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Apostila - Aspectos destacáveis no âmbito da “Toxicologia” - UNIDAVI

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1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO 
ITAJAÍ – UNIDAVI 
ANA PAULA BATISTA BORGES 
CLAUDIA LETÍCIA GEREMIAS 
JOÃO CARLOS RODRIGUES 
LEONARDO SIMON RUTZEN 
LUIZ CARLOS MÜLLER PIRES DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA LEGAL: 
Aspectos destacáveis no âmbito da “Toxicologia” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DO SUL 
NOVEMBRO DE 2014 
2 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO 
ITAJAÍ – UNIDAVI 
ANA PAULA BATISTA BORGES 
CLAUDIA LETÍCIA GEREMIAS 
JOÃO CARLOS RODRIGUES 
LEONARDO SIMON RUTZEN 
LUIZ CARLOS MÜLLER PIRES DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA LEGAL: 
Aspectos destacáveis no âmbito da “Toxicologia” 
 
 
 
Trabalho a ser apresentado ao Curso de 
Direito da Área de Ciências Socialmente 
Aplicáveis do Centro Universitário para o 
Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, na 
disciplina de Medicina Legal, como 
requisito parcial para a obtenção do grau 
de Bacharel em Direito. 
 
Professor: Bolívar Bittelbrunn 
 
 
 
 
RIO DO SUL 
NOVEMBRO DE 2014 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 04 
1 CONCEITO BÁSICO DE TOXICOLOGIA ............................................................ 05 
1.1 AGENTE TÓXICO OU TOXICANTE ............................................................... 05 
1.2 VENENO ......................................................................................................... 05 
1.3 TOXICIDADE .................................................................................................. 06 
1.4 AÇÃO TÓXICA ................................................................................................ 06 
1.5 ANTÍDOTOS ................................................................................................... 06 
2 O ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS TÓXICOS ....................... 07 
3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E A PROVA PERICIAL ........................................... 09 
4 PRINCIPAIS DROGAS (TÓXICOS) ..................................................................... 11 
4.1 MACONHA ...................................................................................................... 12 
4.2 COCAÍNA ........................................................................................................ 12 
4.3 CRACK............................................................................................................ 13 
4.4 ÁLCOOL.......................................................................................................... 13 
4.5 LSD ................................................................................................................. 14 
4.6 ECSTASY ....................................................................................................... 14 
5 TÉCNICAS DE EXAME TOXICOLÓGICO ........................................................... 15 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 17 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 18 
ANEXOS ................................................................................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O objeto deste trabalho é o estudo da toxicologia como área da disciplina 
de Medicina Legal. O seu objetivo institucional é a produção de trabalho a ser 
entregue em 06.11.2014, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em 
Direito pelo Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – 
UNIDAVI. 
O objetivo geral deste trabalho de curso é investigar questões relevantes 
da toxicologia. Os objetivos específicos são: a) analisar o que se pode considerar um 
conceito básico de toxicologia; b) discutir as características gerais dos tóxicos; c) 
avaliar a legislação aplicável e a prova pericial; d) ponderar acerca das principais 
drogas; e) apresentar esquematizadamente as técnicas de exame toxicológico; tudo 
sob os enfoques legal e doutrinário. 
O presente trabalho exporá, em arremate, as Considerações Finais da 
autora, onde os principais pontos estudados, envolvendo a discussão proposta, 
serão sintetizados naquela que será não “a” conclusão soberana para equacionar o 
objetivo suscitado, mas “uma” conclusão possível a partir das perspectivas que 
serão apresentadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 CONCEITO BÁSICO DE TOXICOLOGIA 
 
Segundo informativo didático divulgado eletronicamente pelo Governo do 
Estado do Paraná, de autoria de Lauro Augusto Caetano Leite, esta é “a ciência que 
estuda a natureza e o mecanismo das lesões tóxicas nos organismos vivos expostos 
aos venenos”. 
Segundo definição de Casarett apud Leite: “Toxicologia é a ciência que 
define os limites de segurança dos agentes químicos, entendendo-se como 
segurança a probabilidade de uma substância não produzir danos em condições 
especiais”. 
Atinge a toxicologia uma vasta área do conhecimento, onde atuam 
profissionais de diversas formações: Química Toxicológica, Toxicologia 
Farmacológica, Clínica, Forense, Ocupacional, Veterinária, Ambiental 
(Ecotoxicologia), Aplicada a Alimentos, Genética, Analítica, Experimental e outras 
áreas. Ademais, servimo-nos de outros conceitos utilizados nessa espécie da 
medicina especial. 
 
