador de Custos compete aplicar algumas regras definidas e 
estabelecidas tanto pela legislação profissional como pela legislação fiscal. 
 
1.6.1 Métodos de Custeio 
 
Custeio significa Apropriação de Custos. Entre outros, se destaca o Custeio por Absorção, o Custeio 
Variável, ABC, RKVV. 
Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos princípios e das normas de 
contabilidade. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de 
produção, ou seja, todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou 
serviços feitos. 
Não é um princípio contábil propriamente dito, mas uma metodologia decorrente deles, nascida com 
a própria Contabilidade de Custos. Outros critérios diferentes têm surgido através do tempo, mas este é ainda 
o adotado pela Contabilidade Financeira e, portanto, válido tanto para fins de Balanço Patrimonial e 
Demonstração de Resultados. A Auditoria Externa tem-no como básico. Apesar de não ser totalmente lógico 
e de muitas vezes falhar como instrumento gerencial, é obrigatório para fins de avaliação de estoques (para 
apuração do resultado e para o próprio balanço). Também o Imposto de Renda costumeiramente o usa e no 
Brasil é utilizado obrigatoriamente, com pequenas exceções. 
No Custeio por Absorção, a depreciação dos equipamentos e outros imobilizados amortizáveis 
utilizados na produção devem ser distribuídos aos produtos elaborados e, portanto, vai para o ativo na forma 
de produtos, e só vira despesa quando da sua venda. 
No Custeio Variável, só seriam alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos 
separados e considerados como despesas do período, e com isso, indo diretamente para o Resultado; para os 
estoques só irão, como consequência, custos variáveis. 
Do ponto de vista decisorial o Custeio Variável tem condições de propiciar muito mais rapidamente 
informações vitais à empresa; também o resultado medido dentro do seu critério parece ser mais informativo 
à administração, por abandonar os custos fixos e tratá-los contabilmente como se fossem despesas, já que são 
quase sempre repetitivos e independentes dos diversos produtos e unidades. 
Mas a legislação fiscal e societária não admite o uso de Demonstrações de Resultados e de Balanços 
avaliados à base do Custeio Variável; por isso, esse critério de avaliar estoque e resultado não é validado pelos 
Princípios Contábeis e pela contabilidade, e, consequentemente não é reconhecido pelos Auditores 
Independentes. 
 O método de Custeio Baseado em Atividades (ABC) é dentre os vários métodos de custeio, o que 
tenta identificar de forma mais acurada os custos aos produtos. Este atribui custos às atividades específicas 
realizadas num processo de fabricação de produtos ou de prestação de serviços. 
Essa técnica vem sendo aplicada em indústrias e nos mais diversos tipos de entidades, como em hotel, 
no qual se obteve melhores informações gerenciais, as quais ajudaram na superação de gargalos e limites da 
empresa, aplicado num bloco cirúrgico de um hospital se concluiu que esse método proporcionou informações 
mais precisas e exatas sobre custos, e ainda permitiu identificar problemas que ocorrem em toda estrutura de 
gestão. 
O ABC baseia-se no conceito de que produtos consomem atividades e que atividades consomem 
recursos. Esse método consiste em atribuir os custos indiretos às atividades específicas realizadas num 
processo de fabricação de um produto ou serviço, procurando identificar, de forma mais acurada, os custos aos 
produtos e a outros objetos de custeio, através de direcionadores de custos. 
 
1.6.2 O Problema Específico dos Encargos Financeiros 
O registro dos encargos financeiros é tratado na Contabilidade como despesa, e não como custo, isso 
por ter a Contabilidade e a legislação Comercial e Fiscal sempre tratado esses itens como despesa, sem 
ativação, e tem a Contabilidade de Custos, similarmente deixado de incluí-lo entre os fatores de produção. 
Como terceira razão existe o raciocínio de que encargos financeiros não são itens operacionais, já que 
não derivam da atividade da empresa e não provêm dos ativos trabalhados e utilizados em suas operações; são, 
antes, decorrência de passivos, representando muito mais a remuneração de capital de terceiros (como o lucro 
representa a remuneração do capital próprio) do que custo. 
Os encargos financeiros não são, portanto, custos de produção, mesmo que facilmente identificados 
com financiamentos de matérias-primas ou outros fatores de produção. São gastos de falta de capital próprio 
e não gastos de produção (custos). São tratados diretamente como despesas. 
 
