Buscar

AULA 8 - FONTES DO DIREITO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS SOCIAIS E
HISTÓRICOS DO DIREITO
2020/1
Prof. Gustavo Guiotto
FONTES DO DIREITO
CARACTERÍSTICAS
FUNÇÕES E CLASSIFICAÇÃO
FONTES DO DIREITO
Conceito
Vale destacar, primeiramente, que a doutrina jurídica não é uníssona quanto ao estudo das fontes do Direito. Dentre os inúmeros doutrinadores, há enorme diversidade quanto ao tema em estudo.
Metáfora - a expressão “Fontes do Direito” é uma metáfora: num primeiro plano o termo “fonte” tem um sentido de “nascente de água” para elucidar a gênese (origem) do Direito, ou seja: para o Direito, ir até suas fontes revela um ato parecido com o daquele que busca a nascente de um rio.
O termo provém do latim fons, fontis, que implica o conceito de nascente de água. A expressão “Fontes do Direito” pode traduzir vários sentidos.
FONTES DO DIREITO
Conceito
Perspectiva técnico-jurídica ou formal: ela designa os modos de formação ou de revelação das normas jurídicas;
Perspectiva filosófica: traduz o fundamento da obrigatoriedade das normas jurídicas; 
Perspectiva sociológica: traduz fatos que determinaram o aparecimento de determinado conteúdo das normas;
Perspectiva política: traduz os órgãos e situações envolvidos na elaboração de determinada norma;
Perspectiva material ou instrumental: se refere aos textos e diplomas que contêm essas normas jurídicas.
Direito Arcaico
Principais Fontes no Direito Arcaico:	
 
Costumes: fonte mais importante e mais antiga do direito; expressão direta, cotidiana e habitual dos membros de um dado grupo social; é a religião que sustenta o receio e a ameaça permanente dos poderes sobrenaturais é que garante o rígido cumprimento dos costumes
Preceitos Verbais: não escritos proferidos por chefes de tribos ou de clãs; verdadeiras leis ainda que não escritas, repousam no prestígio daqueles que detêm o poder e o conhecimento
Decisões pela tradição: fonte criadora de preceituações jurídicas nas sociedades arcaicas; decisões reiteradas utilizadas pelos chefes ou anciãos das comunidades autóctones para resolver conflitos do mesmo tipo (jurisprudência)
FONTES DO DIREITO - Breve Evolução Histórica
FONTES DO DIREITO - Breve Evolução Histórica
A Península Ibérica (nomeadamente, Portugal, que é o principal responsável pelo nosso Direito) foi ocupada por vários povos, principalmente pelos iberos e pelos celtas;
Ora, a fusão destes povos originou os celtiberos, em que se originaram os lusitanos (Gregos, fenícios e cartagineses também ocuparam este território); 
A organização política desses povos eram as cidades, que integravam tribos, que, por sua vez, formavam confederações de tribos;
Existiam ali três classes sociais: os nobres (detinham o poder econômico e militar); os homens livres, que revelavam a maioria dos cidadãos; e os clientes e servos.
Período Pré-romano
O Direito encontrado ali era costumeiro ou consuetudinário. 
Contudo, esse território foi ocupado pelos romanos. Diante deste quadro novo, os povos peninsulares passaram a reger-se pelas leis romanas, que se misturaram com práticas costumeiras anteriores à sua vigência;
Neste esteio, regeram-se também, nos primeiros tempos do domínio germânico (visigótico), elaborando verdadeiros monumentos escritos a partir do século V, que culminaram no Código Visigótico (cerca de 654 d.C.);
Os visigodos foram substituídos na península pelos árabes (a partir do século VIII), regidos fundamentalmente por um direito de caráter confessional, estabelecido e fundado no Corão 
FONTES DO DIREITO - Breve Evolução Histórica
Período Pré-romano
Por meio da reconquista destes territórios árabes, surge Portugal (no século XII), que, até o reinado de D. Afonso III (1210- 1279), foi regido pelo direito costumeiro (com uma mistura dos direitos: visigótico, romano, franco e árabe);
É precisamente com D. Afonso III que a lei passa a ser uma fonte extremamente importante para o Direito. A lei passa a disciplinar a vida social do reino; passa a ser elaborada com maior critério.
Nesta altura é elaborada a primeira compilação do direito português, no reinado de D. Afonso, nomeadamente as Ordenações Afonsinas (que, como vimos, foram substituídas no século XVI pelas Ordenações Manuelinas e que, por sua vez, foram substituídas pelas Ordenações Filipinas – que vigoraram de 1603 até os Códigos Modernos do século XIX). 
FONTES DO DIREITO - Breve Evolução Histórica
Período Pré-romano
Agora, cumpre ressaltar que as fontes do Direito são divididas em três categorias:
Fontes Históricas;
Fontes Materiais;
Fontes Formais.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Históricas: são aquelas das quais se socorrem os estudiosos, quando querem investigar a origem histórica de um instituto jurídico ou de um sistema. 
Apesar de o Direito ser um produto cambiante no tempo e no espaço, contém muitas ideias permanentes. A evolução dos costumes e o progresso induzem o legislador a criar novas formas de aplicação para esses princípios; 
As fontes históricas do Direito indicam a gênese das modernas instituições jurídicas: a época, local, as razões que determinaram a sua formação. 
