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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Prof. Edna Raquel Hogemann 
Aula 9: FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
Pág 138 a 149 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
CONTEÚDO DESTA AULA 
 
Fontes e Integração do Direito 
 
• Conceito de fontes do Direito. 
• A classificação das fontes. 
• A Lei e seu processo de produção. 
• Os costumes. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Compreender: o conceito de Fontes do Direito e sua 
classificação. 
 o processo de produção legislativa. 
 Distinguir: as fontes formais mediatas e imediatas das 
fontes materiais mediatas e imediatas do Direito e o 
porquê desta distinção. 
 as fontes materiais das formais do direito. 
 o papel da lei e dos costumes como fontes formais 
do direito. 
Nossos objetivos nesse encontro 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
CONCEITO DE FONTES DO DIREITO 
AULA 1 
A expressão fonte vem do latim fons, fontis, 
nascente, significando tudo aquilo que origina, 
que produz algo. Assim, a expressão fontes do 
Direito indica, desde logo, as formas pelas 
quais o Direito se manifesta. 
Apresenta, basicamente, três espécies: 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
 1. FONTES MATERIAIS 
 
Mor
al 
5 
São os fatos sociais, as próprias forças 
sociais criadoras do Direito. 
Constituem a matéria-prima da 
elaboração deste, pois são os valores 
sociais que informam o conteúdo das 
normas jurídicas. As fontes materiais 
não são ainda o Direito pronto, 
perfeito, mas para a formação deste 
concorrem sob a forma de fatos 
sociais econômicos, políticos, 
religiosos, morais. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
• FONTES MATERIAIS 
6 
6 
São aquelas fontes que criam diretamente as normas 
jurídicas, representadas pelos órgãos legiferantes: 
a) Fontes materiais diretas ou imediatas 
- O Poder Legislativo- quando elabora e faz entrar em 
vigor as leis; 
- O Poder Executivo – quando excepcionalmente 
elabora Leis; 
- O Poder Judiciário – quando elabora jurisprudência 
ou quando excepcionalmente legisla; 
- Os Doutrinadores – quando desenvolve trabalhos, 
elaboram doutrinas utilizadas pelo aplicador da lei e, 
- A Própria sociedade- quando consagra determinados 
costumes. 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
7 
b) Fontes materiais indiretas ou mediatas: 
 
São fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em 
determinada sociedade trazendo como conseqüência o 
nascimento de novos valores que serão protegidos pela 
Norma Jurídica. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
b) Fontes históricas 
São os documentos jurídicos e coleções 
coletivas do passado que continuam a 
influir nas legislações do presente. 
Como exemplo: a Lei das Doze Tábuas, 
em Roma; o célebre Código de 
Hamurabi, na Babilônia; o Corpus 
Juris Civilis, de Justiniano etc. 
São fontes históricas do Direito brasileiro, 
por exemplo, o Direito Romano, o 
Direito Canônico, as Ordenações do 
Reino, o Código de Napoleão, a 
legislação da Itália fascista sobre o 
trabalho. 
 
AULA 1 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
c) Fontes formais 
• Seriam a lei, os costumes, a 
jurisprudência e a doutrina. O 
Estado cria a lei e dá, ao costume e 
à jurisprudência, a força desta. O 
positivismo jurídico defende a idéia 
de que fora do Estado não há 
Direito, sendo aquele a única fonte 
deste. As forças sociais, os fatos 
sociais seriam tão-somente causa 
material do Direito, a matéria-prima 
de sua elaboração, ficando esta 
sempre a cargo do próprio Estado, 
como causa eficiente. 
 
AULA 1 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
• A lei seria causa formal 
do Direito, a forma de 
manifestação deste – 
Fonte formal imediata. 
 
 
 
• As fontes formais vêm a 
ser as artérias por onde 
correm e se manifestam 
as fontes materiais. 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
 
FONTES 
DO 
DIREITO 
de produção(materiais) ESTADO 
 
 
de 
conhecimento 
(formais) 
 
imediata 
Lei 
Costumes 
mediata doutrina 
 jurisprudência 
AULA 1 
12 
QUADRO SINÓTICO DAS FONTES DO DIREITO 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
A LEI E SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO. 
 