 
14 
Convém lembrar aqui mais uma vez que nesta parte de estudo se esta tratando de Custos para avaliação 
de estoques. Quando se usa Custos para finalidades gerenciais de decisão e controle, os tratamentos podem ser 
totalmente diferenciados. Quando de altas taxas de inflação, o tecnicamente correto é separar nas compras a 
prazo o que é o valor efetivo de compra do que é o encargo financeiro embutido pelo prazo negociado. 
Legalmente, não se pode fazer isso no Brasil, mas para fins gerenciais isso é importante. 
O Brasil, bem como vários outros países, está aceitando a inclusão dos juros no custo dos produtos 
apenas quando o ciclo de produção émuito grande (um ano ou mais, por exemplo) e quando poucos bens ou 
serviços são produzidos de uma vez. 
 
1.6.3 A Difícil Separação, na Prática, de Custos e Despesas 
Teoricamente, a separação é fácil: os gastos relativos ao processo de produção são custos, e os relativos 
à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas. 
Na prática, entretanto, uma série de problemas aparece pelo fato de não ser possível a separação de 
forma clara e objetiva. Por exemplo, é comum encontrarmos uma única administração, sem a separação da que 
realmente pertence à fábrica; surge daí a prática de se ratear o gasto geral da administração, parte para despesa 
e parte para custo, rateio esse sempre arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão científica. 
Normalmente, a divisão é feita em função da proporcionalidade entre número de pessoas na fábrica e 
fora dela, ou com base nos demais gastos, ou simplesmente em porcentagens fixadas pela Diretoria. 
Outros exemplos mais específicos: gasto com o Departamento de Recursos Humanos ou Pessoal; por 
haver comumente um único departamento que cuida tanto do pessoal da fábrica como do pessoal da 
administração, faz-se a divisão de seu gasto total em custo e despesa. 
Ou também o Departamento de Contabilidade, que engloba a Contabilidade Financeira e a de Custos, 
e por essa razão tem, às vezes, seu gasto total de funcionamento dividido parte para despesa (Contabilidade 
Financeira) e parte para custo (Contabilidade de Custos). 
Os mesmos problemas existem para outros setores, tais como Departamento de Compras, que efetua 
aquisições tanto para a área de produção quanto para a administração, vendas ou Almoxarifado, que presta 
serviços à produção e também aos outros setores da empresa como o de Manutenção. 
 
Como tentativa de solução ou pelo menos de simplificação, algumas regras básicas podem ser 
seguidas: 
i) Valores irrelevantes dentro dos gastos totais da empresa não devem ser rateados. 
 
Se, exemplificativamente, o gasto com o Departamento de Pessoal for de 0,3% dos gastos totais, dever-
se-á tratá-lo como despesa integralmente, sem rateio para a fábrica (Conservadorismo e Materialidade). 
ii) Valores relevantes, porém repetitivos a cada período, que numa eventual divisão teriam sua parte 
maior considerada como despesa, não devem também ser rateados, tomando-se despesa por seu montante 
integral (Conservadorismo). 
Por exemplo, a administração é centralizada, incluindo a da produção, que representa 67% dos gastos 
totais da empresa; numa eventual distribuição, 2/3 destes gastos ficariam como despesas. Logo, o melhor 
critério é tratá-los totalmente como despesa. 
iii) Valores cujo rateio é extremamente arbitrário devem ser evitados para apropriação aos custos. 
Por exemplo, a apropriação dos honorários da diretoria só seria relativamente adequada se houvesse 
um apontamento do tempo e esforço que cada diretor devotasse ao processo de administração e vendas e ao de 
produção. Como isso é praticamente impossível e já que é extremamente arbitrário qualquer critério de rateio 
(porcentagem prefixada, proporcionalidade com a folha de pagamento), o mais indicado é seu tratamento como 
despesa no período em que foram incorridos. 
Em suma, só devem ser rateados e ter uma parte atribuída aos custos de produção e outra às despesas 
do período os valores relevantes que visivelmente contêm ambos os elementos e podem, por critérios não 
excessivamente arbitrários, ser divididos nos dois grupos. 
 
