Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Notas de Aula de NB003 Prof. Melquisedec F. da Silva Sequências e Séries 2014 Para entender séries, antes precisamos entender o que é uma sequência, vamos ver que uma série é um tipo de sequência. Sequências Infinitas (ou Sequências de números reais). O que é uma sequência? Uma sequência infinita, ou, simplesmente sequência é uma sucessão interminável de números, chamados termos. Para representar sequência utilizamos a notação: Imagem,,,,,,,a Domínio,,,5,4,3,2,1n 54321n KKK KKK naaaaaa n Ou mais precisamente, sequência é uma função onde o seu domínio é o conjunto dos números naturais. Definição Suponha uma função RRRR NNNN → f : , que para cada NNNN∈n associa um nnnnaaaa real. Escrevemos: n a=)) ))(( (( n f Onde: n é o índice da sequência e nnnn aaaa n-ésimo termo da sequência. Exemplos de sequências: Gráficos com auxílio do Mathcad. Exemplo 1 Sequência {n 2} n 1 10..:= a n n 2 := 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 a1 = 12 = 1 a2 = 22 = 4 a3 = 32 = 9 a4 = 42 = 16 a5 = 52 = 25 Representação gráfica 1 2 Exemplo 2 : Sequência { 1 n } n 1 20..:= a n 1 n := 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0.2 0.4 0.6 0.8 1 2,0 5 1 a 25,0 4 1 a 33333,0 3 1 a 5,0 2 1 a 1 1 1 a 5 4 3 2 1 ≈= ≈= ≈= == == Representação gráfica Exemplo 3: Sequência { 1 n } n 1 26..:= a n 1 n := 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 0.44721 5 1 a 0.5 4 1 a 0.57735 3 1 a 0.70711 2 1 a 1 1 1 a 5 4 3 2 1 ≈= == ≈= == == Representação gráfica 3 Exemplo 4: Sequência {sin n } n 0 50..:= a n sin n( ):= 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 1 0.5 0.5 1 an n ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) -0.958925sina -0.75684sina 0.141123sina 0.90932sina 0.841471sina 5 4 3 2 1 ≈= ≈= ≈= ≈= ≈= Representação gráfica Exemplo 5: Sequência { 1−( )n } Os termos na sequência { 1−( )n} oscilam entre -1 e 1. b n 1−( )n:= 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 1 1 2 Qual é o nosso interesse quando estudamos sequências? Saber o comportamento da sequência ( convergente ou divergente ) quando n cresce, ou seja, o que ocorre com a sequência se ∞→ n . É intuitivo que a sequência do Exemplo 2 se aproxima de zero e, a sequência do Exemplo 4 e do Exemplo 5, não tende para nenhum valor, é oscilante. 4 Temos que formalizar essa escrita. Quantificar essa noção significa a sequência tender a um valor quando ∞+→n . Isto é a noção de limite. Definição de Limite Dizemos que uma sequência { }na converge para o limite L, se dado qualquer ε > 0, existe 00n ≥ tal que ε<− Lna , para todo 0nn ≥ , )(0n εf= . εεεε LLLou nana +<<−∴<−<− . Se Épsilon é muito pequeno, tem que andar mais com os termos da sequência para cair dentro da faixa. Essa é a noção formalizada de se dizer que: Llim queou L = ∞→ → n n a n a . Se ∞→n n alim existe, diz-se que a sequência converge (ou é convergente). Caso contrário, diz-se que a sequência diverge (ou é divergente). Exemplo 6: Tomemos a sequência 12 a + = n n n e provemos que o limite da sequência é 2 1 . Da definição de limite, temos: ( ) ( ) .6 portanto,5 4 2 05,0 1 temosassim 0.5, de tornoem faixa numa cai que para 05.0 100 5 tomandoexemplo,Por . 