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Resumo Lucros cessantes

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Resumo sobre Lucros cessantes:
O presente texto analisa o tema da responsabilidade civil contratual referente a indenização por lucros cessantes em caso de resolução contratual. 
Em resumo, o autor esclarece quais são os critérios para apuração dos lucros cessantes no direito brasileiro.
Conforme o art. 475 do CC, caberia a empresa demandante indenização por perdas e danos. Neste caso a empresa se considera no direito de receber antecipadamente todo o lucro que auferiria durante 15 anos de sucesso do empreendimento.
Porem para se quantificar a fixação de indenização de lucros cessantes é necessário a analise do caso concreto de forma aprofundada, levando em conta todos os fatores internos e externos ao contrato celebrado.
Segundo o artigo 402 do CC, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar, ou seja, os lucros cessantes. A indenização por lucros cessantes quando cabíveis se refere ao interesse negativo, que é aquele em que o credor se encontraria se não tivesse celebrado o contrato, repondo seu patrimônio no estado em que se encontraria se o contrato não tivesse sido celebrado. Jamais será uma indenização por interesse positivo pois o que se busca não é o cumprimento da obrigação, o adimplemento contratual e sim voltar ao status quo antes, visando assim o ressarcimento do dano, pois caso contrario, haveria enriquecimento sem causa.
O que o credor razoavelmente deixou de lucrar é o que o credor obteria se não houvesse celebrado o contrato, indenizando apenas os danos causados pela resolução. São as perdas e danos que a resolução ou a resilição causou e não as que emanaram do inadimplemento. Refere-se ao dano de confiança, ao interesse contratual negativo. 
Havendo a resolução do contrato o lucro cessante não será o que o lesado deixou de ganhar mas sim o que deixou de auferir por ter celebrado tal contrato, pois não se pode indenizar esperanças desfeitas, nem danos potenciais, eventuais, supostos, hipotéticos ou abstratos.
O lucro cessante apresenta um regime próprio sujeitando-se à comprovação de certos requisitos, diferente do dano emergente. O requisito essencial é que o dano sofrido tenha sido consequência direta e imediata da conduta do agente.
A empresa AAA esta equivocada em pedir danos derivados do interesse positivo, interesse ao adimplemento do contrato além de pedir indenização por danos hipotéticos.
Critérios para o calculo dos lucros cessantes:
Lucros cessantes – ganhos que o credor ficou privado, deixou de lucra em razão de prejuízo certo, ligado por nexo causal direto e imediato com a conduta ilícita e faltosa do lesante.
Tem que haver existência de prejuízo. Tem que haver prova objetivamente comprovada do lucro que deixou de ganhar não se fundando em lucros meramente possíveis ou imaginários, hipotéticos, não cabendo a presunção neste caso, pois tem que haver comprovação evidente de que houve prejuízo, e somente neste caso caberá indenização, sendo um dos pressupostos indispensável do dever de indenizar. 
Neste caso devem ser levados em conta todos os dados possíveis, fatores internos e externos ao contrato realizado para se quantificar tal indenização.
Principalmente as características do contrato que no caso em questão era de Joint Venture para tal determinação, levando em conta o mercado nacional e internacional. 
Todas as circunstancias, particularidades e condicionalismos hão de ser considerados na avaliação do eventual prejuízo, devendo haver o nexo causal direto e imediato, não podendo a causalidade ser desviada por outros fatores, nem por ato próprio da vitima. 
O contratante tem o dever de mitigar o próprio prejuízo em razão do principio da boa-fé, devendo haver uma colaboração mutua entre os contratantes, atuando em prol do fim comum, devendo tomar as medidas plausíveis para mitigar o dano, caso contrario a outra parte poderá pleitear a redução das perdas e danos, em proporção equivalente ao montante do prejuízo que poderia ter sido reduzido, mas não o foi. Pois o principio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio prejuízo, na medida que impõe ao lesado o dever de colaborar para que o inadimplemento não se agrave, amenizando assim o dano, cabendo a quem alega demonstrar que se acautelou de eventual prejuízo. 
Impõe-se assim a parte requerente o dever de provar que tomou todas as medidas cabíveis para evitar o prejuízo experimentado, incidindo assim na avaliação do ressarcimento cabível. 
Em referencia ao pedido de dano moral em consequência do inadimplemento do contrato, em que a regra geral é o seu não reconhecimento. Tal apenas ocorrera nos casos em que repercute em sua capacidade de produzir riqueza, no âmbito da iniciativa econômica por ela legitimamente desenvolvida, ou seja, o bom nome da empresa deve ser afetado de modo a repercutir em sua capacidade para produzir riqueza, abalando a honra objetiva da empresa. Revela-se assim a impropriedade do pedido de dano moral resultantes do alegado inadimplemento, pois nenhum abalo à honra objetiva da empresa houve de modo a repercutir em sua capacidade de produzir riqueza. 
A requerente não poderia ter pedido indenização pelo interesse positivo, ou seja, interesse ao cumprimento, e além do mais, postulou ainda indenização por danos hipotéticos. Pois o ressarcimento do dano no caso em concreto ora analisado deveria se limitar ao interesse negativo, pois o que se deve indenizar são as perdas e danos causados pela resolução e não o interesse ao cumprimento do contrato. 
O critério da razoabilidade de que trata o art. 402 do CC permite a fixação de indenização, incluindo portanto o lucro que seria provável em vista de elementos objetivamente comprováveis e não o lucro meramente possível, e muito menos, o lucro imaginário e hipotético.

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