É toda norma jurídica oriunda 
dos órgãos de soberania, aos 
quais, segundo a constituição 
política do Estado, é conferido 
o poder de ditar regras de 
Direito. 
 
(Ruggiero) 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
LEI 
 
Lei em sentido amplo ou em sentido lato: indica o 
jus scriptum (direito escrito). Referência genérica que 
inclui a lei propriamente dita (ordinária ou 
complementar), a medida provisória e o decreto. 
 
Lei em sentido estrito: é a lei comum e obrigatória, 
emanada do Poder Legislativo, no âmbito de sua 
competência. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
PROCESSO DE ELABORAÇÃO LEGISLATIVA 
• O processo de elaboração de uma lei consiste numa 
sucessão de fases e de atos que vão desde a 
apresentação de seu projeto até a sua efetiva 
concretização, tornando-se obrigatória. 
 
• Assim temos: iniciativa, discussão-votação-aprovação, 
sanção-veto, promulgação, publicação e entrada em 
vigor. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
• O processo legislativo 
compreende a 
elaboração de emendas 
à Constituição, leis 
complementares, leis 
ordinárias, leis 
delegadas, medidas 
provisórias, decretos 
legislativos e resoluções. 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
ATOS DO PROCESSO LEGISLATIVO 
O processo legislativo é o conjunto de atos 
preordenados visando à criação de normas de Direito, 
com previsão constitucional. São eles: 
1 - INICIATIVA LEGISLATIVA 
- É a faculdade que se 
atribui a alguém ou a um 
órgão para apresentar 
projetos de lei ao 
Legislativo. (art. 60, 61 e 
seu parágrafo 2º) 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
2 - VOTAÇÃO : 
Constitui ato coletivo das Casas do Congresso. 
Geralmente é precedida de estudos e pareceres de 
comissões técnicas (permanentes ou especiais) e 
de debates em plenário. É ato de decisão (art. 65 e 
66), que se toma por maioria de votos: 
a) maioria simples (art. 47) para aprovação de lei 
ordinária 
b) maioria absoluta dos membros das Câmaras, 
para aprovação de lei complementar (art. 69) 
c) maioria de três quintos dos membros das Casas 
do Congresso, para aprovação de emendas 
Constitucionais (art.60, § 2º) 
17 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 3. SANÇÃO - é a adesão do Chefe do Poder Executivo 
ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo; pode ser 
expressa (art. 66, caput) ou tácita (art. 66, parágrafo 
3º). 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
4. VETO - é o modo pelo qual o Chefe do Executivo 
exprime sua discordância com o projeto aprovado, por 
entendê-lo inconstitucional ou contrário ao interesse 
público (art. 66, parágrafo 1º). 
 
 
 O veto pode ser total, recaindo sobre todo o projeto, 
ouparcial, quando atingir somente parte dele. 
 
 O veto é relativo, não trancando de modo absoluto o 
andamento do projeto (art. 66, parágrafos 1º e 4º da 
CF). 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
ATENÇÃO !!! 
 
