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Prof. Paulo Rafael Rede Metodista IPA Material de Apoio ESEF Lic. – Atletismo carecaipa@hotmail.com 2010 1 HISTÓRIA DO ATLETISMO A origem do atletismo é incerta, embora evidências apontam que ele já era praticado e muito valorizado entre os gregos antigos. As competições mais importantes da Olimpíada grega antiga, eram as corridas. A história do atletismo pode ser dividida em três períodos: o primeiro, de suas origens, nas civilizações primitivas, à extinção dos antigos jogos olímpicos, pelo imperador romano Teodósio, no ano de 393 d.C.; o segundo, da Idade Média, a época de atividade descontínua ou mesmo de decadência para as competições de pista e campo, ao século passado, quando educadores vitorianos introduziram os esportes nas escolas inglesas, definindo-os, codificando-os e mais tarde difundindo-os pela Europa; e o terceiro, do renascimento dos jogos olímpicos, em 1896, com o barão francês Pierre de Coubertin, ao atletismo dos dias atuais. ATLETISMO ANTES DA GRÉCIA CLÁSSICA No Egito Antigo e Mesopotâmia Temos muitos registros dos Jogos Olímpicos da antiguidade, mas e antes deles? Havia competições atléticas ainda mais antigas? Sim, as primeiras civilizações no Egito e Mesopotâmia, milênios antes dos Jogos na Grécia antiga, já tinham a tradição de atividades atléticas . Isto é comprovado por fontes literárias e iconográficas descrevendo cenas atléticas já em 3.000 a.C. No Egito e Mesopotâmia, o interesse por atividades atléticas ficou registrado em templos e tumbas. O esporte no Egito antigo incluía: luta, combate com varas, boxe, acrobatismo, arco e flecha, vela, jogos de bola e eventos eqüestres. Tudo indica que os eventos atléticos eram restritos aos membros das classes elevadas. Textos egípcios mostram a importância da atividade física na preparação do faraó e membros da corte. Prof. Paulo Rafael Rede Metodista IPA Material de Apoio ESEF Lic. – Atletismo carecaipa@hotmail.com 2010 2 Os gregos pré-clássicos - micênicos e minuanos Além do Egito e Mesopotâmia, outras civilizações, inclusive na própria Grécia pré-clássica, já praticavam o atletismo antes dos Jogos Olímpicos. Os minuanos, civilização que habitava a ilha de Creta no período de 2.100 a 1.100 a.C., tinham interesse especial pela ginástica. Os afrescos indicam que as atividades atléticas eram praticadas por membros da nobreza em áreas perto do palácio. Na cultura minóica os touros eram muito importantes (lembrem- se da lenda do minotauro de Creta) e também faziam parte dos eventos atléticos através do salto sobre o touro. Sim, os atletas realizavam saltos sobre touros vivos e provavelmente não muito amistosos! Outros esportes praticados pelos minóicos eram o boxe, luta e acrobacias. Os estudos indicam que havia um componente religioso forte nos eventos atléticos. Já os miocenos (1600-1100 a.C.), adotaram os esportes minóicos e acrescentaram a corrida de bigas e competições de pista. Tal qual na Creta minuana, os esportes tinham caráter religioso, porém os micênicos preferiam a luta e o boxe. Jogos Olímpicos da Antiguidade Mais de mil anos de glórias da Olimpíada antiga Os Jogos Olímpicos começaram em 776 a.C. em Olímpia, na Grécia antiga, e duraram por mais de mil anos. Entretanto, o evento religioso que deu origem aos Jogos é bem mais antigo podendo datar do século 13 a.C. Tal qual a Olimpíada moderna, os jogos eram realizados de 4 em 4 anos. Porém eles sempre aconteciam em Olímpia, os esportes eram menos numerosos e só podiam participar homens que falassem o idioma grego. Prof. Paulo Rafael Rede Metodista IPA Material de Apoio ESEF Lic. – Atletismo carecaipa@hotmail.com 2010 3 Olímpia atraía homens (as mulheres não eram permitidas) de todo o mundo grego. Não se sabe quantas pessoas compareciam aos Jogos, mas o estádio olímpico tinha a capacidade estimada entre 45 mil e 50 mil espectadores. Os competidores chegavam a Olímpia um mês antes do início oficial do Jogos e passavam por um treinamento moral, físico e espiritual sob a supervisão dos juízes. As mulheres não eram permitidas nos Jogos Olímpicos, não porque os atletas competiam nus, mas por ser Olímpia dedicada ao deus Zeus, sendo uma área sagrada para homens. Nas competições de bigas, realizadas fora da área sagrada, as mulheres era permitidas. Havia festivais femininos nos quais os homens eram banidos, sendo o mais famoso o Heraean, em Argos, o qual incluía competição de lançamento de dardo. A corrida foi o único esporte praticado nas primeiras 13 Olimpíadas. A distância era de um "stadia" que correspondia aproximadamente a 150 metros no total de ida e volta. Depois foram acrescentadas corridas mais longas como o "diaulos" (365 metros) e o "dolichos" (24 "stadias" ou 2 km). Em 708 a.C. foram acrescentados o pentatlo e eventos de luta, em 688 a.C. o boxe e em 680 a.C. a corrida de bigas. O prêmio pela vitória era uma simples coroa feita de ramos de Oliveira. Entretanto os atletas viravam celebridades e era comum os vitoriosos receberem benefícios tais como ter toda a sua alimentação paga pelo resto da vida, ou ter um lugar reservado na primeira fileira dos teatros. Com o domínio romano sobre os gregos