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Pré-urbanismo e culturalismo

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Pré-Urbanismo
“Na Antiguidade, traçar o plano de uma cidade é um ato perigoso, porque ele põe em causa a ordem da natureza exigida pelos Deuses. A fundação de uma cidade só pode pois efetuar-se no âmbito de um ritual preciso, dirigido pelos sacerdotes. O mesmo acontece com a construção de pontes sobre os rios, durante muito tempo divinizados; até à Idade Média, serão determinadas ordens religiosas a intervir neste domínio, a ponto de o papa ser designado como sumo pontífice (pontifex maximus, o ‘grande construtor de pontes’).
O célebre plano em xadrez de várias cidades romanas construídas a toda a volta do Mediterrâneo não se contenta em reproduzir o plano do antigo que já se verificava entre os Etruscos. Após determinados sacrifícios rituais, o áugure, implanta os dois eixos ortogonais, chamados cardo e decumanus, relacionados com a cúpula celeste, a fim de que a vida possa viver em harmonia com o cosmos.
(…) Muitas cidades europeias datam da época romana, e o quadriculado inicial permanece bem legível no plano. Melhor, em Ruão, em Bordéus, em Metz, as ruas de lojas do centro da cidade recentemente devolvidas aos peões mais não são do que o cardo ou o decumanus romanos. O espaço das cidades aparece assim dotado de uma curiosa capacidade de memória que testemunha da necessidade de identidade dos cidadãos: apesar das destruições, das guerras, da usura do tempo, os passos dos habitantes regressam aos traçados antigos.
Na Idade Média, a insegurança obriga as cidades a permanecerem encerradas dentro das muralhas; a falta de espaço daí resultante dá-nos cidades densas, com ruas estreitas e sinuosas. Isso obriga também as municipalidades a promulgarem regulamentos relativos ao modo de implantar as casas, à possibilidade de construir bancas que os vendedores pretendiam instalar em frente das portas das suas lojas.
Não se trata de urbanismo, pois estas medidas de ordem são parciais e sem visão de conjunto. Mas podemos falar de pré-urbanismo, pois elas tratam já de um dos problemas fundamentais que se colocam sempre ao urbanismo, a saber como delimitar e articular entre eles o espaço público aberto à livre circulação dos homens e das mercadorias, e os espaços privativos, onde se poderão construir casas.
Qualquer parcela de terreno privado só pode ser construída utilmente se for servida por uma via pública. Inversamente, a utilidade das vias públicas depende do número e da natureza das construções privadas que servem.
(…) Os dois objetivos centrais de qualquer urbanismo são já perceptíveis: a ordenação do espaço e o embelezamento da cidade.
Do Renascimento à época clássica, o poder crescente dos Estados leva os reis e os príncipes a desenvolver uma arte dos grandes espaços urbanos. O papa Sixto Quinto tom a a primeira iniciativa no século XVI mandando abrir em Roma as três grandes vias que convergem para a piazza del Popolo e arranjar a Praça de São Pedro. Ele estabelece assim os princípios do urbanismo barroco que se irá difundir por toda a Europa. “Na mesma época, os eruditos italianos começam a propor planos de cidades ideais.”
Jean-Paul Lacaze, A Cidade e o Urbanismo; pp. 32-35
Já na visão de Françoise, O Urbanismo não questiona a necessidade das soluções que preconiza, segundo as palavras de seu representante Le Corbusier, ele reivindica o ponto de vista verdadeiro. O Urbanismo quer resolver um problema (o planejamento da cidade maquinista) que foi colocado bem antes de sua criação, a partir das primeiras décadas do século XIX, quando a sociedade industrial começava a tomar consciência de si e a questionar suas realizações.
A revolução industrial é quase imediatamente seguida por um impressionante crescimento demográfico das cidades, por uma drenagem dos campos em benefício de um desenvolvimento urbano sem precedentes. A Grã- Bretanha é o primeiro teatro em 1830. O número das cidades inglesas com mais de cem mil habitantes passou de duas para trinta, entre 1800 e 1895.
