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Teologia e Ecologia

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ESPIRITUALIDADES, RELIGIÕES E ECOLOGIA
Professor Carlos Alexandre Ribeiro Dorte
Questionário
Que exemplos de conexão entre ecologia e espiritualidade são mais popular em sua região? 
O maior exemplo em nossa região esta em nossas matas virgens, sim pois estas que ainda não sofreram ação da mão do homem, estas mesmas que foram pelo todo poderoso Deus criada com o poder da sua palavra, como vemos no livro do Gênesis (1.11-12)...
11. Deus disse: "Produza a terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua semente." E assim foi feito. 12. A terra produziu plantas, ervas que contêm semente segundo a sua espécie, e árvores que produzem fruto segundo a sua espécie, contendo o fruto a sua semente. E Deus viu que isso era bom. (Bíblia de Edição Contemporânea de Almeida, ed. Vida, 2ª impressão 1996).
Então quando vemos este ecossistema e paramos a pensar por uns momentos (meditar na feitura de sua palavra), com nossa sensibilidade espiritual temos um encontro com toda a criação do terceiro dia, na sua integra. E assim sentirmos a integração nossa com este meio ambiente, nos arremetemos a ver quão profundas são nossas raízes de ligação, e então passamos a entender que o criador preparou todo um cenário de referencias para nós. Ao transcendermos em nossa espiritualidade poderemos sentir a presença do Criador na natureza.
Em nossa região serrana, temos por conexão em destaque as nossas matas nativas, onde ao mergulharmos nesta, poderemos passar a ter uma experiência maior se atingirmos potencialmente esta ligação entre a natureza, criação pela palavra e o homem, criação de suas mãos, isto faz com que tenhamos uma comunhão maior com o próprio Deus. Pois possuímos em nossa essência a conexão entre ecologia e espiritualidade, e assim destacamos nossas variedades de vegetação como ponto mais popular de nossa região.
 Que ideias mencionadas neste capitulo podem ajudar a interpretar essa realidade?
A epistemologia que nos faz refletirmos no geral, por etapas e por seus limites em conhecimento humano. Quando o homem se pergunta, se indaga, por coisas naturais e sua inercia, no processo cognitivo, onde se depara com o julgamento de ter o conhecimento de tudo. 
Quando se menciona no texto o patriarca ortodoxo, João de Pêrgamo, este afirmando que “o problema ecológico é um assunto espiritual e é impossível encara-lo sem sua referencia à região e a ética”, neste momento passamos a compreender que a ecologia tem seu ponto de equilíbrio e realista na espiritualidade de nossa região. E por sua vez, Leonardo Boff define que “na junção da espiritualidade ao ecossistema passamos a ter uma ecoespiritualidade que nada mais é que o sentir, o amar e pensar como a terra”, assim compreendermos que ao nos aprofundarmos no entendimento desses, seremos automaticamente inseridos a uma mística comunhão com o sagrado por meio de sua criação. Então vem Victorino Pérez Prieto, inspirado em Panikkar, se faz ressaltar que a espiritualidade ecológica supõe de uma conexão empática com a realidade, por fundamentalmente vem à unidade indivisível entre Deus, o mundo e o homem. 
Então neste contexto, temos a ideia de Deus que se relaciona e não como um ser dominador, onde qualquer aparecia de antropologia dualista e abre-se a cosmoteândrica (teológico-antropo-cósmica) que tem por significado a busca da comunhão harmônica com o Todo. 
Quando refletimos ecologicamente em espiritualidade entramos em uma via de relacionamento de Deus com toda sua criação, então a sua imagem passa a estabelecer uma koinonia com toda sua criação. 
Nunca chegaremos ao perfeito equilíbrio entre o homem e o ecossistema enquanto nos fizermos racionais fora da criação, pois temos por exemplos as experiências do povo de Israel, em exemplo clássico esta o nome de Adão que provém da palavra hebraica que descreve a argila vermelha como uma estreita relação do homem com o solo, o das culturas pré-colombianas onde se constata entre os Maias um mito semelhante aos dos “homens de milho”, que se refere a relação de que do próprio homem nascerá sempre outros. 
Assim somos todos os dias convidados à reconciliação com a natureza e a considera-la não mais como objeto de estudo e de dominação, mas como uma mãe, uma irmã, uma esposa e assim compreendermos a frase de Leonardo Boff (citada acima).
Com suas palavras explique o que compreendeu por “Ecoespiritualidade”, “Mística ecológica”, “Responsabilidade ambiental das religiões” e “Ecofontes”?
Ecoespiritualidade
De acordo com o Gênesis (1.26)...
26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. 
Onde temos um Deus todo poderoso que pela sua palavra faz todo o universo e tudo que nele há, agora se curvando ao solo de sua criação e colocando suas poderosas mãos neste, então tornando a argila em uma massa macia e pronta para ser moldada, mas, quando nos referimos a palavra argila, lembramos que esse material não é encontrado por sobre o solo e sim dentro deste, então para tirar esta argila precisamos cavar o solo em que estamos, ou seja, foi necessário Deus entrar com suas mãos dentro de sua criação para retirar dela a base de nosso ser. 
Agora por certo de que nosso interior é de argila e sabedores que fomos tomados do interior desta terra, temos por certeza que estamos mais ligados a terra, ou melhor, somos a própria terra, que pela mão do Criador feito sua imagem.
Quando nos espiritualizamos com essa terra, esse ecossistema vemos que somos mais ligados que outrora pensávamos e então entendermos que somos a argila moldada e tirada do interior desta terra para crescermos convivendo uns com os outros sem aspereza, pois esta argila é úmida, e permite ser moldada, sempre procurando preservar e lutar pelo que acredita mantendo os pés no solo (chão), isto é a nossa natureza.
Termos por base que somos parte deste ecossistema e por isto vivermos nossa ecoespiritualidade.
	Mística Ecológica
É entender a espiritualidade entre os elementos básicos de nosso ecossistema, e assim buscarmos a correção de nossas falhas, entrando em conexão com o meio ambiente e assim pudermos observar a mística que existe na natureza, passando assim a possuir uma junção maior entre toda a criação.
O Papa Francisco faz referência ao assunto em sua encíclica “Laudato Sí”, onde propõe o cuidado da casa comum, pois uma vez que fomos tomados das entranhas da terra, supomos que esta seja nossa casa comum.
	
