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CAP 3 A REVOLUÇÃO RUSSA

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A REVOLUÇÃO RUSSA
Capítulo 3
A CORROSÃO DO CZARISMO RUSSO
As contradições vividas pela Rússia no início do século XX:
Os grandes proprietários de terras, o clero e os oficiais do exército, no alto da pirâmide social, configuravam uma sociedade baseada na posse de terras e de títulos honoríficos.
Os nobres proprietários possuíam a maior parte das terras férteis e exploravam o trabalho dos camponeses, que viviam em situação próxima da servidão.
Desde o final do século XIX, diversos imperadores vinham adotando tímidas políticas modernizadoras:
Entre elas estavam a abolição da servidão e o encorajamento de investimentos estrangeiros para impulsionar a industrialização russa.
Ao mesmo tempo, a modernização industrial aumentava o contraste entre a estrutura oligárquica que sustentava o czar e as cidades modernizadas.
A CORROSÃO DO CZARISMO RUSSO
Anarquistas e marxistas russos difundiam suas ideias entre as populações urbanas e rurais, e grandes greves operárias marcaram a Rússia do começo do século XX.
A corrosão do czarismo, devido a seu caráter despótico, em contraste com os regimes constitucionais de muitas nações europeias, também se revelava no plano internacional, no jogo de forças com outras potências por domínios imperialistas, fragilizando seu poderio e debilitando o regime.
O fracasso do czar Nicolau II na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), ao disputar a Coreia e a Manchúria, acabou por incentivar as forças de oposição a intensificar o desagravo ao despotismo dos Romanov.
A CORROSÃO DO CZARISMO RUSSO
Domingo Sangrento - Apesar de não desrespeitarem a autoridade do czar, para quem chegaram a cantar o hino da fidelidade ao governo, Deus salve o czar, os manifestantes acabaram sendo dizimados às centenas, por tropas de soldados e da polícia.
Encouraçado Potemkin - Depois do domingo sangrento, uma onda de protestos e intranquilidade espalhou-se pelo Império Russo, resultando em uma greve geral e em levantes militares. Essa situação obrigou o czar a assinar o Tratado de Portsmouth, em 5 de setembro de 1905, pondo fim ao conflito com o Japão.
Manifesto de Outubro - Diante das crescentes manifestações, no mês seguinte o czar lançou um manifesto, prometendo a instauração de uma monarquia constitucional e parlamentar.
A CORROSÃO DO CZARISMO RUSSO
As agitações populares, tanto de trabalhadores da indústria como de camponeses, estimularam a formação dos sovietes – conselhos de trabalhadores – em várias regiões da Rússia, o que ativou a participação popular.
Em 1906, Nicolau II cumpriu a promessa de instaurar uma Duma (parlamento), a fim de redigir uma nova Constituição para o país.
Controlada por deputados predominantemente originários das elites nacionais, a Duma, no entanto, acabou ficando submetida à autoridade do czar, que aumentou seus próprios poderes por meio de decretos.
A CORROSÃO DO CZARISMO RUSSO
Entre os opositores do czarismo, destacaram-se várias agremiações político-ideológicas:
Os narodnikis (populistas);
Os anarquistas (partidários das ideias de Bakunin) e 
Os social-democratas (defensores dos princípios marxistas).
A CORROSÃO DO CZARISMO RUSSO
Os social-democratas dividiram-se, a partir de 1903, em duas facções.
Os mencheviques (do russo menshe = “menos”, indicando sua presença minoritária no Congresso da Social-Democracia dos Trabalhadores Russos) caracterizavam-se como marxistas ortodoxos e pregavam o desenvolvimento e o amadurecimento do capitalismo para só então almejar o socialismo. Eram liderados por Gheorghi Plekhanov e Iulii Martov.
A outra facção dos social-democratas russos era a dos bolcheviques (do russo bolshe = “mais”, indicando o caráter de maioria no mesmo congresso), que defendiam a revolução socialista, a instalação da ditadura do proletariado, com a aliança de operários e camponeses, e tinham como líder Vladimir Ilitch Lênin.