1.6.4 Onde Terminam os Custos de Produção 
É bastante fácil a visualização de onde começam os custos de produção, mas nem sempre é da mesma 
maneira simples a verificação de onde eles terminam. 
É relativamente comum a existência de problemas de separação entre custos e despesas de venda. A 
regra é simples, bastando definir-se o momento em que o produto está pronto para a venda. Até aí, todos 
os gastos são custos. A partir desse momento, são despesas. 
Por exemplo, os gastos com embalagens podem tanto estar numa categoria como noutra, dependendo 
de sua aplicação. Quando um produto é colocado para venda tanto a granel quanto em pequenas quantidades, 
 
 
15 
seu custo terminou quando do término de sua produção. Como a embalagem só é aplicada após as vendas, 
deve ser tratada como despesa. Isso implica a contabilização do estoque de produtos acabados sem a 
embalagem, e esta é ativada num estoque à parte. Se, por outro lado, os produtos já são colocados à venda 
embalados de forma diferente, então seu custo total inclui o de seu acondicionamento, ficando ativados por 
esse montante. 
 
1.6.5 Os Gastos de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Novos 
Dois tratamentos diversos têm sido dados aos gastos com pesquisas de produtos novos: despesas do 
período e investimentos para amortização na forma de custo dos produtos elaborados futuramente. 
No primeiro caso, muito utilizado no Brasil em face, principalmente, de sua aceitação para efeito de 
Imposto de Renda, não há ativação, e todos os gastos são descarregados na conta de resultado no período em 
que são incorridos. 
Quando uma pesquisa contabilizada como ativo chega à condição de um insucesso, há a necessidade 
de sua amortização integral nesse período. 
Em virtude desses problemas de aleatoriedade e até de certa arbitrariedade nas formas de 
contabilização e transformação em despesas, há uma grande tendência, hoje, entre os Auditores Independentes, 
de forçar a eliminação dessa alternativa. O tratamento desses valores como despesas é atualmente mais 
indicado. Entretanto, para fins gerenciais, internos, pode-se ativar para posterior amortização. 
 
1.6.6 Gastos Dentro da Produção que não são Custos 
Inúmeras vezes ocorrem o uso de instalações, de equipamentos e de mão de obra da produção para a 
elaboração de bens ou execução de serviços não destinados à venda. São exemplos disso os serviços de 
manutenção do prédio, reforma e pintura de equipamentos não fabris, com uso do pessoal da manutenção da 
fábrica. 
Também a produção de máquinas ou dispositivos e moldes para a produção de outros bens ou uso 
próprio da empresa encontram-se nesse problema. 
Se a empresa faz uso de seu Departamento de Manutenção para também fazer reparos em máquinas 
do Departamento de Contabilidade, por exemplo, ou se usa pessoal ocioso da produção para ampliar as 
instalações de seu Departamento de Vendas, não pode incluir esses gastos nos custos dos produtos desse 
período. Deve ser feito um apontamento da mão de obra e dos materiais utilizados, e esse montante será tratado 
como despesa ou imobilização, dependendo do que tiver sido realizado. Além disso, também uma parte dos 
custos indiretos deverá ser adicionada ao serviço realizado, dentro dos mesmos critérios em que se basearia a 
empresa caso um produto tivesse sido fabricado. 
Dentro desse mesmo esquema estariam as fabricações de máquinas para uso próprio ou então 
elaboração de dispositivos, ferramentas e outros itens de uso fabril, mas não de consumo imediato. 
Necessário se torna ter sempre em mente que existe a Materialidade, e, por isso, não estarão dentro 
desse tratamento específico os pequenos consertos ou serviços que demandem recursos da produção em 
proporção ínfima. 
 
