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Exceção do contrato não cumprido Caso fortuito: atos ou eventos imprevisíveis ou de difícil previsão, que não podem ser evitados, mas provocam consequências ou efeitos para outras pessoas, porém, não gera responsabilidade nem direito de indenização. Teoria da imprevisão: diz respeito à possibilidade de ocorrência de fatos novos que não podiam ser previstos pelas partes nem podem ser imputados a elas, os quais trazem reflexos para a execução do contrato. (Art.478 e 480) Ex: Assalto dentro do banco, ou em volta dele é fortuito interno, pois é um local que atrai o assaltante, com isso, o banco assume o risco de atrair o assaltando, tendo assim o dever de proteger o cliente. (Teoria do risco) “exceção de contrato não cumprido” (exceptio non adimpleti contractus). Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA É uma defesa em contratos bilaterais, onde a parte demandada alega que não cumpriu suas obrigações porque a outra parte também não cumpriu as suas. É uma contestação à exigibilidade do contrato, sem negar sua existência. Essa exceção pode ser usada para pressionar o devedor a cumprir sua obrigação. Também se aplica mesmo que o inadimplemento seja por má vontade, força maior ou caso fortuito. A exceção do contrato parcialmente cumprido está incluída nessa defesa. Essa exceção substancial paralisa a pretensão do autor de exigir o cumprimento do contrato, pois o réu alega não ter recebido a contraprestação devida. Não se discute o conteúdo do contrato nem se nega a existência da obrigação, sendo apenas uma contestação quanto à exigibilidade. ELEMENTOS CARACTERIZADORES Existência de um contrato bilateral: A exceção do contrato não cumprido só pode ser utilizada em contratos em que as obrigações são interdependentes, ou seja, uma obrigação é a causa da outra. Essa exceção não é aplicável, em princípio, a outras relações jurídicas. Prévio descumprimento da prestação pela parte demandante: A parte demandada pode usar a exceção de contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus) quando a parte demandante descumpriu previamente suas obrigações. No entanto, se o descumprimento foi causado por um terceiro e não pela parte contratante, a exceção não se aplica. Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva”. • Inicialmente se tem uma negociação, e caso não seja essa negociação bem sucedida, terá que ter a extinção do processo (pedido subsidiário : pedir o acordo mas caso não seja possível ele será extinto/ tendo assim a preferência do acordo). RESTRIÇÃO À APLICAÇÃO DO INSTITUTO A lei não restringe a invocação da exceptio non adimpleti contractus, mas é possível restringi-la em certas circunstâncias, como em situações onde as partes estejam em igualdade ou quando for do interesse da coletividade, levando em consideração circunstâncias específicas. GARANTIA DE CUMPRIMENTO Após a celebração do contrato, se houver receio de descumprimento devido à diminuição do patrimônio da outra parte, medidas devem ser tomadas para proteger os interesses dos contratantes, conforme previsto no artigo 477 do Código Civil. Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. É uma medida justa e destinada a proteger os interesses da parte que, de acordo com a obrigação contratual, é obrigada a cumprir sua parte antes da outra parte. Essa medida visa garantir a equidade na relação contratual. TEORIA DA IMPREVISÃO E RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA A Teoria da imprevisão pressupõe a existência de um contrato válido, no qual uma circunstância posterior imprevisível gera uma onerosidade excessiva para o devedor. Nesse caso, não se trata de abuso de poder econômico, como na lesão, mas sim de uma alteração imprevisível na base objetiva do contrato. Se a situação for previsível e suas consequências calculáveis dentro do contexto econômico normal, mesmo que impossibilite o cumprimento da obrigação principal, não se aplica a teoria da imprevisão e não se busca a revisão judicial do contrato. ➔ Lesão: é um defeito presente no momento da celebração do contrato, tornando-o inválido e passível de anulação. Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. • Não sendo aplicável a contratos de execução imediata. ➔ A "Resolução por Onerosidade Excessiva" prevê a extinção ou revisão do contrato devido à onerosidade gerada por circunstân cias supervenientes. No entanto, essa expressão não corresponde exatamente à teoria da imprevisão, pois foca mais na desproporção do que na imprevisibilidade. ➔ ELEMENTOS PARA A TEORIA DA IMPREVISÃO a) Superveniência de circunstância imprevisível: Se a excessiva onerosidade enfrentada por uma das partes estiver dentro das possibilidades previsíveis do contrato, não será legítimo buscar alterar os termos do acordo, uma vez que é comum na negociação que uma das partes faça um negócio desfavorável. b) Alteração da base econômica objetiva do contrato: A ocorrência de uma circunstância imprevista modifica o equilíbrio econômico do contrato, resultando e-+m uma carga excessiva para uma ou ambas as partes. c) Onerosidade excessiva: Ambas as partes sofrem aumento na gravidade econômica da prestação, sem necessariamente haver enriquecimento de uma em detrimento da outra. TEORIA DA IMPREVISÃO × INADIMPLEMENTO FORTUITO Caso fortuito ou força maior leva ao inadimplemento sem obrigação de indenização, enquanto a teoria da imprevisão permite a revisão do contrato e pode resultar em dever de ressarcimento ou indenização. NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR O consumidor pode pleitear a revisão do contrato se uma circunstância superveniente desequilibrar a base objetiva do contrato, tornando a prestação excessivamente onerosa. ➔ Não é exigida a imprevisibilidade do fato superveniente para possibilitar a revisão contratual. Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réua modificar equitativamente as condições do contrato. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva”. ❖ Tenta uma negociação para se não bem- sucedida ter a extinção do processo (pedido subsidiário: pedir o acordo, mas caso não seja possível ele será extinto/ tendo assim a preferência do acordo). ❖ Havendo teoria da imprevisão é realizado primeiramente um reajuste para caso não for possível ocorrer a extinção (não deve assim ingressar inicialmente com uma ação). ➔ Nesse sentido, o devedor que sofre ônus excessivo pode, de acordo com o artigo 478, solicitar a rescisão do contrato, o que resultará em efeitos retroativos à data da citação. APLICAÇÃO DA TEORIA NOS CONTRATOS UNILATERAIS No caso de contratos unilaterais, o devedor pode solicitar a redução da obrigação ou a modificação da forma de cumprimento para evitar a onerosidade excessiva. Isso ocorre quando há eventos imprevisíveis, visando minimizar os danos ao devedor. ❖ A teoria da imprevisão também pode ser aplicada em pensão alimentícia. ❖ Exemplo: eu recebo X por mês e tenho um contrato de doação, em que todo mês faço uma doação para uma determinada instituição, porém no mês atual recebi um valor menor que de costume, e com isso posso aplicar a teoria da imprevisão para que a doação seja compatível com a minha atual situação financeira (fato extraordinário). ➢ Atualmente neste tipo de contrato, o valor definido é descrito em porcentagem, para que assim seja evitado o uso da teoria da imprevisão.