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Resumo Clínica em Psicanalise Livro: As 4 condições da análise - Quinet Divã Ético - Respeito o desejo (inconsciente) do outro. Obs: o desejo nada tem a ver com vontade. - O analista está ali para que o outro entenda o desejo dele. - A função do divã é eliminar toda e qualquer relação do imaginário do paciente com o analista. (apagar a imagem do imaginário) - Acelera a descontrução do EU do paciente, sendo assim o verdadeiro desejo aparece. Com o dispositivo de fazer o analisante deitar no divã, apaga-se a imagem do outro, i(a), que representa a persona do analista, e I(A), o ideal do Outro, tenderá a ocupar seu lugar. O apagamento do imaginário visado por esse procedimento freudiano do divã não tem outro objetivo senão o de desacelerar a função de desconhecimento do eu para fazer emergir o discurso do Outro — mesmo que isto não seja nem suficiente nem indispensável, uma vez que é a regra fundamental que comanda. O tempo na analise A suspensão da sessão obedecendo, não ao tempo do relógio, mas à trama do discurso do analisante, responde a um esquema de comunicação evidenciado por Lacan e que é encontrado não só na análise como também na experiência comum do dia-a-dia. - O sujeito vai para o Divã após as entrevistas iniciais, quando de fato inicio a análise. - O inconsciente possui um tempo lógico. Instante de ver (abertura do inconsciente) – ato falho Tempo de compreender (corte realizado pelo analista) Momento de concluir (acontece fora da seção) Funções do dinheiro - O que o dinheiro representa para o analista? O analista paga com o corpo, com o tempo... O dinheiro pode ser um sinal de amor. Menos quando o dinheiro é dado do que quando é pedido, como uma demanda do Outro — cujo protótipo encontramos na situação da mãe pedindo ao filho para lhe dar suas fezes. Dar dinheiro não é tanto um sinal de amor, na medida em que amor é dar o que não se tem, a não ser quando se dá o dinheiro que não se tem — aquele que faz falta. O que especifica o dinheiro neste registro não é algo da ordem do dar amor, mas sim da demanda de amor. O dinheiro entra aqui como um dos objetos que podem ser pedidos: objeto da demanda que adquire um valor que o transmite em sinal de amor. O analista se vende como objeto que tem valor inicialmente contabilizável: tanto por sessão. Assim, o analista é um objeto libidinalmente investido e que vai amoedar-se com o dinheiro. Pelo artifício da transferência, o analista é um objeto de aluguel — ele é alugado pelo analisante que paga por sessão, a cada “aluguel”. E para isso não cabe a economia, pois a economia de dinheiro representa a economia de gozo que se expressa por uma retenção que infringe a regra de ouro da associação livre, que vai absolutamente contra qualquer tipo de retenção. O analista também paga, nos diz Lacan em A direção da cura e os princípios de seu poder. Ele paga nos três registros: Simbólico, Imaginário e Real. S — com palavras — a interpretação. I — com sua pessoa — prestando-se aos fenômenos decorrentes da transferência, apagando-se como eu. R— com seu ser — em seu ato anulando-se como sujeito no faz- de-conta de ser objeto a. Final da análise - Travessia da fantasia Travessia da fantasia Outra maneira de abordar essa metamorfose do sujeito é o que Lacan designou por travessia da fantasia. Atravessar a fantasia fundamental não significa eliminá-la como se fosse uma pedra no rim ou fazê-la desaparecer esfarelando-a, e sim percorrê-la para que o sujeito possa experimentar-se nos dois pólos que ela encerra: o do sujeito e o do objeto ($ a). O final da análise é contemporâneo da destituição do sujeito suposto saber. Se o sujeito, como vimos, é destituído de suas identificações e do objeto que o complementa na fantasia, ele também é desvinculado do saber. Qual o destino do saber no final da análise? Antes da análise o recalque determina o horror de saber: “não quero nem saber do que se trata no meu sintoma”. A instauração do sujeito suposto saber na entrada da análise promove a transformação de horror em amor que se dirige ao saber: a transferência. No final da análise, com a queda do sujeito suposto saber, o “parceiro se desvanece por não ser mais do que saber vão de um ser que se furta”, ocorrendo então a dissipação desse amor, pois o analista perdeu agalma. O passe como dispositivo não é apenas uma possibilidade de verificação de final de análise e elaboração de um saber transmissível sobre os destinos do sujeito na análise, mas um dispositivo capaz de recolher um saber novo sobre um desejo inédito: o desejo do analista.
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