A pesquisa pode limitar-se aos antecedentes históricos mais recentes ou se aprofundar no passado, na busca das concepções originais. Esta ordem de estudo é significativa não apenas para a memorização do Direito, mas também para a melhor compreensão dos quadros normativos atuais. 
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Históricas: 
No setor da interpretação do Direito, onde o fundamental é captar-se a finalidade de um instituto jurídico, sua essência e valores capitais, a utilidade dessa espécie de fonte revela-se com toda evidência;
A Dogmática Jurídica, que desenvolve o seu estudo em função do ordenamento vigente, com o objetivo de revelar o conteúdo atual do Direito, proporcionando um conhecimento pleno, deve buscar subsídios nas fontes históricas pois, como anota Sternberg, 
“aquele que quisesse realizar o Direito sem a História não seria jurista, nem sequer um utopista, não traria à vida nenhum espírito de ordenamento social consciente, senão mera desordem e destruições”.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Históricas: 
Exemplo de Fonte Histórica do Direito:
O Direito Romano – influenciou os ordenamentos do mundo ocidental, especialmente no Direito Privado.
Jus Civile e Jus Gentium
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Materiais;
O Direito não é um produto arbitrário da vontade do legislador, mas uma criação que se lastreia no querer social. É a sociedade, como centro de relações de vida, como sede de acontecimentos que envolvem o homem, quem fornece ao legislador os elementos necessários à formação dos estatutos jurídicos. 
Como causa produtora do Direito, as fontes materiais são constituídas pelos fatos sociais, pelos problemas que emergem na sociedade e que são condicionados pelos chamados fatores do Direito, como a Moral, a Economia, a Geografia, entre outros. 
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Materiais;
Hübner Gallo divide as fontes materiais em:
Diretas: são representadas pelos órgãos elaboradores do Direito Positivo, como a sociedade, que cria o Direito consuetudinário, o Poder Legislativo, que elabora as leis, e o Judiciário, que produz a jurisprudência; (Ex: Congresso Nacional, Assembleias Legislativas Estaduais, Poder Executivo)
Indiretas: identificadas com os fatores jurídicos, como a Moral, a Economia, a Geografia;
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Materiais;
A investigação das fontes materiais do direito é empreendida pela sociologia do direito, pela filosofia jurídica e pela ciência política;
Sua utilidade jurídica, no mais das vezes, verifica-se no processo de criação das normas legislativas, transcorrido nas casas parlamentares;
Os deputados e senadores, ao apresentarem e discutirem projetos de leis, são influenciados pelas fontes materiais; 
Muitas vezes, criam-se comissões para estudar aspectos sociais cujos resultados determinam os termos de uma nova lei.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Materiais;
Características Marcantes:
Constituídas por fenômenossociais – confundindo-se com os fatores sociais do direito (econômico – geográfico – moral – religioso – técnico);
Econômico – prepondera no direito de propriedade, no contratual, no financeiro, etc.;
Moral – ligado à religião, e na fase histórica substituiu a religião; 
Geográfico – seca prolongada, geada, terremoto;
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Materiais;
Exemplo de Fonte Material : o artigo 22, I, da Constituição Federal estabelece que a União é a fonte de produção do direito penal, o que quer dizer que os estados e os municípios não detêm o poder de legislar sobre a matéria.
 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (grifo nosso)
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Formais;
O Direito Positivo apresenta-se aos seus destinatários por diversas formas de expressão, notadamente pela lei e costume. 
Fontes formais são os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas (Lei, Jurisprudência, Doutrina, Equidade, analogia, os princípios gerais do direito e os costumes);
Indica os lugares nos quais se encontram os dispositivos jurídicos e onde os destinatários das normas devem pesquisar sempre que desejam tomar conhecimento de uma norma em vigor;
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Formais;
Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de criar o Direito. Em que consiste o ato de criação do Direito? 
Criar o Direito significa introduzir no ordenamento jurídico novas normas jurídicas. 
Quais são os órgãos que possuem essa capacidade de criar regras de conduta social?
O elenco das fontes formais varia de acordo com os sistemas jurídicos e também em razão das diferentes fases históricas. 
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Formais;
Na terminologia adotada pelos autores, embora sem uniformidade, há a distinção entre as chamadas fontes direta e indireta do Direito. 
Direta ou primárias/imediatas: é tratada aqui por fonte formal, que cria a norma; são as que tem potencialidade suficiente para gerar a regra jurídica (lei, princípios gerais do direito e o costume)
Indireta ou secundárias/mediatas: não cria a norma, mas fornece ao jurista subsídios para o encontro desta, como é a situação da doutrina jurídica em geral e da jurisprudência em nosso país, esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei (doutrina, analogia e jurisprudência) 
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Formais;
Para os países que seguem a tradição romano-germânica, como o Brasil, a principal forma de expressão é o Direito escrito, que se manifesta por leis e códigos;
Enquanto o costume figura como fonte complementar. 
A jurisprudência, que se revela pelo conjunto uniforme de decisões judiciais sobre determinada indagação jurídica, não constitui uma fonte formal, pois a sua função não é gerar normas jurídicas, apenas interpretar o Direito à luz dos casos concretos.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Formais;
A doutrina moderna tem admitido que os atos jurídicos que não se limitam à aplicação das normas jurídicas e criam efetivamente regras de Direito objetivo constituem fontes formais. 