A progressiva divisão dos social-democratas levou-os à separação definitiva em 1914.
O COLAPSO DO CZARISMO
Membro da Tríplice Entente, juntamente com a Inglaterra e a França, a Rússia lutou contra a Alemanha e a Áustria-Hungria durante a Primeira Guerra Mundial, visando a conquistas territoriais. A guerra, porém, agravou as contradições sociais e políticas internas.
As sucessivas derrotas da Rússia diante do poderio militar alemão, pelas quais o czar foi responsabilizado, foram acompanhadas de deserções em massa de soldados da frente de batalha, favorecendo a organização das oposições que se preparavam para a insurreição.
No final de 1916, após a conquista de boa parte de seu território pelos alemães, a Rússia estava militarmente aniquilada e economicamente desorganizada. Sua população convivia com o desabastecimento e a escassez de gêneros básicos. 
Em fevereiro de 1917, os trabalhadores fizeram várias greves e manifestações, apoiadas por motins de soldados e marinheiros, o que acabou por gerar a deposição de Nicolau II.
A REVOLUÇÃO MENCHEVIQUE
Em março de 1917, foi instalada a República da Duma, sob a chefia de um nobre politicamente moderado, o príncipe Lvov.
Kerensky só assumiu efetivamente o poder da Duma em julho de 1917, com a renúncia de Lvov.
Comprometido com a ideia de desenvolver o capitalismo russo para depois lutar pelo socialismo, conforme pregavam os mencheviques, ele manteve a Rússia na Primeira Guerra Mundial, atendendo aos compromissos e ligações com a burguesia que o apoiava.
Liderados por Vladimir Lênin e Leon Trótski, os bolcheviques ganharam popularidade com as Teses de abril.
A REVOLUÇÃO MENCHEVIQUE
Sintetizadas na plataforma de “Paz, terra e pão”, propunham a saída da Rússia do conflito, a divisão das grandes propriedades entre os camponeses e a regularização do abastecimento interno.
Sob o lema “Todo poder aos sovietes”, Trótski recrutou uma milícia revolucionária em Petrogrado, a Guarda Vermelha, entre rabalhadores bolcheviques dos sovietes.
A REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE
Em 7 de novembro (ou 25 de outubro, no calendário juliano, até então em vigor na Rússia), os bolcheviques tomaram de assalto os departamentos públicos e o Palácio de Inverno, em Petrogrado. 
Destituíram o governo republicano menchevique e em seu lugar criaram o Conselho de Comissários do Povo.
No comando do conselho estavam Vladimir Lênin, como presidente, Leon Trótski, como encarregado dos negócios estrangeiros, e Josef Stálin, chefiando os negócios internos.
As sucessivas derrotas russas na Primeira Guerra mundial aceleraram a dec omposição do es tado liberal menche vique.
Na foto de 1925, Trótski discursa para tropas do exército
vermelho.
O governo de Vladimir Lênin (1917-1924)
De início, o novo governo nacionalizou as indústrias e os bancos estrangeiros, redistribuiu as terras no campo e firmou um armistício com a Alemanha, em Brest-Litovski. Para sair do conflito, a Rússia teve de abrir mão de alguns territórios (Estônia, Letônia, Lituânia, Finlândia, Ucrânia e Polônia).
As mudanças nas estruturas tradicionais de poder, entretanto, ativaram a oposição dos mencheviques e czaristas (que passaram a ser chamados de russos brancos).
O governo de Vladimir Lênin (1917-1924)
Durante a guerra civil, o governo de Lênin adotou como política econômica o comunismo de guerra:
Caracterizado pela centralização da produção e pela eliminação da economia de mercado, típica do capitalismo.
Seu objetivo era conseguir recursos para enfrentar o cerco internacional e a guerra contra os russos brancos e seus aliados europeus.
As requisições forçadas, com o confisco pelo Estado da produção agrícola, fizeram desaparecer os procedimentos de compra e venda de produtos,
tornando desnecessário até o uso de moeda.