• Caso o veto seja rejeitado por votação da maioria 
absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio 
secreto, o projeto se transforma em lei, sem sanção, 
que deverá ser promulgada. Não se alcançando a 
maioria mencionada, o veto ficará mantido, 
arquivando-se o projeto. 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
5. PROMULGAÇÃO E 
PUBLICAÇÃO - Promulga-
se e publica-se a lei, que já 
existe desde a sanção ou 
veto rejeitado. É errado falar 
em promulgação de projeto 
de lei. 
• Promulgação é a declaração 
da existência da lei. É meio 
de se constatar a existência 
da lei. A lei é perfeita antes de 
ser promulgada; a 
promulgação não faz lei, mas 
os efeitos da lei só se 
produzirão depois dela. 
21 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
22 
A publicação da lei 
constitui instrumento pelo 
qual se transmite a 
promulgação aos 
destinatários da lei. É 
condição para que a lei 
entre em vigor, tornando-
se eficaz (ou efetiva). 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
DIFERENÇA ENTRE PROMULGAR E OUTORGAR 
UMA NORMA 
Norma promulgada, democrática ou popular (votada ou 
convencional): tem um processo de positivação 
proveniente de acordo ou votação. 
Exemplo: a Constituição de 1988. 
Norma outorgada: é imposta por um grupo ou por uma 
pessoa, sem um processo regular de escolha do 
legislador, ou seja, sem a participação popular. 
Exemplo: AI-5. 
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TÉCNICA LEGISLATIVA 
A elaboração legislativa exige, acima de 
tudo, bom senso e responsabilidade, 
pois as leis interferem, direta ou 
indiretamente, na vida das pessoas. 
 
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ETAPAS DA ELABORAÇÃO LEGISLATIVA 
 a) Definição da matéria a ser 
normatizada; 
b) Verificação da possibilidade 
jurídica; 
c) Estudo da matéria, pesquisa da 
legislação e jurisprudência (verificar 
SEMPRE se existe lei pré-existente 
ou consolidação acerca da matéria); 
d) Elaboração de anteprojeto; 
e) Revisão do anteprojeto; 
f) Redação final. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
1. PARTE PRELIMINAR 
a) Epígrafe - indica o tipo da proposição: Projeto de lei, 
Projeto de lei complementar, Projeto de resolução, 
Proposta de emenda à Constituição, Projeto de 
decreto legislativo. 
b) Ementa – deve resumir com clareza o conteúdo do 
ato, para efeito de arquivo e, principalmente, 
pesquisa, devendo, caso altere norma em vigor, fazer 
referência ao número e ao objeto desta. 
c) Fórmula de promulgação – deve indicar a autoridade 
ou o órgão legiferante (ex: A Assembléia Legislativa”) 
e descrever a ordem de execução, traduzida pelas 
formas verbais "decreta", "resolve" e "promulga". 
 
PARTES DA PROPOSIÇÃO LEGISLATIVA 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
EXEMPLOS: 
 
A Mesa da Assembléia Legislativa do Estado de São 
Paulo, nos termos do § 3º do artigo 22 da Constituição 
do Estado, promulga a seguinte Emenda ao texto 
constitucional: 
ou 
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS:Faço 
saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu 
promulgo a seguinte lei complementar: 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
2. PARTE NORMATIVA 
ORDENAÇÃO DO TEXTO LEGAL 
: 
a) Artigo – frase que encerra um comando normativo. 
• Tem numeração ordinal até o 9º e cardinal a partir do 10. 
• Quando se tratar de um só artigo, deve ser grafado como 
“Artigo único”. 
• Deve conter um único comando normativo, fixado em seu 
caput 
• As exceções ou os complementos devem ser fixadas em 
suas divisões (parágrafos e incisos) 
• As palavras em língua estrangeira devem ser destacadas 
(itálico, negrito, aspas) 
• Suas frases iniciam-se com letras maiúsculas e terminam 
com ponto final 
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
2. PARTE NORMATIVA 
 
Os artigos se desdobram em parágrafos ou em 
incisos; 
 
Os parágrafos de desdobram em incisos; 
 
Os incisos se desdobram em alíneas; 
 
 As alíneas se desdobram em itens. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
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CAPUT é a idéia principal é o Artigo: 
 
 São pequenos núcleos com 
comandos da lei. Por exemplo: 
 
Art. 1º É proibido usar camisa 
amarela nos domingos. (Caput) 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 b) Parágrafo – é a fórmula de umas das divisões do 
artigo. 
• Deve completar o sentido ou abrir exceções à norma 
contemplada no caput do artigo 
• É representado com numeração ordinal, após o 
símbolo § 
• Se houver um só parágrafo, será grafado como 
“Parágrafo único”. 
• Pode desdobrar-se em incisos. 
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
Parágrafos são ressalvas ou 
desdobramentos do que diz o caput 
(artigo). Exemplo: 
 
Art. 1º É proibido usar camisa amarela 
nos domingos. 
 