	Responsabilidade Ambiental das Religiões
Atualmente tem se apresentado, mesmo que, ainda estejamos em um marcha lenta em relação ao assunto, mas estamos dando uma importância maior à questão ambiental, onde temos um Papa preocupado com a casa comum, o faz escrever em sua encíclica uma dedicação ao meio ambiente que conhecemos como “Laudato Sí”, onde apresenta suas preocupações com a degradação ambiental e o aquecimento global, tendo por apoio a forma taxativa de cientistas que defendem a elevação do clima nos últimos anos pela ação humana. Onde conclama a humanidade a reconhecer as necessidades de mudanças de estilo de vida, e assim começar a combater este “aquecimento”, e afirma não crer na tecnologia como solução.
Sua encíclica Papal ecoa pelas diversas religiões, forçando a cada um representante expressar suas opiniões sobre, a nação Islâmica a se declarar quanto ao clima, ao Judaísmo quanto ao meio ambiente. 
No livro do Eclesiastes (7.13ª) vemos o escritor preocupado em que se atentem a obra do Criador, ou seja, é como se Deus estivesse dizendo “Este mundo é meu, eu o criei, é minha feitura, lhe coloquei nele para cuidar e não para destruir”, pois quem o construiu, o fez e não nos deu as ferramentas para conserta-lo, apenas para preserva-lo.
	
	Ecofontes
	 È entender que estamos ligados ao ecossistema de forma que a terra nos deu a nossa matéria prima e nós porsua vez a retribuiremos com o cuidado, como um filho que depois de adulto cuida de sua genitora (mãe), assim somos nós com o cuidado a quem se abriu de suas entranhas e nos deu esta matéria, e tem nos alimentados em suas tetas.
Quais são os avanços e as tarefas vinculados às religiões a respeito do cuidado para com a Criação?
Varias igrejas cristãs, nas ultimas décadas, revisaram seus ensinamentos e praticas à luz da crise ambiental, diante do estrago produzido pelos combustíveis fosseis em todo planeta. Lideres religiosos tem promovido um modelo econômico sustentável para um estilo de vida coerente.
Desmond Tutu (Premio Nobel da Paz) ex-arcebispo anglicano sul-africano, promoveu um boicote ao estilo antiapartheid da indústria de combustíveis fosseis. 
O Concelho Mundial das Igrejas, decidiu eliminar gradualmente seus investimentos em ações das grandes empresas de combustíveis fosseis.
A Igreja Anglicana do Reino Unido, da Nova Zelândia e da Polinésia, a Igreja Unida de Cristo dos Estados Unidos e muitas igrejas regionais e locais também se uniram ao movimento mundial de desinvestimento.
O Papa Francisco fala ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, propõe uma mobilização ética mundial que acabe com as desigualdades e propague um ideal comum de fraternidade e solidariedade.
	
De que maneira pode-se cultivar uma ecoespiritualidade da libertação?
Necessário se faz entender para poder viver uma espiritualidade, sem tensões, com um cenário imutável para que esta espiritualidade venha mover-se, caminhar, indagar, explorar, transcender-se, realizar-se e a plenificar-se. 
Assim gerando uma ecoespiritualidade que seja de acordo com a vontade do criador, em cuidar e usufruir desta terra que também como eu e você fomos tirados de suas entranhas, e então cuidarmos para que estas como uma mãe poderá nos dar seu alimento ate que nos tornemos para suas entranhas.
Tendo por base as Ecofontes, que nos prova que estamos sempre ligados a este tronco, ramificado por raízes de comunhão que nos inspiram a tornarmos a nossa base inicial e assim criando um ciclo que sempre nos apontara para uma ecoespiritualidade que nada mais é que possuirmos uma comunhão espiritual entre o homem espiritual e o homem ecológico.
Por Renato Jose da Silva

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