Resumo 
Os princípios contábeis são observados para a elaboração de Balanços e Demonstrações de Resultados, 
auditados pelo Fisco e pela Auditoria Externa (Independente) e têm aplicação também na Contabilidade de 
Custos. Assim, é necessário conhecer a Realização, a Competência, o Custo Histórico, a Consistência, o 
Conservadorismo e a Materialidade, entre outros. São custos de produção os gastos incorridos no processo de 
obtenção de bens e serviços destinados à venda, e somente eles. Não se incluem nesse grupo as despesas 
financeiras, as de administração e as de vendas e é bastante difícil em algumas situações a perfeita distinção 
entre elas. Não são incluídos também os fatores de produção eventualmente utilizadospara outras finalidades 
que não a de fabricação de bens (serviços) destinados à venda. Na presença de altas taxas de inflação, o custo 
histórico deveria ser tomado com a exclusão dos acréscimos de preço devidos a prazo de pagamento, e essa 
diferença ser tratada como uma despesa financeira especial. O custo histórico, assim expurgado, deveria para 
fins gerenciais ser corrigido por índices que reflitam a desvalorização da capacidade aquisitiva da moeda. 
 
 
Atividade de Fixação dos Conteúdos 
1- Como exemplo de despesas incorridas para incentivar a consecução das principais receitas, há despesa de: 
a) Administração b) Propaganda c) Manutenção d) Água e Energia e) Depreciação 
 
 
 
16 
2. O uso do Princípio do Custo Histórico como Base de Valor para avaliação de estoques deve ser abandonado quando 
há: 
a) Custo de oportunidade. b) Alta inflação no país. c) Valor de mercado menor. 
d) Devedores duvidosos. e) Juros sobre o capital. 
 
3. Se uma empresa usar diferentes bases e critérios de rateio de custos indiretos ao longo do tempo, ela estará ferindo o 
Princípio: 
a) Do Conservadorismo. b) Da Materialidade. c) Da Consistência. 
d) Da Relevância. e) Da Prudência. 
 
4. No Custeio por Absorção, apropriam-se aos produtos os custos: 
a) Indiretos. b) Fixos. c) Diretos. d) de produção. e) Variáveis. 
 
5. Para fins fiscais, os estoques são avaliados em função do custo: 
a) de mercado. b) de reposição. c) Histórico. d) de revenda. e) Embutido. 
 
6. O Conservadorismo traz à Contabilidade uma visão mais: 
a) Precavida. b) Agressiva. c) Arrojada. d) Arriscada. e) Otimista. 
 
7. Os recursos relativos ao processo produtivo são denominados, na terminologia contábil, de: 
a) Despesas. b) Perdas. c) Investimentos. d) Custos. e) Desembolsos. 
 
8. Os recursos relativos à administração geral, às vendas e aos financiamentos são denominados, na terminologia contábil, 
de: 
a) Custos. b) Despesas. c) Desembolsos. d) Investimentos. e) Perdas. 
 
9. A Auditoria Externa deve verificar a correta utilização do Custeio: 
a) Direto. b) Variável. c) Absorção. d) ABC. e) Pleno. 
 
10. O tratamento, do ponto de vista contábil, mais indicado para gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos é: 
 a) Despesas. b) Perdas. c) Investimentos. d) Custos. e) Desembolsos. 
 
11. Observar as sentenças a seguir: 
I- Juros, variações cambiais e correção monetária decorrente do financiamento da compra de matéria-prima devem ser 
consideradas como parte do custo do produto elaborado com ela. 
II - Ao fazer uso de seus equipamentos fabris para a construção de um cofre para uso próprio, uma empresa deve tratá-lo 
como despesa. 
III- Quando se acumulam custos de vários períodos contábeis, o correto é transformar esses diversos custos, incorridos 
em períodos diferentes, em quantidade de moeda de capacidade aquisitiva constante. 
IV - Valores irrelevantes dentro dos gastos totais da empresa não precisam necessariamente ser segregados em custo e 
despesa. 
As sentenças corretas são: 
a) I e IV. b) I, II e IV. c) I, III e IV. d) I, II e III. e) III e IV. 
 
12. Assinalar Falso (F) ou Verdadeiro (V): 
( ) Na prática, não há problemas para segregar custos e despesas de forma clara, direta e objetiva. 
( ) Recursos gastos que são relevantes, porém repetitivos a cada período, que numa eventual divisão teriam sua parte 
maior considerada como despesa, devem ser rateados como custos indiretos. 
( ) Valores, cujo rateio é extremamente arbitrário, devem ser evitados para apropriação de custos. 
( ) A separação entre custos de produção e despesas de venda é definida no momento em que o produto está pronto para 
venda. 
( ) Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos ou processos devem ser considerados sempre como custos 
dos produtos, nunca despesas do período. 
 