§1º A camisa poderá ter detalhes 
vermelhos. 
 
§2º Será permitido o uso de camisa 
amarela no domingo de Páscoa. 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
33 
c) INCISO – é usado para exprimir 
enumerações relacionadas ao caput 
do artigo ou ao parágrafo. 
 
• É expresso em algarismo romano 
 
• É iniciado com letra minúscula e 
termina com ponto e vírgula; salvo o 
último inciso do artigo, que termina 
com ponto final 
 
• Pode desdobrar-se em alíneas. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
Incisos são enumerações ou subdivisões que podem ser 
feitas dentro de artigos ou parágrafos. Por exemplo: 
 
Art. 1º É proibido usar camisa amarela nos domingos. 
§1º A camisa poderá ter detalhes vermelhos. 
I – O detalhe não poderá ultrapassar 30% da camisa. 
II – Não poderá ter nenhum detalhe vermelho na parte de trás da 
camisa. 
§2º Será permitido o uso de camisa amarela no domingo de 
Páscoa. 
I – Desde que o domingo não caia no dia 01 do mês. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
d) Alínea – é usada para enumerações relativas ao 
texto do inciso. 
• É grafada em letra minúscula, seguida de 
parênteses 
 
• Seu texto inicia-se com letra minúscula e termina 
com ponto e vírgula, com exceção da última alínea 
do inciso 
 
• Pode desdobrar-se em item (ex: art. 12 CF). 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
Alíneas são usadas para enumeração. Por exemplo: 
 
Art. 6º São cariocas: 
 
a) aqueles que nascem no município do Rio de 
Janeiro; 
 
b) aqueles que nascem na Ilha de Paquetá; 
 
c) aqueles que nascem em cima da Ponte Rio-
Niterói. 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
e) Item – é usado para enumerações relativas ao 
texto da alínea. 
• É grafado por algarismos arábicos, na forma 
cardinal, seguido de ponto 
• O texto do item inicia-se com letra minúscula e 
termina em ponto e vírgula, com exceção do último 
item da alínea. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO38 
PARTE FINAL DA LEI 
a) Cláusula de vigência: “ esta lei entra em vigor na data 
de sua publicação” ou “... entra em vigor “x” dias após 
sua publicação”. Na ausência da cláusula revogatória, 
vale a regra da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, 
entra em vigor 45 dias após sua publicação. É errado dizer 
que a lei “entrará” em vigor. 
b) Cláusula revogatória: deve indicar expressamente as 
leis ou os dispositivos legais revogados. Em caso de 
consolidação de leis, utiliza-se a fórmula: "são 
formalmente revogados, por consolidação e sem 
interrupção de sua força normativa...“. 
c) Disposições transitórias: possui numeração própria, 
iniciando-se por artigo 1º, no final do texto legal. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
3. OS COSTUMES 
39 
O termo costume deriva do latim consuetudine, 
de consuetumine, hábito, uso. 
 
 É a prática social reiterada e considerada 
obrigatória. O costume demonstra o princípio ou 
a regra não escrita que se introduziu pelo uso, 
com o consentimento tácito de todas as pessoas 
que admitiram a sua força como norma a seguir 
na prática de determinados atos. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
Hermes Lima afirma que os 
costumes apresentam 02 
elementos constitutivos, 
um é externo e o outro é 
interno. O externo é o 
objetivo, de natureza 
material, é o uso constante 
e prolongado. O interno é 
de natureza psicológica ou 
subjetiva, que é o 
reconhecimento geral de 
sua obrigatoriedade. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
• Embora alguns autores não façam distinção entre 
costume e uso, outros advertem que o costume se 
distingue dos usos sociais em geral porque a 
comunidade o considera obrigatório para todos, e 
sua violação acarreta uma responsabilidade jurídica 
e não apenas uma reprovação social. 
• O costume não se confunde, então, com as demais 
normas sociais ou de cortesia, desprovidas de 
coercitividade. 
• O costume é a mais antiga e autêntica fonte de 
direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
42 
 