Duguit denominou atos-regras às diferentes espécies de atos jurídicos que, apesar de não possuírem generalidade, atingem a um contingente de indivíduos, de que são exemplos os estatutos de entidade, consórcios, contratos particulares e públicos. 
A doutrina tradicional, contudo, não admite essa categoria de fonte formal sob o fundamento de que suas normas não possuem generalidade. O argumento é falho, de vez que há leis que não são gerais; por outro lado, há atos-regras que possuem amplo alcance, como ocorre, por exemplo, com os contratos coletivos de trabalho.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Formais;
As diferentes categorias de fontes formais que indicamos revelam uma origem própria. Consoante a lição de Miguel Reale, toda fonte pressupõe uma estrutura de poder. 
a lei é emanação do Poder Legislativo; 
o costume é a expressão do poder social; 
a sentença, ato do Poder Judiciário; 
os atos-regras, que denomina por fonte negocial, são manifestações do poder negocial ou da autonomia da vontade.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Formais;
Características das Fontes Formais:
Generalidade: por definição, a norma jurídica é genérica, isto é, aplica-se a todas as pessoa s a que ela se destina. Genéricas, por exemplo, são as leis dos Códigos Civil e Penal. 
Abstração: as normas jurídicas são abstratas. Isto significa que só tem sentido se elaboradas para disciplinarem hipóteses futuras, que poderão se configurar ou não. Não se permitem exceções.
Coação: Esta é uma propriedade específica das normas jurídicas. Não existe Direito Positivo sem coação. A coação é que difere a norma jurídica de qualquer outro tipo de regra, sobretudo da regra moral.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Formais;
Características das Fontes Formais:
Permanência: entende -se por permanência a vigência da lei no tempo. Sob este aspecto, a lei, uma vez entrando em vigor, permanecerá em vigor até que outra lei, hierarquicamente igual ou superior, tácita ou expressamente a revogue. Enquanto não ocorrer a revogação, aconteça o que acontecer, a norma jurídica, tendo ou não eficácia, está e permanecerá em vigor.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Fontes Formais;
Há também a divisão entre as fontes formais Estatais e Não-Estatais:
Fontes Estatais: são aquelas constituídas de normas escritas, vigentes no território do Estado, por ele promulgadas, e são aplicadas pelas autoridades administrativas ou pelas judiciárias. 
Composição – São formadas de normas jurídicas escritas, promulgadas e garantidas pelo poder público, válidas no território do Estado (lei em geral – jurisprudência – princípios gerais do direito) 
Não-Estatais:  que não dependem da atividade legislativa do Estado, como por exemplo, costume, contrato coletivo de trabalho, doutrina, princípios gerais do direito.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
3. Fontes Formais;
Princípio da Territorialidade: 
A validade das normas ao território do Estado, aplicáveis a nacionais ou estrangeiros.
Ele é Absoluto nos ramos básicos do Direito Público, Relativo em outros, como no Direito Privado (neste campo é possível a aplicação do direito estrangeiro).
FONTES DO DIREITO – Categorias 
3. Fontes Formais;
A Constituição: 
Conceito - é a pedra angular de toda ordem jurídica estatal, fonte de validade de todo o direito do Estado;
Características – é a fonte principal de todo direito do Estado; é a lei fundamental (todas devem se adaptar); é a expressão do poder constituinte; organiza e estrutura o Estado e governo; prescreve os direitos individuais; é a lei das leis; enuncia os princípios fundamentais.
FONTES DO DIREITO – Categorias 
Sessão final de trabalho da Assembleia Constituinte, em 22 de setembro de 1988, após o encerramento da votação, com aprovação do texto final da nova Constituição do país.
No âmbito técnico-jurídico, podemos destacar que são cinco as fontes do direito brasileiro:
1) A lei: norma jurídica elaborada e imposta por um órgão competente.
2) O costume: é a norma que resulta de uma prática social constante, acompanhada da convicção de sua efetiva obrigatoriedade.
3) A jurisprudência: que se revela no conjunto de orientações e diretrizes seguidas pelos Tribunais no julgamento concreto de situações fáticas (ou seja: da vida real).
4) A doutrina: é a tradução da atividade de estudo teórico do Direito (a que formula juízos sobre a adequada regulamentação das relações sociais).
5) Princípios Gerais do Direito: verdades fundantes de um sistema de conhecimento.
FONTES DO DIREITO – No Direito Brasileiro 
A lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. É ato do Poder Legislativo, que estabelece normas de acordo com os interesses sociais. Não constitui, como outrora, a expressão de uma vontade individual,pois traduz as aspirações coletivas;
Apesar de uma elaboração intelectual que exige técnica específica, não tem por base os artifícios da razão, pois se estrutura na realidade social. A sua fonte material é representada pelos próprios fatos e valores que a sociedade oferece.
É por esta forma de expressão que a Ciência do Direito poderá aperfeiçoar as instituições jurídicas. Como obra humana, o processo legislativo apresenta pontos vulneráveis e críticos.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Considerações Prévias 
Hervarth indica dois aspectos negativos das leis, como fatores da crise do Direito escrito: 
o decretismo, isto é, excesso de leis; 
vícios do parlamentarismo, de vez que o legislativo se perde em discussões inúteis, sem atender às exigências dos tempos modernos.
