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Anatomia completa do coração

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1-ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO CORAÇÃO
1.1-LOCALIZAÇÃO
O coração encontra-se localizado no mediastino, compartimento central da cavidade torácica, que contém todas as vísceras e estruturas torácicas, exceto os pulmões. Compreendendo uma área entre a abertura superior do tórax até o diafragma inferiormente e do esterno e cartilagens costais anteriormente, até os corpos vertebrais posteriormente. Em pessoas vivas, apresenta-se com alto grau de mobilidade, ao contrário das estruturas rígidas dos cadáveres, por apresentarem estruturas viscerais ocas, cheias de líquidos ou ar, unidas apenas por tecido conectivo frouxo. As principais estruturas do mediastino são circundadas por gordura, nervos, linfonodos e por vasos sanguíneos e linfáticos.
A frouxidão do tecido conectivo e a elasticidade pulmonar e da pleura parietal de cada lado do mediastino permite maior acomodação dos movimentos, bem como alterações de volume e pressão da cavidade torácica, como as decorrentes do movimento do diafragma, da parede torácica e da árvore traqueobronquial durante a respiração, contração do coração, pulsação das grandes artérias e pela passagem de substâncias pelo esôfago. O tecido conectivo, torna-se mais fibroso e rígido com a idade, desta forma, as estruturas do mediastino tornam-se menos móveis.
O mediastino pode ser dividido em mediastino superior e mediastino inferior, sendo o primeiro compreendido da abertura do tórax até o plano horizontal que inclui o ângulo do esterno anteriormente e atravessa, aproximadamente, a junção das vértebras T IV e T V (discoIV) posteriormente, denominado geralmente como plano posterior do tórax. Já o segundo, fica situado entre o plano posterior do tórax e o diafragma, e é subdividido pelo pericárdio em anterior, médio e posterior. O pericárdio e seu conteúdo (coração e as ra´zes de seus grandes vasos) constituem o que é denominado por mediastino médio. Já algumas estruturas como o esôfago, atravessam verticalmente o mediastino, ocupando mais de uma região do mesmo. 
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
 Posicionado entre os dois pulmões, o coração, encontrasse aproximadamente com 2/3 de sua massa situada à esquerda da linha média do corpo. O coração de um indivíduo possui dimensões aproximadas de sua mão fechada. 
A base do coração é formada pelos átrios – câmaras superiores – principalmente pelo átrio esquerdo, enquanto a extremidade pontuda, denominada ápice do coração, é formada pela ponta do ventrículo esquerdo, uma câmara inferior do coração que repousa sobre o diafragma.
Fundamentos de Anatomia e Fisiologia- TORTORA, G. & GRABOWSKI, S.R.- 6ed. – 2006 - Pág.370 
1.2-REVESTIMENTO
A membrana que circunda o coração, mantendo-o em seu local é o pericárdio, que consiste em duas partes o pericárdio fibroso, que é continua com o centro tendíneo do diafragma enquanto sua face interna é revestida por uma camada serosa e brilhante, a lâmina parietal do pericárdio seroso, sendo essa lâmina refletida sobre o coração nos grandes vasos (aorta, tronco e veias pulmonares, veias cavas superior e inferior) e o pericárdio seroso, composto basicamente por mesotélio, uma única camada de células achatadas que formam o epitélio de revestimento da face interna do pericárdio fibroso e externa do coração. Enquanto o primeiro é externo, formado por tecido conjuntivo denso não modelado - resistente e não elástico – impedindo a distensão excessiva do coração, proporcionando-lhe segurança e proteção, ancorando-o em seu local de no mediastino, o segundo, interno, apresenta-se formado por uma membrana delgada, que forma uma bicamada em torno do coração. A camada mais externa (lâmina parietal) está fusionada ao pericárdio fibroso enquanto a mais interna (lâmina visceral), também denominada epicárdio, encontra-se fortemente aderida a superfície do coração. Entre as lâminas parietal e visceral, ocorre um fluido conhecido como fluido pericárdico, que reduz a fricção entre as lâminas quando o coração se move. O espaço que contém este fluido é denominado como cavidade do pericárdio. 
O pericárdio fibroso é continuo superiormente com a túnica adventícia dos grandes vasos que entram e saem do coração e com a lâmina pré traqueal da fáscia cervical, fixado anteriormente a face posterior do esterno pelos ligamentos esternos pericárdicos e unidos posteriormente por tecido conectivo frouxo as estruturas do mediastino posterior e contínuo inferiormente com o centro tendíneo do diafragma.