 
1.1 AGENTE TÓXICO OU TOXICANTE 
 
Agente tóxico ou toxicante é a entidade química capaz de causar dano a 
um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas 
condições de exposição. 
 
 
1.2 VENENO 
 
Veneno é toda substância que incorporada ao organismo vivo, produz por 
sua natureza, sem atuar mecanicamente, e em determinadas concentrações, 
alterações da fisico-química celular, transitórias ou definitivas, incompatíveis com a 
saúde ou a vida. Paracelsus, pseudônimo de Philippus Aureolus Theophrastus 
Bombastus von Hohenheim, aclamado como fundador da Bioquímica e da 
Toxicologocia, no século XVI já estabelecia o aforismo básico: “Todas as coisas são 
venenosas, é a dose que transforma algo em veneno”. 
6 
 
 
 
1.3 TOXICIDADE 
 
Capacidade que uma substância tem de produzir efeitos prejudiciais ao 
organismo vivo. Fatores que interferem na toxicidade: dose, via de contato, 
distribuição no tempo, fatores relativos às substâncias (composição química, 
quantidade e concentração, duração de exposição, solubilidade, estado de 
dispersão...), e fatores relativos ao organismo (idade, sexo, gravidez, idiossincrasia, 
hábito, tolerância, etc.) 
 
 
1.4 AÇÃO TÓXICA 
 
Maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade sobre as 
estruturas teciduais. - DL 50: (Dose Letal 50%) ou dose letal média de uma 
substância expressa o grau de toxicidade aguda de substâncias químicas. 
Correspondem às doses que provavelmente matam 50% dos animais de um lote 
utilizados para experiência. São valores calculados estatisticamente a partir de 
dados obtidos experimentalmente. Com base nas DL50 de várias substâncias, são 
estabelecidas classes toxicológicas de produtos químicos e farmacológicos, no 
entanto, para se dizer se uma substância é tóxica ou inócua para o ser humano, 
devemos também optar por critérios que avaliem se uma substância oferece Risco 
ou Perigo para um determinado sistema biológico, para um determinado indivíduo ou 
para a saúde pública. 
 
 
1.5 ANTÍDOTOSAntídotos são medicamentos ou produtos químicos que atuam sobre o 
veneno ou se opõem aos seus efeitos, através de diferentes mecanismos. Alguns 
autores utilizam uma definição mais restrita, considerando apenas aqueles antídotos 
mais específicos e excluindo outros. 
 
7 
 
2 O ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS TÓXICOS 
 
O tóxico, em uma simples definição, é substância entorpecente que deve 
ser controlada ou no mínimo amplamente estudada para estabelecer suas 
características, a fim de classifica-las para limitar legalmente seu uso ou orientar os 
usuários de suas consequências. 
 As substâncias tóxicas uma vez introduzidas no organismo e por ele 
assimiladas e metabolizadas podem levar a danos na saúde física ou psíquica, 
inclusive à morte, dependendo da dosagem utilizada. 
Assim, entende-se que a toxidade da droga é a capacidade de produzir 
danos aos organismos vivos, em condições padronizadas de uso. Uma substância 
muito tóxica causará dano a um organismo se for administrada em quantidades 
muito pequenas, enquanto que uma substância de baixa toxicidade somente 
produzirá efeito quando a quantidade administrada for muito grande. 
 O conhecimento da toxicidade das substâncias químicas se obtém 
através de experimentos em laboratório utilizando animais. Os métodos são 
empregados com todo rigor científico com a finalidade de fornecer informações 
relativas aos efeitos tóxicos e principalmente para avaliar riscos que podem ser 
extrapolados ao homem. 
A substância tóxica poderá atuar na esfera psíquica – chamadas de 
drogas psicotrópicas – que agem sobre o cérebro do indivíduo, modificando suas 
reações psicológicas e seu comportamento. Ou seja, altera a normalidade mental, 
prejudicando o sistema nervoso, que desequilibrado poderá até transformar a 
conduta da personalidade do indivíduo. 
Com essa preocupação de estudar as características do hábito do uso de 
drogas psicoativas a Toxicomania – ou Toxicofilia – se desenvolveu definindo os 
estados de intoxicação, quando crônica ou periódica, prejudicial ao organismo e 
nociva à sociedade, pelo consumo repetido de determinada droga, seja ela natural 
ou sintética. 
Portanto, as drogas, entorpecentes ou psicotrópicos são compostos 
químicos, naturais ou não, que agindo sobre o cérebro, produzem estados de 
excitação, depressão ou alterações variadas no psiquismo. 
Assim, a toxicomania especializou-se a classificação de alguns efeitos 
importantes, como a: compulsão, necessidade invencível de consumo do fármaco; 
8 
 
