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Aula 7 Os orgãos de Sistema de Justiça Criminal Brasileiro

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Os órgãos do sistema de justiça criminal brasileiro
O sistema de justiça criminal brasileiro é composto de órgãos que visam analisar adequadamente o delito cometido, oferecendo uma sentença justa, de acordo com a legislação em vigor.
Vejamos quais os órgãos fazem parte do sistema de Justiça Criminal Brasileiro :
Muitas pesquisas são realizadas visando verificar o percentual das ocorrências policiais que chegam a ser esclarecidas, com um julgamento e uma sentença.
Sabemos que os resultados são alarmantes. 
O trabalho realizado pela Doutora em Sociologia pelo IUPERJ Ludmila Ribeiro e pela Mestra em Sociologia pela UFMG Klarissa Silva intitulado Fluxo do sistema de justiça criminal brasileiro: Um balanço da literatura mostra esta realidade.
Exemplo: 
	O policial militar prendeu o indivíduo que armado assaltou os passageiros do ônibus de viagem Ilhéus/Santarém.
	A ocorrência é encaminhada à Delegacia Policial da área do crime. O inquérito policial é feito pelo o delegado de polícia. 
	O Ministério Público denuncia o caso.
	Ao preso que não tem advogado, é assegurado um defensor público, de acordo com o artigo 5º, inciso LXIII da Constituição Federal de 1988.
	O juiz julga o crime e elabora a sentença condenatória.
	Condenado, o indivíduo vai para a cadeia.
Parece rápido?
Porém, nem sempre é assim. 
Apenas nas causas dos juizados especiais criminais há uma celeridade, ou seja, do início até o encerramento do caso, a demora é razoável.
Ministério Público
Atualmente há uma discussão, veiculada pela mídia, na tramitação do PEC, que versa sobre a investigação realizada pelos membros do Ministério Público. 
Este projeto tem o objetivo de limitar do Ministério Público o poder de investigar os crimes, cabendo aos órgãos policiais 
a investigação. 
De acordo com o artigo 127, da Constituição Federal/88 o Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado. Cabe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais disponíveis. É um órgão com previsão constitucional.
O Ministério Público é o órgão que defende todos os interesses da sociedade e fiscaliza a aplicação e a execução da lei. É um órgão que age com imparcialidade em defesa da sociedade. 
União e estados
De acordo com o artigo 128 da CF/1988, o Ministério Público abrange o Ministério Público da União e Ministério Público dos Estados.
Quando falamos em Ministério Público da União temos os seguintes órgãos:
• Ministério Público Federal;
• Ministério Público do Trabalho;
• Ministério Público Militar;
• Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
Os Estados-membros elaboram leis orgânicas dos Ministérios Públicos locais.
Função do Ministério Público
Agora que já sabemos o que é o Ministério público, vamos ver qual a sua função.
Constitucionalmente as funções do Ministério Público estão descritas no artigo 129, da Magna Carta. 
Não é apenas uma, mas são várias as funções do Ministério Publico.
Somente os integrantes de carreira podem exercer as funções do Ministério Público, isto é, não existe a figura do Promotor ad hoc. Em outras palavras significa dizer que o Promotor de Justiça não pode ser substituído por outro profissional para exercer as funções a ele inerentes.
1) Promover privativamente a ação penal pública;
2) Zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública;
3) Promover o inquérito civil e a ação civil pública, visando à proteção do patrimônio público, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
4) Promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos estados, de acordo com a previsão da Magna Carta;
5) Expedir notificações e requisitar informações e documentos;
6) Defender os índios;
7) Exercer o controle externo da atividade policial;
8) Requisitar diligências investigatórias e instaurar inquérito policial; e
9) Exercer outras funções, desde que compatíveis com sua finalidade.
Podemos notar que o Ministério Público é o fiscal da lei.
Ao analisarmos a área de atuação do Ministério Público do Trabalho podemos afirmar que este órgão é o fiscal da lei, não diferente do que ocorre nos demais órgão que fazem parte do Ministério Público da União.
Nossa análise nesta aula ficará restrita ao Ministério Público do Trabalho.
	O trabalho das crianças e adolescentes; 
	Contra o trabalho escravo; 
	Promoção de igualdades na área trabalhista;
	Trabalho rodoviário e ferroviário;
	Fraudes trabalhistas;
	Meio ambiente do trabalho;
	Liberdade Sindical.
Você sabia que ainda tem crianças e adolescentes fora da sala de aula e trabalhando ilegalmente? Esta é uma das áreas de atuação contra o trabalho ilegal das crianças e adolescentes. Assista ao filme Menino de Carvão e reflita sobre as imagens mostradas.
O trabalho escravo ainda é um problema em nosso país. Não só nas pequenas cidades, mas também nas grandes cidades. 
Tribunal de Justiça
O Tribunal de Justiça é o órgão de cúpula do Estado. 
Cada Estado-membro possui apenas um Tribunal de Justiça. 