A parede inferior (assoalho) do saco pericárdico fibroso apresenta-se bem fixada e confluente parcialmente fundida centralmente com o centro tendíneo do diafragma o local de continuidade foi denominado ligamento pericardicofrênico, mas o pericárdio fibroso e o centro tendíneo não são estruturas separadas que sofreram fusão secundária, nem são separáveis por dissecção. Devido a essas fixações, o coração encontra-se relativamente bem preso no lugar, dentro desse saco fibroso. O pericárdio é influenciado pelo movimento do coração, dos grandes vasos, do esterno e do diafragma. 
 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014
A lâmina visceral do pericárdio seroso forma o epicardio, a mais externa das três camadas da parede cardíaca. Estende-se sobre o início dos grandes vasos e segue contínuo com a perietal do pericárdio seroso no local onde a aorta e artéria pulmonar deixam o coração e no local onde as veias cava superior e inferior chegam ao coração. O seio transverso do pericárdio é uma passagem transversal dentro da cavidade pericárdica entre esses dois grupos de vasos e as flexões do pericárdio seroso ao seu redor. 
A irrigação arterial do pericárdio provem principalmente de um ramo fino da artéria torácica interna, a artéria pericardicofrênica, que geralmente acompanha o nervo frênico ou segue peralelamente a ele até o diafragma. Ainda ocorrem contribuições menores por meio das artérias musculofrênicas, artérias bronquial esofágica e frênica superior a as artérias coronárias (apenas para a lâmina visceral do pericárdio seroso), os primeiros ramos da aorta.
A drenagem venosa do pericárdio é realizada pelas veias pericardicofrênicas, tributarias das veias braquiocefálicas e tributárias variáveis do sistema venoso ázigo.
A inervação do pericárdio é feita por meio dos nervos frênicos (C3-C5), origem primária das fibras sensitivas; as sensações álgicas conduzidas por esse nervo são comumente referidas na pele (dermátomos C3-C5) da região supraclavicular ipsolateral (parte superior do ombro do mesmo lado).
 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
 Nervos vagos com função incerta e troncos simpáticos vasomotores. A inervação do pericárdio pelos nervos frênicos e os trajetos desses nervos somáticos entre o coração e o pulmão, fazem pouco sentido quando não se leva em conta o desenvolvimento do pericárdio fibroso. A membrana pleuropericárdica, que inclui o nervo frênico, é separada do corpo em desenvolvimento pela formação das cavidades pleurais que se ampliam para acomodar os pulmões. Os pulmões se desenvolvem nos canais pericardioperitonial que seguem de ambos os lados do intestino anterior, unindo as cavidades torácica e abdominal de cada lado do septo transverso. Os canais (cavidades pleurais primordiais), pequenos demais para suportar o rápido crescimento dos pulmões, começam a invadir o mesenquima da parede do corpo em formação em sentido posterior, lateral e anterior dividindo-o em duas camadas. Uma externa que forma a parede do tórax definitiva (costelas e músculos intercostais) e uma interna (membranas pleuropericardicas) que contém os nervos frênicos e formam o pericárdio fibroso. Assim, o saco pericárdico pode ser uma sede da dor, do mesmo modo que a caixa torácica ou a pleura parietal, embora essa dor tenda a ser referida em dermátomosda parede do corpo – áreas sensitivas mais comuns.
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
1.3- O CORAÇÃO
O coração é um pouco maior que uma mão fechada, funciona como uma bomba dupla de sucção e pressão, cujas partes ao trabalharem em conjunto de forma ordenada, possibilitam a distribuição de sangue por todo o corpo. O coração direito (lado direito) recebe o sangue pouco oxigenado oriundo de diversas partes do corpo pelas veia cava superior (VCS) e veia cava inferior (VCI), bombeando pelo tronco e artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões (hematose). No coração esquerdo (lado esquerdo) recebe sangue arterial (alta oxigenação) oriundo dos pulmões pela veia pulmonar, deixando o coração por meio da artéria aorta em direção ao restante do corpo.
PAREDE DO CORAÇÃO
As paredes do coração são formadas por três camadas: epicardio (camada externa) miocárdio (camada média) e o endocárdio (camada interna). O epicárcio, também conhecido como lâmina visceral do pericárdio seroso, é formado de mesotélio e tecido conjuntivo, apresentando-se como uma lâmina delgada e transparente. 