Os quadros de cidades medievais ou barrocas, são rompidas por uma nova ordem. Neste sentido Haussman, no desejo de adaptar Paris, faz uma obra realista. Pode-se definir como uma nova ordem, a racionalização das vias de comunicação, com abertura de grandes artérias e a criação de estações, os quarteirões de negócios no centro, as residências nas periferias, mas nessa época são criados novos órgãos que, por seu gigantismo mudam o aspecto da cidade: grandes lojas, grandes hotéis, e a suburbanização assume a importância crescente: a indústria implanta-se nos arrebaldes, as classes médias e operária deixa de ser uma entidade espacial bem delimitada.
No momento que a cidade do século XIX começa a tornar forma própria, ela forma um movimento novo, de observação e reflexão, em alguns casos tenta-se até formular as leis de crescimento das cidades. Essa abordagem científica e isolada, que é o apanágio de alguns sábios, opõe-se a atitudes de pensadores com os quais se choca a realidade das grandes cidades industriais.
Os sentimentos humanitários, principalmente de médicos e higienistas, denunciam o estado de deterioração física e moral em que vive o proletariado urbano: o habitat insalubre do trabalhador, frequentemente distanciado do local de trabalho, os lixões fétidos amontoados e a ausência de jardins públicos nos bairros populares.
Resumo por Ellén Marcela: Choay, Françoise; O urbanismo, Perspectiva –SP 2003.
PROGRESSISTA (...)
O Modelo Culturalista
Seu ponto de partida crítico não é mas a situação do indivíduo, mas a do agrupamento humano, da cidade. O escândalo histórico de que falam os partidários do modelo culturalista é o desaparecimento da antiga unidade orgânica da cidade, sob a pressão desintegradora da industrialização. (Choay, Françoise; O urbanismo).
Urbanismo Culturalista
A corrente Culturalista surgiu por volta de 1880 e 1890, na obra de Camillo Sitte que curiosamente acentuou-se no sul e no leste da Grã-Bretanha, onde se predominou durante uma grande e maior parte deste século. As bases do pensamento culturalistas foram estabelecidas por Sitte, Carlyle Pugin, Ruskin e William Morris. 
A cidade do século XX é vista pelos culturalistas como em processo de deterioração de suas qualidades espaciais, no sentido da perda de valores historicamente ocultos. 
As propostas do culturalistas Camillo Sitte, Ebenezer Howard e Raymond Unwin, consta-se que o espaço das cidades pré-industriais ofereceu possibilidades a realização de uma cultura urbana.
O Urbanismo Culturalista contrapôs a noção de orgânico a de racional preconizada pelo funcionalismo. 
A abordagem histórica como método de analise dos espaços urbanos foi uma excelente contribuição dos culturalistas. 
O modelo culturalista é baseado no contexto histórico social da cidade pré-industrial, isto é, olha para o passado e busca a caracterização dos espaços urbanos segundo valores históricos e unidade territorial, social e espacial.
Ebenezer Howard e a Cidade Jardim
Sir Ebenezer Howard é conhecido pela publicação de Garden Cities of To-morrow, publicado pela primeira vez em 1898 sob o título Tomorrow: a Peaceful Path To Real Reform, a descrição de uma cidade utópica onde as pessoas vivem de forma harmônica com a natureza. A publicação resultou na fundação do Garden City Movement, que realizou diversas cidades jardins na Grã-Bretanha no início do século vinte. Ebenezer, incentivado por um tio fazendeiro foi aos Estados Unidos trabalhar com fazendas, onde descobriu que isso não era o que queria para a vida, em Chicago trabalhou como repórter, quando começou a estudar sobre a melhora na qualidade vida, ele não gostava da maneira que as cidades modernas estavam sendo desenvolvidas e pensava que pessoas poderiam viver em lugares que combinariam os melhores aspectos entre as cidades modernas e cidades antigas, com aspectos rurais.