Para superar as deficiências que esse processo apresenta, a corrente do Direito Livre reivindicou valor apenas relativo para as leis, enquanto alguns juristas pretenderam a sua substituição pelo Direito científico, a cargo da doutrina, e outros pelo Direito Judicial.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Considerações Prévias 
A origem da palavra lei ainda não foi devidamente esclarecida. As opiniões se dividem, recaindo as preferências nos seguintes verbos: legere (ler); ligare (ligar); eligere (escolher);
Legere: porque os antigos tinham o costume de se reunir em praça pública, local em que se afixavam cópias das leis, para a leitura e comentário dos novos atos.
Ligare: por força da bilateralidade da norma jurídica, que vincula, liga, duas ou mais pessoas, a uma impondo o dever e à outra atribuindo poder.
Eligere: porque o legislador escolhe, entre as diversas proposições normativas possíveis, uma para ser a lei.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
A origem da palavra lei ainda não foi devidamente esclarecida. As opiniões se dividem, recaindo as preferências nos seguintes verbos: legere (ler); ligare (ligar); eligere (escolher);
Legere: porque os antigos tinham o costume de se reunir em praça pública, local em que se afixavam cópias das leis, para a leitura e comentário dos novos atos.
Ligare: por força da bilateralidade da norma jurídica, que vincula, liga, duas ou mais pessoas, a uma impondo o dever e à outra atribuindo poder.
Eligere: porque o legislador escolhe, entre as diversas proposições normativas possíveis, uma para ser a lei.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
Lei em Sentido Amplo: emprega-se o vocábulo lei para indicar o Jus scriptum. É uma referência genérica que atinge à lei propriamente, à medida provisória e ao decreto. 
É a norma escrita, geral e abstrata, garantida pelo poder público , aplicável por órgãos do Estado, enquanto não revogada. 
É a forma moderna de produção do Direito Positivo.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
Medida Provisória: Criada pela CF de 1988, a medida provisória é ato de competência do presidente da República, que poderá editá-la na hipótese de relevância e urgência, excluída a permissão constitucional sobre matéria afeta à nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos, Direito Eleitoral, Penal, Processual Penal e Processual Civil, entre outros assuntos, como prevê o art. 62 da Constituição Federal, conforme a Redação dada pela EC nº 32, de 11 de setembro de 2001.
Tanto quanto o decreto-lei, a quem substitui em nosso ordenamento, possui forma de decreto e conteúdo de lei.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
Uma vez editada deve ser submetida imediatamente à apreciação do Congresso Nacional. 
Caso não logre a conversão em lei dentro do prazo de sessenta dias da publicação, prorrogável por igual tempo, a medida provisória perderá seu caráter obrigatório, com efeitos retroativos ao início de sua vigência. 
Ocorrendo esta hipótese, o Congresso Nacional deverá disciplinar as relações sociais afetadas pelas medidas provisórias rejeitadas.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
Decretos - Os atos normais de competência do Chefe do Executivo – Presidente da República, Governador de Estado, Prefeito Municipal –, são baixados mediante simples decretos. A validade destes não exige o referendo do Poder Legislativo. Entre as diversas espécies de decretos, há os autônomos e os regulamentares. 
Autônomos: são editados na rotina da função administrativa, sobre as matérias definidas na Constituição Federal, nas constituições estaduais e em leis que organizam a vida dos municípios. 
Regulamentares: complementam as leis, dando-lhes a forma prática de aplicação. O regulamento não pode introduzir novos direitos e deveres; deve limitar-se a estabelecer os critérios de execução da lei.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
Lei em Sentido Estrito: lei é o preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo, no âmbito de sua competência. A lei possui duas ordens de caracteres: substanciais e formais.
Caracteres Substanciais: como a lei agrupa normas jurídicas, há de reunir também os caracteres básicos destas: generalidade, abstratividade, bilateralidade, imperatividade, coercibilidade. É indispensável ainda que o conteúdo de lei expresse o bem comum;
Caracteres Formais: sob o aspecto de forma, a lei deve ser: escrita, emanada do Poder Legislativo em processo de formação regular, promulgada e publicada.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
Lei em Sentido Formal e Sentido Formal Material: 
Sentido Formal: lei é o instrumento que atende apenas aos requisitos de forma (processo regular de formação, poder competente), faltando-lhe pelo menos alguma característica de conteúdo, como a generalidade, ou por não possuir sanção ou carecer de substância jurídica; 
Ex: A aprovação, pela assembleia da Revolução Francesa, da lei que declarava a existência de Deus e a imortalidade da alma é exemplo claro de lei apenas em sentido formal. 
Sentido formal-material: a lei, além de atender os requisitos de forma, possui conteúdo próprio do Direito, reunindo todos os caracteres substanciais e formais.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
Lei Substantiva e Lei Adjetiva: 
Substantiva ou material: é a que reúne normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas em suas relações de vida. As leis relativas ao Direito Civil, Penal, Comercial, normalmente são dessa natureza.