tolerância, tendência a aumentar paulatinamente a dosagem para a obtenção dos 
mesmos efeitos; e a dependência – física ou psíquica –, que levam ao 
desencadeamento de crises de abstinência ante a privação da droga. 
A dependência, segundo a OMS, pode ser definida como um estado 
psíquico e às vezes físico causado pela interação entre um organismo vivo e um 
tóxico. É um verdadeiro estado de sujeição da pessoa à droga, podendo ser de 
natureza física ou psíquica. 
Dependência psíquica é caracterizada pela compulsão em consumir a 
droga de maneira periódica ou continua, quer para obtenção de prazer, quer para 
alívio de um mal-estar. 
Dependência física é marcada pelo surgimento de transtornos de 
natureza física ou pela síndrome de abstinência, quando a droga não é consumida. 
Nota-se que as características dos tóxicos e seus efeitos são essenciais 
ao estudo geral da toxicologia, que por seus efeitos e consequências pro corpo 
humano, compreende uma ciência que abrange uma vasta área de conhecimento 
para prevenir, diagnosticar e tratar as consequências e limites do uso de drogas. 
Diante disso, deve relacionar-se com diversas outras ciências, pois sem os 
conhecimentos interrelacionados, dificilmente poderá atingir seus objetivos. 
Dessa forma, o estudo da toxicologia é desenvolvido por especialistas 
com diferentes formações, da área da saúde e humanas – médicos, biólogos, 
psicólogos etc. – oferecendo cada profissional contribuições específicas em uma ou 
mais áreas de atividade permitindo assim, o aperfeiçoamento dos conhecimentos e o 
desenvolvimento das áreas de atuação. 
A doutrina apresenta as áreas de atuação da toxicologia. Nessas áreas, 
destacam-se, segundo Woelfert (2003): 
 
Toxicologia ambiental, que estuda os efeitos nocivos produzidos pela 
interação dos contaminantes químicos ambientais com os organismos 
humanos; 
Toxicologia ocupacional: que pesquisa os efeitos nocivos produzidos pela 
interação dos contaminantes do ambiente de trabalho, com o indivíduo 
exposto e o impacto sobre sua saúde; 
Toxicologia de alimentos: que examinam os efeitos adversos produzidos por 
agentes químicos presentes nos alimentos, sejam estes contaminantes ou 
de origem natural. Estabelece, também, as condições nas quais os 
alimentos podem ser ingeridos sem causar danos à saúde; 
9 
 
Toxicologia de medicamentos: que analisa os efeitos nocivos produzidos 
pela interação dos medicamentos com o organismo decorrente do uso 
inadequado ou da suscetibilidade individual; e 
Toxicologia social: que estuda os efeitos nocivos dos agentes químicos 
usados pelo homem em sua vida de sociedade, seja sob o aspecto 
individual, social (de relação) ou legal. 
 
Tais áreas são classificadas, ainda segundo o doutrinador mencionado, de 
acordo com a natureza do agente ou a maneira como este alcança o organismo. 
 