O miocárdio, consiste em tecido muscular cardíaco, que perfaz a maior parte do coração. Esse tecido é encontrado apenas no coração e tem sua estrutura e função extremamente especializadas. É responsável pelo bombeamento do coração. As fibras – células - do músculo cardíaco são estriadas involuntárias e ramificas, e o tecido encontra-se organizado de forma entrelaçado em feixes de fibras.
As fibras musculares cardíacas formam duas redes independentes, uma atrial e uma ventricular. Cada fibra muscular se conecta com as outras por meio de especializações dos sarcolemas (membrana plasmáticas) denominadas discos intercalados, nos quais encontram-se as junções comunicantes que possibilitam a passagem do potencial de ação de uma vibra para a outra adjacente subseqüente. Os discos intercalares também fazem a ligação das fibras musculares entre si de modo que não se separem. Cada rede se contrai como uma unidade funcional independente, possibilitando que átrios e ventrículos contraiam-se de forma alternada. Em resposta a um único potencial de ação, as fibras musculares cardíacas contraem-se de forma prolongada por cerca de 10 a 15 vezes mais duradoura do que a contração observadas nas fibras esqueléticas. Outro fato característico da contração das fibras musculares é que o período refratário de uma fibra cardíaca dura mais que a própria contração, desta forma, a contração da musculatura cardíaca não pode iniciar até que o relaxamento esteja em andamento, razão pela qual a tetania não ocorre no tecido muscular cardíaco.
O endocárdio, é uma camada fina de epitélio escamoso simples que reveste o interior do miocárdio e recobre as valvas do coração e as cordas tendíneas ligadas a elas e é contínuo com o epitélio que reveste os grandes vasos sanguineos.
CÂMARAS DO CORAÇÃO
O coração apresenta quatro câmaras duas superiores (átrios) e duas inferiores (ventrículos). Os átrios são câmaras de recepção e que bombeiam o sangue para os ventrículos (câmaras de ejeção). 
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
Entre os átrios existe uma parede divisória delgada, chamada septo interatrial, que apresenta como característica evidente uma depressão oval denominada de fossa oval, que é remanescente do forame oval, uma abertura comunicante entre os átrios fetais que tinha por função o direcionamento do sangue do átrio direito para o esquerdo com a finalidade de desviá-lo dos pulmões fetais ainda não funcionais. O forame oval, normalmente fecha-se logo após o nascimento. O septo interventricular separa o ventrículo direito do esquerdo. Na superfície anterior de cada átrio encontra-se uma estrutura rugosa em forma de bolsa, a aurícula que recebe esse nome pela semelhança com a orelha de um cachorro. Cada aurícula aumenta um pouco a capacidade de cada átrio, possibilitando reter um volume um pouco maior de sangue.
A espessura do miocárdio das câmaras varia de acordo com o trabalho que cada câmara deve realizar. Assim sendo, os átrios apresentam finas camadas de tecido muscular, uma vez que suas contrações deverão apenas impulsionar o sangue para os ventrículos. Já o ventrículo direito irá enviar o sangue apenas para os pulmões enquanto o esquerdo irá bombear para todas as partes do corpo, logo o ventrículo esquerdo deve trabalhar mais que o direito para manter a mesma taxa de fluxo sanguíneo, sendo assim, apresentará uma parede muscular mais espessa que a do ventrículo direito, afim de resistir à maior pressão. 
A ação conjunta e coordenada das duas bombas cardíacas átrio ventriculares (AV), câmaras direita e esquerda, constituem o ciclo cardíaco. Esse, começa com um período de alongamento e enchimento ventricular (diástole) e termina com o encurtamento e esvaziamento ventricular (sístole).
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
Um ciclo cardíaco consiste em sístole e diástole de ambos os átrios e sístole e diástole de ambos os ventrículos. Em um ciclo cardíaco normal os átrios se contraem enquanto o ventrículos relaxam e em seguida enquanto os ventrículos se contraem os átrios se relaxam. O ciclo cardíaco pode ser dividido em três fases, sendo elas o período de relaxamento, sístole atrial e sístole ventricular.
Durante o período de relaxamento, que começa do fim do ciclo cardíaco, quando os ventrículos começam a se relaxar e as quatro câmaras estão em diástole. A repolarização das fibras musculares ventriculares (onda T no Eletrocardiograma-ECG) inicia o relaxamento. A medida que os ventrículos relaxam, a pressão em seu interior cai e quando essa encontra-se menor que a atrial, ocorre a abertura das valvas AV e os ventrículos começam a encher-se de sangue. Aproximadamente 75% do ventrículo é preenchido apenas com a abertura das valvas, antes mesmo da contração atrial.