Adjetiva ou formal: consiste em um agrupamento de regras que definem os procedimentos a serem cumpridos no andamento das questões forenses. Exemplos: leis sobre Direito Processual Civil, Direito Processual Penal.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
Leis de Ordem Pública
A lei de ordem pública, reúne preceitos de importância fundamental ao equilíbrio e à segurança da sociedade, pois disciplina os fatos de maior relevo ao bem-estar da coletividade;
Por tutelar os interesses fundamentais da sociedade, prevalece independentemente da vontade das pessoas. É cogente e se sobreleva à opinião de todos, inclusive à daqueles a quem beneficia. 
Dispõem sobre a família, direitos personalíssimos, capacidade das pessoas, prescrição, nulidade de atos, normas constitucionais, administrativas, penais, processuais, as pertinentes à segurança e à organização judiciária. São igualmente as que garantem o trabalho e dispõem sobre previdência e acidente do trabalho. 
FONTES DO DIREITO – A LEI
Conceito
O processo legislativo é estabelecido pela Constituição Federal e se desdobra nas seguintes etapas: apresentação de projeto, exame das comissões, discussão e aprovação, revisão, sanção, promulgação e publicação:
Iniciativa da Lei: Conforme dispõe o art. 61 da Constituição Federal de 1988, a iniciativa das leis complementares e ordinárias compete: a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e ao cidadãos.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Formação da Lei – o Processo Legislativo
A iniciativa pelo Presidente da República pode ocorrer sob duas modalidades distintas. 
O Chefe do Executivo pode encaminhar projeto em regime normal, caso em que o andamento será comum aos apresentadospor outras fontes; 
Poderá o Presidente solicitar urgência na apreciação de projetos de sua iniciativa, hipótese em que a matéria deverá ser examinada pela Câmara dos Deputados em quarenta e cinco dias e, sucessivamente, pelo Senado Federal em igual prazo. Esgotado este sem manifestação, o projeto entrará na ordem do dia em caráter prioritário, consoante dispõe o § 2º do art. 64 do texto constitucional.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Formação da Lei – o Processo Legislativo
Exame das Comissões Técnicas, discussões e aprovação: 
Uma vez apresentado, o projeto tramita por diversas comissões parlamentares, às quais se vincula por seu objeto; 
Passado pelo crivo das comissões competentes, deverá ir ao plenário para discussão e votação; 
No regime bicameral, como é o nosso, é indispensável a aprovação do projeto pelas duas Casas;
FONTES DO DIREITO – A LEI
Formação da Lei – o Processo Legislativo
Revisão do Projeto: 
O projeto pode ser apresentado na Câmara ou no Senado Federal. 
Iniciado na Câmara, o Senado funcionará como Casa revisora e vice-versa, com a circunstância de que os projetos encaminhados pelo Presidente da República, Supremo Tribunal Federal e Tribunais Federais serão apreciados primeiramente pela Câmara dos Deputados. Se a Casa revisora aprová-lo, deverá ser encaminhado à Presidência da República para sanção, promulgação e publicação; se o rejeitar, será arquivado; se apresentar emenda, volverá à Casa de origem para nova apreciação. Não admitida a emenda, o projeto será arquivado.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Formação da Lei – o Processo Legislativo
Sanção: 
A sanção consiste na aquiescência, na concordância do Chefe do Executivo com o projeto aprovado pelo Legislativo. É ato da alçada exclusiva do Poder Executivo: do Presidente da República, Governadores Estaduais e Prefeitos Municipais. 
Na esfera federal, dispõe o Presidente do prazo de 15 dias para sancionar ou vetar o projeto. A sanção pode ser tácita ou expressa. 
Tácita: quando o Presidente deixa escoar o prazo sem manifestar-se. 
Expressa quando declara a concordância em tempo oportuno. 
FONTES DO DIREITO – A LEI
Formação da Lei – o Processo Legislativo
Sanção: 
Na hipótese de veto, o Congresso Nacional – as duas Casas reunidas – disporá de 30 dias para a sua apreciação. Para que o veto seja rejeitado é necessário o voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em escrutínio secreto. Vencido o prazo, sem deliberação, o projeto entrará na ordem do dia da sessão seguinte e em regime prioritário.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Formação da Lei – o Processo Legislativo
Promulgação: 
A lei passa a existir com a promulgação, que ordinariamente é ato do Chefe do Executivo. 
Consiste na declaração formal da existência da lei. 
Rejeitado o veto presidencial, será o projeto encaminhado à presidência, para efeito de promulgação no prazo de quarenta e oito horas. Esta não ocorrendo, o ato competirá ao presidente do Senado Federal, que disporá de igual prazo. Se este não promulgar a lei, o ato deverá ser praticado pelo vice-presidente daquela Casa.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Formação da Lei – o Processo Legislativo
Publicação: 
A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita por órgão oficial. 
O início de vigência pode dar-se com a publicação ou decorrida a vacatio legis, que é o tempo que medeia entre a publicação e o início de vigência.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Formação da Lei – o Processo Legislativo
Embora a elaboração de lei seja da competência do Poder Legislativo, o art. 68 da Constituição Federal prevê a hipótese de o Presidente da República solicitar delegação ao Congresso Nacional para legislar sobre determinada matéria, vedada a inclusão do seguinte elenco: “I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos”. 
Na delegação, que se faz mediante resolução do Congresso Nacional, deve constar a matéria e os termos de seu exercício. Caso conste na delegação, o projeto do Executivo deverá ser apreciado pelo Congresso Nacional em votação única, vedada qualquer emenda.