13. Os saldos das contas apresentados por uma determinada empresa, no mês de agosto de 2014, são: 
Itens Valor Custo /Despesas 
Manutenção máquinas Fábrica 22.000,00 
Salário da Secretária Administrativa 1.300,00 
Mão-de-obra pessoal produção 30.000,00 
Salário do contador 1.800,00 
Matéria-prima consumida 40.000,00 
Seguro do Prédio setor vendas 1.000,00 
Manutenção máquinas Escritório 900,00 
 
 
17 
Salário supervisor Fábrica 1.700,00 
Depreciação máquinas administração 600,00 
Honorários da diretoria 4.600,00 
Frete para entregar produtos vendidos 650,00 
Frete na compra da matéria prima 3.600,00 
Material Expediente 250,00 
Energia elétrica Escritório 900,00 
Energia elétrica Fábrica 5.900,00 
Comissão vendedores 800,00 
Classifique os gastos relacionados em custo ou despesas, encontrando o valor monetário total de cada categoria: Logo, o 
total dos custos de produção e despesas são respectivamente de: 
a-( ) R$ 12.800,00 e R$ 103.200,00 b-( ) R$ 103.200,00 e R$ 12.800,00 
c-( ) R$ 103.850,00 e R$ 12.150,00 d-( ) R$ 12.150,00 e R$ 103.850,00 
 
14. A Cia Porto Eucaliptos iniciou suas atividades em 01/01/x1, em 31/12/x1, e apresentava as seguintes contas: em 
R$ mil. 
Contas Valores R$ 
1 Caixa 460 
2 Bancos 1000 
3 Clientes 6060 
4 Estoque de matéria-prima 5000 
5 Equipamentos de produção 2000 
6 Depreciação acumulada de equipamentos de produção 300 
7 Veículos 1000 
8 Depreciação acumulada de veículos 100 
9 Empréstimos de curto prazo obtidos com encargos prefixados 3520 
10 Capital social 15000 
11 Consumo de matéria-prima 7000 
12 Mão-de-obra direta (inclui encargos sociais) no período 6000 
13 Energia elétrica consumida na produção 790 
14 Supervisão geral da produção 2880 
15 Aluguel da fábrica 600 
16 Consumo de lubrificantes nos equipamentos de produção 350 
17 Manutenção preventiva de máquinas comuns de produção 500 
18 Supervisão do almoxarifado de matéria-prima 1440 
19 Depreciação de equipamentos de produção 300 
20 Seguro dos equipamentos de fábrica 340 
21 Despesas comerciais e administrativas da empresa no período 8100 
22 Despesas financeiras no período 200 
23 Vendas de produtos acabados (PAC) 25100 
Com base nas contas acima, constata-se que o total dos custos de produção são de: 
( ) R$ 25.100,00 ( ) R$ 25.200,00 ( ) R$ 20.200,00 ( ) R$ 27.500,00 
 
15. Classifique os gastos abaixo relacionados em custo ou despesas, encontrando o valor monetário total de cada 
categoria: 
 
* Total dos custos de produção: * Total das despesas: 
 
 
 
 
 
 
18 
2 CLASSIFICAÇÕES E NOMENCLATURAS DE CUSTOS 
 
Custo de Produção do Período é a soma dos custos incorridos no período dentro da fábrica. 
Custo da Produção Acabada é a soma dos custos contidos na produção acabada no período. Pode 
conter Custos de Produção também de períodos anteriores existentes em unidades que só foram completas no 
presente período. 
Custo dos Produtos Vendidos é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que só 
agora estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos 
tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes. 
Os três conceitos são bastante distintos e não há relação obrigatória entre seus valores no que diz 
respeito a sua grandeza. Cada um pode ser maior ou menor que o outro em cada período, dependendo das 
circunstâncias. 
 