Durante a sístole atrial, o potencial de ação do nó sino atrial (SA), provoca a despolarização atrial, (observada como onda P no ECG). A sístole atrial segue-se a onda P que marca o final do período de relaxamento. À medida que os átrios se contraem, forçam os últimos 25% de sangue a encher os ventrículos. Ao final da sístole atrial, cada vent´ricuolo contém cerca de 130mL de sangue as valvas AV ainda encontram-se abertas e as válvulas semilunares das valvas do tronco pulmonar e da aorta fechadas.
Durante a sístole ventricular, o complexo QRS no ECG, indica a despolarização ventricular, levando a contração ventricular. A contração desses, impulsiona o sangue contra as valvas AV fechando-as. À medida que a contração ventricular continua, faz com que a pressão intraventricular direito e esquerdo, vá aumentando gradativamente até que se torne maior que a pressão no tronco pulmonar e na aorta, promovendo a abertura das válvulas semilunares promovendo a ejeção de sangue do coração. Em repouso, o volume ejetado de cada ventrículo durante a sístole é de 70mL. Quando os ventrículos começam a se relaxar, a pressão ventricular cai e as válvulas semilunares fecham-se e um novo período de relaxamento se inicia.
Em repouso o ciclo cardíaco leva cerca de 0,8 segundo. Em um ciclo completo, o primeiro 0,4segundo do ciclo constitui o período de relaxamento onde todas as 4 câmaras encontram-se relaxadas. Em seguida os átrios entram em contração (sístole) por 0,1segundo e em diástole pelo próximo 0,7segundo. Após a sístole atrial os ventrículos entram em sístole permanecendo por 0,3segundo e em diástole por 0,5segundo. Durante o exercício físico, onde o coração bate mais rapidamente, o período de relaxamento é mais curto. 
Dois sons cardíacos (bulhas cardíacas) são auscultados com o estetoscópio. O primeiro som “tum” quando o sangue é transferido do átrio para os ventrículos e o segundo som “ta”quando os ventrículos ejetam o sangue para as artérias. Os sons ouvidos são produzidospelo fechamento das valvas cardíacas unidirecionais, que normalmente impedem o refluxo do sangue durante as contrações do coração.
A contração dos ventrículos produz um movimento de torção devido a orientação helicoidal das fibras musculares cardíacas. Enquanto o movimento ejeta o sangue dos ventrículos, a camada espiral externa (basal)contrai, primeiro estreitando e depois encurtando o coração, reduzindo o volume das câmaras ventriculares. A contração seqüencial e contínua da camada espiral interna (apical) alonga o coração sendo seguida por um alargamento e relaxamento rápido do miocárdio, permitindo desta maneira o alargamento das câmaras para que possam receber sangue dos átrios. As fibras musculares cardíacas são fixadas ao esqueleto fibroso do coração, uma estrutura formada por colágeno denso com quatro anéis fibrosos que circundam os óstios das valvas, um trígono fibroso direito e outro esquerdo e as partes membranáceas dos septos interatrial e interventricular. 
O esqueleto fibroso do coração mantém os óstios das valvas AV e arteriais permeáveis, impedindo que ocorra uma distensão excessiva devido a um aumento do volume de sangue bombeado através deles, oferecendo também fixação para as válvulas das valvas e para o miocárdio que quando não espiralado forma uma faixa miocárdica ventricular contínua originada a partir do anel fibroso da valva do tronco pulmonar e inserida principalmente no anel fibroso da valva aorta, além de formar um isolante “elétrico”, separando os impulsos conduzidos mioentericamente dos átrios e ventrículos, permitindo que a contração dessas câmaras ocorra de maneira independente e ordenada, circundando e dando passagem a parte inicial do feixe AV do complexo estimulante do coração.
Externamente os átrios são demarcados dos ventrículos pelo sulco coronácio e os ventrículos direito e esquerdo pelos sulcos interventriculares (IV) em anterior e posterior. O coração parece trapezóide em uma vista anterior ou posterior, mas seu formato tridimensional, é semelhante a uma pirâmide tombada com um ápice (voltado enteriormente e para a esquerda), uma base oposta ao ápice, (na maioria das vezes voltada posteriormente) e quatro faces. 