FONTES DO DIREITO – A LEI
Lei Delegada
O Costume se revela na prática espontânea, reiterada, contínua, de determinada conduta por parte da sociedade.
Diante da História, se observarmos, por exemplo, os séculos V e VI d.C., temos o direito costumeiro dos bárbaros. O exemplo mais notório que possuímos trata-se da Lei Sálica. 
Esta lei é uma verdadeira consolidação dos costumes reinantes daquela sociedade. Tanto é que se tratava de uma lei que não era imposta, mas sim aceita tanto pelo povo como pelo soberano (daí ser também conhecida como Pactus legis salicae);
FONTES DO DIREITO – O Costume
Conceito
Por sua vez, o Common Law inglês é fruto das cortes reais, contra os costumes locais que, por serem locais, não ganharam força suficiente, ou seja: não conseguiram consagrar-se em todo o reino (não foram aptos a ser o “direito comum” do reino).
Depreende-se, então, da análise destes modelos supramencionados que duas forças psicológicas devem estar presentes no Costume: o hábito e a imitação.
O primeiro é natural, intrínseco ao homem, pois o motiva a repetir atos/experiências já vividos (experimentados). O segundo também é natural, uma vez que se revela numa tendência do ser humano de copiar de seus semelhantes atos e experiências.
FONTES DO DIREITO – O Costume
Conceito
Depreende-se, igualmente, que o Costume se revela na expressão legítima e autêntica do Direito, pois é espontâneo e voluntário.
Ainda nos dias atuais, o Código Canônico vigente preconiza que: “Cân. 25 Nenhum costume alcança força de lei se não tiver sido observado, com intenção de introduzir lei, por uma comunidade capaz, ao menos, de receber leis”.
No Brasil, o Direito escrito busca a todo custo englobar a maioria das situações fáticas (situações reais, oriundas da vida em sociedade); assim, este nosso direito, de tradição romano-germânica, já incorporou a maioria das situações costumeiras. O contrário ocorre na maioria dos povos que adotam o sistema do Common Law, no qual estas normas consuetudinárias ainda mantêm um papel relevante.
FONTES DO DIREITO – O Costume
Conceito
Para que o Costume alcance força jurídica são necessários dois elementos:
Elemento objetivo: trata-se do uso reiterado, da repetição constante e uniforme de determinado ato social. Não há um tempo determinado para que efetivamente se reconheça determinado costume como fonte formal, válida para o Direito. Alguns autores, baseados no Direito Romano, atribuem 100 anos, uma vez que naquele instituto havia a definição de longaevum, fazendo referência a centenário (tal critério foi adotado pela Lei da Boa Razão, por exemplo). 
Elemento subjetivo: trata-se aqui da consciência social, da convicção de que essa prática reiterada e uniforme é fundamental para a sociedade, eis então que surgirá a sua obrigatoriedade.
FONTES DO DIREITO – O Costume
Elementos
Para que o Costume alcance força jurídica são necessários dois elementos:
Elemento objetivo: trata-se do uso reiterado, da repetição constante e uniforme de determinado ato social. Não há um tempo determinado para que efetivamente se reconheça determinado costume como fonte formal, válida para o Direito. Alguns autores, baseados no Direito Romano, atribuem 100 anos, uma vez que naquele instituto havia a definição de longaevum, fazendo referência a centenário (tal critério foi adotado pela Lei da Boa Razão, por exemplo). 
Elemento subjetivo: trata-se aqui da consciência social, da convicção de que essa prática reiterada e uniforme é fundamental para a sociedade, eis então que surgirá a sua obrigatoriedade.
FONTES DO DIREITO – O Costume
Elementos
O Costume, em relação à Lei, pode ser classificado sob três aspectos; secundum legem, praeter legem e contra legem.
O Costume secundum legem: cumpre ressaltar que há divergência neste conceito:para alguns autores, ocorre quando a prática reiterada e uniforme de determinado ato corresponde efetivamente à lei. Para outros autores, a prática decorre da lei, ou seja: a própria lei prevê a aplicação do Costume em determinados casos.
O Costume praeter legem: trata-se de Costume aplicado na hipótese de lacuna de lei. Observe-se, então, que é fator de integração da norma. É utilizado, conforme estabelece a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, como mecanismo para suprir eventual lacuna de uma norma em determinado caso: “Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.
FONTES DO DIREITO – O Costume
Espécies
O Costume contra legem: ocorre quando a prática social se divorciar, contrariar por completo a norma escrita. 
Hoje em dia, muitos autores já reconhecem o Costume contrário à lei como fonte de Direito. Nessa hipótese, constata-se que o Costume, diante de uma lei em desuso, pode efetivamente sobrepor-se a ela. Pode, ainda, revestir-se de Costume abrogatório, quando revoga determinada lei.
FONTES DO DIREITO – O Costume
Espécies
A cafetina, quadro de Dirck van Baburen pintado em 1622 que retrata um costume social.
No curso da história o vocábulo jurisprudência sofreu uma variação semântica. De origem latina, formado por juris e prudentia, o vocábulo foi empregado em Roma para designar a Ciência do Direito ou teoria da ordem jurídica, definido como: conhecimento das coisas divinas e humanas, ciência do justo e do injusto). 
