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09 REVISAO CRIMINAL TEORIA

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PROCESSO PENAL III
REVISÃO CRIMINAL
CONCEITO
A revisão criminal é uma ação de impugnação originária dos tribunais, equivocadamente, por organização topográfica, é tratada como recurso, mas não é.
Trata-se de meio extraordinário de impugnação, não submetida a prazos, que se destina a rescindir uma sentença transitada em julgado, exercendo por vezes papel similar ao de uma ação de anulação.
É medida excepcional cujos casos de cabimento estão expressamente previstos em lei.
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PROCESSO PENAL III
REVISÃO CRIMINAL
CABIMENTO
Art. 621.  A revisão dos processos findos será admitida:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.
A revisão criminal tem como objeto uma SENTENÇA CONDENATÓRIA (ou absolutória imprópria – vide artigo 386, §  único, inciso III CPP) e que tenha TRANSITADO EM JULGADO
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PROCESSO PENAL III
REVISÃO CRIMINAL
CABIMENTO
Art. 621.  A revisão dos processos findos será admitida:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
Neste caso existe uma contrariedade em relação a lei penal, processual penal, à Constituição Federal ou qualquer outro ato normativo que tenha sido empregado com fundamento da sentença condenatória, tal como nos casos da “lei penal em branco”.
No mesmo fundamento incide o erro de subsunção dos fatos à lei penal, ou seja, a tipificação legal, como por exemplo a condenação de alguém por peculato que não era funcionário público.
Ademais as nulidades absolutas (ver art. 563 a 573 CPP, exceto 572) também podem ser conhecidas na revisão criminal, por imposição do artigo 626 do CPP.
Art. 626.  Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único.  De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.
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PROCESSO PENAL III
REVISÃO CRIMINAL
CABIMENTO
Art. 621.  A revisão dos processos findos será admitida:
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
É situação típica de decisão acerca de caso penal baseada em depoimentos, exames ou documentos falsos, motivo pelo qual deve ser rescindida. 
O modelo processual penal não exige que o crime de falsidade tenha sido punido, óbvio que se comprovado a probabilidade de êxito é maior. 
A comprovação do falso poderá ser feita no curso da própria revisão criminal, entretanto exige-se um prova pré-constituída, já que os tribunais nacionais não admitem uma cognição plena no curso desta ação.
A falsidade poderá ser feita na esfera cível, eventualmente, pela via da produção antecipada da prova (arts. 381 a 383 CPC NOVO). Contudo, é necessário que que a prova falsa seja relevante para o julgamento do caso, uma vez que os juízes, em geral, analisam todo o “contexto probatório” para proferir uma sentença.
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PROCESSO PENAL III
REVISÃO CRIMINAL
CABIMENTO
Art. 621.  A revisão dos processos findos será admitida:
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.
PROVAS NOVAS são aquelas que não foram introduzidas no processo, sejam preexistentes ou supervenientes, ou aquelas suscitadas no curso do processo, e não tenham sido analisadas na sentença.
COMO PRODUZIR ESSA PROVA NOVA ?
Em tese é possível fazer no curso da revisão criminal, porém os tribunais não costumam ter “boa vontade” em produzi-la. De todo modo o melhor caminho é produzir judicialmente essa prova através da produção antecipada, a ser distribuída (sem prevenção) entre as varas criminais da comarca onde se pretende sua produção.
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PROCESSO PENAL III
REVISÃO CRIMINAL
PROCEDIMENTO
A revisão criminal deve ser instruída com a certidão de trânsito em julgado da sentença condenatória e peças necessárias para comprovação do alegado, sugerindo que seja anexada cópia integral dos autos originais.
NÂO EXISTE EFEITO DEVOLUTIVO OU SUSPENSIVO.
Acolhida a revisão criminal
Art. 626.  Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo
Parágrafo único.  De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista
Art. 627.  A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude da condenação, devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de segurança cabível.
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PROCESSO PENAL III
REVISÃO CRIMINAL
PROCEDIMENTO
Art. 626.  Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo
Parágrafo único.  De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista
1.- Se a decisão for pela anulação, o processo deverá ser refeito.
2.- Se alterar a classificação da infração, deve-se aplicar o artigo 383 do CPP, ou seja, a emendatio libelli, desde que não seja prejudicial ao réu.
3.- Situação mais complexa é a do artigo 384 CPP (mutatio libelli), já que implica na alteração fática da contida na acusação, impossibilitando assim sua aplicação, por não ser possível a inclusão de novos fatos após a sentença, havendo, via de consequência, supressão de instância, e principalmente violação do contraditório, não havendo outra alternativa senão absolver o réu.
Súmula 453 STF
Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.
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PROCESSO PENAL III
REVISÃO CRIMINAL
PROCEDIMENTO
Denegado o pedido, poderá o condenado interpor embargos declaratórios, recurso especial/extraordinário, se cabíveis.
Pode em caso de decisão não unânime interpor embargos infringentes ?
Não, pois os embargos infringentes só tem cabimento de decisões não unânimes proferidas de julgamento de APELAÇÃO e RESE
Por fim, havendo pedido expresso na revisão criminal, o tribunal , acolhendo-a, poderá reconhecer o direito a uma indenização.
Art. 630.  O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1o  Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2o  A indenização não será devida:
se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder
se a acusação houver sido meramente privada.
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