 
3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E A PROVA PERICIAL 
 
No âmbito legal, algumas considerações são importantes. Em um 
histórico legislativo, pode-se dizer que a Lei n. 6.368/76 apresentava quatro 
situações possíveis em relação à dependência: a de um usuário ou experimentador 
ocasional, a de um usuário dependente, a do traficante e a do traficante dependente. 
A “nova” lei de tóxicos, datada de 2006, não mais faz referência à 
dependência no tipo legal. Tal lei distingue o usuário do traficante, pouco 
importando a condição de ser o usuário ou traficante dependente ou não. Esta 
lição pode ser compreendida da simples leitura dos artigos 28 a 39 da Lei n. 
11.343/06, já estudada na disciplina de Direito Penal – Legislação Esparsa. 
Eduardo Roberto Alcântara Del’Campo (2008, p. 297) refere: 
 
O exame de avaliação de dependência de drogas, assim denominado pelo 
art. 56, §2º, da Lei n. 11.343/06, objetiva inicialmente distinguir aquele que é 
dependente de droga (seja usuário, traficante ou assemelhado) e, portanto, 
não tem possibilidade, sem ajuda especializada, de furtar-se ao uso do 
fármaco, daquele que consome eventualmente (usuário ocasional) ou 
aufere vantagem econômica no comércio irregular dos entorpecentes 
(traficante ou assemelhado) sem deles se utilizar. 
 
O referido autor segue mencionando que não basta a mera constatação 
de dependência, mas que esta dependência seja capaz de gerar a inimputabilidade. 
Neste particular, faz distinção de oito situações possíveis, todas dentro do 
ordenamento na Lei de Drogas (a já citada Lei n. 11.343/06): 
10 
 
A primeira situação diz respeito ao agente dependente que é inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato. A segunda situação diz respeito ao 
agente dependente que era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com o 
entendimento sobre o caráter ilícito do fato. A terceira situação é a do agente que, 
sob efeito da droga, em caso fortuito ou força maior, era inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato. A quarta é a do agente sob o efeito da droga que 
era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com o entendimento sobre o 
caráter ilícito do fato. A quinta se refere ao agente que, pela dependência, era 
incapaz parcialmente de entender o caráter ilícitodo fato. A sexta é a do agente que, 
em razão da dependência, era parcialmente incapaz de determinar-se de acordo 
com o entendimento sobre o caráter ilícito do fato. A sétima, do agente que sob o 
efeito da droga, por caso fortuito ou força maior, era parcialmente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato. A oitava e última, do agente que sob efeito da 
droga, por caso fortuito ou força maior, era parcialmente incapaz de determinar-se 
de acordo com o entendimento sobre o caráter ilícito do fato. 
O nível de dependência, assim, pela legislação aplicável, determinará o 
grau de imputabilidade (aplica-se a pena), semi-imputabilidade (pena reduzida) ou 
inimputabilidade (isenta de pena). 
O critério da imputabilidade, como se sabe, é biopsicológico. Para haver 
inimputabilidade, portanto, é necessário “conjunção” de três fatores: causa biológica 
(era dependente ou agiu sob o efeito da droga), consequência psicológica 
(capacidade de entender ou determinar-se) e elemento temporal (instante da prática 
do ato). 
É nesta seara que se percebe a relevância da prova pericial, que poderá 
apenas, na maioria dos casos, verificar a dependência e o comprometimento 
psíquico do autor do fato. A questão do momento exato do cometimento do crime é 
remetida a outros meios de prova. 
Para Del’Campo (2008, p. 300), as condutas do art. 28 da Lei de Tóxicos 
(usuário) seguem o procedimento do juizado especial, com realização em 45 dias; e 
nas condutas dos arts. 33 a 39, o rito será comum, estabelecido pelos arts. 149 e 
154 do CPP (incidente de insanidade), com realização em 90 dias. 
São quesitos usuais na perícia que averigua a insanidade mental por 
dependência ou uso de tóxico (rol exemplificativo), ainda segundo Del’Campo (2008, 
p. 302): 
11 
 
 
“1) era o examinado, ao tempo da ação ou omis são, dependente de 
droga(s)? De qual(is) droga(s)? 2) em caso de resposta afirmativa ao 
quesito anterior, a dependência era física ou psíquica? 3) era o examinado, 
ao tempo da ação ou omissão, em razão da dependência de droga{s), 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se segundo esse entendimento? 4) era o examinado, ao tempo da ação ou 
omissão, em razão da dependência de droga(s), parcialmente capaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se segundo esse 
entendimento? 5) era o examinado, ao tempo da ação ou omissão, em 
razão de estar sob o efeito de droga(s), inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se segundo esse entendimento? 6) 
era o examinado, ao tempo da ação ou omissão, em razão de estar sob o 
efeito de droga(s), parcialmente capaz de entender o caráter ilícito do fato 
ou de determinar- se segundo esse entendimento? 7) necessita o 
examinado de tratamento? Qual o indicado? 8) em caso de resposta 
afirmativa ao quesito anterior, é necessária a internação hospitalar do 
examinado para tratamento? Por quê?” 
 
