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A evolução do constitucionalismo

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
CONSTITUCIONAL I
A EVOLUÇÃO DO CONSTITUCIONALISMO NO BRASIL
ACADÊMICO: PEDRO HENRIQUE DA SILVA DE LIMA
Introdução:
No trabalho em epígrafe, falarei sobre constituições históricas brasileiras, e seu papel fundamental, na evolução social e democrática, de nosso país.
1. Constituição Outorgada de 1824:
Outorgada por D. Pedro I, com a ajuda de um Conselho de Estado, composto por 10(dez) membros no dia 25 de março de 1824, em cerimônia solene realizada no Rio de Janeiro, a presente Constituição, estabelecia um Governo moderador, hereditário, constitucional, representativo. Concentrava poderes nas mãos do imperador, através do poder moderador.
Só os burgueses podiam votar, pois o voto era baseado em uma determinada renda. Sistema este que excluiu a maioria da população brasileira do direito de escolher seus representantes.
A religião oficial era a Católica, e a mesma subordinada ao Estado.
Poder executivo era exercido pelo imperador e ministros de Estado. Deputados e senadores seriam os responsáveis pela elaboração das leis do país, que seriam executadas pelo poder executivo.
Sistema territorial nacional foi dividido em províncias.
Foi estabelecido garantias e direitos individuais.
2. Constituição Promulgada de 1891:
A Constituição de 1891 começou a ser elaborada em 1889, após um ano de negociações foi promulgada no dia 24 de fevereiro de 1891, vigorando por toda a República Velha, foi marcada pela Independência dos três poderes (sai, portanto, o poder moderador de D. Pedro I). 
Foi implantada uma república federativa, que detinha o poder entre 20(vinte) estados e o governo central. 
Abolição das penas de galés e de banimento judicial.
Estabelecimento de uma relativa e limitada autonomia para os estados.
Estabelecimento do voto universal masculino. Ou seja, somente os homens poderiam votar. Além das mulheres, não podiam votar: menores de 21 anos, mendigos, padres, soldados e analfabetos.
Estabelecido os a educação.
No tocante aos direitos dos cidadãos, a Constituição determinava que:
- Todos eram iguais perante a lei.
- Ninguém poderia ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude da lei.
- Liberdade de culto religioso.
- Estabelecimento do ensino leigo em estabelecimentos públicos.
- Extinção de privilégios relacionados ao nascimento ou títulos de nobreza adquiridos na época da monarquia.
- Liberdade de reunião e associação, porém sem uso de armas.
- Garantia de liberdade de imprensa e expressão de opiniões.Não estabelece censura, porém cada pessoa fica responsável por abusos cometidos.
- Liberdade de exercício de qualquer profissão industrial, moral e intelectual.
- Liberdade para entrar e sair do país com seus bens, exceto em tempos de guerras
3. Constituição Promulgada de 1934: 
Promulgada em 16 de julho pela Assembleia Nacional Constituinte, a Constituição de 1934 foi redigida "para organizar um regime democrático, que assegure à Nação, a unidade, a liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico", segundo o próprio preâmbulo. Determinou-se a proibição de diferença salarial, sendo o mesmo capaz de satisfazer, as necessidades de acordo com cada região
 Foi o criado um mandado de segurança para a defesa de direito certo e incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestante inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade.
Apesar de ser inovadora, a constituição em 1934 foi a que menos durou no Brasil, apenas três anos. Não foi cumprida à risca, mas mesmo assim teve grande importância, uma vez que institucionalizou a reforma da organização político-social brasileira incluindo os militares, a classe média urbana e industrial no jogo de poder.
Possibilitava a nacionalização das empresas estrangeiras, e o estabelecimento do monopólio estatal sobre determinadas indústrias.
Previu a criação da Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral.
Instituição do voto secreto e obrigatório para maiores de 18 anos, além de estipular o voto feminino.
O primeiro presidente da República, de acordo com a determinação de disposições transitórias, seria eleito pelo voto indireto da Assembléia Constituinte.
Obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário – mesmo que para adultos.
4. Constituição Outorgada de 1937:
A Constituição Brasileira de 1937 (conhecida como Polaca), outorgada pelo presidente Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, mesmo dia em que implanta a ditadura do Estado Novo, é a quarta Constituição do Brasil e a terceira da república de conteúdo pretensamente democrático. Será, no entanto, uma carta política eminentemente outorgada mantenedora das condições de poder do presidente Getúlio Vargas. A Constituição de 1937, que recebeu apelido de “Polaca” por ter sido inspirada no modelo semifascista polonês, era extremamente autoritária e concedia ao governo poderes praticamente ilimitados. Foi redigida pelo jurista Francisco Campos, ministro da Justiça do novo regime, e obteve a aprovação prévia de Vargas e do ministro da Guerra, general Eurico Gaspar Dutra.
Estado Novo
Não havia previsão constitucional do Tribunal do Júri para o julgamento de casos dolosos contra à vida;
Os parlamentos foram fechados e o legislativo era controlado pelo Chefe de Estado por meio de decreto leis e por leis constitucionais;
Foi determinado o Estado de emergência que perdurou durante todo o Estado Novo;
Havia previsão de um Tribunal de Segurança Nacional, cuja competência seria fixada pelo Chefe de Estado.
Dessa forma, a Constituição de 1937, que já estava pronta há meses durante a preparação do golpe, foi imposta ao povo. Seus tópicos principais estabeleciam:
Fechamento do Poder Legislativo nos três níveis (Congresso Nacional, Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais);
Poder Judiciário subordinado ao Executivo;
Total liberdade de ação à Polícia Especial;
Propaganda a favor do governo no rádio mediadas pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda);
Eliminação do direito de greve;
Reintrodução da pena de morte;
Estados seriam governados por interventores nomeados por Vargas.