A Constituição Federal/1988 garante a autonomia administrativa e financeira aos Tribunais de Justiça, ou seja, o Tribunal de Justiça se organiza administrativamente criando suas secretarias e demais serviços auxiliares. 
Na garantia de autonomia financeira, o Tribunal de Justiça elabora sua proposta orçamentária. 
A Constituição Federal designa os artigos 96 e 99 para os Tribunais de Justiça dos Estados.
O Poder Judiciário
A Constituição Federal/1988 destina a totalidade do Capítulo III, dos artigos 92 ao 126 ao Poder Judiciário.
O Supremo Tribunal Federal é a corte máxima do país. 
O Presidente atual do STF é o Ministro Joaquim Barbosa.
O Conselho Nacional de Justiça foi incluído como órgão do Poder Judiciário pela Emenda Constitucional nº 45, de 08 de dezembro de 2004.
Atualmente há uma discussão, veiculada pela mídia, na tramitação do PEC que versa sobre a ampliação dos Tribunais Regionais Federais, passando de cinco para nove Tribunais Regionais Federais. 
Os Tribunais Regionais Federais são órgãos de segunda instância da Justiça Federal.
Todos os conflitos são julgados pelos órgãos Poder Judiciário, transformados em processos judiciais e tramitam nos Tribunais e não são poucos, por este motivo há atraso, a solução demora quase sempre anos.
Os Juízes
A Constituição Federal designa em favor aos juízes para que possam exercer a função jurisdicional algumas garantias funcionais.
Vejamos abaixo alguns conceitos importantes destas garantias.
Vitaliciedade: É a garantia de permanência e definitividade no cargo, ou seja, a vinculação do juiz ao cargo para o qual foi nomeado.
Inamovibilidade: É a garantia de permanência do juiz no cargo que foi nomeado, ou seja, nem o Governador do Estado pode remover o juiz do local onde trabalha.
Irredutibilidade de vencimentos: É a garantia de padrão e vantagens, ou seja, os vencimentos dos juízes não podem sofrer diminuição de valores.
Tribunal do Júri
A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, inciso XXXVII, prevê a garantia do julgamento pelo tribunal do júri, nos crimes dolosos contra a vida, assegurando a plenitude de defesa, o sigilo das votações e a soberania dos veredictos. A vida é o bem maior que temos. 
O constituinte assim demonstra ao instituir o tribunal do júri para julgar os crimes dolosos contra este bem maior.
Você sabe como são escolhidos os membros que compõe o tribunal do júri?
Por pessoas de reputação ilibada e com profissão estabelecida, não sendo necessário ser bacharel em direito. Uma relação com os nomes destas pessoas é confeccionada e após, realizado o sorteio para compor o tribunal do júri.
Antes de começarmos a estudar a Defensoria Pública, estudaremos como funciona o Tribunal do Júri, as ações aceitas no Juizado Especial Criminal,
como é realizado o julgamento do juiz e como ocorre o processo penal.
Iniciaremos nosso estudo com o Tribunal do Júri.
Você sabe o motivo da criação dos Juizados Especiais Criminais? 
Juizado Especial Criminal
Então vamos entender como estava o cenário do judiciário antes da criação.
O grande número de ações com crimes ou contravenções de menor potencial ofensivo emperrava a máquina judiciária. 
O cenário era alarmante, não havia uma boa resposta por parte do judiciário; o réu na ação geralmente era beneficiado, pois o crime era prescrito ou a absolvição era declarada pela dificuldade de se fazer provas suficientes. 
Algo não estava correto, como pode o réu ser beneficiado e a vítima prejudicada ou o autor da ação lesado?
Era preciso dar agilidade ao judiciário. Alguma providência deveria ser tomada, caso contrário seria um estímulo à impunidade. O ofendido não poderia continuar nesta situação.
Como fazer justiça? 
A lei deve ser cumprida? 
Quem vai pagar o prejuízo? 
E agora excelência? 
O que eu faço? 
E o meu direito?
A instituição dos Juizados Especiais 
A Constituição Federal de 1988
Artigo 98, inciso I
Os constituintes, em 1988, perceberam que algo deveria ser feito para mudar o cenário e como providência temos o artigo 98 instituindo os juizados especiais criminais e cíveis. 
A Lei 9099, de 26 de setembro de 1995, dispõe sobre os juizados Especiais Cíveis e Criminais. 
Nesta aula, daremos ênfase apenas aos Juizados Especiais Criminais.
Art. 98 – 
A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
Juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados ou leigos, competentes para conciliação, o julgamento de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante o procedimento oral e sumaríssimo, permitido, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau.
Juiz leigo, o que é isto?
Geralmente bacharéis em Direito, mas nada impede que uma pessoa de conduta ilibada, que seja considerado um bom profissional seja um juiz leigo, como ocorre no Tribunal do Júri. 
Na função de conciliador, o juiz leigo proporciona celeridade à justiça. 