A depender das respostas do expert, o magistrado que conduz o caso irá 
reconhecer a imputabilidade, inimputabilidade ou semi-imputabilidade, com base nos 
critérios já referidos. 
 
 
4 PRINCIPAIS DROGAS (TÓXICOS) 
 
Conforme já exposto e como todos bem sabem, drogas são substâncias 
estupefacientes naturais ou sintéticas que agem tanto no funcionamento da mente 
(alterando o estado de consciência) quanto do corpo (potencializando as atividades 
físicas) quando introduzidas no organismo. 
Hodiernamente, existem no mundo diversos tipos de drogas e no decorrer 
dos anos são descobertos novos tipos dessas substâncias, porém, algumas são 
mais conhecidas e consumidas. No Brasil, as substâncias estupefacientes mais 
conhecidas e consumidas são: Maconha, Cocaína, Crack, Álcool, LSD e Ecstasy; 
São as drogas mais usadas de forma “recreativa”. Nesse sentido são os 
posicionamentos do endereço eletrônico “Brasil Escola” e do doutrinador Eduardo 
Roberto Alcântara Del’Campo. 
12 
 
4.1 MACONHA 
 
A maconha (cannabis sativa), é um estupefaciente de origem natural, 
originária da Ásia Central e Meridional, que tem como princípio ativo o THC (Tetra-
hidrocanabinol). Marijuana, hashish, charas, ghanja, bhang, kef, orla e dagga são 
algumas das maneiras que a cannabis pode ser consumida, mas a forma mais 
comum é através do fumo. 
Os principais efeitos físicos que apresentam os usuários da cannabis são: 
memória prejudicada, sentidos aguçados, aumento dos batimentos cardíacos, 
percepção distorcida de tempo, ansiedade, olhos avermelhados por causa da 
dilatação dos vasos sanguíneos oculares e boca seca. 
Malgrado todas as discussões entre defensores e contrários ao consumo 
da cannabis sativa, há séculos a planta vem sendo utilizada em muitos países com 
fins medicinais para tratamento de doenças como: câncer e AIDS (combate as 
náuseas e estimula o apetite), glaucoma (alivia a pressão ocular), epilepsia (evita as 
convulsões) e esclerose múltipla (diminui espasmos musculares). 
 
 
4.2 COCAÍNA 
 
A cocaína, benzoilmetilecgonina ou éster do ácido benzoico, é um 
alcaloide usado como droga derivada da planta Erythroxylon coca, originária da 
América Central e América do Sul. 
A cocaína atua no Sistema Nervoso Central e provoca no usuário: euforia, 
bem estar, sociabilidade e, em dosagens muito frequentes e excessivas, provoca 
alucinações táteis, visuais e auditivas, ansiedade, delírios, agressividade e paranoia; 
causando na grande maioria dos casos dependência física e química. 
Existem várias formas de se consumir a cocaína, ela pode ser aspirada, 
injetada (quando dissolvida em água), fumada em cachimbos (forma de pasta, mais 
conhecida como crack), e a merla (em forma de base) cujos usuários fumam ela 
pura ou misturada com a maconha. 
 
 
 
13 
 
4.3 CRACK 
 
O crack, também conhecido como “pedra”, nada mais é do que a cocaína 
solidificada em cristais, porém, cinco vezes mais potente que e muito mais barato 
que a cocaína. Inicialmente utilizado por pessoas de baixo poder aquisitivo, hoje ele 
está presente em todas as classes sociais e em diversas cidades do país. Acredita-
se que atualmente que no Brasil, aproximadamente seiscentas mil pessoas sejam 
dependentes desta droga. 
O crack faz com que a dopamina, responsável por provocar sensações de 
prazer, euforia e excitação, permaneça por mais tempo no organismo, sendo que a 
dopamina provoca sintomas paranoicos quando usada em altas concentrações. 
Assim, os neurônios vão sendo destruídos, e a memória, concentração e 
autocontrole são nitidamente prejudicados. 
 