4 21 tomarbasta assim, 4 21124 24 1 24 1 o apresentar que temos, 24 1 122 122 todopara 2 1 12 00 0 .0 0 nn n n n = > > − > == − − >⇒>+⇒< + = + − < + −⇒< + +− ≥<− + εε ε ε ε εε ε nn nn nn nn n n n A partir do termo a6 estou dentro da faixa. Portanto, dado qualquerε sempre encontro n0, essa é a ideia de convergir para L. 5 Ilustração gráfica da sequência a n n 2n 1+ := Valor de Épsilon: εεεε = 0.05 0 3 6 9 12 15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5 0.55 0.6 L + ε }Faixa em torno de 0.5 L - ε Gráfico da sequência { n 2n 1+ } Notamos na representação gráfica que para esse épsilon 05.0=ε o 6n0 = resolve o meu problema, veja que para K,9,8,7,6n0 = todos estão dentro da faixa. Está dentro da faixa significa ↓ ↓ ( )55.0,45.0 seja,ou , LLoua naLn εεε +<<−<− . Exemplo 7. Seja a sequência +1n n Para a sequência +1n n , temos: 1 1 → +n n . Da definição de limite, temos: 10 seja,ou ,91.0 Tomando.11 tomar basta assim ,11 11 1 1 1 1 1 11 1 Então, n todopara1 1 000 0 nnn n =>→=−≥−> >+⇒< + →< + −∴< + −− ∴<− + ≥<− + ε εε ε εεεε ε n n nnn nn n n n n 6 Representação gráfica do Exemplo 7. n 0 20..:= ε 0.1:= b n n n 1+ := 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 De fato, vemos que a partir de 100n = , todos índices que seguem estão na faixa ( )1.1,9.0 . Outro valor para épsilon: 01.0=ε n 0 120..:= ε 0.01:= b n n n 1+ := 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 0.9 0.91 0.93 0.94 0.95 0.96 0.98 0.99 1 1.01 1.03 1.04 1.05 1.06 1.08 1.09 1.1 Eventualmente se cai dentro da faixa e a faixa pode ser tão pequena quanto se queira, sempre encontramos um valor de 0n para cair na faixa. Aqui a faixa é ( )01.1;99.0 7 Podemos tirar conclusões sobre limites de sequências sem necessariamente fazer uso da definição de limite. O que permitirá tirar essas conclusões são as Propriedades e os Teoremas. Propriedades para limites de sequências Se constante. uma é e2L e1L knbna →→ Então, vale as seguintes propriedades: ( ) 211 L L.P lim +=+ ∞→ n bnan Limites notáveis: 1. 0 então,1 Se nlim =< ∞→ naa ( ) 212 L L.P lim −=− ∞→ n bnan 2. ∞=> ∞→ naa n lim então,1Se ( ) 213 L L.P lim ×=× ∞→ n bnan 3. k e n n k n =+ ∞→ 1lim ( ) 14 L.P lim ⋅=⋅ ∞→ kk nan 0Lse L L .P 2 2 1 5 lim ≠= ∞→ n b n a n Exemplo 8. Para as sequências que seguem, determine se as mesmas convergem ou divergem. Se convergir, ache o limite. (a) { } ∞ =1 2 n n (b) { } ∞ = − 1 6 n n (c) ∞ = + 114 nn n (d) ( ) ∞ = + + − 1 1 14 1 n n n n (e) ( ) − + n n 11 1 Teoremas Teorema 1. Limite de uma sequência por função extensão. Seja a função )(xf (função extensão) definida no intervalo [ )∞,1 e seja a sequência{ }na definida por )(a nfn = para cada inteiro positivo n. Então, se L)(lim = ∞→ xf n , segue-se que Llim = ∞→ n a n . Qualquer função contínua vista no seu domínio sobreo conjunto dos números inteiros se torna uma sequência. 