os Jogos Olímpicos foram perdendo sua identidade. Na época do Imperador Nero, no lugar de cidadãos livres, escravos passaram a competir por suas vidas contra animais selvagens. Em 393 d.C. os gloriosos Jogos Olímpicos foram abolidos por decreto do Imperador Romano Teodósio. Prof. Paulo Rafael Rede Metodista IPA Material de Apoio ESEF Lic. – Atletismo carecaipa@hotmail.com 2010 4 Origem da Maratona Diz a lenda... O ano era 490 a.C., os gregos haviam vencido os persas na batalha de Maratona e coube a Pheidippides a tarefa de levar a boa notícia até a cidade de Atenas. Ele correu aproximadamente 42 km da planície da Maratona até Atenas e ao chegar só teve fôlego de anunciar "vencemos" e caiu morto! Na verdade não existe prova desta lenda, mas a história era boa e inspirou a competição que foi realizada pela primeira vez na Olimpíada de 1896 em Atenas. Mas a história real é ainda mais incrível... Se você achou notável um mensageiro correr 42 km subindo desde a planície de Maratona até Atenas, espere pela verdadeira história.Na verdade Pheidippides foi encarregado de uma tarefa mais árdua e importante. Quando o Persas estavam chegando na Grécia para destruir Atenas, coube a Pheidippides ir até Esparta, a 240 km de distância, pedir reforços. Correndo! Isso mesmo, correndo. Como caminho era irregular para os cavalos, somente um mensageiro corredor poderia cobrir a distância em tempo. E então Pheidippides correu em dois dias os 240 km por terreno irregular, só para chegar em Esparta e receber um não como resposta. Os espartanos estavam comemorando o festival de Artemis e se recusaram a ajudar. E lá veio Pheidippides de volta a Atenas com a má notícia, correndo. Se você acha que Pheidippides era um caso a parte, saiba que foi através da corrida que os atenienses venceram os Persas. Prof. Paulo Rafael Rede Metodista IPA Material de Apoio ESEF Lic. – Atletismo carecaipa@hotmail.com 2010 5 História das Olimpíadas - A Volta O Barão de Coubertin revive as Olimpíadas Os gloriosos Jogos Olímpicos, interrompidos no anos 393 d.C. por decreto do Imperador Romano Teodósio, tiveram o seu renascimento no final do século XIX. O principal fator deste renascimento foram as escavações, em 1852, das ruínas do templo de Olímpia onde aconteciam os Jogos nos tempos ancestrais. A redescoberta da história das olimpíadas provocou um renascimento dos valores esportivosdo gregos antigos que acabaram influenciando o francês Charles Louis de Feddy, mais conhecido como barão de Coubertin. Segundo o próprio barão, o final do século XIX apresentava todo um conjunto de circunstâncias que culminariam no renascimento dos Jogos Olímpicos: "A idéia do renascimento dos Jogos Olímpicos não foi uma fantasia passageira: foi a culminação lógica de um grande momento. O século XIX presenciou o prazer pelos exercícios físicos renascer em todos os lugares... Ao mesmo tempo as grandes invenções, as ferrovias e o telégrafo conectaram distâncias e a humanidade passou a viver uma nova existência. As pessoas se misturaram, conheceram-se melhor e imediatamente passaram a se comparar. O que um conseguia o outro desejava conseguir também. Exibições universais trouxeram para uma localidade produtos de todo o mundo, congressos científicos ou literários reuniram as variadas forças intelectuais. Então como poderiam os atletas não buscar se reunirem, já que a rivalidade é a base do atletismo e na realidade a ração de sua existência?" (Barão Pierre de Coubertin, 1896). Assim, no dia 23 de junho de 1894, o barão convocou um congresso esportivo-cultural e apresentou a proposta para o retorno dos Jogos Olímpicos. Os delegados de 12 países reunidos na Prof. Paulo Rafael Rede Metodista IPA Material de Apoio ESEF Lic. – Atletismo carecaipa@hotmail.com 2010 6 Sourbone ficaram tão entusiasmados com o projeto que marcaram a primeira Olimpíada da era moderna para dali a dois anos em Atenas. Apesar do barão de Coubertin ser mundialmente reconhecido como responsável pelo renascimento da Olimpíada, aconteceram antes outras tentativas de reviver os jogos. As primeiras tentativas de reviver as Olimpíadas Na Grécia do século XIX o ideal dos antigos Jogos Olímpicos não havia sido completamente esquecido. Apesar do barão de Coubertin ser mundialmente reconhecido como responsável pelo renascimento da Olimpíada, aconteceram, muito antes de seu nascimento, outras tentativas de reviver os jogos por parte dos gregos. Sabe-se que em 1838 a municipalidade de Letrini, perto da antiga Olímpia, decidiu reviver os Jogos Olímpicos. Eles planejavam realizar os Jogos a cada 4 anos na cidade de Pyrgos, mas não há mais informações e historiadores acreditam que o evento nunca aconteceu. Outra tentativa de maior sucesso foi empreendida pelo rico grego Evangelos Zappas através dos Jogos Olímpicos Zappianos. Aconteceram quatro edições destes jogos nos anos de 1859, 1870, 1875 e 1889 com premiações simbólicas e em dinheiro para os vencedores. Referências Bibliográficas Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Atletismo http://www.copacabanarunners.net/hist.html www.atletas.net/conteudos/oatletismo www.cbat.org.br
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