Inicialmente, Howard utiliza diagramas para justificar a necessidade da criação de uma cidade-jardim. Este diagrama mostras as vantagens da vida no campo e da vida na cidade, mostrando também as desvantagens, para então fazer a combinaçãodos dois e montar um lugar só com vantagens. Esse diagrama, mais conhecido como “Os Três Ímãs”, ainda traz no centro as pessoas e logo abaixo a pergunta “Where will they go?” (Aonde eles irão?).
A intenção de Howard com esse diagrama é mostrar que o lugar mais atrativo (por isso a figura dos ímãs) para as pessoas seria a cidade-jardim, pois lá seria o lugar perfeito, a combinação das vantagens de se viver em um lugar urbanizado, mas também com todas as possibilidades de crescimento que o campo também proporciona.
“A cidade e o campo podem ser considerados dois imãs, cada um procurando atrair para si a população;a esta rivalidade vem interpor-se uma nova forma de vida,que participa das duas outras”(CHOAY,1979,pág.220).
O projeto da cidade não poderia ter iniciado até que o terreno para a construção tivesse sido comprado. Este era colocado no nome de um industrial de responsabilidade que, com os lucros da cidade-jardim, seria “recompensado”, lucro esse que também serviria para melhorias da estrutura da cidade-jardim.
Esta deveria ser circular, no centro estariam concentradas as atividades comerciais e administrativas. As terras do meio seriam destinadas à habitações, que deveriam ter um jardim. As atividades industriais se concentrariam na periferia, que fica próxima à linha férrea, o que facilitaria o escoamento da produção da cidade-jardim.
No total, a cidade-jardim deveria ter 2.400 hectares para uma população de 32.000 pessoas. A área rural deveria ter 2.000 hectares e 2.000 habitantes, outros 400 hectares seriam destinados à área urbana com 30.000 habitantes, que seriam divididos igualmente em seis partes constituintes da área urbana.
Quando uma cidade atingisse sua capacidade máxima, com cerca de 58.000 habitantes, novas cidades deveriam ser criadas ao redor desta, formando assim uma rede de cidades ligadas por rodovias e ferrovias, tendo como cidade central, aquela que conseguiu atingir 58.000 habitantes.
A concretização das cidades-jardins: 
Letchworth
Howard fundou a Associação para as Cidades-Jardins em 1898, o que foi o passo inicial para a fundação da primeira cidade-jardim. Letchworth, fundada em 1902 e construída em um terreno adquirido por Howard a 56 quilômetros de Londres.
Letchworth foi a primeira Cidade Jardim, fica em Hertfordshire, Inglaterra. O modelo radiocêntrico de Howard leva a jardins centrais com parques e posteriormente áreas institucionais, comércios, cinturões verdes e áreas residenciais, tudo englobado por áreas industriais, levando a uma gleba ainda maior de partes reservadas para a agricultura. A cidade não incorporou exatamente o ideal, mas existe um plano modelo para controlar seu crescimento. Em 1913 a cidade tinha somente 8.500 dos 30.000 habitantes que eram esperados no projeto e somente em 1962 atingiu 26.000 habitantes. Hoje têm, aproximadamente, 33 mil habitantes.
Welwyn
Construída a quinze quilômetros de Letchworth, Welwyn foi projetada para abrigar 40.000 habitantes podendo atingir 50.000 em uma área de 962 hectares, sendo 525 de área urbana. Essas duas cidades não conseguiram alcançar a autonomia que Howard pretendia e acabaram tornando-se cidades pertencentes à Londres.
http://cidadeglobal.wordpress.com/historia/pre-urbanismo/
http://teoriadourbanismo.wordpress.com/2012/03/13/134/
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Urbanismo-Culturalista-Camillo-Sitte-Ebenezer/647049.html
http://www.projetoblog.com.br/2012/ebenezer-howard-e-a-cidade-jardim/
http://ascidadesjardins.blogspot.com.br/

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