0 1 2 3 4 5 4 3 2 1 1 2 3 4 Observação: Quando estivermos calculando limite no estudo das séries, as propriedades P3 e P5 não valerão. O Teorema 1 não é demonstrado, mas o seu resultado é fácil de ser entendido. Basicamente ele diz que se uma função contínua converge para L quando ∞+→x , então considerando a sequência )(nf , teremos esta sequência convergindo para o mesmo número L. O gráfico ao lado mostra exatamente isto. 8 Nos casos em que é possível o uso do Teorema 1, o cálculo de limites de sequências torna-se simples, especialmente quando usamos a famosa regra de L’Hôpital. Exemplo 9. Seja calcular o limite da sequência n nln . Solução: Tomemos a função extensão x x xf ln)( = definida para todo 1≥x e coincidente com a sequência dada em inteiros positivo. A função x x xf ln)( = é uma indeterminação da forma ∞ ∞ com ∞+→x . Aplicando a regra L’Hôpital para obter 0 1 0 1 lim )( )ln( limlnlim 1 ==== ∞→∞→∞→ x xxx x dx d x dx d x x . Concluímos que 0lnlim = ∞→ n n n . Portanto a sequência é convergente. Observe que primeiro concluímos sobre o que ocorre com o limite da função contínua no infinito e depois, pelo Teorema 1, a sequência terá o mesmo limite. Exemplo 10. Idem para a sequência n n 5 2 . Teorema 2. Teste da razão para sequência. Se uma sequência { }na de termos positivos satisfaz à condição 11lim <=+ ∞→ l na n a n , então ela converge para zero. Para provar que{ }na converge para zero, raciocinamos por absurdo admitindo que seu limite seja um número 0≠s . Como a sequência { }1a +n também converge para s, por ser uma subsequência de { }na , resulta que: 1 l 1l lim im im 1 == ∞→ +∞→ == + ∞→ s s n a n n a n a al n n n Exemplo 11. Usando o Teorema 2 provaremos que as sequências { } n n n n ! a = , { } 0, ! b >= r n r n n , { } ( )12531 ! c −⋅⋅⋅⋅ = n n n K e { } n p n n 2 d = convergem todas para zero. 9 O Teorema a seguir é útil para encontrar o limite de sequências com termos positivos e negativos. Teorema 3. Convergência absoluta. “ Se ,0lim = ∞→ n a n então 0lim = ∞→ n a n ” Ele estabelece que se a sequência n a obtida tomando-se o valor absoluto de cada termo na sequência{ }na converge para zero, então{ }na também converge para zero. Exemplo 12. Considere as sequências: (a) ( ) LLL ,1,, 5 1 , 4 1 , 3 1 , 2 1 ,1 n n − −−− (b) ( ) LLL , 2 1 ,, 2 1 , 2 1 , 2 1 , 2 1 ,1 432 n n − −− Ordem de crescimento de uma função Se ∞= ≠= = ∞→ 0 0 )(lim finitonf n ou ∞= ≠= = ∞→ 0 0 )( )(lim finito ng nf n , supor essas condições. (a) ).( que domaior ocresciment de ordem)(,)()(0)( )(lim nfngngnf ng nf n <⇔= ∞→ (b) ).( de ocresciment de ordem mesma)(,)()(0finito)( )(lim ngnfngnf ng nf n ≈⇔≠= ∞→ ).( que domaior ocresciment de ordem)( ,)()(0)( )(lime)( )(lim (c) ngnf ngnf nf ng ng nf nn >⇔=∞= ∞→∞→ Exemplo da ordem de crescimento de algumas funções: 1 !logconstate)( > <<<<< a nnannc nnka Provar a ordem de crescimento olhando para os limites. Exemplo 13. Estudar o limite da sequência k n n a . Escrevendo a função na variável x contínua: ( ) ( ) ( ) knnaxa xx xxxx k k a k k a x a k xkk a x a k xk a x a k x x a k x x a >⇒∞= ∞→∞→ ∞→∞→∞→∞→ == = − − = − =→ ∞ ∞ = limlim limlimlimlim ! ln ! ln 11 2)(ln 1 ln HôpitalL'aplicar L L
Compartilhar