 
 
Direito Consuetudinário ou Costumeiro 
 
Ao conjunto das normas costumeiras em vigor num 
Estado, convencionou-se chamar direito costumeiro, 
também denominado direito não-escrito, expressão 
esta que não tem caráter absoluto, visto que, às 
vezes, normas costumeiras são consolidadas, como, 
p. ex., a publicação intitulada "Assentamentos de 
Usos e Costumes da Praça de São Paulo", 
elaborada pela Junta Comercial e publicada no 
Diário Oficial do Estado. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
OS COSTUMES PODEM SER 
1.CONTRA LEGEM - por opor-se à lei não têm 
admissibilidade em nosso direito. 
2.SECUNDUM LEGEM - por estar de acordo coma lei 
serve de interpretação, é o costume que esclarece a 
lei por estar em perfeita sintonia com ela. 
3.PRAETER LEGEM - é utilizável quando a lei for 
omissa para preencher a lacuna existente. Este último; 
é o costume considerado como subsidiários do direito. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
Como se prova a existência dos costumes? 
 
44 
A prova se fará dos mais diversos modos: 
documentos, testemunhas, vistorias, etc. Em 
matéria comercial, porém, devem ser provados por 
meio de certidões fornecidas pela juntas comerciais 
que possuem fichários organizados para este fim. 
Art. 337 do Código de Processo Civil - “A parte que 
alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou 
consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se 
assim determinar o juiz”. 
 
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FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
Aconteceu nas férias 
 
Finalmente de férias. Ana Maria colocou o biquíni de bolinha 
amarelinha e seguiu Marcelo direto para a praia. E qual não foi 
sua surpresa ao descobrir que no final da praia num canto 
aprazível, cercado de palmeiras e jangadas que saiam e 
chegavam cheinhas de peixes, havia uma praia de naturismo. 
Isso mesmo. Tudo mundo nu em pêlo. Ana Maria desviou o 
olhar, meio sem graça. Mas, não pode evitar o 
constrangimento quando Marcelo gritou para que tirasse o 
biquíni e o acompanhasse até o local onde todos se divertiam a 
valer completamente pelados, pois era costume. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
Imediatamente Ana Maria lembrou-se do disposto no art. 233 do Código 
Penal: 
 “Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto 
ao público: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa”. 
E agora, o que fazer? Ana Maria está diante de uma grande dúvida. 
Várias questões surgiram em sua mente. 
São elas: 
 a) A prática de naturismo pode ser entendida como costume jurídico? 
b) Em que espécie de costume se enquadra o naturismo? 
c) O artigo 233 do Código Penal foi revogado pelo costume? E por 
alguma decisão do STJ? 
d) Pode o costume revogar a lei? 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
a) A prática de naturismo pode ser entendida como costume 
jurídico? 
Resposta: O naturismo não pode ser entendido como costume, por não 
reunir os dois elementos essenciais, quais sejam: objetivo – prática 
reiterada da conduta e subjetivo – convicção da obrigatoriedade. 
Assim, o naturismo pode até ser entendido como um costume social 
dependendo da moral social, mas não jurídico. 
 