Nota-se, assim, que a Constituição de 1937 dava respaldo legal para o regime autoritário do Estado Novo e era um retrocesso, se comparada à anterior, em termos de democracia e direitos humanos. Vale lembrar que os crimes e as perseguições a quem se opôs a essa forma de governo continuaram até o fim do regime e, quando este chegou ao fim, as atrocidades cometidas ficaram impunes.
5. Constituição Promulgada de 1946: 
A mesa da Assembléia Constituinte, elaborada por Eurico Gaspar Dutra, então Presidente de República (1946-1951), promulgou no dia 18 de setembro de 1946 a Constituição dos Estados Unidos do Brasil e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, consagrando as liberdades expressas na Constituição de 1934, que haviam sido retiradas em 1938.
A justiça do trabalho foi constitucionalizada e passou a ser um ramo do poder legislativo.
O tribunal do júri voltou a ter previsão constitucional.
Foi garantida a Assistência Judiciária Gratuita “AJG” para os necessitados.
Para o estabelecimento de impostos era necessária lei previa obrigatória.
A extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião não seria deferida.
Foi a primeira constituição a possuir uma bancada comunista no seu processo constituinte. Depois de seis meses da promulgação da constituição a bancada comunista cai.
Durante a vigência da Constituição de 1946, ocorreu o Golpe militar de 1964, quando governava o presidente João Goulart. A partir de então, a carta-magna passou a receber uma série de emendas, que a descaracterizaram. Foi suspensa por seis meses pelo Ato Institucional Número Um e finalmente substituída pela Constituição de 1967, proposta oficialmente pelo Ato Institucional Número Quatro.
6. Constituição Outorgada de 1967: 
A Constituição Brasileira de 1967 foi outorgada em 24 de janeiro de 1967 e entrou em vigor no dia 15 de março de 1967. Foi elaborada pelo Congresso Nacional, a que o AtoInstitucional n. 4 atribuiu função de poder constituinte originário ("ilimitado e soberano"). O Congresso Nacional, transformado em Assembléia Nacional Constituinte e já com os membros da oposição afastados, elaborou, sob pressão dos militares, uma Carta Constitucional semi-outorgada que buscou legalizar e institucionalizar o regime militar consequente do Golpe de 1964.
Elaborada sob supervisão dos militares no poder, legitimava o regime iniciado pelo Golpe de 1964, abandonando sua fachada democrática e formalizando a ditadura militar.
Competia à União a apuração de infrações penais contra a segurança nacional e a ordem política e social, bem como determinar a censura em diversões públicas;
Competia privativamente ao presidente da república a aprovação da nomeação dos prefeitos dos Municípios declarados de interesse da segurança nacional;
Toda pessoa jurídica ou natural era responsável pela segurança nacional;
O Ministério Público era uma seção conjugada ao Poder Judiciário;
Havia previsão de direitos e garantias individuais, porém não eram respeitados.
A garantia constitucional do Habeas Corpus ficou suspensa nos casos de crimes políticos e de crimes contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular;
Determinou-se o banimento, do território nacional, do brasileiro que comprovadamente se tornasse inconveniente;
A pena de morte foi reintroduzida nos casos de guerra externa, psicológica adversa ou revolucionaria ou subversiva;
Todos os atos praticados pelo Comando Supremo da Revolução de 31 de março de 64 foram aprovados e excluídos de eventual apreciação judiciária.
7. Constituição Promulgada de 1988: 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte em 22 de setembro de 1988 e promulgada em 5 de outubro de 1988, é a lei fundamental e suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais espécies normativas, situando-se no topo do ordenamento jurídico
É a atual Carta Magma do Brasil, transição de um regime autoritário para um regime democrático.
Alicerces fundamentais da República Federativa: soberania, cidadania, dignidade das pessoas humanas, os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa e o pluralismo político.
Todo poder emana do povo, que exerce por meio referendo, plebiscito ou iniciativa popular.
O poder Judiciário voltou a ter independência com autonomia funcional, administrativa e financeira.
O Ministério Público e instituição permanente essencial a função jurisdicional do estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
O poder legislativo, consagrado nos artigos 44 a 75 voltou a ter independência; o processo legislativo está previsto nos artigos 59-69.
O poder executivo está previsto nos ART. 76 a 91.
O advogado é indispensável a administração da justiça, sendo inviolável por atos e manifestações no exercício da profissão.
Restabeleceu eleições diretas para os cargos de presidente da República, governadores de estados e prefeitos municipais.
 Estabeleceu o direito de voto para os analfabetos.
 Definiu o voto facultativo para os jovens de 16 a 18 anos de idade.
Sistema pluripartidário.
Colocou fim a censura aos meios de comunicação.
Em 1997, foi elaborada uma emenda constitucional que abriu a possibilidade de reeleição para os principais cargos do poder executivo (presidente da República, governadores de estados e prefeitos municipais).
Referencias: 
http://www.historiadobrasil.net/brasil_monarquia/constituicao_1824.htm
http://www.estudopratico.com.br/constituicao-de-1934/
http://www.politize.com.br/constituicao-de-1937-a-polaca/
http://www.bonde.com.br/educacao/passado-a-limpo/quais-principais-caracteristicas-da-constituicao-de-1946--193854.html
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/constituicao-1967.htm
http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/constituicao_1988.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki
Tapes/RS, 02 de abril de 2016.

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