Neste sentido ainda é aplicado modernamente, mas com pouca frequência. 
Considerando muito significativa a acepção romana, que realça uma qualidade essencial ao jurista, que é a prudência, Miguel Reale entende que tudo deve ser feito para manter-se também em uso o sentido original de jurisprudência.
Atualmente o vocábulo é adotado para indicar os precedentes judiciais, ou seja, a reunião de decisões judiciais, interpretadoras do Direito vigente.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DIVÓRCIO, CUMULADA COM REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA. ESTIPULAÇÃO NA ORIGEM DA GUARDA COMPARTILHADA. PEDIDO DE REVERSÃO PARA GUARDA UNILATERAL PATERNA. CABIMENTO, NO CASO. Em que pese o disposto no art. 1.584, § 2º, do CC (nova redação dada pela Lei nº. 13.058/14), as particularidades do caso (guarda de fato exercida pelo pai desde a separação de fato e apuração de certo desequilíbrio e agressividade por parte da genitora) não autorizam o estabelecimento da guarda compartilhada, devendo ser acolhida a pretensão do recorrente de estipulação da guarda unilateral paterna. APELAÇÃO PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70083671198, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em: 05-03-2020)
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
Na linha doutrinária de A. Torré, distinguimos, no conceito moderno de jurisprudência, duas noções: 1) Jurisprudência em sentido amplo; 2) Jurisprudência em sentido estrito.
Jurisprudência em Sentido Amplo: é a coletânea de decisões proferidas pelos tribunais sobre determinada matéria jurídica. Tal conceito comporta: 
 Jurisprudência uniforme: quando as decisões são convergentes; quando a interpretação judicial oferece idêntico sentido e alcance às normas jurídicas; 
Jurisprudência divergente ou contraditória: ocorre quando não há uniformidade na interpretação do Direito pelos julgadores.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
Jurisprudência em Sentido Estrito: dentro desta acepção, jurisprudência consiste apenas no conjunto de decisões uniformes, prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário, sobre uma determinada questão jurídica. 
É a autoridade dos casos julgados semelhantemente. A nota específica deste sentido é a uniformidade no critério de julgamento. Tanto esta espécie quanto a anterior pressupõem uma pluralidade de decisões.
Se empregássemos o termo apenas em sentido estrito, conforme a quase totalidade dos autores, que significado teriam as expressões: a jurisprudência é divergente; procedimentos para a unificação da jurisprudência. Tais afirmativas seriam contraditórias, pois o que é uniforme não diverge e não necessita de unificação.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
A jurisprudência se forma não apenas quando há lacunas na lei ou quando esta apresenta defeitos. 
Como critério de aplicação do Direito vigente, como interpretadora de normas jurídicas preexistentes, a jurisprudência reúne modelos extraídos da ordem jurídica, de leis suficientes ou lacunosas, claras ou ambíguas, normais ou defeituosas. 
Assim, a jurisprudência pode apresentar-se sob três espécies: secundum legem, praeter legem, contra legem.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
Espécies
Secundum legem: se limita a interpretar determinadas regras definidas na ordem jurídica. As decisões judiciais refletem o verdadeiro sentido das normas vigentes.
Praeter legem: é a que se desenvolve na falta de regras específicas, quando as leis são omissas. Com base na analogia ou princípios gerais de Direito, os juízes declaram o Direito.
Contra legem: se forma ao arrepio da lei, contra disposições desta. É prática não admitida no plano teórico, contudo, é aplicada e surge quase sempre em face de leis anacrônicas ou injustas. Ocorre quando os precedentes judiciais contrariam a mens legis, o espírito da lei.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
Espécies
Os que admitem - alegam que as transformações sociais exigem um pronunciamento judicial sobre assuntos que eventualmente não se encontram na lei. 
Art 8º CLT -"As autoridades administrativas e a justiça do trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, [...]
Os que negam, sustentam que o juiz é um mero intérprete da lei.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
A Jurisprudência cria o direito???
As Súmulas traduzem o extremo da consolidação das decisões judiciais. Assim, à medida que os Tribunais Superiores vão julgando determinada questão em grau de recurso, vão criando uma coletânea de decisões colegiadas, reiteradas e uniformes. 
Assim, existem jurisprudências majoritárias e minoritárias dentro de determinado Tribunal (uma vez que o Direito é dinâmico, visto por várias óticas...). 
Diante deste fato, busca-se a uniformização da jurisprudência dos Tribunais: eis que surgem as Súmulas.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
Súmulas
A Súmula Vinculante : a Constituição Federal de 1988 sofreu uma emenda, nomeadamente a Emenda Constitucional n. 45/2004.
Deste modo, em seu art. 103-A (“O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei”) foi autorizado ao Supremo Tribunal Federal, de ofício, observando-se os requisitos mencionados no artigo acima, criar e aprovar súmula que terá efeito vinculante.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
Súmulas
A Súmula Vinculante:
Os elementos elencados no artigo em comento são:
a) emanam exclusivamente do Supremo Tribunal Federal;
b) devem existir reiteradas decisões sobre matéria constitucional;
c) há exigência de quorum: devem ser votadas por 2/3 dos membros do STF;
d) devem ser publicadas na Imprensa Oficial para ganhar o condão
de “vinculante”.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
Súmulas
Por fim, vale lembrar que num país de tradição romano-germânica
como o Brasil a autoridade da jurisprudência está, definitivamente, subordinada à lei (embora não tenha a mesma obrigatoriedade desta). 