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
O ápice do coração é formado pela parte inferolateral do ventrículo esquerdo, situando-se ao 5º espaço intercostal nos adultos, geralmente a 9cm do plano mediano. Permanece imóvel durante todo o ciclo cardíaco, sendo o local de maior intensidade dos sons do fechamento da valva AV esquerdo (mitral) – batimento apical. Situa-se no local onde os batimentos cardíacos podem ser auscultados na parede torácica.
A base do coração é a face posterior do coração, oposta ao ápice, sendo formada principalmente pelo átrio esquerdo, tendo o direito uma menor contribuição. Encontra-se voltada posteriormente em direção aos corpos vertebrais T VI a T IX e encontra-se separado delas pelo pericárdio, seio obliquo do pericárdio esôfago e aorta. Compreende uma região que se estende superiormente da bifurcação do tronco pulmonar e inferiormente até o sulco coronário. Recebe as veias pulmonares no lado direito e esquerdo de sua porção atrial esquerda e as veias cavas inferior e superior nas extremidades superior e inferior da sua porção atrial direita.
	 Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014 
O coração apresenta quatro faces que serão detalhadas a seguir:
Face esterno costal (anterior), formada principalmente pelo ventrículo direito;
Face diafragmática (inferior), formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e em parte pelo direito; está relacionada principalmente ao centro tendíneo do diafragma;
 Face pulmonar direita, formada principalmente pelo átrio direito;
Face pulmonar esquerda, formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, forma a impressão cardíaca do pulmão esquerdo;
O coração nas vistas anterior (fig1.52 A e B) e posterior(fig 1.52 C e D) parece apresentar uma forma trapezóide. Apresenta quatro margens que são:
Margem direita (ligeiramente convexa), formada pelo átrio direito, estende-se entre a VCS até a VCI;
Margem esquerda (oblíqua quase vertical) formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e pequena parte pela aurícula esquerda;
Margem inferior (quase horizontal), formada principalmente pelo ventrículo direito, com uma pequena participação do ventrículo esquerdo.
Margem superior formada pelos átrios e aurícolas direita e esquerda em vista anterior, a parte ascendente da aorta e do tronco pulmonar emergem dessa margem e a VCS entra por seu lado direito. Posteriormente a aorta e ao tronco pulmonar e anteriormente a VCS, essa margem forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio.
O tronco pulmonar, com aproximadamente 5cm de comprimento e 3cm de largura, é a continuação arterial do ventrículo direito que irá se dividir em artérias pulmonares direita e esquerda. O tronco e as artérias pulmonares conduzem o sangue pouco oxigenado para os pulmões onde ocorrerá a oxigenação.
O Eletrocardiograma
O eletrocardiograma (ECG) é um registro das mudanças elétricas que acompanham os batimentos cardíacos. Tais correntes elétricas, são geradas pela condução dos potenciais de ação no coração e podem ser captadas por eletrodos colocados na pele. 
Três ondas claramente reconhecíveis acompanham cada batimento cardíaco. A primeira, chamada onda P, é uma pequena deflexão ascendente no ECG, que representa a despolarização atrial, marcando a fase despolarizante do potencial de ação cardíaco quando ele se propaga do nó sino atrial (SA) aos dois átrios, provocando assim a contração. Assim sendo, uma fração de segundo depois que a onda P se inicia, os átrios se contraem. A segunda onda, também denominada como complexo QRS, inicia-se com uma deflexão descendente (Q), contínua com uma grande onda triangular ascendente (R), seguida de uma onda descendente (S). Esse complexo (QRS), representa o início da despolarização ventricular, em outras palavras, está ocorrendo nesse momento a passagem do potencial de ação pelos ventrículos. Assim sendo, pouco depois do início da onda QRS os ventrículos começam a se contrair. A terceira onda, é uma deflexão ascendente arredondada, chamada onda T, que indica a repolarização ventricular e ocorre pouco antes de os ventrículos começarem a relaxar. A repolarização dos átrios, em geral, não é visível no ECG, pois fica mascarada pelo grande complexo QRS.
Variações na duração e no tamanho das ondas de um ECG são utilizados nos diagnósticos de ritmos cardíacos e padrões de condução anormais, além de possibilitarem o diagnóstico, monitoramento e análise da recuperação de um ataque cardíaco.
Anatomia Orientada para Clínica – 7ed – MOORE, K.L. et al – 2014

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