 
4.4 ÁLCOOL 
 
O álcool tem como principal agente o Etanol (Álcool Etílico), e é muito 
consumido na forma de bebidas com cerveja, vinho, whisky etc. Apesar de lícito, o 
álcool é considerado uma droga depressora do Sistema Nervoso Central, capaz de 
causar no usuário a dependência química. 
Quando consumido em altas doses, pode ser prejudicial à saúde, vindo a 
causar estupor (Estado mórbido em que o doente, imóvel, não reage a estímulos 
externos) e até o coma. Os efeitos do álcool são percebidos em dois períodos, um 
que estimula e outro que deprime, no primeiro pode ocorrer euforia e desinibição e 
no segundo o descontrole, falta de coordenação motora e sono. 
O principal efeito do álcool e também causador da velha e conhecida 
frase “Eu nunca mais vou beber!”, é a Ressaca, que nada mais é o mal estar do dia 
seguinte à ingestão exagerada de álcool, devido a intoxicação que provoca 
inflamação no sistema digestivo e afeta, principalmente, o fígado. 
 
 
 
 
14 
 
4.5 LSD 
 
O LSD (Lysergsäurediethylamid), palavra alemã que significa acrônimo de 
Dietilamida Ácido Lisérgico),também muito conhecido por doce, ácido e/ou 
microponto. É uma droga que ganhou popularidade na década de 60, quando não 
era considerada prejudicial à saúde. Essa droga, é um composto cristalino que 
ocorre naturalmente, resultado das reações metabólicas do fungo Claviceps 
purpúrea. 
Essa droga psicoativa, consumido na grande maioria por adolescentes e 
jovens, atua no Sistema Nervoso Central psíquicos, como alucinações, delírios e 
ilusões, tendo como efeitos físicos a dilatação das pupilas, sudorese, aumento da 
frequência cardíaca e etc. Os sintomas psíquicos são alucinações auditivas e 
visuais, sensibilidade sensorial, confusão, pensamento desordenado, perda do 
controle emocional, euforia alternada com angústia e dificuldade de concentração, 
podendo ocorrer “flashbacks”. 
 
 
4.6 ECSTASY 
 
O Ecstasy (3,4-metilenodioximetanfetamina – Sigla: MDMA), também 
conhecida como a droga do amor, é uma droga psicoativa produzida pela indústria 
farmacêutica em 1914, com a finalidade de ser um redutor de apetite. Apesar disso, 
nunca foi utilizado para tal fim, sendo, a partir dos anos 60, utilizado para fins de 
tratamento psicoterápicos e nos anos 70 consumido recreativamente. Embora 
utilizado normalmente pela via oral em forma de comprimido, ele também pode ser 
injetado. 
O MDMA, tem como efeitos o aumento do estado de alerta, aumentar o 
apetite sexual, sensação de bem-estar, aumento da capacidade física e mental, 
euforia e aumento da sociabilização e extroversão. Contudo, apesar das “boas 
sensações”, ocorrem alguns efeitos como aumento da tensão muscular e da 
atividade motora, aumento da temperatura corporal, dores de cabeça, náuseas, 
perda do apetite, visão borrada, boca seca, insônia, alucinações, agitação, 
ansiedade, crise de pânico e episódios de psicose e também causar lesões no 
fígado, bem como problemas cardíacos. 
15 
 
Assim como o LSD, não existem estudos que apontem se o Ecstasy pode 
causar ou não dependência física e química. 
 