Os conciliadores são auxiliares da justiça, selecionados, na forma da lei local, não podendo exercer função na administração da Justiça Criminal, ou seja, para ser conciliador o indivíduo não pode trabalhar em uma das funções da justiça criminal (Parágrafo Único do art. 73 da Lei 9099).
Nas sentenças estipuladas no Juizado Especial Criminal a punição do infrator ou criminoso não será com pena privativa de liberdade, vez que neste órgão apenas os crimes de menor potencial ofensivo são julgados. (De acordo com a Lei 9099/95 os crimes de menor potencial ofensivo são aqueles cuja pena máxima prevista não seja superior a 1 ano.)
• Não julga as causas militares e nem as eleitorais. 
• É competente para a conciliação, o processo, o julgamento e a execução. 
• Vale ressaltar que muitos casos são resolvidos na fase da conciliação.
• Funciona com juiz togado ou juiz togado e leigo.
Um pouco mais sobre juizados especiais
Lei 10.259, de 12 de julho de 2001 
Dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal. Com o advento desta lei, no âmbito da justiça Federal, os crimes de menor potencial ofensivo são aqueles cuja pena máxima prevista não seja superior a 2 anos.
Lei n. 10.741, de 1.º de outubro de 2003 
Dispõe o Estatuto do Idoso, em seu art. 94, determina o seguinte:
os crimes cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, e subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
Estrutura jurídico-política brasileira
A Constituição Federal de 1988 prevê, no artigo 5º, incisos LIII (Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.) e LXI (Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita ou fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definido por lei. ) a garantia do juiz competente ( É o juiz da causa. Uma causa cível não pode ser julgada pelo juiz militar e nem mesmo por um juiz eleitoral. 
O princípio do juiz natural revela que apenas o juiz competente para a causa é o que pode apreciá-la, ou seja, no caso de um inquérito policial militar, envolvendo desvio de armas e munições. 
Qual será o juiz natural da causa? 
Qual será o juiz competente para julgar a causa? 
A resposta será a mesma para ambas as perguntas, será o juiz militar.), segundo a qual ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente e nem preso senão por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária (É o juiz de direito.) competente, salvo flagrante delito e nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar definido em lei.
O processo penal 
Todo o processo penal no território brasileiro é regido por um Decreto lei de número 3.689, de 03 de outubro de 1941, conhecido como Código de Processo Penal.
A documentação anexada àquele volume de folhas, que pode ser: 
os depoimentos, 
as perícias realizadas
as petições dos advogados, e 
outros documentos pertinentes que vemos o juiz manusear, isto é o processo (Um processo pode ter vários volumes, é o processo físico.Atualmente, podemos acompanhar o andamento de um processo através do site do Tribunal de Justiça. ). 
O Inquérito Policial é um Processo? A resposta é NÃO. 
Vamos retornar ao nosso exemplo do ônibus de viagem Ilhéus/Santarém.
Você se lembra do Delegado de Polícia?
Quando o Delegado de Polícia elabora o Inquérito Policial, ele prepara um procedimento administrativo informativo com todos os elementos necessários para a propositura da ação penal.
Depois de findo o Inquérito Policial ele é encaminhado ao Ministério Público e será analisado por um promotor de justiça. 
Cabe ao Promotor de Justiça analisar o Inquérito Policial e oferecer a denúncia ou não.
A Constituição Federal, no artigo 5º, inciso LIV prevê a garantia do devido processo legal, isto é, sem processo adequado ninguém será preso. Para o réu, em um processo penal, ser preso, todo o processo tem que está de acordo com a legislação vigente. 
É um direito constitucional.
Artigo 5º, inciso LIV
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Defensoria Pública
De acordo com a Constituição Federal de 1988, no artigo 134, a Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado e tem como missão a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do artigo 5º, inciso LXXIV. 
É a instituição atende as pessoas de baixa renda, em busca da cidadania.
Vamos entender o que diz este artigo.
O constituinte, visando que o acesso à justiça seja a regra, proporcionou aos que carecem de recursos financeiros para contratar um advogado, um defensor público.
Certamente você já deve ter escutado que é garantia constitucional o direito da ampla defesa e do contraditório. 
Porém, para ter a defesa ampla e produzir o contraditório se faz necessário um advogado ou um defensor, ou seja, um profissional da área da causa que você pleiteia.
Então se eu não constituir um advogado, o 
que acontecerá?
Caso você necessite de um advogado e provar que não tem recurso financeiro para constituir um profissional, o Estado providenciará um defensor público para a sua defesa.
Porém, você deverá demonstrar através de documentação o estado de insuficiência de recurso que se encontra.
Assistência jurídica integral e gratuita
A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, inciso LXXIV prevê assistência jurídica integral e gratuita para todos que provarem insuficiência de recursos financeiros. 
A atuação do defensor público
é, em todos os graus e de acordo com o artigo 134, da Constituição Federal/1988.
1-Justiça Federal;
2-Justiça Militar;
3-Justiça Eleitoral;
4-Justiça do Trabalho;
5-Tribunais Superiores;
6-Supremo Tribunal Federal; e
7-Juizados Especiais Federais.

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