b) Em que espécie de costume se enquadra o naturismo? 
Resposta: Costume contra legem, uma vez que sua prática viola 
preceito do artigo 233 do Código Penal. Sua admissibilidade dá-se 
em razão do reconhecimento de pessoas com estilos de vida 
diferentes, que também precisam ser tutelados, desde que tais 
comportamentos não violem a ordem pública, daí a delimitação de 
um espaço para que tal prática seja realizada. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
c) O artigo 233 do Código Penal foi revogado pelo costume? 
E por alguma decisão do STJ? 
Resposta: Não. Os costumes contra legem não podem 
revogar lei. Uma lei somente pode ser revogada por outra 
lei, conforme preceitua o artigo 2° da LICC. Pela decisão 
do STJ também não, pois decisão judicial não revoga lei, 
somente as declaratórias de inconstitucionalidade. 
d) Pode o costume revogar a lei? 
Resposta: Levando em consideração o fato do nosso direito 
apresentar uma origem romano-germânica, caracterizando 
o sistema legalista, temos que nosso o primado é da lei. 
Neste sentido a LICC, no seu art. 2º, estabelece que uma 
lei só pode ser revogada por outra. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
A respeito do processo legislativo na Constituição Federal de 1988, analise as 
afirmativas a seguir: 
I. O Presidente vetará projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, se 
considerá-lo, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse 
público. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, 
de inciso ou de alínea. 
II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei. As medidas provisórias vigoram 
imediatamente, mas perderão sua eficácia desde sua edição, se não forem 
convertidas em lei pelo Congresso Nacional, no prazo previsto na Constituição. 
III. O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, 
leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidasprovisórias, 
decretos legislativos e resoluções. 
Assinale: 
(a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(b) se apenas a afirmativa I estiver correta. 
(c) se apenas a afirmativa III estiver correta. 
 (d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 
 (e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
A respeito do processo legislativo na Constituição Federal de 1988, analise as 
afirmativas a seguir: 
I. O Presidente vetará projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, se considerá-
lo, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público. O veto 
parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de 
alínea. 
II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei. As medidas provisórias vigoram 
imediatamente, mas perderão sua eficácia desde sua edição, se não forem 
convertidas em lei pelo Congresso Nacional, no prazo previsto na Constituição. 
III. O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis 
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos 
legislativos e resoluções. 
Assinale: 
(a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(b) se apenas a afirmativa I estiver correta. 
(c) se apenas a afirmativa III estiver correta. 
 (d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 
 (e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
I- No plano jurídico, fontes do Direito expressam a origem das normas 
jurídicas, podendo-se classificar as fontes em dois grandes blocos, 
designados de fontes materiais e fontes formais. 
II - As fontes materiais enfocam o momento pré jurídico, constituindo-se nos 
fatores que conduzem à emergência e construção da regra de Direito. 
III - As fontes formais enfocam o momento tipicamente jurídico, 
considerando a regra já plenamente construída, os mecanismos 
exteriores e estilizados pelos quais essas regras se revelam para o 
mundo exterior, ou seja, os meios pelos quais se estabelece a norma 
jurídica. 
IV - Os costumes são fontes do direito. 
Assinale: 
(a) todas as proposições estão corretas 
(b) apenas quatro proposições estão corretas 
 (c) apenas três proposições estão corretas 
 (d) apenas duas proposições estão corretas. 
(e) apensas uma proposição está correta. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
I- No plano jurídico, fontes do Direito expressam a origem das normas 
jurídicas, podendo-se classificar as fontes em dois grandes blocos, 
designados de fontes materiais e fontes formais. 
II - As fontes materiais enfocam o momento pré jurídico, constituindo-se nos 
fatores que conduzem à emergência e construção da regra de Direito. 
III - As fontes formais enfocam o momento tipicamente jurídico, considerando 
a regra já plenamente construída, os mecanismos exteriores e estilizados 
pelos quais essas regras se revelam para o mundo exterior, ou seja, os 
meios pelos quais se estabelece a norma jurídica. 
IV - Os costumes são fontes do direito. 
Assinale: 
(a) todas as proposições estão corretas 
(b) apenas quatro proposições estão corretas 
 (c) apenas três proposições estão corretas 
 (d) apenas duas proposições estão corretas. 
(e) apensas uma proposição está correta. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO 
GALERA, POR 
HOJE É SÓ! 
 
Façam a leitura da 
próxima aula , os 
exercícios do livro 
 e da webaula

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