2.1 Classificação dos Custos 
2.1.1 Custos Diretos e Indiretos - em relação aos produtos 
Suponhamos que os seguintes Custos de Produção de determinado Período precisem ser alocados aos 
quatro diferentes produtos elaborados pela empresa: 
 
 
O responsável por Custos faz os levantamentos e as análises necessárias e verifica o seguinte: 
- Matéria-prima e Embalagens: podem ser apropriados perfeitos e diretamente aos quatro produtos, já 
que foi possível identificar quanto cada um consumiu. 
- Materiais de Consumo: alguns são lubrificantes de máquinas, e não há como associá-los a cada 
produto diretamente, e outros são de tão pequenovalor que ninguém se preocupou em associá-los a cada 
produto. 
- Mão de obra: é possível associar parte dela diretamente com cada produto, pois houve uma medição 
de quanto cada operário trabalhou em cada um e quanto custa cada operário para a empresa. Mas parte dela 
refere-se aos chefes de equipes de produção, e não há possibilidade de se verificar quanto atribuir diretamente 
aos produtos ($200.000 dos $1.000.000). 
- Salários da Supervisão: muito mais difícil ainda de se alocar por meio de uma verificação direta e 
objetiva do que a mão de obra dos chefes de equipes de produção, já que essa supervisão é a geral da fábrica. 
Representa esse custo o gasto da supervisão dos chefes de equipes e, por isso mesmo, muito mais difícil é a 
alocação aos produtos. 
- Depreciação das Máquinas: a empresa deprecia linearmente em valores iguais por período, e não por 
produto. Haveria possibilidade de apropriar diretamente a cada produto se a depreciação fosse contabilizada 
de outra forma. 
- Energia Elétrica: parte dela é possível alocar a três dos quatro produtos, já que a máquina que mais 
consome força possui um medidor próprio, e a empresa faz verificações de quanto consome para cada item 
elaborado. Porém, o resto da energia só é medido globalmente, e não há forma direta de alocação ($350.000 
são alocáveis e $150.000 não). 
- Aluguel do Prédio: impossível de se medir diretamente quanto pertence a cada produto. 
Após essas análises, podemos verificar que alguns custos podem ser diretamente apropriados aos 
produtos, bastando haver uma medida de consumo (quilogramas de materiais consumidos, embalagens 
uti1izadas, horas de mão de obra utilizadas e até quantidade de força consumida). São os Custos Diretos com 
relação aos produtos. 
Outros realmente não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem 
de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias). São os 
Custos Indiretos com relação aos produtos. 
 
 
19 
Portanto, a classificação de Direto e Indireto que estamos fazendo é com relação ao produto feito ou 
serviço prestado e não à produção no sentido geral ou aos departamentos dentro da empresa. 
Alguns custos têm características especiais. Por exemplo, vimos que parte dos Materiais de Consumo 
poderia ser apropriada diretamente, mas, dada sua irrelevância, verificou-se não valer a pena esse trabalho; 
muitas vezes a relação “custo-benefício” é desfavorável para itens de pequena importância. 
Outros, como a Depreciação, poderiam também ser apropriados de maneira mais direta, porém, pela 
própria natureza do custo, não é na maior parte das vezes, considerado útil tal procedimento. O próprio valor 
da depreciação como um todo é tão estimado e arbitrariamente fixado que chega a ser pouco útil a alocação 
direta. 
Finalmente, certos custos, como a Energia Elétrica, podem ser relevantes, mas não tratados como 
diretos, já que para tanto seria necessária a existência de um sistema de mensuração do quanto é aplicado a 
cada produto. Por ser caro esse sistema ou de difícil aplicação, ou ainda por não ser muito diferente o valor 
assim obtido daquele que se calcularia com base na potência de cada máquina e no volume de sua utilização, 
prefere-se a apropriação de forma indireta. 
Cada vez que é necessário utilizar qualquer fator de rateio para a apropriação ou cada vez que há o 
uso de estimativas e não de medição direta, fica o custo incluído como indireto. 
Logo, o rol dos Custos Indiretos inclui Custos Indiretos propriamente ditos e Custos Diretos (por 
natureza), mas que são tratados como Indiretos em função de sua irrelevância ou da dificuldade de sua medição, 
ou até do interesse da empresa em ser mais ou menos rigorosa em suas informações. 
Pode-se inclusive dizer também que, entre os Indiretos, existem os menos indiretos (quase Diretos), 
como Material de Consumo, e os mais Indiretos, como Supervisão de fábrica, Imposto Predial ou Corpo de 
Segurança. 
Com respeito especificamente à mão de obra, entende-se então o que seja Direta e Indireta; aquela diz 
respeito ao gasto com pessoal que trabalha e atua diretamente sobre o produto que está sendo elaborado; a 
outra, a Indireta, é a relativa ao pessoal de chefia, supervisão ou ainda atividades que, apesar de vinculadas à 
produção, nada têm de aplicação direta sobre o produto: manutenção, prevenção de acidentes, Contabilidade 
de Custos, programação e controle da produção etc. 
 