O governo de Vladimir Lênin (1917-1924)
A fim de evitar o colapso total da economia após a guerra civil, Lênin instituiu a Nova Política Econômica (NEP).
A NEP estimulava a pequena manufatura privada, o pequeno comércio e a venda livre de produtos pelos camponeses nos mercados.
A NEP, que durou até 1928, levou à recuperação parcial da economia soviética e à reativação de setores fundamentais, fazendo
crescer a produção industrial e agrícola e o comércio.
Em contraste com a relativa liberalização econômica, consolidou-se o centralismo governamental sob a supremacia do Partido Comunista Russo, nome dado pelos bolcheviques, a partir de 1918, ao único partido permitido no país.
O governo de Vladimir Lênin (1917-1924)
Nesse mesmo ano foi elaborada uma Constituição que criava a República Soviética Socialista Russa e, em 1923, outra, que instituía a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Com a morte de Lênin, em 1924, o poder soviético foi disputado por Leon Trótski, chefe do exército, e Josef Stálin, secretário-geral do Partido Comunista.
Trótski defendia a revolução permanente, que pretendia difundir o socialismo pelo mundo.
Stálin pregava a consolidação interna da revolução, a estruturação de um Estado revolucionário forte e a implantação do socialismo num só país, para então tentar expandir a revolução para a Europa.
O GOVERNO DE JOSEF STÁLIN (1924-1953)
A partir de 1928, a economia soviética, sob o comando de Stálin, viveu a socialização total, com a abolição da NEP e a instauração dos PLANOS QUINQUENAIS.
O primeiro deles (1928-1933) estava voltado para o aumento da produção de maneira global, com o estímulo à industrialização, sobretudo na área da indústria pesada (siderurgia, maquinaria, etc.).
No meio rural foi feita a coletivização agrícola, com duas formas de estabelecimento rural: os sovkhozes (fazendas estatais) e os kolkhozes (cooperativas).
O GOVERNO DE JOSEF STÁLIN (1924-1953)
Ao ser implantado o segundo plano quinquenal, na década de 1930, já se notavam os efeitos positivos do primeiro plano: a indústria de base crescera aproximadamente sete vezes em relação a 1928, e a indústria de bens de consumo, quatro vezes.
O terceiro plano quinquenal, iniciado em 1938, visava desenvolver a indústria especializada, especialmente a química, mas não pôde ser colocado em prática devido à eclosão da Segunda Guerra Mundial.
O GOVERNO DE JOSEF STÁLIN (1924-1953)
No plano político, Stálin consolidou seu poder assumindo integralmente o controle do Partido Comunista, transformado no poder máximo que supervisionava todos os sovietes.
Subordinada ao partido estava a polícia política revolucionária, organização chamada inicialmente de Cheka e, depois, em 1922, transformada em GPU, a Administração Política do Estado, sob a chefia de Stálin.
Centralizando todo o poder do Estado soviético, Stálin livrou-se da oposição de Trótski, exilando-o em 1929.
Entre 1936 e 1938, reafirmou sua autoridade ao afastar todos os potenciais opositores, recorrendo para isso a julgamentos, condenações, expulsões do partido e punições – processos que ficaram conhecidos como expurgos de Moscou.
Todos os membros dessa reunião do IX congresso do PCUS de 1920 assinalados na testa foram vítimas dos expurgos de Stálin.
O GOVERNO DE JOSEF STÁLIN (1924-1953)
No plano externo, 65 partidos comunistas internacionais, representando mais de 3 milhões de comunistas do mundo todo, apoiaram abertamente a política stalinista no congresso da Internacional Comunista (Komintern), ocorrido em 1935, em Moscou.
Na década de 1930, a consolidação do governo fascista de Benito Mussolini, na Itália, e a ascensão do governo nazista de Adolf Hitler, na Alemanha, provocariam uma alteração substancial na política mundial, envolvendo a União Soviética nos conflitos do período.

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