Contudo, não cabe inferir, de modo algum, que a jurisprudência não constitua Fonte de Direito.
FONTES DO DIREITO – Jurisprudência
A doutrina consiste no estudo de caráter científico que osjuristas efetuam com a finalidade de interpretar as normas, emitindo suas teses e conclusões (alguns autores se referem a “opiniões”; ousamos discordar, na medida em que a opinião se opõe ao espírito científico) a respeito de determinado tema.
A pergunta que o tema suscita é: “Constitui, a doutrina, Fonte de Direito?”
Muitos autores negam o caráter de Fonte de Direito à doutrina, pois atestam que, por mais que deva ser respeitada e levada em consideração a tese de determinado jurisconsulto, ela, tal como a jurisprudência, não tem o condão da obrigatoriedade.
FONTES DO DIREITO – A Doutrina
Conceito
Contudo, a História evidencia que, em Roma, os entendimentos dos jurisconsultos tiveram caráter de obrigatoriedade quando concordantes. 
Neste instituto, nem toda doutrina tinha força normativa, porém apenas um segmento dela, ou seja: apenas a conclusão de alguns jurisconsultos, convergentes entre si e durante determinado tempo.
É importante reter que o Direito se transforma por força da doutrina, que ganha cada vez mais força em nossa Ciência, pois inspira legisladores e juízes;
FONTES DO DIREITO – A Doutrina
Conceito
Miguel Reale corrobora esse poder que tem a doutrina de moldar o pensamento jurídico, pois não há como a lei atingir sua plenitude, dispensando o trabalho científico dos juristas. Porém, possui posicionamento específico quanto à doutrina ser Fonte de Direito. 
“doutrina, por conseguinte, não é fonte do Direito, mas nem por isso deixa de ser uma das molas propulsoras, e a mais racional das forças diretoras, do ordenamento jurídico” (Lições preliminares, p. 178).
Contudo, há autores que classificam a doutrina – do mesmo modo que a jurisprudência – como fonte indireta, na medida em que se revela esclarecedora do significado do direito, ajudando na produção e interpretação das normas.
FONTES DO DIREITO – A Doutrina
Conceito
Observa, ainda, Miguel Reale, que a doutrina não se desenvolve em uma “estrutura de poder”, não produzindo normas jurídicas ou preceitos prescritivos que vinculem os comportamentos. 
Apesar disso, a relevância da doutrina está em produzir “modelos dogmáticos”, ou seja, “esquemas teóricos”, realizando trabalhos científicos de estudo, explicação e análise do Direito. 
A Ciência do Direito é considerada uma ciência dogmática (Dogmática Jurídica), uma vez que a doutrina jurídica se desenvolve a partir das normas vigentes (normas postas ou estabelecidas pela autoridade competente), isto é, do Direito positivo. A doutrina, ao produzir a Ciência do Direito, não estabelece normas jurídicas, mas explica e estuda o significado e o alcance dos preceitos estabelecidos pelas fontes formais do Direito.
FONTES DO DIREITO – A Doutrina
Conceito
Os princípios são “verdades fundantes” de um sistema de conhecimento. Podem ser de três modalidades:
princípios omnivalentes: válidos para todas as formas de saber;
princípios plurivalentes: aplicáveis em diversos campos de conhecimento;
princípios monovalentes: válidos apenas em determinada ciência, como é o caso dos princípios gerais de direito.
FONTES DO DIREITO – Princípios Gerais do Direito
Conceito
O próprio Direito positivo reconhece a existência dos princípios gerais de direito. De acordo com o art. 4.º da Lei de Introdução ao Código Civil, quando a lei for omissa, o juiz deve decidir de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Aliás, a função dos princípios gerais de direito não se restringe à integração de lacunas da lei.
Como define Miguel Reale, “princípios gerais de direito são enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para a sua aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas”
FONTES DO DIREITO – Princípios Gerais do Direito
Há princípios gerais de direito expressamente previstos na Constituição e na lei, como ocorre com o princípio constitucional da igualdade, enquanto outros estão implícitos no ordenamento jurídico.
Quanto à amplitude, há princípios gerais referentes a certos ramos do Direito em específico.
Logo, trata-se de preceitos essenciais, que fundamentam o Direito ou certos ramos do Direito. Como exemplos, podem ser citados os princípios da autonomia da vontade e da função social da propriedade.
FONTES DO DIREITO – Princípios Gerais do Direito
Os princípios gerais de direito também podem ser aplicados pelo juiz, na atividade jurisdicional, ao decidir o caso em concreto; 
Os mencionados princípios exercem a relevante função de orientar a interpretação e a aplicação das regras jurídicas.
Há corrente de entendimento no sentido de que os princípios gerais de direito decorrem do Direito natural, sendo, assim, inerentes aos seres humanos, superiores e válidos por si, ou seja, independentemente de positivação pelo legislador, tendo em vista o ideal de justiça;
No entanto, entende-se que os princípios gerais de direito integram o próprio ordenamento jurídico, estando nele presentes de forma explícita ou implícita.
FONTES DO DIREITO – Princípios Gerais do Direito

Outros materiais