2.1.2 Custos Fixos e Variáveis em relação ao Volume de Produção 
 
Além de seu agrupamento em Diretos e Indiretos, os custos podem ser classificados de outras formas 
diferentes. Outra classificação usual (e mais importante que todas as demais) é a que leva em consideração a 
relação entre o valor total de um custo e o volume de atividade em uma unidade de tempo. 
Divide basicamente os Custos em Fixos e Variáveis. Por exemplo, o valor global de consumo dos 
materiais diretos por mês depende diretamente do volume de produção. Quanto maior a quantidade fabricada, 
maior seu consumo. Dentro, portanto, de uma unidade de tempo (mês, nesse exemplo), o valor do custo com 
tais materiais varia de acordo com o volume de produção; logo, materiais diretos são Custos Variáveis. 
Por outro lado, o aluguel da fábrica em certo mês é de determinado valor, independentemente de 
aumentos ou diminuições naquele mês do volume elaborado de produtos. Por isso, o aluguel é um Custo Fixo. 
É de grande importância notar que a classificação em Fixos e Variáveis leva em consideração a unidade de 
tempo, o valor total de custos com um item nessa unidade de tempo e o volume de atividade. 
Não se trata como no caso da classificação de Diretos e Indiretos, de um relacionamento com a unidade 
produzida. Por exemplo, a matéria-prima é um Custo Variável, já que, por mês, seu valor total consumido 
depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade de matéria-prima é 
provavelmente a mesma, mas isso não lhe tira a característica de Variável, pelo contrário, reforça-a. 
A divisão em Fixos e Variáveis também tem outra característica importante: considerando a relação 
entre período e volume de atividade, não se está comparando um período com outro. Esse fato é de extrema 
importância na prática para não se confundir Custo Fixo com custo recorrente (repetitivo). 
Por exemplo, se a empresa adota um sistema de depreciação com base em quotas decrescentes e com 
isso atribui para cada ano um valor diferente desse custo, continua tendo na depreciação um Custo Fixo, mesmo 
que a cada período ele seja de montante diferente. 
Também, se o aluguel é reajustado mensalmente em função de qualquer índice e nunca é igual em dois 
períodos subsequentes, não deixa de ser um Custo Fixo, pois em cada período seu valor é definido e independe 
do volume produzido. 
Outros exemplos dessa natureza: mão de obra indireta - normalmente, é um gasto que, apesar de poder 
variar de período para período, é um Custo Fixo, pois, por mês, tem seu montante definido não em função do 
volume de produção. Conta dos Telefones da fábrica - pode ter seu valor diferente em cada mês, mas não é um 
Custo Variável, pois seu montante não está variando em função do volume de produtos feitos. 
 
 
20 
Podem ser classificados os Custos Fixos em Repetitivos e Não-repetitivos em valor, isto é, custos que 
se repetem em vários períodos seguintes na mesma importância (caso comum do pessoal da chefia da fábrica, 
das depreciações) e custos que são diferentes em cada período (manutenção, energia). 
Outro aspecto dos Custos Fixos é que eles não são mesmo os repetitivos, eternamente do mesmo valor. 
Sempre há pelo menos duas causas para sua modificação: mudança em função de variação de preços, de 
expansão da empresa ou de mudança de tecnologia. Por exemplo, o valor da Mão de obra Indireta pode subir 
em determinado mês em função de um dissídio. O aluguel pode crescer

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