 
5 TÉCNICAS DE EXAME TOXICOLÓGICO 
 
São duas as principais técnicas de exame toxicológico. Exame 
toxicológico instantâneo e exame toxicológico laboratorial. 
Exame toxicológico instantâneo - Parecidos com testes caseiros, são 
baratos e rápidos, porém muito pouco confiáveis e com janela de detecção curta. 
Usam como base de teste fluídos corporais, como urina e suor. 
Exame toxicológico laboratorial - É realizado em laboratórios a partir de 
amostras biológicas como cabelo, sangue, urina ou saliva. Caso o laboratório 
possua boas práticas técnicas o exame é confiável, mas há de se considerar, no 
entanto, as limitações de cada tecnologia e refletir a respeito do uso do exame 
toxicológico 
Para identificarmos se o indivíduo consumiu recentemente a droga, é 
usado o teste laboratorial em fluídos corporais (urina, suor, saliva e sangue). O 
resultado não se expressa em quantidades, ou seja, não analisa o quanto de droga 
foi consumido. Existe um termo muito utilizado nessa prática médica, chamado de 
“janela de detecção”, isso que dizer o período pelo qual o exame é capaz de 
detectar o consumo de drogas. Vejamos: 
Em até sete dias pode-se detectar a maconha; Em menos de três dias 
pode-se detectar outras drogas (cocaína, crack, ecstasy e anfetaminas). 
No exame por amostras de queratinas (cabelos ou pêlos), temos uma 
coleta mais fácil e um período de detecção maior. É mais utilizado quando se quer 
saber da quantidade de droga consumida pelo usuário. 
As tabelas anexas ressaltam melhor a janela de detecção de cada tipo de 
droga. 
Por fim, ressalta-se que O exame toxicológico ganhou seu espaço, hoje 
consiste também em meios para a polícia de reconhecer usuários e desvendar 
alguns crimes. Sua importância está no ato de reconhecer e auxiliar em respostas 
necessárias para o tratamento e preservação da vida de usuários, como também, no 
reconhecimento de pistas investigativas do meio policial. Quanto a lei instituída pelo 
16 
 
Código Brasileiro de Trânsito, citada anteriormente, sua importância é válida no 
reconhecimento da queda nos índices de acidentes de trânsito provenientes do 
consumo indevido do álcool por motoristas. O teste de detecção de drogas só pode 
ser realizado mediante autorização do indivíduo por escrito ou no caso de urgências 
clínicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Uma das lições depreendidas da pesquisa doutrinária realizada é a de 
que. 
O título do presente estudo foi claro ao propor uma investigação. 
Se o texto legal é instrumento, como instrumento tem de ser manejado. 
Não se olvida que as vicissitudes, dificuldades e valores do plano material são 
transportados ao plano processual . Contudo,. 
 
Pode-se afirmar a comprovação total da hipótese básica apresentada na 
introdução. A afirmativa, pelas considerações expostas, por óbvio não significa que o 
dispositivo estudado rompe com a cultura da desobediência e é suficiente para 
combatê-la, mas que o inciso V do artigo 14 da legislação adjetiva civil brasileira 
pode ser considerado um instrumento para romper com tal cultura e assegurar a 
efetividade do processo, especialmente se observada a possibilidade de aplicação 
da penalidade de multa prevista no parágrafo único do mesmo dispositivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ANDRADE, Lédio Rosa de. Violência: psicanálise, direito e cultura. Campinas: 
Millenium Editora, 2007. 
 
BRASIL. Ministério da Justiça. Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas 
– OBID. Informações sobre drogas – exames toxicológicos. Disponível em: 
<http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=1125
2&rastro=INFORMA%C3%87%C3%95ES+SOBRE+DROGAS/Exames+toxicol%C3
%B3gicos>, acesso em 03 nov. 2014. 
 
BRASIL ESCOLA. Drogas. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/drogas/>, 
acesso em: 30 out. 2014. 
 
DEL’CAMPO, Eduardo Roberto Alcântara. Medicina Legal. 5.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008. 
 
GOMES, Hélio. Medicina Legal. 33.ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2004. 
 
LEITE, Lauro Augusto Caetano Leite. Fundamentos de toxicologia. Disponível em: 
<http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/Conceitos_Basico
s_de_Toxicologia.pdf>, acesso em: 29 out. 2014. 
 
MARANHÃO, Odon Ramos. Curso básico de medicina legal. 5.ed. São Paulo: 
Malheiros Editores, 1992. 
 
PSYCHEMEDICS. Exame toxicológico. Disponível em: 
<http://www.psychemedics.com.br/exame-toxicologico/>, acesso em: 02 nov. 2014. 
 
WOELFERT, Alberto Jorge Teixeira. Introdução à Medicina Legal. 1.ed. Canoas: 
Ulbra, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXOS 
 
 
 
TABELA 1: Utilidade Comparativa da Urina, Saliva, Suor e Cabelo como Matrizes Biológicas para Detecção de Drogas. 
Fonte: OBID - Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas apud Lowinson e col., 1997. 
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TABELA 2: Extensão do tempo de detecção de diversas drogas por meio do exame de Urina. Fonte: OBID - 
Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas apud Kaplan e col., 1997.

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